O Sentido da Vida
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Eclesiastes 11.9 ARA
9 Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas.
Precisamos viver na perspectiva da existência de Deus. A tendência natural de todos nós vivermos como se Deus não existisse.
Muitos de nós passam por toda vida sem se importar com a existência de Deus. Quando criança não são ensinados sobre Deus, chegam na juventude, e não querem saber de Deus, chegam a velhice e não tem prazer em Deus.
Eclesiastes 12.1 ARA
Lembra-te do teu Criador
O que a Palavra nos orienta? Lembra- te de Deus.
Aqui a Palavra está nos chamando para uma vida centrada em Deus, fazendo do Deus que fez o universo a nossa primeira e mais alta prioridade. Na verdade, essa é a chave para todas as outras coisas às quais ele nos chamou nessa passagem. Tudo que o Pregador diz nessa passagem supõe e exige a presença íntima de Deus em toda a nossa vida.
Lembrar-se de Deus significa viver toda a nossa vida para ele. Significa lembrar-se de Deus em todas as circunstâncias – incluí-lo em todos os nossos planos, louvá-lo por todas as suas bênçãos e orar a ele em todos os nossos problemas. Essa lembrança, escreve Derek Kidner, “não é um ato superficial ou meramente mental; significa abandonar nossa pretensão ou autossuficiência e entregar-nos a ele”.
O melhor momento na vida para fazer isso é quando ainda somos jovens o bastante para entregar toda a vida ao serviço de Deus. Não espere até estar tão velho que não terá mais desejo de fazer qualquer coisa porque a vida já perdeu todo o seu prazer. Em vez disso, entregue sua vida a Deus agora, enquanto ainda tiver a paixão suficiente para fazer alguma diferença no mundo.
Lembra-se do Senhor é se comprometer com Ele, não é apenas uma lembrança mental, mas um compromisso real onde nos movemos nessa vida segundo a sua vontade
Mas por que precisamos nos lembrar do Senhor? Por que precisamos viver na perspectiva da existência de Deus?
A suma de tudo
Eclesiastes 12.8–14
De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más (Ec 12.13–14).
Se não houver Deus para julgar o mundo, a existência humana é uma questão sem sentido que termina em desespero sem sentido. O autor que escreveu Eclesiastes teria concordado. Desde o início de seu livro, ele vem dizendo que, se não houver Deus, não há sentido. Nada importa.
O que ele disse
“Vaidade de vaidades… tudo é vaidade” (Ec 12.8). Essas são as primeiras e também últimas palavras do Pregador (veja Ec 1.2) – uma técnica literária conhecida como inclusio. O escritor começa e termina sua composição dizendo exatamente a mesma coisa.
A palavra hebraica para vaidade (hevel) é a metáfora de propósitos múltiplos do Pregador para expressar a futilidade da vida num mundo caído. Em seu sentido literal, a palavra se refere à respiração ou ao vapor que sobe de um bule com água fervente. Assim é a vida. É impossível agarrá-la, e antes que você perceba, ela já se foi; ela dissolve no ar.
O vapor da nossa existência é dramaticamente representado em Breath [Sopro],
Ao começar e encerrar com a mesma declaração, a estrutura de Eclesiastes reforça uma de suas principais mensagens – isto é, “nada há novo debaixo do sol” (Ec 1.9). Como foi no passado, assim é no presente e assim será para sempre. Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade, sempre. Assim, terminamos exatamente onde começamos.
Entretanto, a última palavra não é da “vaidade”, nem na Bíblia nem na vida cristã. Eclesiastes poderia ter encerrado muito bem com o versículo 8 do capítulo 12 como um resumo adequado de tudo aquilo que Kohelet disse. Em vez disso, o livro fecha com outras observações que nos ajudam a ver o livro inteiro pela perspectiva certa.
Eclesiastes encerra com a aplicação prática da verdade bíblica. Ouvimos o que o Pregador disse, e também como e por que ele o disse. Como, então, devemos responder? Qual é a conclusão do livro? O que devemos levar conosco quando fechamos o livro de Eclesiastes?
As últimas palavras do livro fornecem uma conclusão ética e escatológica: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Ec 12.13–14).
Quando a Bíblia diz que “isto é o dever de todo homem”, ela diz literalmente “isto é o todo do homem”. A palavra “dever” pode ser induzida, mas Eclesiastes tem algo maior em mente. Dizer “isto é o todo do homem” significa dizer: “o homem se resume a isto”. Em outras palavras: “é disso que a vida trata”. A coisa mais importante para toda pessoa é adorar a Deus e obedecer os seus mandamentos sagrados. Isso é mais do que o mero dever do homem. Segundo Charles Bridges, é “toda a sua felicidade e ocupação – a soma total de tudo que diz respeito a ele – tudo que Deus exige dele – tudo que o Salvador ordena – tudo que o Espírito Santo lhe ensina e opera nele”. A coisa mais importante na vida é apresentar-se ao único Deus verdadeiro em adoração e obediência.
Independentemente se estamos prontos para nos apresentar diante de Deus ou se estamos a evitá-lo, a verdade é que um dia cada um de nós se apresentará a Deus para o julgamento.
Eclesiastes já mencionou tudo isso. Quando o Pregador nos instruiu a regozijar na força da nossa juventude, ele também nos lembrou de que um dia Deus nos levará ao julgamento (veja 11.9). E é o que ele fará. Após todos os nossos dias de busca, no fim da nossa estrada espiritual chegaremos ao trono da justiça eterna e encontraremos o Grande Juiz.
Por que Eclesiastes nos fala aqui sobre o juízo final? Porque significa que tudo importa. O Pregador iniciou e encerrou a sua busca espiritual dizendo que tudo é vaidade e que, sem Deus, a vida não tem propósito nem sentido. “Isso é tudo o que há?”, ele continuou perguntando. “A vida não tem nada mais a oferecer do que aquilo que vejo debaixo do sol?” Se não houver Deus e, portanto, não houver juízo final, é difícil ver como qualquer coisa que façamos possa importar. Mas se existir um Deus que julgará o mundo, tudo importa.
Isso não é tudo que há. Há um Deus no céu que reina sobre o mundo. Existe uma vida depois desta vida. Um dia, os mortos serão ressuscitados, e cada pessoa que já viveu será julgada por Deus.
A mensagem final de Eclesiastes não é que nada importa, mas que tudo importa. O que fizemos, como o fizemos e por que o fizemos terá relevância eterna. A razão pela qual tudo importa é que tudo no universo está sujeito ao veredicto final de um Deus justo que conhece cada segredo.
O que mais importa, portanto, é a decisão pessoal que cada pessoa faz em relação a Jesus Cristo. Eclesiastes não termina com uma promessa da graça, mas com uma advertência do juízo. Mesmo assim, esse livro tem o propósito gracioso de nos apontar o evangelho. Se é verdade que Deus levará tudo a julgamento, então é de importância desesperadora que sejamos considerados justos naquele dia maravilhoso. Uma maneira de garantir isso é confiar a nossa vida a Jesus Cristo, que é o único que tem o poder para nos salvar da ira de Deus.
Logo Jesus voltará, “no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho” (Rm 2.16). A Bíblia diz que Deus “estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31). Quando esse dia vier, todos que creem em Jesus se apresentarão ao justo Juiz e olharão nos olhos de um Salvador amoroso. Confie em Jesus, cuja vitória nos salva da vaidade da vida – louvado seja Deus!