Mt 26.57-68 O julgamento do Rei
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IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS
SETEMBRO/2024
Rev. Mateus Lages
Tema: Como Deus se tornou Rei!
Dia 15/09: Mt 26.57-68 O julgamento do Rei
Deus fala: Saudação - Salmos 2
Nós falamos: Oração inicial
Nós cantamos: Hino 147 - Vencendo vem Jesus
INTERCESSÃO POR MISSIONÁRIOS E SEUS CAMPOS, IGREJA, OFICIAIS, MEMBRESIA E CONGREGAÇÕES
Deus fala: João 2.13-22 (21)
Nós falamos: Oração de confissão
Nós cantamos: Hino 1578 - Segurança em Cristo
LOUVOR
Ele é exaltado
Bênção e honra
Isaías 53
Tema: Como Deus se tornou Rei
Mt 26.57-68 O julgamento do Rei
INTRODUÇÃO/CONTEXTO
Irmãos, tenho sido repetitivo nessa introdução que nos contextualiza sobre todo o capítulo 26, mas espero encorajá-los a considerar a importância do contexto da passagem antes de estudarmos qualquer referência bíblica.
Recordemos, então, que neste capítulo 26 tem sido construído o relato sobre a paixão de Cristo. Logo no início do capítulo notamos a predição da morte por crucificação, a celebração da última Páscoa com anúncio da traição e instituição da Santa Ceia, que nos remeteu a percepção de que tal como a décima praga ceifou os primogênitos dos inimigos de Deus para salvação do seu povo, agora, Jesus Cristo, o primogênito Filho de Deus, será morto para preservação do povo de Deus.
Portanto, Jesus é o servo sofredor, no sentido de receber a consequência do pecado humano contra si completamente, de modo que o resultado disso seja a salvação para o povo representado por neste sacrifício para remissão dos pecados, de modo que essa salvação dê novo significado para a Páscoa, fazendo com que cada celebração da Santa Ceia seja uma celebração da Páscoa para o cristão.
Na sequência do capítulo, notamos Jesus alertar para constante vigilância e oração em meio às muitas tribulaçães que passariam nas próximas horas após sua prisão, julgamento, crucificação e morte.
Vamos ao texto: Mt 26.57-68 O julgamento do Rei
Irmãos, este julgamento se deu no Sinédrio, lugar onde questões voltadas aos temas religiosos eram julgadas naqueles dias. O juiz, digamos assim, era o Sacerdote, no caso Caifás. Portanto, no fim das contas, judeus conderão Jesus por meio do julgamento religioso feito pela maior liderança daqueles dias, o Sacerdote.
Por isso, poucos tópicos causam maior tensão entre judeus e cristãos que o julgamento de Jesus. Don Carson comenta que “os que cometeram atrocidades abomináveis contra os judeus, com frequência, basearam seus atos no fato de que os judeus são os assassinos de seu Messias, ou matadores de Deus, e todos, com muita frquêuncia, procuram reforço em Mateus 27.25 “E o povo todo respondeu: — Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos!”
Contudo, romanos e judeus dividem essa culpa. Não há como esquecermos que o império daqueles dias teve a palavra final, até porque o Sinédrio não tinha poder para aplicar a pena de morte. As questões religiosa e política foram as causas da injustiça aplicada contra o Filho de Deus. Por isso, muitos vão dizer ainda hoje: Religião e Política não se discutem.
Mas isso é tema para o capítulo 27. Para hoje, pensamos em duas pessoas que conversam sobre o mesmo tema, num mesmo ambiente e linguagem, mas não se entendem. Caifás e Jesus dialogam, mas Caifás não compreende as poucas palavras ditas por Jesus (64), que, posteriormente, se manterá em silêncio. Por isso, veremos hoje sobre como o julgamento do Rei envolveu 1) um testemunho falso (58-61); 2) silêncio do réu (62-64); 3) grande violência (65-68).
1) um testemunho falso (58-61);
Neste início, temos a cena, composta pelos personagens que são Jesus, o acusado, Caifás o sacerdote que terá a palavra final, escribas e anciãos e Pedro disfarçado entre os funcionários do Sinédrio, que seriam possivelmente um grupo de segurança.
Além de Caifás, que era autoridade máxima, temos outros sacerdotes que, ao invés de procederem conforme a Escritura, procuravam falsas testemunhas contra Jesus para o condenarem à morte. Na procura da quebra do nono mandamento (Êxodo 20.16 “— Não dê falso testemunho contra o seu próximo.”), desejavam a quebra do sexto mandamento (Êxodo 20.13 “— Não mate.”).
Mas, como bem apontava Jesus, estes não estavam vivendo conforme a Escritura, mas conforme o desejo dos seus próprios corações corrompidos pelo pecado. Isso nos ensina quão inclinados estamos à prática do pecado, de modo que nosso cargo ou ocupação na Igreja nunca se torne motivo para descansarmos de buscar conhecer e viver a Palavra de Deus em nosso cotidiano.
Porém, neste meio tempo, afinal, como descreve o verso 61, duas testemunhas afirmaram ter ouvido Jesus dizer: Mateus 26.61 “Posso destruir o santuário de Deus e reconstruí-lo em três dias.” Sabemos que de fato ele disse isso, e que sua referência não era o templo físico, mas seu próprio corpo: João 2.19–21“Jesus lhes respondeu: — Destruam este santuário, e em três dias eu o levantarei. Os judeus responderam: — Este santuário foi edificado em quarenta e seis anos, e você quer levantá-lo em três dias? Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo.” Contudo, pareceu suficiente para gerar o início de uma acusação pelo sumo sacerdote, portanto Caifás (62).
2) silêncio do réu (62-64);
A partir de agora, irmãos, mesmo recebendo uma resposta de Jesus, que cita a profecia de Daniel 7.13, perceberemos a pacividade e senso de entrega da parte de Cristo, como descreve Isaías 53.7 “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca. Como cordeiro foi levado ao matadouro e, como ovelha muda diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a boca.”
Isso aconteceu após duas testemunhas levantarem acusação contra Jesus e ele permanecer em silêncio, de modo que o sumo sacerdote se irritasse, procurando flagrar nas palavras de Jesus alguma resposta que se voltasse contra ele para acusá-lo e prendê-lo. Acontece que Jesus também fica em silêncio diante da provocação do sumo sacerdote, que faz nova afirmação exigindo uma reação de Jesus: Mateus 26.63 “— Eu exijo que nos diga, tendo o Deus vivo por testemunha, se você é o Cristo, o Filho de Deus.”
Agora, o resultado é inevitável, pois se Jesus se recusasse a responder, ele quebra um juramento imposto legalmente, de modo que se ele negasse ser quem é, acaba o julgamento, porém, se ele afirma ser o Messias, então, seria preso, pois o Messias, na mentalidade daquela liderança, jamais se sujeitaria a este perigo. Então, tudo o que vemos aqui diante dessas palavras é incredulidade. Portanto, não seriam as palavras de JEsus o que moveria seus acusadores a crer ou descrer, mas seus corações endurecidos e inclinados para a prática do mal.
Nisso nós precisamos aprender com Jesus urgentemente, no sentido de fazermos nosso papel dignamente, para não nos tornarmos pedra de tropeço na vida de ninguém, contudo, sem a arrogância de pensar que eu posso ou tenho a missão de converter aqueles que estão ao meu redor por meio da minha argumentação, apelo ou comportamento, porque não é este o modo que Deus quer operar salvação, pois, caso contrário, teria feito neste julgamento.
Jesus cita uma profecia, que se cumpre nele, o Filho do Homem, que a partir desta ação violenta que estão prestes a iniciar, não será mais visto como até aqui, o servo sofredor, mas como “o Todo-Poderoso que virá sobre as nuvens”, ou seja, no dia do juízo. Mas suas palavras permanecem sendo alvo de incredulidade (64), que se manifesta com violência contra Jesus.
3) grande violência (65-68).
Ao rasgar as próprias roupas, os sacerdotes demonstram indignação contra a blasfêmia proferida por Jesus, aos olhos deles. A questão, no entanto, parece confusa e de fato é. A frase de Jesus não blasfema, mas a reação enérgica deles fala mais alto que as palavras de Jesus e persuadem a todos que já estão naquele lugar com a inclinação para a maldade. Isso fica claro nas frases do verso 65, que denodam um apelo pela condenação imediata, ainda mais partindo do Sumo Sacerdote, que é a autorida máxima ali.
O ponto principal, irmãos, é compreendermos que para aquele povo ali reunido, seria inadmissível para o Messias tolerar aquela situação sem reação, porque ele vem da parte de Deus. Na mentalidade deles, o Messias venceria todos os inimigos, mas aqui Jesus está sendo insultado, esmurrado e estapeado, ridicularizado e humilhado com cusparadas, sem demonstrar nenhuma reação de poder.
Agora, quero citar um questionamento que um comentarista bíblico faz: Como você fala a verdade de Deus em uma situação na qual a mentira e a distorçao, bem como a injustica e a ambição, criaram um mundo no qual as palavras querem dizer coisas distintas do seu sentido? Portanto, se você tem sido algo de acusação injusta, não se revolte a ponto de perder a razão, nem use de violência ou de vingança, mas aprenda com Jesus: fique em silêncio. Enquanto o motivo da acusação for a raiva, explicações jamais serão recebidas como verdadeiras. Enquanto o ser humano está dominado pela raiva, ele não ouve palavras, só os sentimentos do coração. É preciso silenciar e deixar o tempo correr por um período, para que, se houver uma reaproximação, possa também haver uma explicação. Mas, até lá, guarde silêncio. Não se desespere. Busque refugiar-se em Deus.
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Concluindo, aprendemos hoje sobre o julgamento do Rei envolveu 1) um testemunho falso (58-61); 2) silêncio do réu (62-64); 3) grande violência (65-68).
Grandes sofrimentos Jesus padeceu em nosso lugar. Evitemos causar males e sofrimentos na vida de quem quer que seja. Sejamos mensageiros da esperança e agentes da paz. Se hoje você se encontra neste lugar de ira, arrependa-se. Este não é o propósito da sua existência: Salmo 37.8 “Deixe a ira, abandone o furor; não se irrite; certamente isso acabará mal.”
Se for possível, encerre o conflito e restaure os laços familiares ou de amizade. Este mundo é tão cruel. Jesus morreu para encerrar essa crueldade. Podemos imitá-lo nisso, evitando a maldade e, com coragem, desfazendo as crueldades. Que Deus nos ajude!
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO