7. Como fazer uma viagem do medo à exultação - Hc 3.1-19

7- Como fazer uma viagem do medo à exultação

(Hc 3.1–19)

1. O homem, seu tempo e sua mensagem

(Hc 1.1)

2. Um homem em crise com Deus e com os homens

(Hc 1.1–4)

3. Quando o céu deixa a terra alarmadab

(Hc 1.5–11)

4. A esperança que nasce do desespero

(Hc 1.12–17)

5. Quando o céu acalma a terra

(Hc 2.1–5)

6. Semeadura maldita, colheita desastrosa

(Hc 2.6–20)

7. Como fazer uma viagem do medo à exultação

(Hc 3.1–19)

Contexto

Habacuque é o profeta que canta dentro da noite, diz Henrietta Mears. O livro de Habacuque começa num vale profundo e termina nas alturas excelsas. O profeta vai do desespero à esperança, do temor à fé, da angústia avassaladora à exultação indizível e cheia de glória.

Neste capítulo, Habacuque muda de estilo e de conteúdo, chegou a conciliar a razão com a fé. E, como expressão dessa nova liberdade, ele compôs um belíssimo poema, um hino de louvor que constitui uma jóia do saltério hebraico.207 A. R. Crabtree chega a dizer que na beleza do estilo literário não se encontra na poesia hebraica nenhuma obra superior a este salmo.

Essa mudança interior não foi produto de meditação transcendental nem mesmo fruto de uma leitura do cenário político de seu tempo, mas uma volta à Escritura e uma passeada pela História para relembrar quem é Deus e quais são Seus gloriosos feitos. Jerónimo Pott diz que Habacuque, depois de ouvir os juízos, as ameaças e também as promessas, prorrompe em um sublime cântico; este capítulo é uma oração e um cântico de louvor a Deus.

O povo que conhece a Deus é forte. O conhecimento de Deus e das Suas obras é o maior antídoto contra o desespero. Quando nos voltamos para as Escrituras, descobrimos que as rédeas da História não estão nas mãos das grandes e poderosas nações, mas nas mãos dAquele que está assentado sobre um alto e sublime trono. Os impérios opulentos caem e voltam ao pó do esquecimento. Aqueles que estavam oprimidos fazem uma viagem do vale para o cume dos montes, enquanto aqueles que oprimiam despencam vertiginosamente do topo para o chão. Deus desbanca a altivez dos poderosos e exalta os humildes.

Estrutura

1. A Oração do Profeta (Habacuque 3:1-2)

Ciente de como Deus tratou os inimigos de seu povo no passado, Habacuque ora e pede ao Senhor que avive sua obra por meio da punição dos inimigos e da libertação do povo.

V1: Introdução da oração como uma súplica.

V2: Habacuque clama por renovação e misericórdia.

Ele reconhece a grandeza dos feitos de Deus no passado e pede para que Deus manifeste Seu poder novamente.

Aplicação: Em momentos de crise, devemos recorrer à oração, pedindo a intervenção divina e renovação espiritual.

2. A Manifestação do Poder de Deus (Habacuque 3:3-15)

V3-7: Descrição poética da majestade de Deus.

Em uma esplêndida visão da soberania do Senhor, que Scroggie chama de “Ode à Teofania” (poema exaltando a manifestação de Deus), Habacuque retrata Deus marchando contra seus adversários e os esmagando com poder magnífico. O profeta alude a várias punições passadas que o Senhor havia aplicado aos inimigos de Israel, ao julgamento do Egito na época do êxodo, aos países que resistiram a Israel a caminho da terra prometida e às nações expulsas de Canaã por intermédio de Josué.

Na primeira parte da oração, a glória e o resplendor de Deus são percebidos nos céus e na terra.

Os detalhes geográficos — Temã, monte Parã, Cusã, Midiã — se referem aos inimigos de Israel. Temã, por exemplo, uma grande cidade em Edom, representa toda a Idumeia, e Cusã provavelmente é o mesmo que “Cuxe” ou Etiópia.

Aplicação: A criação e a história revelam o poder e a soberania de Deus.

V8-11: O poder de Deus sobre as nações e a natureza.

A passagem salienta o poder de Deus, percebido especialmente por meio dos rios, do mar e dos montes.

O v11 se refere ao famoso acontecimento em Gibeão, quando o Senhor realizou um poderoso milagre no céu com o propósito de ajudar Josué a vencer a batalha (Josué 10.12“Então, Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeão, e tu, lua, no vale de Aijalom.”

Deus é apresentado como guerreiro, que domina as águas e destrói os inimigos.

V12-15: Deus age em defesa de Seu povo.

Aqui Habacuque retrata Deus marchando pela terra e pisando com ira os inimigos de Israel.

O v15 se refere à travessia do mar Vermelho (Êx 14), ocasião em que a massa de grandes águas recuou para os lados para abrir caminho para o povo de Deus cruzar o leito do mar a pés enxutos. Habacuque retrata o Senhor se movendo pelo mar com seus cavalos.

Ele derrota os opressores e traz libertação ao Seu povo.

Aplicação: Quando enfrentamos batalhas, podemos confiar que Deus luta por nós e tem poder para mudar qualquer situação.

3. A Confiança em Deus no Meio da Crise (Habacuque 3:16-19)

V16: O profeta treme ao ouvir sobre o julgamento de Deus, mas decide esperar pacientemente pela salvação.

Ao ouvir a sentença de julgamento dos invasores babilônios, o profeta tremeu no íntimo e decidiu aguardar em silêncio até que a profecia se realizasse.

Habacuque não nega o medo, mas reafirma sua confiança na ação de Deus.

Aplicação: Mesmo quando o futuro parece incerto, devemos esperar pacientemente no Senhor.

V17-18: Uma declaração de fé: "Ainda que a figueira não floresça..."

Enquanto aguardava o cumprimento da profecia, Habacuque decidiu confiar em Deus, independentemente do que acontecesse a ele ou a seu povo em decorrência da invasão dos babilônios. Ainda que a figueira não floreça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; e as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, ainda assim Habacuque se alegraria no SENHOR e exultaria no Deus da sua salvação.

Mesmo que as circunstâncias sejam devastadoras, Habacuque decide se alegrar em Deus, sua salvação.

Aplicação: Nossa alegria e esperança não devem depender das circunstâncias, mas na nossa confiança em Deus.

V19: Deus é a força do profeta.

Ele faz os pés do profeta firmes como os da corça, para que ele possa andar com segurança em terrenos difíceis.

Aplicação: Deus nos dá força e firmeza para atravessar as adversidades com confiança e fé.

Conclusão:

Habacuque nos ensina a importância de uma fé inabalável em Deus, mesmo quando as circunstâncias são desanimadoras.

A oração e o louvor são respostas adequadas para tempos de crise.

Assim como Habacuque, devemos confiar no Senhor, sabendo que Ele é a nossa força e salvação em todos os momentos.

Convite:

Você está disposto a confiar em Deus, mesmo diante das adversidades? Que, como Habacuque, possamos encontrar alegria e força no Senhor, independentemente das circunstâncias.