(18) O Ensino de Jesus sobre o Divórcio e o Casamento - Mc 10.1-12

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Aqui o Senhor ensina que o divórcio não o que Deus planejou para os casais.

Notes
Transcript
O Ensino de Jesus sobre o Divórcio e o Casamento
Texto Base: Marcos 10:1-12
CONTEXTO
Contextualização do texto: Jesus em seu ministério na Judeia e a aproximação dos fariseus.
“Aqui, em Marcos 10.1, o que é enfatizado não são as curas, mas o ensino de Jesus. A cura e o ensino caminham juntos em sua atividade. Os fariseus, como inimigos de plantão, mais uma vez, estão maquinando contra Jesus, para apanhá-lo em alguma falha. Desta feita, eles trazem uma questão sobre o divórcio. Em vez de cair na armadilha deles, Jesus aproveita o ensejo para ensinar sobre o casamento e o divórcio.
ESTRUTURA
1. O Questionamento dos Fariseus (v. 2)
A: Motivações dos fariseus (Testar Jesus)
Os fariseus já tinham uma opinião formada sobre a questão do divórcio. Eles não buscavam uma resposta, mas armavam uma cilada para Jesus. Diz Marcos: E, aproximando-se alguns fariseus, o experimentaram, perguntando-lhe: É lícito ao marido repudiar sua mulher? (10.2). Os fariseus não estavam focados nos princípios de Deus sobre o casamento, mas nas filigranas da concessão mosaica para o divórcio. O que os fariseus intentavam com essa pergunta?
colocar Jesus contra Herodes. Foi nessa mesma região que João Batista foi preso e degolado por denunciar o divórcio ilegal e o casamento ilícito de Herodes com sua cunhada Herodias. Os fariseus instigavam Jesus a ter a mesma atitude de João, pensando que com isso teria o mesmo destino. O lugar do interrogatório era a Pereia, que, como a Galileia e, pertencia aos domínios de Herodes Antipas. O que os fariseus queriam era que Jesus se tornasse intolerável em termos políticos e religiosos.
B: O contexto judaico do divórcio
A Lei de Moisés permitia o divórcio (Deuteronômio 24:1-4), mas havia debates sobre os motivos legítimos.
colocar Jesus contra Moisés. Os fariseus queriam colocar à prova a ortodoxia de Jesus, para poderem acusá-lo de heresia. Se Jesus dissesse que era lícito, ele afrouxaria o ensino de Moisés sobre o divórcio. Mateus registra essa mesma pergunta acrescentando um dado importante: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo? (Mateus 19.3Alguns fariseus se aproximaram de Jesus e, testando-o, perguntaram: — É lícito ao homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo?” Moisés havia ensinado que se o homem encontrasse alguma coisa indecente na mulher, lavraria carta de divórcio e a despediria (Deuteronômio 24.1 “— Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele escrever uma carta de divórcio e a entregar à mulher, e a mandar embora;
C: O que podemos aprender sobre as armadilhas de perguntas com segundas intenções.
colocar Jesus contra o povo. Se a resposta de Jesus fosse sim, eles acusariam Jesus de estar promovendo a desintegração da família e atentando contra os direitos da mulher. Se Jesus respondesse não, eles acusariam Jesus de contrariar a concessão dada por Moisés e ainda o colocariam numa situação de extremo perigo em relação ao inconsequente rei Herodes.
2. A Resposta de Jesus: A Origem do Casamento (v. 3-9)
A: A pergunta de Jesus aos fariseus (v. 3)
"O que Moisés vos ordenou?" — Jesus traz à tona a Lei que eles conheciam.
Jesus não caiu na armadilha dos fariseus. Ele respondeu a pergunta deles com outra pergunta, abrindo a porta para a verdadeira interpretação sobre a concessão de Moisés acerca do divórcio.
B: A concessão de Moisés por causa da dureza do coração (v. 4-5)
Jesus explica que o divórcio foi permitido devido à dureza do coração humano, não como um ideal divino.
O divórcio não é uma instituição divina (10.4). Deus instituiu o casamento, não o divórcio. O casamento é a expressa vontade de Deus, não o divórcio. No princípio, quando Deus instituiu o casamento (Gn 1.27; 2.24), antes da queda humana, não havia nenhuma palavra sobre divórcio. Ele é fruto do pecado. Ele é resultado da dureza do coração
O divórcio não é um mandamento divino (10.5). Jesus como supremo intérprete da Escritura diz que Moisés não mandou divorciar por qualquer motivo, ele permitiu por um único motivo, a dureza de coração (10.4,5; Mt 19.8). Mateus
C: O plano original de Deus para o casamento (v. 6-9)
Jesus cita Gênesis 1:27 e Gn 2:24, mostrando que o casamento é uma união estabelecida por Deus, indissolúvel.
"O que Deus uniu, não separe o homem" — A santidade e permanência do casamento segundo o propósito de Deus.
Enquanto os fariseus estavam inclinados a mergulhar no tema divórcio, Jesus estava focado no tema casamento. Se nós entendêssemos mais as bases bíblicas do casamento, teríamos menos divórcios. Nesse texto Jesus lança os quatro grandes pilares do casamento como instituição divina:
Em primeiro lugar, o casamento é heterossexual (10.6). Deus criou o homem e a mulher, o macho e a fêmea (Gn 1.27). O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, entre um macho e uma fêmea biológicos. O casamento é entre um homem e uma mulher. Um foi feito para o outro e é adequado ao outro física, emocional, psicológica e espiritualmente. Somente a relação heterossexual pode cumprir os propósitos de Deus para a família.
Em segundo lugar, o casamento é monogâmico (10.7). Diz o texto bíblico: Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe [e unir-se-á a sua mulher] (10.7). Não diz o texto que o homem deve unir-se às suas mulheres. Deus não criou mais de uma mulher para Adão nem mais de um homem para Eva. Tanto a poligenia quanto a poliandria estão em desacordo com os princípios de Deus para o casamento (Dt 28.54,56; Sl 128.3; Pv 5.15–21; Ml 2.14).
Em terceiro lugar, o casamento é monossomático “Um so corpo ou unidade (10.8). Jesus prossegue, e diz: e, com sua mulher, serão os dois uma só carne (10.8). As palavras hebraicas homem e mulher (ish e ishá) revelam que os dois foram feitos complementarmente um para o outro. O propósito de Deus é que no casamento o homem e a mulher se tornem uma só carne, numa intimidade tal que não pode ser separada. A união entre marido e mulher não é apenas emocional e espiritual, mas também e, sobretudo, física. O sexo que antes e fora do casamento é uma proibição divina (1Ts 4.3–8), no casamento é uma ordenança (1Co 7.5). O que é uma proibição para os solteiros, é um mandamento para os casados.
Em quarto lugar, o casamento é indissolúvel (10.9). Jesus concluiu o assunto com os fariseus, afirmando que o casamento não é apenas heterossexual, monogâmico e monossomático, mas também indissolúvel. O evangelista Marcos registra “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (10.9). O casamento deve ser para toda a vida. É uma união permanente. No projeto de Deus, o casamento é indissolúvel.
3. O Ensino de Jesus sobre o Adultério e o Novo Casamento (v. 10-12)
A conversa que se desenrola agora não é mais com os fariseus, mas com os discípulos; não mais em um lugar aberto, mas dentro de casa. O contexto nos indica que os discípulos tinham uma visão bastante liberal sobre a questão do divórcio, pois quando Jesus falou sobre a infidelidade conjugal como a única cláusula de exceção para o divórcio,
A: O esclarecimento dado em particular aos discípulos (v. 10)
Os discípulos buscam entender mais profundamente a questão do divórcio. ( interrogando)
B: O divórcio e o adultério (v. 11-12)
Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar (Mateus 19.10Os discípulos de Jesus disseram: — Se essa é a situação do homem em relação à sua mulher, não convém casar.”
O evangelista Marcos omite a cláusula de exceção que legitima o divórcio, registrada em Mateus 5.32Eu, porém, lhes digo: quem repudiar a sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a se tornar adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.Mateus 19.9“Eu, porém, lhes digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério.” Contudo, certamente, essa omissão não muda o conteúdo do ensino de Jesus sobre o assunto. A grande ênfase de Jesus é que o divórcio e o novo casamento, sem base bíblica, constituem-se adultério.
C: A seriedade do compromisso matrimonial
Não existem famílias fortes sem casamentos bem estruturados. Não existem igrejas saudáveis sem famílias fortes. Não existe sociedade bem estruturada onde as famílias que a compõem estejam se desintegrando.
Nenhum sucesso compensa o fracasso do casamento e da família. Não fomos chamados para imitar o mundo, mas para ser um referencial de Deus no mundo. O povo de Deus precisa mostrar ao mundo casamentos sólidos, famílias unidas e regadas pelo amor.
GRANDE IDEIA
“Quem Deus uniu, o homem não separe”
TEOLOGIA BIBLICA
Mateus 19.4–6 “Jesus respondeu: — Vocês não leram que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: “Por isso o homem deixará o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, que ninguém separe o que Deus ajuntou.”
Efésios 5.25–27 “Maridos, que cada um de vocês ame a sua esposa, como também Cristo amou a igreja e se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.”
Apocalipse 19.7–9 “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque chegou a hora das bodas do Cordeiro, e a noiva dele já se preparou. A ela foi permitido vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro.” Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então o anjo me disse: — Escreva: “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.” E acrescentou: — São estas as verdadeiras palavras de Deus.”
RESPOSTA DESEJADA
"Fidelidade e união são a essência do casamento, indissolúveis diante de Deus."
APLICAÇÃO
O casamento é uma instituição divina, criada por Deus para ser um reflexo de sua fidelidade e amor.
O divórcio, embora permitido em casos específicos, não é o ideal de Deus.
Devemos buscar viver em conformidade com o plano de Deus para o casamento, mantendo nossos corações humildes e abertos ao arrependimento e à reconciliação.
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