A RESPONSABILIDADE DA INFLUÊNCIA

Amós  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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O profeta Amós emite a sentença do Senhor aos notáveis de Judá e Israel. Por conta de seu pecado de negligência e insensibilidade eles seriam os primeiros a serem levados cativos. Um coração que idolatra o luxo fica cego para a misericórdia.

Notes
Transcript

Introdução

Quando o Senhor chamou Abraão, e a partir de sua descendência abençoou um povo, deu um lugar para eles morarem, os governou e protegeu, de certa forma Ele imputou sobre essa nação uma responsabilidade. O vinculo com Yahweh exige que eles testemunhem sobre essa relação ao mundo. Essa é uma parte da responsabilidade, sua continuidade exige conhecer o Senhor e comunicar esse conhecimento para que os outros povos o adorem. Logo, não é apenas propósito pessoal que glorifiquemos ao Senhor, mas vocação natural inerente de todo homem, glorificar seu criador.
Por isso aqueles que reconhecem essa responsabilidade dedicam sua vida para influenciar os outros no caminho do Evangelho, porém vivemos sob constante motivação da carne que se consome em pecado. E quando nos deixamos influenciar pela carne rejeitamos a responsabilidade que Deus nos deu, para satisfazer o prazer fluido desse tempo, acabamos nos tornando instrumentos de mobilização do pecado.
Ler o livro de Amós e distinguir os ensinos de Deus sobre a história de Israel, nos ajuda a compreender como um povo que abandonou sua responsabilidade se tornou instrumento de influência do mal e colheu os frutos da violência, atraindo uma violência ainda maior para si. As consequências de uma liderança pecaminosa é um povo que se embriaga do pecado e colhe a dor da condenação. Ao mesmo tempo parte da geração sofre por conta da negligência dos afortunados e opressão dos gananciosos e corruptos.

Texto Bíblico

“Ai dos que andam à vontade em Sião e dos que vivem sem receio no monte de Samaria, homens notáveis da principal das nações, aos quais se dirige a casa de Israel! Vão à cidade de Calné e olhem. Dali, vão à grande cidade de Hamate e, depois, desçam até Gate dos filisteus. Será que eles são melhores do que os reinos de vocês? Ou será que o território deles é maior do que o de vocês? Vocês imaginam que o dia mau está longe, mas estão fazendo com que o trono da violência se aproxime. Vocês dormem em camas de marfim e se espreguiçam sobre os seus leitos. Comem os cordeiros do rebanho e os bezerros que estão na engorda. Ficam cantando à toa ao som da lira e, como Davi, inventam instrumentos musicais. Bebem vinho em taças e se ungem com o mais excelente óleo, mas não se afligem com a ruína de José. Portanto, vocês estarão entre os primeiros que serão levados para o cativeiro, e cessarão as festanças dos que gostam de se espreguiçar.” Am 6.1–7.

Entendendo o Texto

Nesse trecho da Palavra existem algumas acusações que são dirigidas diretamente aos líderes e influentes do povo, mas também retrata a situação da nação como um todo. Observando a primeira parte, o texto chama a atenção de um grupo chamado "notáveis", eram líderes religiosos, reis, juízes, nobres e todos aqueles que tinham autoridade na nação. Nesse tempo as classes sociais eram divididas em dois grupos: a classe alta e a classe baixa; a classe média só veio a surgir a pouco tempo na história moderna. Assim os pobres e mais humildes buscavam conselho e ajuda nos "notáveis" da classe alta, afinal seu sucesso na cultura representava aprovação divina, e eles seriam os abençoados que dirigiam a nação.
Esses deveriam ser aqueles que abraçariam a responsabilidade e influenciariam todo povo para uma vida em santidade e obediência a Lei do Senhor, mas o profeta dirige sua palavra a eles em acusação por negligenciarem sua responsabilidade e demonstrarem posturas reprováveis. A eles o profeta aponta o pecado da indiferença conectados as suas responsabilidades com Deus, ao que estava acontecendo ao seu derredor, ao que estava por vir no futuro e em relação a situação do povo.
Como uma voz a todo povo ele cobra dos lideres um postura de obediência e respeito a Deus, pois viviam de forma despreocupada "andam a vontade" e "vivem sem receio". Apesar dos constantes avisos dos profetas, eles confiavam mais em suas conquistas, fortalezas, religião e poder bélico do que na Palavra de Deus. Descansavam na segurança que o dinheiro compra ou que a religião pode camuflar, afinal porque Deus haveria de se zangar com eles se em tudo prosperavam e se cumpriam seus rituais com ofertas abundantes tão rigorosamente? Acreditava que as ameaças dos profetas não eram verdadeiramente séria, era como um pai ameaçando o filho com o bicho-papão inútil.
Essa mentalidade não deixava que eles percebessem a ação de Deus ao redor do povo, no primeiro capítulo o profeta emite uma sentença aos povos pagãos e depois dirige-se aos Judeus e Israelitas, agora ele convida os notáveis a olharem para três cidades grandes e poderosas que foram arrasadas e conquistadas. Todas confiavam em sua força e pereceram, algumas delas pelas mão do próprio rei Jeroboão II, a intenção aqui é mostrar como Deus pode destruir qualquer segurança que o homem constrói, Ele não aceita barganha e não se deleita em rituais corruptos.
Os líderes fecharam os olhos para tudo isso e ignoravam a vinda do juízo do Senhor, quando calaram os profetas e a Lei, ou quando desconsideravam os acontecimentos ao redor, e até mesmo as calamidades que sofriam, eles estavam confiantes que os critérios externos comprovavam a aprovação de Deus sobre suas vidas. Riqueza, santuários e conquistas. Como eles teriam que sofrer se eram fieis religiosos, Deus fez uma aliança com eles, são o povo escolhido, devolvem os dízimos e ofertas, celebram os rituais da Lei, qual o motivo de sofrerem o mal? Eles se apegavam a essa desculpa e viviam descansados em seus pecados, no versículo 3 o termo "trono da violência" é uma alusão ao rei da Assíria, pois eram um povo conhecido por sua brutalidade e violência, assim os notáveis acreditavam que nunca viria um dia mal contra eles, mas o Senhor estava os enviando os Assírios.
O resultado de uma liderança que é indiferente a vontade de Deus é um povo que sofre, os mais humildes viviam massacrados pela opressão e miséria. Os versículos 4 a 6 mostram como era a vida dos Israelitas de forma direta aos líderes e indireta ao povo. É direto pois conta sobre uma vida de luxo indiscriminado, o texto parece contar sobre uma festa constante onde o conforto luxuoso de camas decoradas com marfim se sobrepõem aos pobres que não tinham aonde dormir, enquanto eles comiam o vitelo os miseráveis nem tinham o que comer. Bebiam e se embriagavam bebendo direto nas "ânforas" recipientes grandes onde o vinho primeiro era misturado para depois ser servido nos copos e cálices, isso refletia em uma vida preguiçosa e indiferente a situação dos pobres, enquanto viviam se espreguiçando em ressaca os trabalhadores acordavam pela manhã sem café e labutavam em campos por um salário extorsivo.
A música sempre é uma referência de alegria e expressão cultural, aqui é diretamente relacionada a vida libertina e luxuosa, eles cantavam e inventavam instrumentos para louvarem a si mesmos e a vida que esbanjavam e não para louvar a Deus como Davi fazia. Neste tempo as pessoas não tinham um cheiro "agradável" como hoje em dia, mas o profeta aponta que eles gastavam muito em perfumes e essências caras, esbanjando coisas supérfluas como uma camuflagem para o cheiro podre de suas depravações, não somente associadas ao cheiro comum do corpo mas também aos vômitos de suas festas.
Em tudo isso o profeta esta falando para alerta-los como negligenciavam a situação do povo de Deus, usando a figura de José ele lembra como os irmãos do patriarca esbanjavam enquanto ele perecia no buraco. Da mesma maneira os lideres vivem de forma pecaminosa enquanto tapam os olhos e os ouvidos para os pobres, eles não se afligiam nem um pouco com a ruina do povo. Em alusão aos tempos de conquista da terra prometida, a lideres como Josué, o luxo do tempo de Amós quebrou a coragem do coração daqueles que deveriam ser "fortes e corajosos" e os tornou frágeis e depravados, confiantes em circunstâncias e bens que os condenavam e seriam sua ruina.
Então Amós anuncia o juízo de Deus, "ai dos que andam" assim, pois "vocês estarão entre os primeiros que serão levados para o cativeiro", aqueles que recebem maior responsabilidade serão cobrados de forma mais rígida, os notáveis seriam os primeiros a cair diante a invasão Assíria, pois por consequência de sua preguiça e negligencia o povo já estava perecendo a muito tempo. .Deus sempre cumpre sua Palavra, por isso em 722 a.c, o rei Salmeneser, invadiu e conquistou Samaria (2Re 17.3, 18.9), e o primeiro a ser capturado e enviado ao cativeiro foi o rei Oseias, um "notável" que era rei naquela época.

Conclusão

O texto do profeta não está condenando a riqueza e o usufruir de prazeres legítimos, qualquer um que obtiver sucesso em sua vida é merecedor de desfrutar de uma vida confortável, adquirir carros que lhe agradam, tirar férias em lugares lindos. O pecado é viver ou ter como alvo esse estilo de vida esbanjador e insensível, e nos seus planos, no seu orçamento, não haver margem nenhuma para ajudar o próximo, o necessitado, aquele que realmente precisa. Esse era o caso dos notáveis da nação, receberam uma responsabilidade de influenciar o povo pelos caminhos de Deus e negligenciaram seus caminhos embriagados pelo pecado.
Por isso Jesus nos alerta sobre a vida em vigilância:
"Tenham cuidado para não acontecer que o coração de vocês fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vocês repentinamente, como uma armadilha. Pois sobrevirá a todos os que vivem sobre a face de toda a terra. Portanto, vigiem o tempo todo, orando, para que vocês possam escapar de todas essas coisas que têm de acontecer e para que possam estar em pé na presença do Filho do Homem." Lc 21.34–36.

Aplicação

Diante esse texto gostaria de sugerir algumas aplicações praticas para nossa vida:
Deus abomina o pecado do descaso, da indiferença e insensibilidade para com as pessoas ao seu redor;
Governos, Patrões e Lideres Familiares;
Líderes Religiosos;
A igreja precisa estar atenta a sua postura com os recursos arrecadados e os membros em vigilância para não se tornarem insensíveis a causa verdadeira;
Instituição ou corpo;
Missão ou Status;
Uma palavra aos sofredores desse tempo: "Deus se importa e Ele virá em seu resgate."
Clamor e esperança;
Arrependimento e perdão;
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