1Jo 2.7-11 - O Novo mandamento (Adolas Sep24)

Adolas - Cartas de João  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Texto

1João 2.7–11 “7 Amados, não lhes escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que vocês tiveram desde o princípio. Esse mandamento antigo é a palavra que vocês ouviram. 8 Por outro lado, o que lhes escrevo é um mandamento novo, aquilo que é verdadeiro nele e em vocês, porque as trevas vão se dissipando, e a verdadeira luz já brilha. 9 Quem diz estar na luz, mas odeia o seu irmão, está nas trevas até agora. 10 Quem ama o seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. 11 Mas quem odeia o seu irmão está nas trevas, anda nas trevas e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.”

Introdução

Quantas coisas nós já vimos nesse tempo que estamos juntos o que temos aprendido com o apóstolo João tem trazido grandes frutos pra vocês?
Nessas cartas, o apóstolo João apresenta três provas irrefutáveis que identificam um indivíduo verdadeiramente salvo:
A primeira prova é a prova doutrinária, ou seja, a fé em Cristo. Aquele que nega que Jesus veio em carne e nega que Jesus é o Cristo não procede de Deus.
A segunda prova que evidencia um verdadeiro cristão é a prova social, ou seja, o amor. Quem não ama não é nascido de Deus. Quem não ama permanece nas trevas. Quem não ama permanece na morte. Quem não ama jamais viu a Deus, porque Deus é amor. Não podemos separar a nossa relação com Deus da nossa relação com os irmãos.
A terceira prova que evidencia um verdadeiro cristão é a prova moral, ou seja, a obediência. Aqueles que creem em Cristo e amam a Cristo devem andar assim como ele andou. O credo precisa estar sintonizado com a vida. O que cremos precisa desembocar naquilo que fazemos. Não pode existir um abismo entre a teologia e a ética, entre a fé e as obras, entre o que falamos e o que fazemos.
1, 2, 3João: Como Ter Garantia da Salvação (O Amor, a Evidência da Verdadeira Caminhada na Luz (2.7–11))
Se a obediência é a prova moral que identifica o verdadeiro cristão (vs3), o amor é a prova social. João faz uma transição da prova moral para a prova social, da obediência aos mandamentos para o amor ao próximo. Algumas verdades preciosas são aqui destacadas:
Em primeiro lugar, o amor é um mandamento velho e novo ao mesmo tempo (2.7,8). O apóstolo João escreve:
Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha.
COMÉ Ki É???
O amor fraternal era parte dos cristãos. O apóstolo não está inventando esta mensagem agora. Não era uma inovação como o que os hereges pretendiam ensinar. Era tão antigo como o próprio evangelho.
João mostra que o novo surge a partir do antigo, quando diz que o novo mandamento, na verdade, é antigo. O mandamento de amar o próximo é antigo. Ele é da lei: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico 19.18 “18 — Não procure vingança, nem guarde ira contra os filhos do seu povo, mas ame o seu próximo como você ama a si mesmo. Eu sou o Senhor.” ). Ele faz parte do Antigo Testamento. Entretanto, é um novo mandamento, porque Cristo o revestiu de um significado mais rico e mais amplo (Jo 13.34,João 13.35 “35 Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros.” ).
.Lloyd John Ogilvie diz que Jesus transformou esse mandamento em novo mandamento no fato de que ele realmente chamou as pessoas a vivê-lo. Sua vida toda o encarnou. Esse mandamento se torna novo toda vez que permitimos que seu prumo desafiador caia em nossos relacionamentos. A vida cristã é um milhão de novos começos instigados pelo desafio sempre novo de amar uns aos outros como Cristo nos amou. É verdade que reorienta em meio ao conflito. É nosso mandato quando lidamos com pessoas difíceis e impossíveis. É na prática do amor de alto preço que o mandamento se torna novo outra vez.
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ENtão há uma contradição? Na língua grega há duas palavras para “novo”. A palavra neós é novo em termos de tempo e kainós é novo em termos de qualidade. A palavra usada por João aqui é kainós. O mandamento para amar uns aos outros não é novo em termos de tempo, mas o é em termos de qualidade
. Então como se dá ou o que significa esse amor em termos de qualidade quais os aspectos desse amor?
.O mandamento é novo em profundidade. O novo mandamento de Cristo nos desafia a amar como ele nos amou. Isso é mais do que amar o próximo como a si mesmo, uma vez que Cristo nos amou e a si mesmo se entregou por nós. O amor cristão não é sentimento, é ação. Não somos quem dizemos ser, mas o que fazemos. Cristo deu sua vida por nós e devemos dar a nossa vida pelos irmãos (1João 3.16 “16 Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; portanto, também nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos.” ).
O mandamento é novo em extensão. Jesus redefiniu o significado de “próximo”. O próximo que devemos amar é qualquer pessoa que precise da nossa compaixão, independentemente de raça ou posição. Devemos amar até mesmo os nossos inimigos. Em Jesus o amor busca o pecador. Para os rabinos judeus ortodoxos, o pecador era uma pessoa a quem Deus queria destruir.
Os judeus desprezavam os pecadores, considerando-os indignos do amor de Deus, e repudiavam os gentios, considerando-os combustível do fogo do inferno. Porém Deus amou o mundo. Deus provou seu amor por nós, sendo nós ainda pecadores. Ele não amou por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. Jesus amou aqueles que o feriram e perdoou aqueles que o pregaram na cruz. O nosso amor deve alcançar a todos sem fazer discriminação. O nosso amor deve incluir a todos sem acepção. O nosso amor deve abranger a todos sem exceção.
O mandamento é novo em experiência. Andar em amor e andar na luz são a mesma coisa. Quando conhecemos a Deus tornamo-nos filhos da luz. Na vida cristã as trevas vão se dissipando, pois as trevas não podem prevalecer sobre a luz. Na vida cristã a verdadeira luz, que é Cristo, já brilha. Quando Jesus nasceu, o “[…] sol nascente das alturas” visitou o mundo (Lc 1.78).
Seu nascimento foi o início de um novo dia para a humanidade. “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” (Mt 4.16). Jesus é o Sol da Justiça. A vida cristã é viver em Cristo, é permanecer nele. Por isso, a vida do justo “[…] é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).
.Por isso quando olhamos para os versículos seguintes e isso é um alerta para nós
. se no 1º ponto o amor é velho e novo ao mesmo tempo - Jesus é o Sol da Justiça. 2º ponto o ódio não sobrevive na luz (2.9). “Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.” O falso mestre ou o falso cristão afirma que está na luz. Na verdade, ele é a mesma pessoa que já afirmou estar em comunhão com Deus (1.6) e conhece a Deus (2.4). Ele deixa isso claro a qualquer um que lhe der ouvido, mas seus atos não são coerentes com suas palavras; sua afirmação não tem valor, pois sua conduta a contradiz; sua profissão da luz se traduz numa vida de trevas e, na falta de amor, ele experimenta o poder destruidor do ódio em seus relacionamentos pessoais.
.Lloyd John diz que a inimizade é cancerosa. VOCÊ Concorda?? Ela gera a própria espécie. Ela se multiplica desordenadamente. Ela adoece, deforma e mata.
Assim como o amor não pode habitar nas trevas, o ódio não pode sobreviver na luz.
Então o que é o ódio? Mas em que consistiria esse ódio?
O ódio a que João se refere na carta é a falta de cuidado, provisão e ajuda para com irmãos verdadeiramente necessitados. Por desprezar o corpo, o gnosticismo não via como parte da verdadeira religião a preocupação para com as necessidades físicas dos outros.
O Ódio é abandono.. o ódio é cegueira (última palavras do texto)
.A Escritura diz: “O caminho dos perversos é como a escuridão; nem sabem eles em que tropeçam” (Pv 4.19).
O ódio afasta o homem de Deus e do próximo. Quem guarda mágoa no coração não pode adorar a Deus, não pode orar a Deus nem levar sua oferta ao altar de Deus. Quem tem ódio no coração não pode ser perdoado por Deus. Quem se alimenta de ódio adoece emocional, espiritual e fisicamente
Há harmonia da sua fé em relação a Deus e em relação ao Homem
.Em terceiro lugar, o amor não produz tropeço para si nem para os outros (2.10). “Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço.” A palavra grega skandalon, traduzida por “tropeço”, é metáfora bíblica para uma pedra saliente que faz tropeçar. O uso desta palavra mostra que a falta de amor produz escândalo e causa tropeço.
Um crente que guarda ódio no coração encontra em si mesmo tropeço para crescer espiritualmente e serve de escândalo na comunidade onde vive. Ele causa problemas em vez de ajudar a resolvê-los. Em vez de bênção, transforma-se em maldição. Em vez de pacificador, ele é perturbador. Em vez de apagar os focos de incêndio, ele mesmo é um incendiário.
.João ergue sua voz para dizer que o ódio cega como as trevas. O amor não é cego; o ódio, sim, cega! Uma pessoa amargurada fica cega. Seu raciocínio obscurece. Perde-se o equilíbrio. Perde-se o discernimento. Perde-se a direção. Perde-se a bem-aventurança eterna.
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