O Cristo humilhado e exaltado

Introdução

Paulo escreveu essa carta para a igreja de Filipos quando estava preso na cidade de Roma, essa é a prisão domiciliar do apóstolo Paulo onde permaneceu por dois anos. A carta aos Filipenses foi escrita por volta de 61 d.C.

Paulo escreveu essa carta com três propósitos:

1. Para expressar a sua gratidão à igreja, porque a igreja de Filipos enviou Epafrodito até Roma para entregar a oferta financeira ao apóstolo Paulo.

2. Para relatar o motivo de enviar Epafrodito de volta à cidade de Filipos.

3. Paulo escreveu para exortar a igreja sobre alguns aspectos da vida cristã:

A unidade

A humildade

A alegria

Os falsos ensinos

Resolução de conflitos

E dentre outros assuntos que vão surgindo ao longo da carta.

Ideia Central

O exemplo de Cristo é o remédio para curar os problemas da igreja. Por isso que o povo de Deus precisa manter os olhos fixos em Jesus.

Transição

Veremos três aspectos da vida de Jesus.

Desenvolvimento

1° A vida exemplar de Cristo (v. 5)

O apóstolo Paulo está tratando sobre a falta da unidade no meio da igreja. Por isso, ele irá expor uma doutrina essencial e o pensamento mais profundo dentro da teologia, que é sobre “Cristo”. Ao tratar do problema, o apóstolo não expõe os seus métodos ou ideias, mas traz a solução certa que é “Cristo”. Isso quer dizer que não existe remédio mais eficaz para curar os males da igreja do que olhar para Jesus e seguir os passos dEle. Diante disso, o texto apresenta a ordem de Paulo para a igreja:

1ª Tenham a mesma atitude de Cristo (v. 5)

5 Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus,

Paulo está dizendo para a igreja ter a mesma atitude que teve o Senhor Jesus Cristo. A palavra “atitude” quer dizer dispor a mente de uma maneira certa. O apóstolo está ensinando que é para os irmãos de Filipos terem a mesma disposição que Cristo no que diz respeito à unidade.

Jesus é o maior exemplo de unidade. Todos os cristãos precisam buscar ser mais parecidos com Cristo Jesus, em relação à humildade e à unidade.

Mateus 11.29 NVI

29 Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.

João 10.30 NVI

30 Eu e o Pai somos um”.

2° A humilhação de Cristo (v. 6-8)

O apóstolo Paulo mostra na prática com foi a atitude do Senhor Jesus, para que a igreja pudesse seguir o exemplo dEle. O texto apresenta quatro verdades sobre a humilhação de Cristo:

1ª Ele abriu mão dos seus direitos (v. 6)

6 que, embora sendo Deus,

não considerou

que o ser igual a Deus

era algo a que devia apegar-se;

Nesse versículo é explícito ver a divindade de Jesus, ou seja, o Senhor Jesus Cristo é Deus.

João 1.1–2 NVI

1 No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. 2 Ele estava com Deus no princípio.

Ele sempre foi revestido de majestade e glória.

João 17.5 NVI

5 E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.

Ele é o Criador de todas as coisas.

Colossenses 1.16 NVI

16 pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.

Mesmo Jesus sendo o próprio Deus, a segunda pessoa da trindade, ele não considerou que deveria se apegar a isso. Paulo está querendo dizer que Jesus sendo Deus, mesmo tendo os direitos e privilégios de um ser divino, abriu mão dessas coisas a fim de cumprir a missão do Pai Celestial.

2ª Ele deixou a glória no céu (v. 7 a)

7 mas esvaziou-se a si mesmo,

Jesus “esvaziou-se”. Essa é a doutrina teológica sobre o esvaziamento de Cristo em sua encarnação. Mas o que significa dizer que Jesus se esvaziou? Quer dizer “autorrenúncia do seu ambiente glorioso”. Jesus, mesmo vindo nessa terra não deixou de ser Deus. Ele deixou o céu, a glória e o trono, a fim de vir nessa terra.

3ª Ele se fez homem (v. 7 b - 8 a)

7 vindo a ser servo,

tornando-se semelhante

aos homens.

Jesus Cristo deixou a sua glória no céu e se encarnou, tornando-se homem para servir a humanidade.

João 1.14 NVI

14 Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.

Hebreus 4.15 NVI

15 pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.

Jesus adquiriu a natureza humana. Por isso ele é 100% Homem e 100% Deus.

8 E, sendo encontrado

em forma humana,

Jesus se fez homem com o objetivo de servir as pessoas nesse mundo, e a maneira com que ele serviu a humanidade foi morrendo na cruz para pagar o preço do pecado.

Mateus 20.28 NVI

28 como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

Hebreus 2.17 NVI

17 Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus, e fazer propiciação pelos pecados do povo.

4ª Ele se sacrificou (v. 8 b)

8 humilhou-se a si mesmo

e foi obediente até a morte,

e morte de cruz!

Jesus Cristo sendo homem se humilhou de uma maneira muito tremenda, a qual ele mesmo foi obediente ao Pai, morrendo na cruz do calvário. A humilhação de Cristo está se referindo à ele não exigir direitos humanos, pois ele foi condenado a morte mesmo não tendo culpa de crime nenhum.

Mateus 26.59–60 NVI

59 Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando um depoimento falso contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte. 60 Mas nada encontraram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. Finalmente se apresentaram duas

Em razão disso, Jesus passou pelo sofrimento na cruz do calvário.

Isaías 53.4–7 NVI

4 Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nós o consideramos castigado por Deus, por Deus atingido e afligido. 5 Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. 6 Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós. 7 Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca.

A crucificação de Jesus tem três características:

1. Ela foi dolorosa. A crucificação era a pena de morte para os criminosos, mas Jesus passou por essa dolorosa crucificação.

Mateus 27.15–22 NVI

15 Por ocasião da festa era costume do governador soltar um prisioneiro escolhido pela multidão. 16 Eles tinham, naquela ocasião, um prisioneiro muito conhecido, chamado Barrabás. 17 Pilatos perguntou à multidão que ali se havia reunido: “Qual destes vocês querem que lhes solte: Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?” 18 Porque sabia que o haviam entregado por inveja. 19 Estando Pilatos sentado no tribunal, sua mulher lhe enviou esta mensagem: “Não se envolva com este inocente, porque hoje, em sonho, sofri muito por causa dele”. 20 Mas os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos convenceram a multidão a que pedisse Barrabás e mandasse executar Jesus. 21 Então perguntou o governador: “Qual dos dois vocês querem que eu lhes solte?” Responderam eles: “Barrabás!” 22 Perguntou Pilatos: “Que farei então com Jesus, chamado Cristo?” Todos responderam: “Crucifica-o!”

2. Ela foi maldita. A pessoa que era crucificada era considerada maldita.

Gálatas 3.13 NVI

13 Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro”.

3. Ela foi injusta. Jesus morreu inocente, ele não tinha nenhum pecado. Isso significa que a morte de Cristo foi injusta.

1Pedro 3.18 NVI

18 Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito,

3° A exaltação de Cristo (v. 9-11)

Paulo faz a transição do que Jesus fez, para o que Deus fez. Jesus passou pela humilhação, mas o Pai Celestial exaltou o Filho, recompensando-o pelo seu ato de obediência ao vir nessa terra e morrer na cruz. O texto apresenta três afirmações sobre a exaltação de Cristo:

1ª A exaltação é obra do Pai (v. 9)

9 Por isso Deus o exaltou

à mais alta posição

e lhe deu o nome que está acima de todo nome,

Jesus Cristo foi exaltado pelo próprio Deus à mais alta posição, a Bíblia afirma que Jesus está à direita do trono do Pai.

1Pedro 3.21–22 NVI

21 e isso é representado pelo batismo que agora também salva vocês — não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus — por meio da ressurreição de Jesus Cristo,22 que subiu aos céus e está à direita de Deus; a ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes.

Jesus tem o nome maior do que todos os nomes. Porque Cristo foi obediente a Deus. Cristo teve uma nova identidade, a qual é o DEUS-HOMEM, pois antes de sua encarnação, ele tinha apenas a sua natureza divina, mas como ele se tornou homem, obteve duas naturezas. Após sua ressurreição e a sua subida aos céus, Jesus se tornou o mediador entre Deus e os homens.

1Timóteo 2.5 NVI

5 Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus,

2ª A exaltação exige que todos se prostrem (v. 10)

10 para que ao nome de Jesus

se dobre todo joelho,

nos céus, na terra

e debaixo da terra,

Nesse versículo é apresentado que Jesus é o Senhor e no dia do juízo todas as criaturas reconhecerão que Ele é Senhor e todo joelho se dobrará diante dEle. Jesus será adorado por todos os anjos do céu, os seres humanos redimidos e os ímpios, que farão com profunda tristeza.

Romanos 14.11 NVI

11 Porque está escrito: “ ‘Por mim mesmo jurei’, diz o Senhor, ‘diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará que sou Deus’ ”.

Apocalipse 5.13 NVI

13 Depois ouvi todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há, que diziam: “Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o poder, para todo o sempre!”

3ª A exaltação exige que todos confessem (v. 11)

11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,

para a glória de Deus Pai.

Todos irão confessar, isto é, reconhecer que Cristo é o Senhor. Os cristãos irão fazer isso com muita alegria, pois estarão com Jesus face a face. Os ímpios negaram Jesus, alguns até zombaram dele, mas chegará a vinda de Cristo, e nesse dia eles irão confessar de forma dolorosa que Cristo é o Senhor.

O propósito da exaltação de Cristo é a glória de Deus Pai.

Conclusão

Para concluir, ao exortar a igreja sobre a unidade, Paulo mostra o exemplo de Cristo, que é o remédio para curar os problemas da igreja. Jesus teve uma vida exemplar nessa terra, desse modo o povo precisa seguir o exemplo dele, que se humilhou, abrindo mão dos seus direitos como Deus, se fez homem, morreu na cruz, e foi exaltado pelo Pai Celestial.

Infelizmente muitos têm deixado de viver em unidade com os cristãos, a fim de viverem de forma egoísta. Diante disso, é necessário ter a mesma disposição de Jesus, que serviu a humanidade. Nós como cristãos devemos olhar para os nossos irmãos, a fim de imitar o Senhor Jesus.

O exemplo de Cristo deve despertar em nosso coração o desejo de estar em comunhão com os irmãos. A unidade deve ser vivida, porque no céu todos os cristãos estarão unidos com Cristo e com todos os salvos. Por isso, a comunhão deve ser praticada pela igreja.

Aplicação

Siga o exemplo de Cristo, viva de forma humilde e busque servir aos irmãos.

Se você não se prostrou diante de Jesus e nem confessou que Ele é o Senhor, faça isso imediatamente, porque aquele que não fizer isso agora, um dia irá fazer, mas será triste e não terá outra oportunidade.