O Salvador sofreu
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Salmo 22.1-21.
Esse é o salmo que fala sobre a morte do Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. É um salmo escrito pelo rei Davi.
Humilhação do Salvador (v.1-21)
O salmista começa com o grito do Salvador na cruz, pois, foi exatamente isso que Jesus fez, Ele gritou ao Pai dizendo, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Esse grito é de angustia, é de sofrimento, onde o rei está sendo crucificado, mas, esse salmo não sobre o rei Davi, mas sim, sobre o Rei dos reis, Jesus Cristo, o Salvador.
Temos um clamor em meio a proximidade da morte.
Aqui nós encontramos um salmo que aponta para Jesus, o Bom Pastor que na hora de dá a vida por suas ovelhas clama ao Pai dizendo Deus meu Deus meu, por que me abandonaste?
Isso é o sofrimento mais absurdo, é o maior sentimento de dor e abandono que alguém pode sentir, mas, somente Jesus sentiu.
Aqui temos Davi, 1.230 aos antes da morte de Jesus Cristo no Calvário escrevendo as mesmas palavras faladas pelo Salvador na hora de sua morte. Mas, por que a sua morte? Por que tamanho sofrimento e abandono?
A Bíblia nos ensina que o pecado é abominável e que é um crime contra Deus, o pecado é por Deus punido, todos os pecadores que pecam devem ser punidos pelos seus erros cometidos, e por isso Cristo sofreu. Pois, Ele tomou sobre si os nossos pecados, e sobre Ele na cruz o Deus justo fez justiça, punindo os pecados daqueles que creem em Jesus, e por isso, Jesus é o Salvador que sofreu, pois, sofreu em lugar de suas ovelhas que Ele comprou com seu sangue naquela cruz.
Quando lemos, portanto, a descrição do sofrimento profundo de Cristo, precisamos ter plena consciência de que ele o suportou por nós. Devemos pontuar cada declaração com as palavras “por mim”. Ele foi desamparado por mim. Quando o ouço clamar: “Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?”, sei que isso aconteceu por mim. E foi por minha causa que Deus não o respondeu. E foi por mim que os céus se calaram para Ele de dia e também de noite. (v.1-2)
O salmista diz que o Salvador clara de dia e também a noite, porém, não tem resposta. O silêncio de Deus então perturba o Salvador. Porém, mesmo assim o Salvador permanece confiando em Deus, o Deus de Israel (v.3)
Por isso o Salmista se lembra dos seus pais no passado, onde eles confiaram no Senhor em meio ao silêncio e o Senhor os livrou, eles não foram esquecidos ou confundidos. (v.4-5)
Jesus assim fez, mesmo se sentindo abandonado, Ele confiou no Pai, e clamou porque sabe que o Pai é fiel.
Mas além de desamparado, abandonado, o Salvador foi desprezado pelos homens e desprezado pelo seu povo. (v.6-7)
Jesus foi rejeitado pelos que Ele veio salvar. A mesma multidão que disse hosana! disseram crucificá-o, zombavam e ridicularizavam Ele.
Esses mesmos gritavam que Jesus confiou em Deus e diziam que Ele devia pedir para Deus vim livrá-lo da cruz.
Mas, Jesus, não olhava para os homens, mas para Deus e se lembrou de Belém. Onde Deus, pelo poder do Espírito Santo o tinha gerado no ventre da virgem e o havia preservado nos dias de fragilidade de sua infância. O Senhor o havia sustentado quando era menino e jovem. Com base nesse relacionamento passado de amor, Cristo suplica que Deus se aproxime dele no momento que estava bem próximo, que era justamente de tribulação e sofrimento na cruz (v.9-11).
Muitos que estavam na multidão furiosa diante da cruz de Jesus eram israelitas. E Jesus Cristo os compara a fortes touros de Basã e ao leão que despedaça e ruge.
Para entendermos, a região de Basã, a leste do Jordão, era conhecida por seus pastos férteis e por seus animais fortes e bem nutridos. Posteriormente, Amós chamou os israelitas apegados ao luxo de “vacas de Basã” (Am 4:1).
Quando Cristo fala dos touros de Basã, referiu-se aos próprios habitantes daquela localidade que estavam de tocaia a sua espera para matá-lo. E isso se assemelhava não apenas a touros violentos, mas a leões ferozes que buscam a sua preza.
Jesus é o Salvador de Israel que veio ao mundo, e seu povo estava contra Ele como se fossem leões que atacam um cordeiro! (v.12-13)
A agonia física de Cristo foi indescritível. Sentiu-se exausto; foi derramado como água. Seus ossos se deslocaram quando os soldados o penduraram na cruz; todos os seus ossos se desconjuntaram. Seus órgãos internos sofreram golpes violentos; seu coração, por exemplo, fez-se como cera, derreteu-se em seu peito. Sentiu fraqueza insuportável; secou-se seu vigor, como um caco de cerâmica. A sede era incessante; a língua se apegou ao céu da boca. Não havia dúvidas de que Deus o estava deitando no pó da morte. (v.14-15)
Assim como falou de seus algozes israelitas, simbolizados por touros e leões, agora compara seus algozes gentios a cães. Era comum os judeus se referirem aos gentios por esse nome (Mt 15:21–28). Aqui, o termo descreve de modo específico os soldados romanos que o cercaram como uma matilha de cães de rua, rosnando e ameaçando devorá-lo. O grupo de malfeitores transpassou suas mãos e […] pés. Ao olharem para sua forma seminua, viram os ossos salientes pressionando a pele esticada e ficaram satisfeitos. (v.16–17)
Em seguida, em uma das profecias fascinantes desse salmo, o Senhor Jesus antevê que os soldados repartiriam entre si suas vestes e sobre a sua túnica deitariam sortes. (v.18)
Eis o cumprimento, séculos depois:
Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá — para se cumprir a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Assim, pois, o fizeram os soldados (Jo 19.23–24).
Pela última vez nesse salmo, o Salvador suplica pela presença e pelo socorro de Deus. Pede que seja livrado da espada e das presas do cão, duas referências aos gentios. A espada simboliza o poder governamental (Rm 13:4). Aqui, representa o governo romano e seu poder de aplicar a pena de morte. O cão, conforme explicamos anteriormente, se refere aos soldados gentios. No versículo 21, Cristo pede que seja salvo das fauces do leão e dos chifres dos búfalos. Como vimos nos versículos 12 e 13, as duas imagens se referem ao povo judeu que disse a Pilatos: “Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, ele deve morrer” (Jo 19:7).
As palavras “Tu me respondes” provocam um contraste e rompimento triunfante entre os versículos 21 e 22 e servem de elo entre as duas seções do salmo. Fazem a transição clara da súplica angustiada para o cântico jubiloso. Os sofrimentos do Senhor passaram para sempre. Sua obra redentora foi consumada. No lugar da cruz, está a coroa!
Entre esses dois versículos, o salmista nos transporta instantaneamente da primeira para a segunda vinda de Cristo, do Calvário para o monte das Oliveiras! Apesar de o salmo não mencionar esse fato, sabemos que o período em questão abrange a morte, o sepultamento, a ressurreição e a ascensão do Salvador, bem como toda a era da igreja, na qual nos encontramos agora. (v.19–21)
Aplicações:
O abandono
Jesus foi abandonado justamente para que nós não fossemos.
O sofrimento
Jesus sofreu a nossa morte
A oração
No silêncio de Deus nós devemos continuar confinando, pois, Ele sempre ouve-nos e nos responderá na hora certa.
Conclusão: A fé não excluir o sofrimento. O salmista mesmo sendo confiante no Senhor, ele teve que sofrer. Precisamos lembrar que a fé não é uma vacina contra enfermidades e sofrimentos. Ter fé significa, contudo, que, ao passarmos pelo sofrimento, a mão do Deus fiel estará presente para nos salvar. Por isso, o salmo 22 começa com um clamor de desespero, mas termina com louvores pe-lo livramento.
Essa é a história de Cristo e de todos os que n’Ele confiam. Pois, sabemos que a tristeza hoje é presente, mas, sabemos que a alegria vem pela manhã. Onde um dia estaremos com o Senhor no novo céu e nova terra, onde não haverá dores ou morte, onde nada nem ninguém poderá nos tirar a alegria e satisfação, pois, seremos totalmente felizes e satisfeitos com Deus.