A penitência é uma contrição do coração!

Salmo 51.15 ARA

Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores.

O verbo abrir está no imperfeito (ação incompleta que ainda não acabou) na segunda pessoa do singular no original hebraico, então poderia ser traduzido “tu continuas abrindo” meus lábios, e minha boca continua fazendo conhecido os teus louvores.

Comentário Bíblico Popular: Antigo Testamento Salmo 51: O Agradável Aroma da Contrição

51:15 Meus lábios foram cerrados pelo pecado. Abre-os com teu perdão, e a minha boca se dedicará a proferir e cantar os teus louvores.

Para abrir a boca e manifestar o louvor a Deus...

Comentários do Antigo Testamento: Salmos (4. Um Coração Agradecido (vs. 13–17))

4. Um Coração Agradecido (vs. 13–17)

A resposta de um pecador purificado é buscar fazer conhecidas as boas-novas da graça de Deus, justamente como Isaías, mais tarde, se ofereceu tão voluntariamente como o mensageiro do Senhor (Is 6.8). O salmista teve uma experiência semelhante (v. 13). Uma experiência da graça redentora cria uma urgência em contar a outros sobre o perdão do Senhor, e um forte desejo de ensinar-lhes o caminho do Senhor. O alvo máximo é ver outros pecadores se converterem a Deus em arrependimento e fé. O verbo “voltar” (heb., shubh) é amiúde usado para arrependimento e para a conversão a Deus (ex., Is 44.22; Os 6.1).

O pecado de Davi pesa muitíssimo sobre ele, e é como se temesse especialmente o resultado de haver matado Urias (v. 14). A palavra “culpa de sangue” literalmente é “sangues”, e à guisa de comparação com Gênesis 4.10 denota sangue derramado, assassinato. Em vez de pensar na proteção de Davi contra a vingança da família de Urias, é preferível ver isto como uma oração por livramento da culpa de seu crime, ao Deus que o salva. Desta forma, as idéias se ajustam melhor com todo o contexto do salmo.

Um pecador perdoado também quer louvar a Deus pelo que ele fez (vs. 14b, 15). Aqui Davi demonstra o espírito de gratidão que o enchia depois que Deus ouviu seu clamor. A palavra de perdão veio através do profeta Natã que lhe disse: “O SENHOR eliminou seu pecado” (2Sm 12.13b). O desejo de Davi é que Deus abra seus lábios e que sua boca esteja cheia da justiça divina e do louvor a Deus. Sob a lei mosaica foram designados vários sacrifícios, mas nenhum pelo homicídio premeditado. A ação de Davi veio sob a categoria de pecados de uma mão erguida (ver Nm 15.30), pois ele agira desafiadoramente e em rebelião contra a lei de Deus. Mas, mesmo que se pudesse oferecer um sacrifício, contudo Davi corretamente reconhece que o espírito, em que ele é oferecido, é primariamente importante (vs. 16,17). Mera cerimônia formal jamais poderia resultar em perdão. Antes, tinha de haver um coração tocado pelo Espírito Santo a convencer-se do pecado (Jo 16.8). Quebrantamento, neste caso, é um sinal de profunda angústia de coração pelo pecado, e Deus não desviará seu ouvido do clamor do necessitado (Sl 102.17).

5. Oração por Sião (vs. 18,19)

Tudo indica que Davi sentia que seu pecado podia trazer sérias conseqüências a toda a nação. Por isso, ele ora por Sião e Jerusalém (vs. 18,19). Estas palavras mostram que a referência precedente a sacrifícios não visava a denegrir todo o sistema sacrificial como tal. Deus tinha posto sua escolha sobre Jerusalém, e Davi ora por sua proteção, para que ela continuasse sobre seu povo. Então o povo será capacitado a continuar com seus sacrifícios, e trazer as oferendas das quais Deus se apraz em aceitar.

O Tesouro de Davi Versículo 15

Versículo 15

E a minha boca manifestará os teus louvores. Se Deus abre a boca, Ele certamente terá o seu fruto. A natureza daquilo que sai dos lábios do homem está em conformidade com o porteiro que guarda seus portões. Quando a vaidade, a ira, a falsidade ou a luxúria abrem as portas, os crimes mais sujos saem em marcha. —C. H. SPURGEON

Caso desejemos ser porteiros na casa de Deus, supliquemos primeiro que Deus seja porteiro em nossa casa, para que Ele feche a portinhola em nossa boca contra discursos repugnantes e abra as portas de nossos lábios para que manifestem os Seus louvores. Esta foi a oração de Davi e deve ser a nossa prática, na qual observaremos três pontos em especial: Quem? O Senhor. O que? Abra meus lábios. Por que? Para que minha boca manifeste os teus louvores. —JOHN BOYS

Ele ora para que os seus lábios sejam abertos; em outras palavras, que Deus lhe concedesse motivos para louvor. O significado geralmente conectado à expressão é que Deus direcionaria sua língua de tal forma, pelo Espírito Santo, que o ajustaria para cantar Seus louvores. Mas ainda que seja verdade que Deus deve nos dar as palavras, e se Ele não o fizer ainda assim não podemos permanecer em silêncio em Seu louvor, Davi parece intimar que a sua boca não se abrirá até que Deus o chame ao exercício de ação de graças concedendo perdão. —JOÃO CALVINO

Comentário Bíblico Latino-Americano Entrega e Serviço (51.14–17)

Entrega e serviço (51.14–17)

Para um crente em comunhão com Deus, não há nada mais agradável que ser seu instrumento para levar bênção a outras pessoas. O salmista sabe disso, portanto pede a Deus que não o deixe cair de novo e que consiga louvá-lo como costumava fazer. Pede que Deus abra seus lábios para adorá-lo. A maneira como aborda o tema dos sacrifícios e holocaustos não implica que se oponha à prática de sacrifícios, mas que ele tem claro que o que Deus prefere é o coração humilde e entregue por completo a ele. A intenção dos sacrifícios sempre foi prover uma expressão exterior dessa atitude de entrega a Deus de coração.

Intercessão por Sião (51.18–19)

Alguns estudiosos do AT dizem que estes dois versículos foram acrescentados durante ou depois do exílio. Isso é possível, mas também é provável que o próprio Davi os tenha incluído, pois ele sempre enfatizava Sião. Eles não contradizem o restante do salmo; na verdade, à luz do que expusemos, espera-se que os sacrifícios que Deus instituiu sejam oferecidos com o coração contrito, humilhado e obediente diante de Deus.

Perguntas para reflexão

Quais afirmações deste salmo o ajudam a avaliar melhor o perdão de Deus que você experimentou?

Em que circunstâncias e de que maneiras você pode usar este salmo para ajudar outras pessoas?

Salmo 51:14-15

Não é certo se o hebraico "sangues" (RSV bloodguiltiness) no versículo 14a se refere ao próprio sangue derramado do salmista, "morte" (ver nota de rodapé da RSV) ou ao derramamento do sangue de outros, "assassinato". A primeira é a escolha de Kirkpatrick, Anderson; TEV, FRCL, nota de rodapé da RSV, nota de rodapé da NEB; a última é a escolha da nota de rodapé da TEV, RSV, NEB, NJV, AT, NAB, SPCL. Alguns alteram ligeiramente o texto hebraico (ver Oesterley, Taylor) para obter "livrai-me do silêncio", seja no sentido de o salmista estar em silêncio, ou seja, não louvar a Deus, ou então, o silêncio da sepultura, o que parece mais provável. (Supõe-se que bloodguiltiness da RSV, bloodguilt da NJV, bloodguilt da NIV, bloodguilt da NAB e blood-guiltiness da AT signifiquem culpa de assassinato já cometido ou assassinato ainda a ser cometido; a expressão é ambígua). Uma versão possível é "do pecado mortal"; a TOB traduz literalmente e em uma nota de rodapé dá três interpretações possíveis: (1) isenta-me de ter que oferecer sacrifícios; (2) não permite que meu sangue seja derramado; (3) purifica-me do sangue que derramei. Mesmo partindo do pressuposto de que o salmo foi escrito por Davi, se "sangue" se refere ao assassinato de Urias (segundo alguns comentaristas judeus), o único significado possível seria que o salmista está pedindo perdão pelo assassinato; e parece impossível que o salmista peça a Deus que o impeça de assassinar alguém (como Briggs aponta, esse significado não é sustentado pelo uso). De modo geral, parece melhor entender as palavras como um pedido para que Deus poupe o salmista de uma morte violenta e prematura (ver Weiser). Portanto, GECL "Deus, você é meu salvador! Eu mereço a morte, mas me poupe!"

Reconhecimento do pecado v.1-5

Arrependimento e Confissão v.6

Agora, entre em cena as ações de Deus… v.7-12

Consequências da misericórdia de Deus v.13-15

Resultado consciente do que Deus não quer… v.16

Conscientização do que Deus deseja v. 17

Sentimento de perdão ampliado para a nação v. 18

Sacrifício aceito! v.19