Está consumado!
Sete palavras da Cruz • Sermon • Submitted • Presented
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· 1 viewObjetivo Geral: Anunciar as riquezas da obra de Cristo na cruz. Objetivo específico: Semear a gratidão fortalecedora no coração do cristão pela obra de Cristo. Proposição: O sacrifício de Cristo nos dá razões de esperança em meio às lutas.
Notes
Transcript
Introdução
Introdução
Jo 19.29-30 29Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissopo, lhachegaram à boca. 30E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Nos aproximamos do final de nossa série de pregações “Sete Palavras da Cruz”, que visa anunciar as riquezas da obra de Cristo na cruz. Até aqui, nos dedicamos a observar mais de perto os sofrimentos e humilhações de Jesus, enquanto ele nos abençoava com suas dores.
Mas hoje chegamos ao ponto de virada da história. Na aparência, Jesus vinha sendo derrotado de todas as formas: foi traído por um discípulo, abandonado pelos amigos, julgado de forma irregular pelas pessoas por quem ele veio, não teve apoio das autoridades que nada viram para acusa-lo, foi agredido, ofendido, desdenhado e crucificado.
Quem não conhece a história e os propósitos da vinda de Jesus pode bem pensar que se trata de um homem que tentou causar uma revolução, mas foi derrotado pelos poderosos da época, tal qual o nosso Tiradentes.
Todavia, um bom observador, que sabe mais sobre Jesus do que os fatos do Gólgota, percebe exatamente o que a frase “Está consumado” quer dizer. Jesus fez o que queria fazer, completou sua missão. Jesus venceu!
Esse brado de vitória, nos últimos instantes antes da morte de Jesus Cristo, assinala para nós que o verdadeiro e completo sacrifício pelos homens foi feito. E é justamente esse sacrifício de Cristo que nos dá razões de esperança em meio às lutas.
Então, vamos conhecer mais de perto o texto bíblico.
Análise dos versículos
Análise dos versículos
29Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-anum hissopo, lha chegaram à boca.
Essa era uma ocasião absolutamente normal. Nada havia de especial para aqueles soldados romanos em oferecer um pouco de vinagre. Vinho azedo misturado com água era uma bebida comum da época, inclusive entre os soldados romanos.
Não sabemos se essa bebida pertencia aos soldados. É provável que sim. Tudo o que sabemos é que a bebida estava lá.
Oferecer a bebida ao prisioneiro moribundo também não era das coisas mais incomuns. Ainda hoje, até nos mais cruéis dos regimes ditatoriais, são contados relatos de soldados que oferecem um pouco de misericórdia aos torturados e condenados à morte. É nos dito que alguns soldados chineses do socialista Mao Tsé Tung chegaram a ser reprovados por usarem de misericórdia com alguns prisioneiros. Eles não eram comunistas o suficiente.
O hissopo era uma planta comum. Tão comum que nascia até nas paredes, como está escrito no livro de 1Reis 4.33.
30E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Mas aquela estava longe de ser uma realmente uma situação comum. Era a situação que faltava para a morte de Jesus. Era o que faltava para Jesus completar o sacrifício. Como vimos na semana passada, Jesus estava cumprindo a última das profecias de seu sofrimento pré-morte.
A.W.Pink cita mais de 20 profecias que foram cumpridas literalmente por Jesus e esse teólogo nem citou todas. Mas o Salmo 69.21 ainda não havia sido realizado.
Jesus recebe o vinagre. A palavra grega não nos deixa saber se ele ingeriu a bebida, mas o que importa é que, ao receber essa bebida, ele diz que a obra está completa.
Há também o fato de que o hissopo, a planta comum, era usada para os rituais de purificação na Lei de Moisés[1]. Era uma planta comum em sua quantidade, mas não em seu significado.
A partir desse momento, ele entrega seu espírito. Note bem a palavra: ele entregou. Seu espírito não foi tomado, mas entregue pelo próprio Jesus. Nosso Senhor não morreu porque estava exausto e seu corpo colapsou. Se você tem alguma dúvida disso, repare nos outros evangelistas. Mt 27.50, Mc 15.37 e Lc 23.46 relatam que as últimas palavras de Jesus foram dadas em meio a um brado.
Jesus não sussurrou que estava consumado. Jesus, ainda com bastante força nos pulmões, gritou para que todos ouçam que Ele completou a obra e a morte dele não era a derrota, mas o objetivo e a vitória, desde o início.
Não é à toa que os soldados tiveram que verificar se Jesus estava mesmo morto e Pilatos se admirou dele ter morrido tão rápido (Mc 15.44-45). Jesus se entregou porque esta era a vitória sobre o nosso pecado.
E o que podemos aprender sobre isso? Minha intenção aqui não é centralizar no que eu e você podemos fazer, mas inspirar em nós uma grande gratidão pela obra de Jesus. Um tipo de gratidão que fortalece nossa fé.
Desejo, meus irmãos que, ao pensar em nossas lutas, tenhamos tanta gratidão pela obra da Cruz que, quando estivermos em qualquer luta, lembremos que é esse sacrifício de Cristo que nos dá razões de esperança em meio às lutas.
Razões de esperança que obtemos no sacrifício de Cristo.
1ª Razão: Purificação completa
1ª Razão: Purificação completa
O sofrimento físico e emocional muitas vezes é usado por Satanás para alimentar dúvidas em nosso coração quanto ao amor de Jesus. Você já teve dúvidas se realmente Jesus te ama?
Passamos a pensar que nossa vida prática de sofrimento e de aparente derrota pode significar que o Senhor está nos rejeitando por causa de algum pecado, ou por que nós não somos bons crentes o suficiente.
É verdade que o pecado pode interromper nossas orações, como vemos em Isaías 59.1-2:
Is 59.1-2 1Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. 2Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.
Mas isso não é a mesma coisa que dizer que Deus nos abandona. Quem foi salvo por Jesus já está purificado de TODOS os pecados. O pecado pode tornar a vida do cristão infrutífera e até muito ruim, mas não é a nossa santidade que garante nossa salvação e sim a obra de Jesus!
Na Lei de Moisés existiam os diversos sacrifícios para purificar a pessoa de seu pecado, mas o último ritual de purificação com hissopo é aquele de Jesus. Se você ainda não entregou sua vida a Cristo, você ainda está preso aos seus pecados e não há nenhum ritual que possa te purificar, porque Jesus é o último sacrifício (Hb 7.27).
Mas se você é daqueles que entendeu que não tem justiça própria, mas depende inteiramente de Jesus para ser salvo e até para fazer as boas obras, então não permita que o Diabo te convença de que você só sofre porque cometeu algum pecado.
Por mais que os pecados possam nos causar sofrimentos diretos, saiba que se Deus quisesse nos punir de verdade pelos nossos pecados, então ele nos mandaria para o inferno, que é a verdadeira punição, pois o salário do pecado é a MORTE [espiritual].
Jesus é o perfeito sacrifício por nós. Nele temos purificação completa. Acredite nisso. Agradeça isso. Se apoie nisso.
Aliás, a melhor maneira de enfrentar nossos pecados NÃO é buscando provar para Deus que somos santos, mas saber que somos capazes de ser santos porque Ele já nos purificou.
2ª Razão: Segurança completa
2ª Razão: Segurança completa
A outra razão que destaco para termos esperança em meio às lutas é que Jesus de fato venceu nosso maior inimigo, o pecado. Veja, todo e qualquer sofrimento humano tem sua origem última no pecado.
Quando o homem e a mulher pecaram lá no Éden, a serpente, a mulher e o homem receberam a maldição do pecado, mas uma maldição é importante nisso aí: “Maldita é a terra por vossa causa” (Gn 3.17). Mas isso já foi vencido, como Jesus disse:
Jo 16.33 33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
- Mas como assim? - Você pode se perguntar. Nós continuamos vivenciando o mal, a dor e a derrota aparente, não é mesmo?
Veja que Jesus havia dito um versículo antes que estava consumado, aí acontece outra coisa que precisava acontecer e ele diz está consumado de novo. E ainda assim ainda faltava Jesus morrer e ressuscitar.
Tem certas frases na Bíblia que nos mostram o que os teólogos muitas vezes explicam com a expressão “já/ainda não”. Essa expressão se refere às coisas que são absolutamente certas que irão acontecer plenamente, mas que hoje vivemos de forma real, mas não completa.
Por exemplo, em 1Co 6.11, a Bíblia diz que fomos santificados (passado), mas em Hb 10.14, diz que estamos sendo santificados (presente contínuo).
Mesma coisa ocorre com a certeza de que vencemos. Nele temos segurança completa.
Podemos suportar as dores do mundo sujeito ao pecado assim como Cristo suportou porque o final é inevitável: Venceremos como ele venceu.
E por falar em vitória, a última razão para termos esperança em meio às lutas é que a:
3ª Razão: Vitória completa
3ª Razão: Vitória completa
Jesus era o homem de dores, era um que “os homens viram o rosto” para não ve-lo. Era desprezado. Mas só até o “está consumado”. A humilhação acabou ali.
Agora Ele é o vitorioso homem montado no cavalo branco em cuja coxa está escrito “Rei dos reis e Senhor dos senhores”.
Ele é o poderoso onipotente que está sentado à destra de Deus Pai e está preparando o momento em que reinaremos com ele (Ef 2.6). Está sofrendo, meu irmão? Agarre-se em textos como 1Jo 5.4:
1Jo 5.4 4porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
Nele temos vitória completa! O sofrimento que merecemos nós não vamos sofrer de modo algum se estamos em Cristo. Aguardemos com paciência o dia que ele voltará e enxugará de nossos olhos toda lágrima!
Conclusão
Conclusão
Portanto, lembre-se sempre que está consumado. Não precisamos desfalecer e viver nas incertezas a cada sofrimento. Ele nos purificou, nos deu segurança e a vitória naquela cruz. Está consumado!
[1] Ex 12.22; Lv 14.4,6,49,51,52; Nm 19.6,18; Sl 51.7.