QUANDO DEUS DIZ: "A CASA CAIU!". Naum 2.1-13

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Grande ideia: Deus segue seu próprio padrão de justiça e age soberanamente no mundo impondo seu juízo e salvação a quem lhe cabe fazer.
Estrutura: o surpreendente fim de Ninive (vv. 1-10) e o desafio imposto por Deus a Nínive (vv. 11-13).
A expressão “a casa caiu” é usada quando algo deu errado ou uma situação foi exposta. Segundo Reinaldo Pimenta, no livro “A Casa da Mãe Joana”, essa expressão originou-se na época das expedições do mercador veneziano Marco Polo ao Oriente, no século 131. É comumente usada quando alguém é pego em flagrante fazendo algo errado.
"Os Atributos de Deus (Traduzido e Adaptado por Legado Reformado)" de A.W. Pink:
"“Quando considero como a bondade de Deus é abusada pela maior parte da humanidade, não posso deixar de pensar que o maior milagre do mundo é a paciência e a generosidade de Deus para com um mundo ingrato. Se um príncipe tem um inimigo em uma de suas cidades, ele não os envia em provisões, mas sitia o local e faz o que pode para matá-los de fome. Mas o grande Deus, que poderia levar todos os Seus inimigos à destruição, suporta-os e tem um custo diário para mantê-los. Bem pode Ele nos ordenar a abençoar aqueles que nos amaldiçoam, pois Ele mesmo está fazendo o bem aos maus e ingratos. Mas não pensem, pecadores, que escaparão! O moinho de Deus anda devagar, mas mói; quanto mais admirável for Sua paciência e generosidade agora, mais terrível e insuportável será aquela fúria que surge de Sua bondade abusada. Nada mais suave do que o mar, mas quando agitado em uma tempestade, nada se enfurece mais. Nada é tão doce quanto a paciência e a bondade de Deus, e nada tão terrível quanto Sua ira quando pega fogo” (William Gurnall, 1660)."
Que nosso louvor esteja em Deus e não em nós mesmos, pois Deus odeia aqueles que se louvam. Que o testemunho de nossas boas ações seja dado por outros, assim como foi dado a nossos pais, os justos. Arrogância e teimosia e audácia para aqueles que são amaldiçoados por Deus; gentileza, humildade e mansidão com aqueles que são abençoados por Deus.
Clemente de Roma
Ser humilde de espírito, nos termos bíblicos, significa ser pobre de arrogância.
R. C. Sproul
Tiago Abadala:
Quanto àqueles (…) eu corte ia boca deles (isto é, língua) e os humilhei. O restante do povo (ainda) vivo (estava) junto às estátuas colossais, entre as quais haviam abatido. Senaqueribe, o pai do pai que me gerou- naquele momento, eu abati as pessoas ali, como oferenda à sombra dele. Seus corpos desmembrados eu dei como alimento aos cães, porocos, lobos e águias, aos pássaros do céu e aos peixes das profundezas.
William Lasor, David Hubbard e Frederic Bush
A impiedade dos assírios era notória: sua prática de deportar multidões de vítimas- que eram na realidade, marchas brutais de morte- e o tratamento de genocídio que davam às nações imprudentes que se rebelavam contra seu jugo de ferro eram bem conhecidos. Só uma alma empedernida permaneceria impassível diante de tais atrocidades. Como C. S. Lewis demonstrou com vigor, os judeus amaldiçoaram amargamente os inimigos porque levavam a sério o certo e o errado. Além disso, o imperialismo assírio ofendia a própria justiça de Deus. Se Deus é Deus, Naum e seus companheiros insistiam, não pode permitir que a perversidade desenfreada prospere indefinidamente. Deus pode ser Guerreiro e também Pastor (2.13). A Assíria, “navalha” de Deus (Is 7.20), havia rapado avidamente seus vizinhos, inclusive Israel e Judá, e era tempo de quebrar a navalha: os instrumentos do julgamento de Deus não são, em si, imunes ao julgamento. A ausência de uma bem-desenvolvida concepção de vida após a morte nesse período forçou o profeta a exigir uma defesa temporal pública da justiça divina.
Surpreendente fim de Nínive. (vv. 1-10)
(a) A destruição da cidade vem por intermédio do “destruidor” antevisto pelo profeta.

פוץ puwts

uma raiz primitiva; DITAT - 1745,1746,1800; v.

1) espalhar, estar disperso, ser esparramado

1a) (Qal) estar disperso, ser espalhado

1b) (Nifal)

1b1) ser disperso

1b2) ser espalhada para longe

1c) (Hifil) espalhar

1d) (Hitpael) espalhar

2) (Qal) fluir, passar por cima

3) quebrar

3a) (Polel) despedaçar

3b) (Pilpel) esmagar em pedaços

João Calvino:
Ora, esse acúmulo de palavras não foi em vão de forma alguma; pois era necessário confirmar, com muitas palavras, a fé dos israelitas e dos judeus com respeito à proximidade da destruição da cidade de Nínive, que de outra maneira teria sido impossível acreditar. (…) Se alguém hoje falasse de reis poderosos, cujo esplendor surpreende o mundo inteiro- se alguém anunciasse a ruína do reino de um deles, isso pareceria uma fábula. Portanto, essa é a razão por que o profeta, mediante tantas figuras, expõe um evento que poderia ter sido expresso em poucas palavras e o confirma por tantas formas de discurso, mesmo por formas hiperbólicas como essas”.
(b) Os verbos são fortes (v. 1) no recado aos poderosos de Nínive: guarda a fortaleza, vigia o caminho, fortalece os lombos, reúne todas as tuas forças.
Naum 2.1 (NTLH)
1O destruidor vai atacar a cidade de Nínive. Ponham guardas nas torres e vigiem as estradas. Chamem todos os soldados e preparem-se para lutar.
(c) O Senhor irá reunir novamente Jacó e Israel (o passado e o presente). Dá a ideia de reunião de forças, e multiplicação de vigor para uma nova realidade de juízo que viria logo adiante.
Tiago Abadala:
O contraste nos lembra a diferença entre o tempo da glória de Israel sob a monarquia unida e o tempo da humilhação da nação quando ela enfrentava os juízos divinos sobre Israel e Judá. Naum prevê um dia em que o mesmo tipo de transformação ocorrida com o patriarca Jacó caracterizará a nação como um todo mediante o progresso do paralelismo hebraico: “Pois o Senhor restaurará a glória de Jacó, bem como a glória de Israel” (2.2).
Gênesis 32.26–28 NAA
Então o homem disse: — Deixe-me ir, pois já rompeu o dia. Jacó respondeu: — Não o deixarei ir se você não me abençoar. Então o homem perguntou: — Como você se chama? Ele respondeu: — Jacó. Então disse: — Seu nome não será mais Jacó, e sim Israel, pois você lutou com Deus e com os homens e prevaleceu.
Tiago Abadala:
De fato, “Deus não rejeitou o seu povo” (Rm 11.2) e o “remanescente (israelita) segundo a eleição da graça”, e do qual Paulo era representante (Rm 11.1-5), se tornará um dia uma grande multidão, quando “todo o Israel será salvo” (11.26). Longe de implicar um desprezo pelos “gentios”, que envolve a maioria de nós, isso resultará em um desfrute ainda maior da salvação, justiça e presença de Deus: “Mas se a transgressão deles significa riqueza para o mundo, e o seu fracasso, riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude”. (11.12).
(d) Os escudos são “vermelhos”, e os homens de guerra usam da cor “escarlata”. Ouvia-se ao longe o som dos aços dos carros de guerra e as vibrações das lanças.
Ezequiel 23.14 NAA
Aumentou a sua prostituição, porque viu figuras de homens gravadas na parede, imagens dos caldeus, pintados de vermelho,
Tiago Abadala:
Os babilônios conquistaram Nínive liderados por Nabopolassar e em aliança com os medos sob a liderança de Ciáxares. O contexto do ataque militar talvez indique que esses escudos e roupas estavam vermelhos por causa do sangue dos inimigos de outras batalhas que esses guerreiros experientes haviam vencido.
(e) A velocidade com que os carros empreendiam suas incursões em territórios inimigos era de todo impressionante: “correm como relâmpago”.
(f) O verso cinco é um desafio de tradução:
Naum 2.5 (ARA)
5Os nobres são chamados, mas tropeçam em seu caminho; apressam-se para chegar ao muro e já encontram o testudo inimigo armado.
Naum 2.5 (NAA)
5Os nobres são chamados, mas tropeçam no seu caminho; apressam-se para chegar à muralha e preparam a defesa.
Tiago Abadala:
Ao projetarem suas flechas contra o exército inimigo, deparam com uma cobertura que protegia os adversários: “encontram o testudo inimigo armado (2.5, ARA)). A palavra hebraica traduzida por “testudo” na ARA indica um “mantelete”, um tipo de cobertura portátil colocada pelos próprios sitiadores, e aparece somente aqui em todo o Antigo Testamento. Era uma espécie de grande escudo protetor, usado pelo exército que cerca Nínive para impedir que as flechas e fogo arremessados de cima do muro o atingissem. Ao tentar impedir o avanço dos inimigos com suas armas de defesa, os assírios descobrem que é tarde demais para repelir aqueles que estão levantando o armamento do cerco.
(g) Agora, nos versos seis a dez, temos a previsão de Naum para o fim de Ninive por meio de uma inundação, que ocorreu ao tempo em que medos e babilônios subjugavam derrota aos assírios. Sendo seguido de um saque com proporções catastróficas.
Tiago Abadala:
“As comportas dos rios” (2.6) provavelmente se referem às comportas dos açudes e canais, que teriam sido fechadas pelos invasores e depois abertas para inundar o muro da cidade, rompendo-o. Usando uma técnica de cerco, medos e babilônios represaram as águas rio Khosr, do qual vinha um canal que passava por baixo de Nínive, e, após uma tempestade forte que encheu a represa, abriram as comportas da represa que devastou os muros e o palácio do imperador assírio (2.6). Isso é confirmado pelo versículo 8, que de forma irônica, mostra como os canais e açudes dos quais os imperadores assírios se vangloriavam de ter criado, tornaram-se a fonte de sua mortal e inescapável destruição (2.8).
João Calvino:
Não há nos homens nenhuma coragem, exceto quando Deus os supre com vigor. Tão logo ele retira seu espírito, aqueles que antes eram os mais valentes desmaiam; e aqueles que resfolegavam grande ferocidade tornam-se fracos e frágeis.
As três primeiras palavras hebraicas do versículo 10, que têm som muito parecido (buqah, mebhuqah, mebhullaqah), sinônimos bem escolhidos que dão muita força ao conceito de destruição completa. As palavras imitam o som de esvaziar uma garrafa. A cidade está despida e seus habitantes desamparados. Toda a coragem se foi, deixando em seu lugar a angústia. Em cada rosto se vê estampado terror total. Quadro deveras lamentável é este da outrora magnífica líder entre as nações. Todo o poder dura apenas um momento quando ele se levanta contra o onipotente Deus.
(h) Fato é que chegará o dia em que a justiça de Deus contra os inimigos de seu povo serão uma realidade escatológica.
2Tessalonicenses 1.6–9 NAA
Pois, de fato, é justo para com Deus que ele retribua com tribulação aos que causam tribulação a vocês e que dê a vocês, que estão sendo atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder,
Apocalipse 6.9–10 NAA
Quando o Cordeiro quebrou o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. Clamaram com voz forte, dizendo: — Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
2. Desafio de Deus à soberba cidade. (vv. 11-13)
(a) A pergunta que não queria calar: “Onde está agora, o covil dos leões e o lugar do pasto dos leõezinhos”?
Tiago Abadala:
A figura do leão era bastante usada pelos imperadores assírios. Eles retratavam a si mesmos como leões atacando a presa, a fim de destacar sua coragem e ferocidade como guerreiros. Esse retrato é tão antigo quanto o último grande imperador do Médio Império Assírio, Tiglate-Pileser I (1115/1114- 1077/1076): “Eu deixei as carruagens e tomei lugar à frente de meus soldados. Fui corajoso como um leão e avancei triunfantemente entre os cumes íngremes das montanhas”. Senaqueribe (704-681 a.C.), avô de Assurbanipal, retrata-se da seguinte forma: “Eu me enfureci como um leão e dei ordens para que marchassem em direção à Babilônia para confrontá-lo”. Assim também faz Esar-Hadom (680-669): “Eu me enfureci como um leão, vesti a minha cota de malha e coloquei sobre a minha cabeça um capacete apropriado para a batalha”.
Ainda:
A habilidade de matar leões era comparada à habilidade de matar inimigos nos anais da realeza assíria, o que foi bem captado na declaração de Assurbanipal: “Reis, entre os homens, e leões, entre os animais, eram impotentes diante de meu arco”. Os monarcas se gabavam da grande quantidade de leões que matavam e usavam isso para afirmar que eram os reis do universo (assim como o leão é o rei dos animais): “Eu, Assurbanipal, rei do mundo, rei da Assíria, enquanto me divertia a pé, agarrei pela orelha um leão feroz que nasceu no estepe e, com o apoio d(o deus) Ashur e a deusa Ishtar- senhora da batalha-, perfurei o corpo dele com a lança que estava em minha mão.
(b) Os assírios mantinham uma relação estreita com os leões. Seus reis julgavam-se “caçadores de leões”.
Naum 2.11–12 (NVI)
11Onde está agora a toca dos leões? O lugar em que alimentavam seus filhotes, para onde iam o leão, a leoa e os leõezinhos, sem nada temer?
12Onde está o leão que caçava o bastante para os seus filhotes, estrangulava animais para as suas leoas e enchia as suas covas de presas e as suas tocas de vítimas?
2Reis 18.28–35 NAA
Então Rabsaqué se pôs em pé e gritou em hebraico: — Escutem as palavras do grande rei, o rei da Assíria. Assim diz o rei: “Não deixem que Ezequias os engane, pois ele não poderá livrá-los da minha mão. Não deixem que Ezequias os leve a confiar no Senhor, dizendo: ‘O Senhor certamente nos livrará, e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria.’ Não deem ouvidos a Ezequias. Porque assim diz o rei da Assíria: ‘Façam as pazes comigo e se entreguem. Então cada um comerá da sua própria videira e da sua própria figueira, e beberá a água da sua própria cisterna, até que eu venha e os leve para uma terra como a de vocês, terra de cereal e de vinho, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras e de mel, para que vocês vivam e não morram.’ Não deem ouvidos a Ezequias, porque ele está enganando vocês, ao dizer: ‘O Senhor nos livrará.’ Será que os deuses das nações puderam livrar, cada um a sua terra, das mãos do rei da Assíria? Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade? Onde estão os deuses de Sefarvaim, Hena e Iva? Será que eles livraram Samaria das minhas mãos? De todos os deuses destes países, quais foram os que livraram a sua terra das minhas mãos? Então como o Senhor poderá livrar Jerusalém das minhas mãos?”
(c) Mas o que eles fariam diante disso: “Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos”.
Tiago Abadala:
Tudo isso porque o Senhor dos Exércitos está contra os assírios (2.13); ele é o único e verdadeiro governante sobre todos os reinos (Is 37.16; Am 4.13). Na verdade, a Assíria era apenas um leão a seu serviço (Jr 50.16-17), e a vara de seu juízo (Is 10.5-7,12).
Ezequiel 5.7–8 NAA
Portanto, assim diz o Senhor Deus: Vocês são mais rebeldes do que as nações que estão ao seu redor. Não andaram nos meus estatutos, não executaram os meus juízos, nem procederam segundo o direito das nações ao redor de vocês. Por isso, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu, eu mesmo, estou contra você, Jerusalém, e vou executar os meus juízos dentro de você, à vista das nações.
Apocalipse 2.4 NAA
Tenho, porém, contra você o seguinte: você abandonou o seu primeiro amor.
Apocalipse 2.20 NAA
Tenho, porém, contra você o fato de você tolerar que essa mulher, Jezabel, que se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticar a prostituição e a comer coisas sacrificadas aos ídolos.
Charles Feinberg:
Paulo diz (Romanos 8.31) que se Deus é por nós, ninguém pode, com êxito, estar contra nós. A recíproca também é verdadeira. Se Deus estiver contra uma pessoa ou nação em virtude de pecado, então ninguém pode, com êxito, estar a favor dessa pessoa ou nação.
Quando a Assíria se levantou contra Israel, Deus disse: “Eis que eu estou contra ti!”. Isso é inevitável se Deus for fiel à sua promessa a Abraão. Ele havia prometido solenemente que em casos tais amaldiçoaria os que amaldiçoassem a descendência de Abraão. A verdade do pronunciamento divino está escrita no destino de Nínive. Mas a primeira parte promessa a Abraão é também verdadeira. Deus se obrigou também a abençoar os que abençoam a Israel.
Gálatas 3.16 NAA
Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: “e aos descendentes”, como falando de muitos, porém como falando de um só: “e ao seu descendente”, que é Cristo.
(d) Impossível permanecer de pé diante do Senhor. Ele avança sobre a terra para ver justiça.
Tiago Abadala:
Enquanto em Judá o mensageiro anuncia as boas-novas da libertação de Deus (Na 1.15), na Assíria já não há um mensageiro sequer para anunciar o fim de seu império (2.13, cf 1Sm 4.12-18). O “Senhor dos Exércitos” tem a palavra final, que é proclamada pela voz de Naum.
Ainda:
Portanto, quando “Senhor dos Exércitos” aparece em Naum 2.14 e 3.5, ele realça o caráter soberano e supremo do Deus de Israel que se assenta em seu trono, cercado por sua corte celestial, possuindo todos os recursos do universo para executar seu juízo contra a poderosa Assíria. Apesar da sua natureza suprema e universal do governo do “Senhor dos Exércitos”, Judá, assim como o fiel do Samo 84 (84.1-3,12), pode confiar no cuidado onipotente e pessoal de Deus para com o seu povo.
(d) Mas o nosso Deus nos protege da “boca do leão”, pois ele é o “Leão da Tribo de Judá”.
2Timóteo 4.16–17 NAA
Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; todos me abandonaram. Que isto não lhes seja posto na conta! Mas o Senhor esteve ao meu lado e me revestiu de forças, para que, através de mim, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem. E fui libertado da boca do leão.
Apocalipse 5.2–5 NAA
Vi, também, um anjo forte, que proclamava com voz forte: — Quem é digno de quebrar os selos e abrir o livro? Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele. E eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele. Então um dos anciãos me disse: — Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para quebrar os sete selos e abrir o livro.
3. Outras aplicações:
(a) Deus alerta aos arrogantes: um dia todos irão prestar contas de suas palavras e atos. Podemos ter esse pecado agasalhado no coração, sem ao menos percebermos.
Tiago Abdala:
Muitas vezes, acreditamos nos elogios que recebemos, pensando que somos realmente bons e a causa maior daquilo que conquistamos. Passamos a cultivar uma vida de autossuficiência: esquecemos de orar, respondemos às críticas ou confrontações que nos fazem “com a fúria de um leão” ou fazemos críticas de modo arrogante para nos impor sobre os outros, achando que somos capazes de alcançar o que queremos. O sucesso ministerial, as conquistas nos estudos e a fama em alguma área de destaque podem nos levar a isso. Jamais podemos nos esquecer das palavras de Paulo: “Pela graça de Deus, sou o que sou” (1 Co 15.10). Caso você opte pela autossuficiência, lembre-se de que “Deus se opõe aos arrogantes, porém dá graça aos humildes” (Tg 4.6). Que cultivemos uma vida centrada na cruz para não ouvir de Deus: “Estou contra você” (Na 2.13).
(b) Sinta-se encorajado por essa palavra de “consolo” (essa é a origem do nome de Naum!): Deus faz justiça àqueles que são vítimas da arrogância dos outros. Agora não é justiça nos seus termos, mas nos de Deus.
Tiago Abdala:
Essa passagem também é um consolo para aqueles que sofrem a humilhação de pessoas arrogantes. Ela nos lembra de que Deus “dispersou os que são soberbos no íntimo do coração” e “derrubou governantes dos seus tronos”, ao passo que “exaltou os humildes” e estende sua misericórdia aos que o temem (Lc 1.50-52). Não tema o arrogante nem tenha inveja de pessoas autossuficientes que parecem só se dar bem, pois o Senhor inclina seus ouvidos para escutar o clamor dos humildes e consolar seu coração; ele fará justiça a seu tempo, a fim de que meros mortais não mais causem terror (Sl 10.17-18).
Ilustr.:
C. J. Mahaney, “Humildade: verdadeira grandeza”:
O orgulho tem uma história que precede Adão e Eva. Ao que parece, o orgulho foi o primeiro pecado. Isaías 14 registra a ruína de um rei que não era apenas um governante terreno. Ele é a encarnação da arrogância que desafia Deus. A linguagem usada nessa passagem aparentemente se refere à rebelião e queda do próprio Satanás.
Em Isaías 14.13, a motivação por trás da rebelião de Satanás é exposta: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono”. Lideradas pelo orgulhoso Lúcifer, poderosas criaturas angélicas, dotadas de beleza e glória muito além de nossa compreensão, arrogantemente desejaram reconhecimento e prestígio iguais aos do próprio Deus. Em resposta, Deus os julgou rápida e severamente.
O orgulho não só parece ser o primeiro pecado, mas também está no centro de todo o pecado. “O orgulho”, escreveu John Stott, “é mais que o primeiro dos sete pecados mortais; ele é a essência de todo pecado”.
O Galo de Briga e a Águia
(uma fábula de Esopo)
Dois galos estavam disputando em feroz luta, o direito de comandar o galinheiro de uma chácara. Por fim, um põe o outro para correr e é o vencedor.
O Galo derrotado afastou-se e foi se recolher num canto sossegado do galinheiro.
O vencedor, voando até o alto de um muro, bateu as asas e exultante cantou com toda sua força.
Uma Águia que pairava ali perto, lançou-se sobre ele e com um golpe certeiro levou-o preso em suas poderosas garras.
O Galo derrotado saiu do seu canto, e daí em diante reinou absoluto livre de concorrência.
Moral da História: O orgulho e a arrogância é o caminho mais curto para a ruína e o infortúnio.
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