A caminho do Calvário

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Lucas 23.27-37

Lucas 23.27–37 (ARA)
27 Seguia-o numerosa multidão de povo, e também mulheres que batiam no peito e o lamentavam.
28 Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos!
29 Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram.
30 Nesses dias, dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!
31 Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco?
32 E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com ele.
33 Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda.
34 Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.
35 O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido.
36 Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo:
37 Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.

Introdução

A descrição da via dolorosa apresentada pelo evangelista Lucas é singular.
Os demais evangelho são silentes sobre o que ocorreu após Pilatos haver decretada a morte de Jesus e a sessão de maus tratos, tortura e humilhação que os saldos romanos praticaram contra Jesus.
Portanto, com exceção da informação de que Simão foi constrangido a carregar a cruz de Cristo (v. 26), tudo que está entre os versículos 27 a 32 do capítulo 23 é inédito, singular, o que deve, de imediato, aguçar nossa curiosidade sobre o propósito de Lucas haver narrado o percurso de Jesus do Pretório ao Calvário.
2. O texto é um relato narrativo. Isso significa que precisamos caminhar com cuidado em sua interpretação, a fim de sermos expostos tão somente ao que o autos pretendia ao narrar esses fatos, sem criar nada que não processo da pretensão do Espírito Santo aos inspirá-las.
3. Sendo um texto narrativo, precisamos analisar o tempo, o local, os personagens e o enredo.
O tempo é o interregno entre o término da tortura imposta a Jesus pelos soldados romanos após o término do julgamento e a crucificação e morte de Jesus na cruz, ou seja, o texto cobre a saída de Jesus do Pretório até sua chegada no Calvário.
O local são as ruas da cidade de Jerusalém e o caminho fora das muralhas que conduzia ao Calvário.
Os personagens são Jesus, a escolta romana conduzida por um centurião, as autoridades religiosas dos judeus, a multidão e as mulheres de Jerusalém que lamentavam com choro o sofrimento de Jesus, Simão, cireneu, e os dois malfeitores.
O enredo o conta como Jesus foi obrigado a carregar a cruz, ajudado por Simão, o cireneu, seguido por dois malfeitores que seriam crucificados ao lado de Jesus; enquanto caminhava pelas ruas de Jerusalém em direção ao calvário, Jesus depara-se com um grupo de mulheres que choravam por Ele; Ele pede para que elas não chorem por ele, mas por elas próprias e por seus filhos; a chega da ao Calvário.
Feita a análise o tipo literário, vejamos quais as verdades que podemos aprender do texto.

1. O impacto da cruz na vida de Simão, o cireneu.

Lucas 23.26 “E, como o conduzissem, constrangendo um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus.”
Marcos 15.21 “E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz.”
Romanos 16.13 “Saudai Rufo, eleito no Senhor, e igualmente a sua mãe, que também tem sido mãe para mim.”

2. Os dois ladrões, a humilhação e a mais pura manifestação da graça

Lucas 23.32 “E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com ele.”
Lucas 23.39–43 “39 Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. 40 Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? 41 Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. 42 E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. 43 Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.”

3. As filhas de Jerusalém e a profecia de juízo avassalador

Lucas 23.27–31 (ARA)
27 Seguia-o numerosa multidão de povo, e também mulheres que batiam no peito e o lamentavam.
28 Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos!
29 Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram.
30 Nesses dias, dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!
31 Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco?
A priori, precisamos destacar a palavra de Jesus às mulheres: “não chorem por mim”.
primeiro, porque ele não assumir o papel de mártir. Hernandes Dias Lopes diz que Jesus “Não fazia aquela marcha porque estava impotente diante do poder religioso e político que o prendera e o sentenciara à morte. Ele caminhava com firmeza pétrea, não levando em conta a ignomínia da cruz, pela alegria que lhe estava proposta”.
Segundo, porque, Jesus não está impregnado de autocomiseração. Hendriksen, um dos maiores comentaristas do N.T, afirma: “o discurso de Jesus às filhas de Jerusalém é uma inesquecível manifestação da plena ausência de autocomiseração do Salvador”.
Precisamos agora analisar porque Jesus orienta as filhas de jerusalém a orarem pelas e por seus filhos:
Primeiro, pelo juízo que se abateria sobre Jesus aproximadamente 40 anos depois, no ano 70 d.C. quando Jerusalém seria invadida, destruída, arruinada e, sem piedade, mortos seus moradores. Os sobreviventes deportados.
A violência e a fúria de Roma ao executar o cerco e a destruição de Jesus pode ser percebida na repetição da profecia de Oséias 10.8 “ E os altos de Áven, pecado de Israel, serão destruídos; espinheiros e abrolhos crescerão sobre os seus altares; e aos montes se dirá: Cobri-nos! E aos outeiros: Caí sobre nós!”. Essa profecia de Oseias cumpriu-se no ano 722 a.C, durante a destruição de Samaria pelos assírios.
A angustia daqueles dias estão previstas nas palavras de Jesus, quando afirma que a causa de maior bênção (o ser mãe) tornar-se-á causa de maldição. Há um inversão (esterilidade passa a ser bênção, e fertilidade passa a ser maldição): Lucas 23.29 “Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram.”
A força dos horrores e truculência na destruição de Jerusalém imposta pelos império romano está presentes também no ditado popular citado por Jesus: Lucas 23.31 “Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco?”. Jesus era o lenho verde (tratado com todos os rigores de uma violência desproporcional). Jerusalém do ano 70 é o lenho verde (a destruição que lhe será imposto pelo mesmo império será muito pior, visto que a lenha seca é altamente inflamável).
Segundo, porque o juízo que ser abateria sobre Jerusalém seria uma figura do juízo que Deus trará sobre toda a terra antes da segunda vinda de Jesus.
Apocalipse 6.16–17 (ARA)
16 e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro,
17 porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?

Aplicação

Um geração despreparada
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