Caim, Abel e a Descendência.
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Gênesis 4.1-5.32.
Neste estudo nós iremos entender que só existe dois tipos de pessoa no mundo após a queda dos nosso pais. E são: aqueles que adoram a Deus e aqueles que adoram a si mesmos.
Já dissemos que fomos feitos para a glória de Deus e que experimentamos isso quando usufruímos de todo o melhor que Deus colocou à nossa disposição em toda sua criação. Uma coisa excepcional que Deus capacitou o ser humano foi do desejo e do entendimento de que Deus quer ser adorado. E todos, sem nenhuma exceção temos isso em nosso coração plantado. E Deus fez mais do que isso, pois desde o início mostrou o padrão como isso deveria ser feito, e esse padrão tinha tudo a ver com a sua Aliança e com o único modo como o homem pecador pode ser aceito em sua presença.
E é exatamente sobre isso e um pouco mais que falaremos hoje, sobre adoração.
Adão e Eva começa neste capítulo cumprindo com um dos mandatos de Deus, o de crescer, ser fecundos e encher a terra. Na sua versão talvez diga que Adão conheceu a Eva, essa palavra significa que eles se envolveram em um intimo relacionamento, e neste caso, em uma relação sexual de marido e esposa. E assim, eles deram a luz um filho que foi chamado de Caim.
O segundo filho foi o Abel, irmão de Caim.
Abel era pastor de ovelhas e Caim era lavrador.
Alguns defendem que eles eram gêmeos, contudo, a Bíblia não declara nada quanto a isso.
A mulher reconhece que do SENHOR adquiriu um filho, e o seu nome é Caim significa “adquirido” e o segundo é Abel que significa “fôlego”. Um lembra que a vida vem de Deus, e o outro que a vida é breve.Enquanto que nos capítulos anteriores podemos perceber que o inimigo que venceu Adão e Eva foi o diabo, aqui iremos perceber que o inimigo do homem é também a sua própria carne, ou seja, ele mesmo, o seu próprio coração.
Você poderá perceber que Caim é o tipo de homem que Deus não quer que sejamos e Abel é o tipo que Ele aprova e que quer que sigamos este exemplo.
Caim e Abel foram ensinados por seus pais a adorarem a Deus, eles aprenderam isso com eles porque o próprio Deus que foi adorado no Éden, continuaria a ser adorado fora d’Ele. Então, quando já adultos eles resolveram trazer uma oferta a Deus, ou seja, adoração, sacrifícios.
E até o momento eles estavam indo bem, fazendo algo correto, adorar a Deus.
E isso é algo que nascemos necessitados de fazer como disse Calvino: “Não há povo tão bárbaro, não há gente tão brutal e selvagem, que não tenha arraigada em si a convicção de que há Deus”
Como disse Agostinho: “Criaste-nos para Vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa em Vós”
Oferta de Caim
Aqui iremos perceber o grande pecado que é não somente o se recusar a adorar a Deus, mas, podemos ver outra face disso com Caim. Caim não se negou a adorar a Deus, mas ele o fez de um modo equivocado, da maneira errada. Nesse ponto é crucial entender o que foi que Caim fez de errado.
O texto de Gênesis 4.3–5 diz: “Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante.”
Todos nos perguntamos o que houve aqui, qual o erro de Caim e o acerto de Abel.
Algo na atitude de Caim deve ter levado Deus a não aceitar sua oferta, é isso que devemos já destacar.
Creio que podemos identificar no mínimo dois problemas: um de intenção e outro de método.
Falaremos primeiro sobre a intenção de Caim.
Deus detectou algo negativo na intenção de Caim. Algo em seu coração não condizia com a oferta que ele estava oferecendo a Deus. Podemos deduzir isso pela própria reação do próprio Caim que ficou irado diante da não aceitação de Deus à sua oferta e pelo que Deus lhe disse logo depois
Gênesis 4.6-7: Então: “Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”.
Faltou algo na oferta de Caim antes mesmo de Deus considerar a sua oferta ele já havia se irado.
Então, é certo que faltou uma atitude íntima de respeito, submissão e, principalmente, de fé de Caim para com Deus.
Kaiser diz que “Deus atribuía mais valor à condição do coração do ofertante do que à oferta que este trazia”, mas como é possível dissociar uma coisa da outra? Deus não gostou de ambas as coisas. Nem do ofertante, nem da oferta.
Por isso, fica muito claro que há um problema no coração de Caim, e Deus apontou isso ao dizer que ele tinha a obrigação de dominar aquele impulso íntimo que o conduzia para uma má atitude. (v.7)
O problema de Caim é que ele quis agradar a Deus à sua maneira, Caim queria adorar a Deus da maneira que ele mesmo propós no coração e não segundo a vontade soberana de Deus.
Caim se sentiu no direito de fazer as coisas como ele próprio desejava. Pensava que Deus o aceitaria, porque ele estava fazendo o que era certo. Pensava que Deus devia aceitá-lo como ele era. O grande problema da oferta de Caim é justamente isso: A oferta era dele.
Deus já havia demonstrado a Adão e Eva que eles não podiam agradá-lo à sua maneira, que precisavam desistir de suas roupas feitas por suas próprias mãos, e aceitar as roupas feitas por Deus, mas Caim provavelmente pensava que Deus precisava aceitar seus esforços e o que ele podia fazer de bom.
Oferta de Abel
Olhemos agora para a oferta de Abel, o texto diz que Deus se agradou de Abel e de sua oferta, note que a adoração não pode ser separada do adorador.
A razão da aceitação divina só pode ser encontrada no fato de que Abel se uniu “a seus pais na aceitação das promessas de Yahweh” (Van Groningen, Vol 1, p. 143).
Ele manteve o padrão que Deus já havia revelado. Abel entendeu que havia um caminho a ser seguido que era o de fé, obediente ao que Deus já havia revelado.
Um animal foi morto para que Deus vestisse Adão e Eva. Esse era o padrão que Deus havia deixado claro. Abel não quis oferecer obras ao Senhor, mas levou um animalzinho semelhante àquele que Deus matou para fazer as vestes de peles para seus pais e o ofereceu ao Senhor. Não havia no coração de Abel uma sensação de que Deus devia aceitá-lo por suas boas atitudes. Havia no coração de Abel o entendimento de que só o sacrifício de um inocente poderia torná-lo aceitável diante de Deus.
O sacrifício de Abel era ele dizendo, eu preciso de Ti SENHOR para ter minha vida limpa, coberta e perdoada, pois sou pecador como meus pais. E assim como o SENHOR os ensinou a te adorar, assim eu te adoro neste sacrifício.
O Novo Testamento realmente diz que o que Abel ofereceu foi um “mais excelente sacrifício” (Hb 8.4). Portanto, foi realmente um sacrifício. E o mesmo autor da carta aos Hebreus diz nessa passagem que ele fez isso “pela fé”.
Então por que Abel foi aceito? Porque ofereceu a Deus um sacrifício pela fé. Ou seja, sua atitude e seu método estavam correto.
E foi exatamente isso que faltou na oferta de Caim. Ele não ofereceu o sacrifício correto porque não teve fé. Queria ser aceito por suas próprias obras, mas não percebia que seu procedimento íntimo estava errado. De certo modo, Caim foi o primeiro homem religioso desse mundo. Entendendo religião aqui como uma atitude humana de tentar agradar a Deus por si mesmo e por seus próprios esforços. É a atitude humana de tentar chegar até Deus, desconsiderando a revelação divina de que ninguém pode ir até Deus por si mesmo. A religiosidade de Caim desprezou o meio de graça oferecido por Deus. Ele ofereceu mecanicamente algo a Deus, sem a fé verdadeira que tornaria aceitável sua oferta e também sem a oferta apropriada que justificava a fé, pois não era uma oferta de sangue.
Frutos da terra podiam ser oferecidos a Deus, mas não para redimir o pecado, pois “sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb 9.22).
Ele (Caim) se recusou a praticar o padrão de fé que Deus já havia revelado para seus pais. Isso tudo nos mostra que ninguém pode ser aceito por Deus fora de Cristo. Ninguém deve tentar agradar a Deus por si mesmo, confiando em suas obras ou esforços.
O homem ou o culto que agrada a Deus não é aquele que tem os elementos do esforço ou da vontade humana, mas que são mediados por Cristo e seu sangue precioso derramado pelos pecadores. Esse sangue segundo a Bíblia “fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel” (Hb 12.24).
Logo após isso, temos a reação de Caim que se enfureceu, em vez de se arrepender de seu pecado, ele se mostrou violento e como não poderia matar a Deus, o que fez? Acabou matando o seu próprio irmão. (v.8)
Após o primeiro assassinato na Bíblia, o SENHOR chamou Caim para prestar contas, e assim o faz. (v.9)
Caim era o primogênito, ele tinha responsabilidades com o mais novo Abel. Mas ele demonstrou a Deus que não assumia aquela responsabilidade ao dizer que não era tutor do seu irmão.
E assim não teve nenhuma piedade do seu irmão que foi morto. E então, quando Deus o amaldiçoou como uma justa atitude em relação ao derramamento do sangue, mostrando que Deus é o justo juiz, Caim disse: “É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo” (Gn 4.13). Ou seja, ele só conseguiu ter sentimentos de autopiedade em relação a si mesmo (Van Groningen, vol 1, p. 144). Não confessou sua culpa, não reconheceu o seu mal, continuou com seu semblante descaído, lamentando seu desgraça. Mas, o que é a autopiedade, senão for a adoração a si mesmo? É isso que Caim fez, o tempo todo estava adorando a si mesmo e não a Deus.
O pecado é um mal que nós devemos fugir, todos os dias, esse mal pode trazer consequências desastrosas, e percebemos isso na vida de Caim (v.11-13)
Caim e Abel, os descendentes da mulher, contudo, um deles gerará a descendência piedosa e o outro a descendência impia. E aqui nós encontramos isso nitidamente, onde Caim é relacionado a serpente, maldito. Caim foi amaldiçoado a não ter lugar seguro e a andar sendo fugitivo sem lugar permanente além disso, todo o seu trabalho seria infrutífero.
Logo depois Caim faz a sua reclamação contra sua sentença, e isso revela a sua tristeza, ou melhor, o seu remorso não tanto pela culpa de ter matado o seu irmão, mas pelas consequências de seu pecado. Ainda assim, o Senhor continuou agindo com misericórdia e acalmou o fugitivo ao colocar um sinal de proteção em Caim e uma maldição em qualquer pessoa que o matasse. O episódio termina em tristeza profunda, pois diz: “Caim se retira da presença do Senhor.” Mais uma vez o homem é retirado da presença de Deus, e isso é a mais dolorosa de todas as despedidas. Ele vai morar na terra de Node, mas essa terra é desconhecida até os dias de hoje, do mesmo modo como a terra do Éden, onde o Jardim foi plantado. Por isso, não cabe a nós ficarmos especulando, pois essa informação é secundária.
Descendentes
Então, começa as descendências, começa o que chamamos de genealogias onde estudamos a origem das nossas famílias.
Aqui começamos falando de Caim e sua mulher, não sabemos muito sobre a origem dessa mulher, mas, o que interpretamos é que Caim casou com sua própria irmã. Uma das filhas de Adão e Eva ou mesmo com outra familiar consanguínea.
Já podemos notar aqui as características tecnológicas segundo afirma o professor Adauto Lourenço.
Gênesis 4.17 “E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho.”
Agropecuária - Gênesis 4.20 “Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado.”
Instrumentos de música - Gênesis 4.21 “O nome de seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta.”
Mineração, metalurgia, siderugia e processos de manufaturados - Gênesis 4.22 “Zilá, por sua vez, deu à luz a Tubalcaim, artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro; a irmã de Tubalcaim foi Naamá.”
Isso tudo era a tecnologia da época já dos nossos pais.
Na descendência de Adão passando por Caim, temos sete gerações. (Adão, Caim, Enoque, Irade, Meujael, Metusael e Lameque)
Na descendência de Adão passando por Sete (substituto de Abel) temos mais dez gerações. ( Adão, Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede, Enoque, Metusalém, Lameque, Noé)
Essas são as duas árvores genealógicas que tiveram pessoas diferentes gerando filhos diferentes, e criando de formas diferentes e com resultados diferentes.
A descendência de Caim saiu errante pela terra, enquanto que a de Sete foram andando com Deus e sendo abençoados.
A família de Caim termina em Lameque e a de Sete termina com Noé .
Lameque é destaque, pois dá seguimento a pecaminosidade de Caim e ainda amplia mais. Lameque foi poligamo, violento e assassino.
Versículos 23-24 é uma canção, e nessa canção, Lameque explica às suas esposas que matou um rapaz em legítima defesa. Uma vez que seu crime não foi premeditado (ao contrário do ato de Caim), Lameque considerou que sua imunidade contra seu pecado deveria ser muito maior que as que Caim recebeu de Deus.
E continua no mesmo momento, para nosso alívio, o texto introduz a linhagem piedosa de Sete, por meio de quem o Messias viria ao mundo. A partir do nascimento de Enos (que significa “frágil” ou “mortal”), as pessoas começaram a chamar Deus de SENHOR (Jeová) ou então a invocar o nome do SENHOR em adoração pública.
Aprendemos
Deus não aceita o que aceitamos
Deus é misericordioso
Existe uma descendência amaldiçoada e outra abençoada