Qual tem sido a sua prioridade?
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Ageu 1.1-15.
Ageu foi um profeta, e ele e Zacarias profetizaram para o povo de Deus quando estes voltaram da escravidão na Babilônia onde passaram 70 anos. Após a escravidão destes, somente em 538 a.C., os israelitas começaram a voltar da Babilônia, onde tinham vivido como prisioneiros.
O templo de Jerusalém que havia sido construído através do Rei Salomão, agora estava destruído, pois o rei Nabucodonosor em 586 a.C. O levou abaixo.
O povo então voltou pra Jerusalém e eles construíram as suas casas, porém não deram atenção ao templo, que estava destruído. Por isso, em 520 a.C., o profeta Ageu entra em cena anunciando algumas mensagens de Deus, ordenando ao povo que construísse de novo o templo. A mensagem de Ageu era que os israelitas deviam voltar para Deus, e assim Deus os abençoaria, e eles viveriam em paz e prosperidade.
Dezesseis anos antes da reconstrução do templo em Jerusalém, o remanescente, com aproximadamente 50 mil pessoas, voltava à Judeia sob a liderança de um homem que governava, este se chamava Zorobabel a fim de pôr em prática o decreto real (Ed 1 e 2). Dois anos depois, os alicerces do templo haviam sido feitos (Ed 3.8–13), e as expectativas da reconstrução pareciam brilhantes. Mas agora, em 520 a.C., as circunstâncias revelam o contrário.
Ageu profetizou apenas durante quatro meses (1.1; 2.1; 2.10; 2.20). Zacarias começou a profetizar dois meses depois de Ageu (Zc 1.1) e teve um ministério mais longo. Ageu só é citado fora do seu livro em Esdras 5.1 e 6.14. Alguns eruditos o consideravam membro da classe sacerdotal.
O autor da profecia é o profeta Ageu(1.1). Pouco sabemos acerca de Ageu. Nada sabemos sobre seu pai nem sobre o lugar do seu nascimento. Esse profeta é a única pessoa com esse nome mencionado no Antigo Testamento.
Possivelmente, Ageu conhecia as glórias do templo de Salomão (2.3). De acordo com a tradição judaica, ele viveu a maior parte de sua vida na Babilônia. Sendo assim, ele já devia ser um homem com mais de oitenta anos quando levantou sua voz profética em Jerusalém.
Edward Young, por outro lado, defende a tese de que ele nasceu na Babilônia durante o exílio e conviveu com o profeta Daniel.
O nome Ageu significa “festivo”. Provavelmente ele nasceu num dia de festas, e por isto foi chamado de “minha festa”.
É importante ressaltar que Ageu não é a fonte da sua profecia. O profeta não gera a mensagem, ele a transmite. Ageu fala com autoridade, repetindo cinco vezes que pregava a Palavra do Senhor. A mensagem veio de Deus, por intermédio do profeta, ao povo.
A data com que o livro começa deve ter tido grande importância naquele momento, porque naquele dia a voz autêntica da profecia se fez ouvir pela primeira vez na era pós-escravidão babilônica.
Ageu profetizou no segundo ano do rei Dario, no sexto mês e no primeiro dia da semana. Ageu apareceu repentinamente no ano 520 a.C. e de igual modo desapareceu. Nada se sabe de sua vida antes ou depois da sua pregação.
Esse Dario não é o mesmo Dario de Daniel capítulo 6. Trata-se de Dario, o Grande, que foi levantado ao poder em 522 a.C. Se Ageu começou a profetizar no segundo ano do seu reinado, nesse período a reconstrução do templo já estava paralisada havia quinze anos (pelo menos), e o templo permanecia em ruínas (Ed 4.1–5).
Os judeus tinham apenas lançado os fundamentos e reconstruíram o altar dos sacrifícios a Deus, mas, logo abandonaram a obra durante 16 anos.
Ageu é levantado após esses 16 anos, Deus o levanta para profetizar no sexto mês, o mês de elul, que corresponde ao período de setembro. Digno de nota é o fato que ele profetizou no primeiro dia da semana. Esse era o dia de lua nova, um dia em que o povo se ajuntava para adorar a Deus. A voz de Deus é ouvida pela primeira vez depois do retorno da Babilônia em um dia de adoração, quando grande multidão estava congregada para adorar.
O primeiro dia do mês era dedicado a interesse da vida espiritual. Era o dia da Lua Nova, dia santo, quando o trabalho e as atividades com ele relacionadas eram suspensas como no dia de sábado (Am 8.5) e uma especial oferta era queimada e oferecida ao Senhor (Nm 28.11–15). Evidentemente, esse dia era uma oportunidade de ouvir os profetas (2Rs 4.23).
V.1: “No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:”
O profeta dirige a sua mensagem a Zorobabel o governador e a Josué o sumo sacerdote.
Quem eram esses? Zorobabel e Josué vieram a Jerusalém com a primeira caravana que chegou ainda no reinado de Ciro. Eles foram os primeiros que lideravam o retorno. Eles eram os líderes, um era o líder político e o outro o líder religioso. E o rei? Não existia mais o rei, Israel não recuperou mais nunca a monarquia.
É interessante com relação ao templo que, uma das razões da disciplina de Deus ao seu povo foi sua confiança mística no templo (Jr 7.1–4). Como assim? Semelhante aos dias de hoje, naquela época, o povo pensava que o templo, que era o lugar da habitação de Deus, era invencível e, enquanto eles tivessem a presença do templo com o povo, eles jamais seriam abalados.
A confiança do povo estava no templo, e não em Deus. O templo se tornou uma especie de um amuleto para eles e, por isso, Deus entregou o templo e seus vasos nas mãos de Nabucodonosor, que o derrubou e entregou o povo nas mãos dos caldeus.
Passaram-se setenta anos. O cativeiro babilônico havia chegado ao fim. Deus já havia determinado o cativeiro e estabelecido seu tempo. Era tempo de retornar, e Deus moveu o coração do rei Ciro para baixar um decreto permitindo a volta dos judeus para reconstruírem o templo e a cidade. O retorno do povo judeu não foi total.
Esse retorno, nós chamamos de segundo êxodo, se deu em três partes e da mesma forma o povo foi conduzido à escravidão.
A primeira parte foi por meio de Zorobabel, para a reconstrução do templo.
A segunda foi liderada por Esdras, para o ensino da lei de Deus.
E a terceira leva foi dirigida por Neemias, para a reconstrução dos muros da cidade.
E nesse ínterim já fazia um bom tempo que não se levantava nenhuma voz profética de Deus, e por isso, com certeza as pessoas sentiram um impacto grande ao receber a profecia de Ageu. E isso era Deus falando ao seu povo que a sua aliança com eles ainda estava de pé.
Deus começa então a sua mensagem aos líderes e ao povo dizendo:
V.2: “Assim fala o Senhor dos Exércitos: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada.
O povo começou a dar as suas justificativas e a dizer: Não está na hora não. Ainda não é hora de construir a Casa do Senhor.
Deus chama o seu povo de “este povo” mostrando o seu inteiro desagrado com o abandono do povo com a reconstrução do templo.
O povo estava dizendo que o tempo não era apropriado, eles não diziam que não iriam fazer, mas, diziam que fariam, mas não agora, pois não chegou a hora.
Deus está demostrando o seu desgosto e tristeza com a atitude do povo.
V.3-4: Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?”
A razão verdadeira porque o povo não estava colocando Deus como prioridade é porque eles estavam colocando outras coisas na frente de Deus.
O povo sabia muito bem, que o maior propósito de serem libertos por meio do rei Ciro, era justamente voltar a Jerusalém e ter como primeira construção o templo. O profeta Isaías disse:
Isaías 44.28 “que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado.”
Ou seja, existiam provas concretas de que o povo estava negligenciando o serviço ao Senhor e sendo preguiçosos e procrastinadores. Deus denuncia isso dizendo que eles estavam investindo em suas próprias casa e os piores investimentos na casa de Deus. Eles na verdade desistiram de investir na casa de Deus, mas, o investimento em suas casa era redobrado, mostrando assim que a prioridade do povo era os seus projetos pessoais e não o Senhor.
As casas do povo eram apainelas que significa que eram cobertas de madeira, e naquela época era padrão de luxo para Israelitas. Enquanto que a casa de Deus estava entregue as teias de aranha, baratas e traças, em ruínas.
Alguns comentaristas dizem que até mesmo das madeiras reservadas ao templo se utilizaram para suas casas em vez de usarem na reconstrução do templo.
Que valor eles estavam dando a Deus se deixavam seu templo em ruínas? Nenhum valor.
O conflito entre despesas com luxo em casa e o sustento do trabalho do Senhor persiste até os nossos dias hoje.
O pensamento do povo era, para as casas dos adoradores nós vamos comprar material importado, de primeira qualidade, eu não aceito menos do que isso.
Mas, para a casa de Deus, para a casa do Adorado, nada, Ele pode esperar, ainda não está na hora de investirmos lá.
Deixemos o templo sem teto.
Isso é um símbolo do descaso de muitos crentes através dos séculos e ainda hoje.
Sempre temos dito: Primeiro, a minha vida. Mais tarde, a de Deus.
Primeiro, cuidarei dos meus negócios. Se tempo sobrar, mais tarde, cuidarei dos negócios de Deus.
Eu primeiro e depois Deus.
Mas, somos os primeiros a dizer que Deus é sempre em primeiro lugar, que Deus é sempre a nossa prioridade, mas, não adianta palavras jogadas ao vento, o que Deus requer de nós é vivência do que pregamos e cremos.
V.5-7: “Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai o vosso passado. Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai o vosso passado.”
O povo colocou como justificativa as dificuldades, e que por isso estavam negligenciando a reconstrução do templo e a adoração ao Senhor.
Deus convida o povo a olhar para o passado e meditar, pensar com cuidado. Deus aqui está dizendo que povo, lembra que vocês no passado fizeram a mesma coisa? Ou seja, Deus estava dizendo, vocês estão em pecado, estão colocando a mim de lado e dando prioridades a outros deuses, a outros ídolos do coração de vocês, e por isso, vocês estão passando por calamidades, por conta dos seus pecados.
O profeta Ageu fala em nome do Senhor dos Exércitos: “Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vesti-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado” (1.6).
O profeta usa cinco situações de investimento, todas com resultados insatisfatórios.
Quem semeia muito colhe pouco. Quem come não esta matando a fome. Quem bebe não sacia a sede. Quem se veste não se aquece. E quem recebe salário perde ele todo pelo caminho(porque é como se colocasse dentro de um saco furado).
E Deus repete dizendo: reflitam, considerem, repensem o passado de vocês.
Deus pesou sua mão sobre o povo que deixou Deus de lado, e deu prioridades as demais coisas.
Mas Deus então exorta o povo dizendo:
V.7-11: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai o vosso passado. Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o Senhor. Esperastes o muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu com um assopro o dissipei. Por quê? —diz o Senhor dos Exércitos; por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa de sua própria casa. Por isso, os céus sobre vós retêm o seu orvalho, e a terra, os seus frutos. Fiz vir a seca sobre a terra e sobre os montes; sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, sobre os animais e sobre todo trabalho das mãos.”
O Senhor chama o povo para retomar a reconstrução do templo e declara que isso vai demostrar o arrependimento do povo. (v.7-8)
Deus diz que assim, Ele será glorificado, e que vai se agradar, se eles subirem no monte e construírem a casa d’Ele. (v.8)
Se assim eles não fizessem, o povo continuariam passando por momentos de dificuldades, escassez, seca, crise econômica e insatisfação.
Deus diz que até o pouco que eles conseguissem colher iria sumir com seu sopro. (v.9-10)
Sobre os grãos/cereal, uvas e azeitonas veio a perca da colheita, assim todo o trabalho do homem e do gado foi afetado. Eles produziam muito e não podiam desfrutar de nada. Pois, tudo que eles colhiam iam escorrendo pelos seus dedos como o vento. (v.11)
V.12-15: “Então, Zorobabel, filho de Salatiel, e Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e todo o resto do povo atenderam à voz do Senhor, seu Deus, e às palavras do profeta Ageu, as quais o Senhor, seu Deus, o tinha mandado dizer; e o povo temeu diante do Senhor. Então, Ageu, o enviado do Senhor, falou ao povo, segundo a mensagem do Senhor, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor. O Senhor despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus, ao vigésimo quarto dia do sexto mês.”
O povo, 23 dias após a pregação da mensagem ouviram a voz de Deus e atendeu a exortação do profeta.
Eles temeram a Deus (v.12) Ou seja, creram em Deus, tiveram um temor de respeito e de honra a Deus entendendo quem Deus é e quem eles são, e assim, eles reconheceram que deveriam colocar Deus em primeiro lugar.
O resultado do arrependimento do povo foi que Deus disse que estaria com eles (v.13) A cidade de Jerusalém fora entregue nas mãos de seus inimigos, porque o povo havia abandonado o Senhor (Lm 1.15). A glória de Deus tinha abandonado a cidade e o templo. A presença de Deus não estava mais com eles. Mas agora, Deus diz que estaria com eles.
E por fim, Deus despertou o governado, o sumo sacerdote e todo o povo para servirem a Deus em sua obra. (v.14-15)
Deus moveu o coração dos homens para obedecê-lo. Assim, nós precisamos ser movidos por Deus para obedecê-lo. Somente quando Deus nos move, quando Ele nos desperta, ai sim podemos servi-lo e viver segundo o caminho que Ele colocou para nós.
Aplicações:
Deus quer ser sua prioridade!
Temos que ter cuidado, muitas vezes colocamos Deus em primeiro lugar na nossa lista de papel ou mesmo do nosso celular, mas não na lista do nosso coração.
Arrependa-se das desculpas
Somos como o povo, bons em justificar nossas falhas, mas, somos péssimos em tomarmos uma atitude de mudança, por isso, precisamos do Senhor para nos arrependermos de nossas negligencias e desculpas esfarrapadas, e precisamos buscá-lo em primeiro lugar.
Resultados dos que colocam Deus em segundo lugar
Trabalham e não prosperam, ou tem muito e não consegue desfrutar de nada.
Não somos a favor de barganha, a Bíblia não ensina isso, mas, a Bíblia ensina que Deus nos abençoa de forma que conseguimos desfrutar ser satisfeitos mesmo com pouco, isso só quando colocamos Ele em primeiro lugar.
Reconheça que Deus tem sido negligenciado por você
Todos nós devemos pensar bem, e refletir, olhar pro passado e ver, que é fato que nós temos nos esquecido de Deus, e temos deixado e muito a desejar, e não temos dado prioridade a Ele.
Peça hoje a Deus que Ele te desperte para se coloca em seu serviço, e se envolver na obra do Senhor.