Sermão de prova - salmo 124
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verdades que devemos lembrar no dia da aflição
1) Nossa insuficiência frente as dificuldades
2) A preservação de Deus em meio as dificuldades
O título do livro na Septuaginta
A Septuaginta usou o título Ψάλμοι (psalmoi) ou Ψαλτήριον (Psaltērion), que sugere canções acompanhadas por instrumentos de cordas. O título latino Liber Psalmorum simplesmente translitera o conceito grego, embora à época que a Vulgata foi produzida, a ideia dominante era a de uma canção ou cântico, não necessariamente acompanhada de instrumentos de corda.
Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. 2014. Foco & Desenvolvimento no Antigo Testamento. Organizado por Juan Carlos Martinez. 2a Edição Revisada e Atualizada. São Paulo: Hagnos.
Sobre os cânticos de Romagem
Quando se trata dos Cânticos de Romagem, ou degraus, Eles antecipam vividamente o movimento do povo de Deus em direção ao centro permanente de seu culto no Monte Sião, cumprindo a promessa pactual feita a Davi sobre uma morada permanente para a casa de Deus. Cada um desses salmos é intitulado “salmo de romagem”, interpretado como referência aos degraus que levavam ao templo em Jerusalém ou à peregrinação dos israelitas nas festas anuais, e também ao retorno dos exilados (Sl 126.1), mas também pode ser compreendido como um a “conexão literária que se move passo a passo pelos 15 salmos”, tendo o salmo 127 como salmo central, formando uma estrutura de pirâmeda, algo que é proposto pelo renomado autor O Palmer ROberton.
Não há menção a um rei nesses salmos, mas há várias referências a Sião e Jerusalém, o que se alinha tanto ao contexto exílico quanto pós-exílico. E o fato de não existir menção explicita a um rei terreno é simplesmente natural, pois no contexto pós-exílico não há mais um monarca descendente de Davi reinando sobre o povo. Portanto, o próprio sentimento de libertação não parece ser pleno; o salmo 126 traz duas expressões interessantes e ilustra bem esta realidade: O salmista louva a Deus pela libertação do cativeiro no verso 1, mas no verso 4 ele pede “Senhor, restaura a nossa sorte”, isto é, “nos liberta novamente!”.
Sobre o salmo 124
Davi, no salmo 124, apresenta algumas imagens claras neste salmo. Na primeira parte Deus é apresentado como uma figura poderosa que esteve presente nos grandes momentos em que o povo estava fragilizado. A imagem das águas é constantemente usada neste primeiro bloco, também os inimigos aparecem como grandes monstros, ao que tudo indica, pois “eles nos teriam comido vivos”, se não fosse o Senhor. O segundo bloco segue o mesmo fluxo e o autor novamente retoma a figura dos inimigos como monstros, pois “Bendito seja o Senhor que não nos deu por presa aos seus dentes”; por último, a libertação do Senhor é descrita como um pássaro que é liberto do passarinheiro, ou da armadilha.
E é a partir desta ótica, que iremos refletir sobre “verdades que devem confortar o nosso coração”
1) Somos insuficientes frente as dificuldades
2) Deus nos preserva em meio as dificuldades
1) Somos insuficientes frente as dificuldades
Não fosse o Senhor, que esteve ao nosso lado,
Israel que o diga;
não fosse o Senhor, que esteve ao nosso lado,
quando os homens se levantaram contra nós,
e nos teriam engolido vivos,
quando a sua ira se acendeu contra nós;
as águas nos teriam submergido,
e sobre a nossa alma teria passado a torrente;
águas impetuosas teriam passado
sobre a nossa alma.
O salmista Davi rememora o passado do seu povo aqui neste primeiro bloco, como um tipo de releitura dos atos que lhes foram acometidos, possivelmente desde o chamado de Abraão, e a aliança estabelecida com a sua descendência. Israel é marcado por uma oscilação entre paz e guerra, obediência e rebeldia; a única coisa que não oscila é o caráter de Deus e a sua fidelidade a aliança; as histórias dos juízes possivelmente influenciou o salmista na sua composição - os sucessivos atos de rebeldia, idolatria , castigo, arrependimento e salvação da parte do Senhor. Se não fosse o Senhor, Israel teria desaparecido a muito tempo.
Todavia, Davi também expressa sua história e caminhada rumo ao trono e a conquista da paz e descanso prometidos por Deus +++
Isso acontece com um tipo de “solidariedade coletivo”, muito presente no livro dos salmos, bem como em alguns textos proféticos. Existe uma interação entre o coletivo e o individuo representante, que geralmente é a figura do rei. Pense nos salmos escritos na primeira pessoa do singular, como por exemplo a expressão conhecida do salmo 121.1: Elevo os olhos para os montes, de onde me virá o socorro? É óbvio que esta expressão não representa apenas os sentimentos do seu compositor, afinal, os cânticos de Romagem são contados pela comunidade enquanto sobem para adorar.
Todavia, a composição de Davi rememora não somente o passado, ou a sua própria história, mas representa aqui, neste contexto, uma representação futura. Como compreendido por Palmer Roberton, o saltério foi organizado com o sentido teológico e em certo sentido, temporal também. O contexto do livro V, como já visto, é de volta do exílio, séculos após Davi, mas ele continua representando o sentimento da comunidade. Passado, presente, futuro.
Mas
Óbviamente isso tem aplicações cristológicas claras, pois a o nosso Senhor Jesus conquistou em sua vida e cruz, é aplicado aos participantes da aliança.
Veja o que diz o verso 1, o autor inicia o seu poema com duas conjunções que funcionam semelhantes advérbios, e que portanto, Introduzem uma oração que apresenta uma condição para a realização ou não do acontecimento da oração por isso lemos a expressão dos versos 1 e 2, como um ação condicional de Deus, sem a qual, as coisas teriam sido bem diferentes, observe: Psalm 124:1–2
“Não fosse o Senhor, que esteve ao nosso lado, Israel que o diga; não fosse o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós,”
A expressão “Israel que o diga” pode ser melhor entendida como uma resposta esperada, alguns estudiosos entendem como uma reação verbal, quanto a uma questão ou ao dar algum outro tipo de resposta. A NVI traduz como: “que Israel o repita”, constituindo se, assim, como um “Paralelismo Gradual” em que as palavras características se repetem, formando uma escada, pela qual o pensamento sobe até completar-se por meio de repetições enfáticas.
Após a ênfase na condicional “Não fosse o Senhor”, ele agora desenvolve o futuro possível do seu povo, se não fosse o SEnhor. Ele vai dizer: salmos (3) E nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós. (4) As águas nos teriam submergido, e sobre a nossa alma teria passado a torrente; (5) águas impetuosas teriam passado pela nossa alma.
A conjectura parece ser algo inato ao ser humano. Gostamos de imaginar como as coisas teriam sido, caso algum evento passado não ocorresse. O filme “efeito borboleta” trata disso, de como as coisas poderiam ser diferentes se uma simples ação no passado fosse alterada. A série “O homem do castelo alto”, baseada o livro do mesmo título, do autor Dick, faz isso de modo brilhante: “a Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Nazistas. O mundo vive sob o domínio da Alemanha e do Japão. Os negros são escravos. Os judeus se escondem sob identidades falsas para não serem completamente exterminados.”
O salmista conjectura sobre este possível futuro, e isso o leva a ser grato porque isso não aconteceu. Ele usa a imagem das águas
O