(17) O perigo do pecado e o chamado à santidade - Mc 9.42-50

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Cristo exorta os discípulos sobre o perigo de escândalos

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O perigo do pecado e o chamado à santidade - Mc 9.42-50
CONTEXTO
Contexto imediato e literario
O que vem antes:
1. A discussão sobre quem é o maior (Marcos 9:33-37):
Jesus e seus discípulos chegam a Cafarnaum, e Ele pergunta aos discípulos sobre o que discutiam pelo caminho. Eles estavam debatendo quem seria o maior entre eles. Jesus responde ensinando que, no Reino de Deus, a grandeza não está no poder ou na posição, mas no serviço humilde. Ele usa uma criança como exemplo e diz que quem quiser ser o primeiro deve ser o último e servir a todos. Jesus também ensina que receber uma criança em seu nome é o mesmo que recebê-lo, e receber Jesus é o mesmo que receber Deus.
2. O uso do nome de Jesus por outros (Marcos 9:38-41):
João, um dos discípulos, relata a Jesus que eles viram alguém expulsando demônios em seu nome, mas que tentaram impedi-lo porque essa pessoa não fazia parte do grupo deles. Jesus, no entanto, os corrige, dizendo que não devem impedir quem faz o bem em seu nome, pois "quem não é contra nós é a nosso favor". Ele também afirma que qualquer ato de bondade, como dar um copo de água a alguém por ser discípulo de Jesus, será recompensado.
O que vem depois:
1. Jesus ensina sobre o divórcio (Marcos 10:1-12):
Jesus sai da região da Galileia e vai para a Judéia, além do Jordão. Lá, os fariseus vêm até Ele para testá-lo, perguntando se é lícito a um homem divorciar-se de sua esposa. Jesus responde citando a Lei de Moisés, que permitia o divórcio devido à dureza dos corações, mas destaca que desde o princípio, no plano original de Deus, o casamento foi destinado a ser uma união permanente. Ele cita Gênesis, dizendo que "o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua esposa, e os dois se tornarão uma só carne". Portanto, o que Deus uniu, ninguém deve separar.
Em particular, com seus discípulos, Jesus reforça esse ensinamento, dizendo que quem se divorcia de sua esposa e se casa com outra comete adultério, e o mesmo se aplica à mulher que se divorcia e se casa novamente.
Contexto Geral:
Essa passagem aborda a santidade e permanência do casamento, destacando a intenção original de Deus para essa união. A pergunta dos fariseus sobre o divórcio serve como um teste, mas Jesus aproveita a oportunidade para ensinar a verdade espiritual sobre o casamento e a seriedade de se quebrar esse vínculo.
Contexto histórico e cultural
Contexto Histórico:
1. Domínio Romano: Na época de Jesus, a Palestina estava sob domínio romano. A presença romana influenciava a vida cotidiana com pesados impostos, opressão militar e tensões políticas entre os judeus e os governantes romanos. Isso criou um clima de expectativa messiânica entre os judeus, que aguardavam a vinda de um libertador.
2. Judaísmo do Segundo Templo: A religião judaica era central para a identidade do povo. O Templo em Jerusalém era o centro da adoração, e os ensinamentos da Lei (Torá) guiavam a vida social e espiritual. Os fariseus, saduceus e outros grupos religiosos desempenhavam papéis importantes na interpretação da Lei e na vida religiosa.
3. Ensino de Jesus: Jesus se inseria nesse contexto como um rabino itinerante que ensinava e curava, muitas vezes em confronto com os líderes religiosos. Suas palavras eram desafiadoras, especialmente em relação à hipocrisia religiosa, o tratamento das pessoas marginalizadas e a verdadeira natureza do Reino de Deus.
Contexto Cultural:
1. Valores Comunitários: A sociedade judaica do primeiro século era fortemente comunitária. Havia uma ênfase no cuidado com os outros membros da comunidade, especialmente os mais vulneráveis. Jesus, ao ensinar sobre as "crianças" (um símbolo para os pequenos e vulneráveis), reforça a responsabilidade de cuidar dos que são mais frágeis na fé.
2. Moralidade e Pureza: A cultura judaica também tinha um forte foco na pureza moral e ritual. Isso aparece no ensino de Jesus, que adverte contra o pecado e fala da seriedade de levar outros ao pecado, especialmente os "pequenos" (os mais vulneráveis na fé). Ele usa uma linguagem forte e simbólica para falar sobre a gravidade de qualquer coisa que leve uma pessoa ao pecado.
Interpretação do Texto (Marcos 9:42-50):
1. Escândalo e responsabilidade espiritual: Jesus adverte seus discípulos contra o risco de fazer os "pequenos" tropeçarem na fé. Isso reflete a importância da responsabilidade comunitária e o cuidado para não prejudicar espiritualmente os outros. O termo "tropeçar" refere-se ao ato de desviar alguém da fé ou de fazer com que caia em pecado.
2. Corte radical do pecado: Os versículos 43-47 contêm advertências fortes sobre remover aquilo que leva ao pecado (mão, pé, olho). Essa linguagem hiperbólica enfatiza a seriedade do pecado e a necessidade de eliminar qualquer coisa que leve uma pessoa a pecar. Não é um chamado literal à automutilação, mas sim uma forma de Jesus destacar o valor da pureza espiritual e o custo do pecado.
3. Geena (inferno): Jesus fala da Geena (geralmente traduzida como "inferno"), que era um vale fora de Jerusalém associado a práticas idólatras e à destruição. A Geena tornou-se um símbolo do juízo final e da separação eterna de Deus, uma referência ao destino dos que persistem no pecado sem arrependimento.
4. Sal e paz: No final da passagem, Jesus menciona que "cada um será salgado com fogo" e exorta os discípulos a manterem paz entre si. O "sal" aqui simboliza preservação e purificação, uma metáfora para o processo de refinamento espiritual. Manter a paz reflete a importância da harmonia na comunidade de fé.
Conclusão:
Marcos 9:42-50 reflete o ensino de Jesus sobre a responsabilidade ética e espiritual dos seus seguidores em uma comunidade de fé. Ele fala de forma poderosa contra o pecado e destaca a importância de cuidar dos mais vulneráveis. O contexto de ocupação romana, tensão social e fervor religioso ajudava a moldar a urgência da mensagem de Jesus sobre o Reino de Deus e o julgamento que viria.
ESTRUTURA
1. Cuidado com o tropeço do escândalo (v. 42)
"Qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim...": Jesus começa com um aviso solene contra aqueles que fazem os outros tropeçarem na fé, especialmente os "pequeninos", que podem ser tanto as crianças como os crentes humildes.
Gravidade do pecado de escandalizar: O castigo para quem causa esse tropeço é descrito de forma severa — "seria melhor amarrar uma pedra de moinho no pescoço e ser lançado no mar". Isso demonstra o profundo valor que Jesus dá à fé e à integridade espiritual dos seus seguidores.
2. Corta fora o que te faz tropeçar “pecado” (v. 43-48)
Jesus usa linguagem hiperbólica para enfatizar a necessidade de cortar o mal pela raiz. A mão, o pé ou o olho que levam ao pecado devem ser “cortados”, ou seja, devemos nos livrar radicalmente de tudo que nos afasta de Deus, mesmo que isso seja doloroso ou custoso.
Mão - ações que nos levam a pecar. Josué 7.20–21Acã respondeu a Josué: — É verdade, eu pequei contra o Senhor, Deus de Israel, e fiz assim e assim. Quando vi entre o despojo uma boa capa babilônica, uns dois quilos e meio de prata e uma barra de ouro pesando mais de meio quilo, cobicei essas coisas e as peguei para mim; e eis que estão escondidas na terra, no meio da minha tenda, e a prata, por baixo.
1. Contexto: Após a queda de Jericó, Deus havia ordenado que todo o ouro, prata, bronze e ferro fossem consagrados ao Senhor e colocados no tesouro. O restante deveria ser destruído.
2. O Pecado de Acã: Acã, no entanto, desobedeceu e tomou para si uma capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma barra de ouro. Ele escondeu esses itens em sua tenda.
3. Consequências: Por causa do pecado de Acã, Israel foi derrotado na batalha contra a cidade de Ai. Josué orou ao Senhor, e Deus revelou que havia pecado no acampamento. Após investigação, Acã confessou seu pecado. Ele e sua família foram julgados e mortos, e os itens roubados foram destruídos, conforme a ordem de Deus.
- lugares que nos levam ao erro. Lc 15.11-32 - História do filho pródigo.
Olho - desejos que nos afastam de Deus. 2Samuel 11.1–3Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, Davi enviou Joabe, seus oficiais e todo o Israel. Eles destruíram os filhos de Amom e sitiaram a cidade de Rabá. Mas Davi ficou em Jerusalém. Uma tarde, Davi se levantou do seu leito e andava passeando no terraço do palácio real. Dali viu uma mulher que estava tomando banho; ela era muito bonita. Davi mandou perguntar quem era. Disseram-lhe: — É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu.
Jesus fala sobre o inferno, um lugar de tormento eterno, destacando a seriedade das consequências do pecado não tratado. A palavra "inferno" (Geena) é mencionada como um lugar onde "o fogo não se apaga". Isso nos lembra da urgência de uma vida transformada.
3. O chamado ao sacrifício e à purificação (v. 49-50)
Jesus fala sobre ser “salgado com fogo”, uma imagem que aponta para o sofrimento e a purificação. Assim como o sal preserva e purifica, os cristãos são chamados a passar por provações que os purificam e os preparam para uma vida santa. O sal também representa o testemunho e a influência do cristão no mundo.
O sal da terra O cristão deve ser uma influência positiva, mas se perder sua essência, perde sua utilidade no Reino de Deus.
Mateus 5.13 “— Vocês são o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.
GRANDE IDEIA:
"Cuide dos vulneráveis e elimine tudo que o afasta de Deus."
TEOLOGIA BÍBLICA:
1Coríntios 8.9Mas tenham cuidado para que essa liberdade de vocês não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos.”
Mateus 18.6 “— E, se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, seria melhor para esse que uma grande pedra de moinho fosse pendurada ao seu pescoço e fosse afogado na profundeza do mar.”
Romanos 14.13Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Pelo contrário, tomem a decisão de não pôr tropeço ou escândalo diante do irmão.
RESPOSTA DESEJADA
APLICAÇÃO
Conclusão:
Jesus nos chama a uma vida de santidade, nos afastando do pecado de forma radical e sendo exemplos no mundo. Assim como o sal, devemos manter nossa pureza e influência, prontos a suportar as provações que purificam nossa fé e testemunho.
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