Mt 27.11-26 A vida do Rei nas mãos de ímpios

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IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS
SETEMBRO/2024
Rev. Mateus Lages
Tema: Como Deus se tornou Rei!
Dia 29/09: Mt 27.11-26 A vida do Rei nas mãos de ímpios
Deus fala: Saudação - 1Pe 3.18A
Nós falamos: Oração inicial
Nós cantamos: Hino 79 - Glória ao Salvador
INTERCESSÃO POR MISSIONÁRIOS E SEUS CAMPOS, IGREJA, OFICIAIS, MEMBRESIA E CONGREGAÇÕES
Deus fala: Dt 21.1-9
Nós falamos: Oração de confissão
Nós cantamos: Hino 260 - Amor que vence
LOUVOR
Eu te quero Vem ser o Primeiro
Ousado amor
Tema: Como Deus se tornou Rei
Mt 27.11-26 A vida do Rei nas mãos de ímpios
INTRODUÇÃO/CONTEXTO
Chegamos ao capítulo 27 que revelará detalhes do profundo sofrimento sacrificial do Rei dos reis.
Depois de tudo o que vimos até aqui, recordamos dos versículos iniciais do capítulo, que anunciaram como logo pela manhã o conselho de líderes religiosos entraram em consenso contra Jesus para o matarem, e, como fazer isso seria a quebra do sexto mandamento, enviaram o caso para o representante romano, Pilatos, porque assim poderiam articular politicamente e concluir a questão. Contudo, o líder romano jamais executaria alguém por blasfêmia, por isso, a maldade dessas pessoas precisará se intensificar um pouco mais e os líderes religiosos farão com que o povo odeie Jesus (20) e pressione Pilatos a acatar o pedido do povo mesmo que não veja em Jesus motivo para condenação (23).
Antes de seguirmos com a exposição do texto de hoje, recordemos do trecho final do julgamento perante o Sinédrio: Mateus 26.66–68 “O que vocês acham? E eles responderam: — É réu de morte. Então alguns cuspiram no rosto de Jesus e bateram nele. E outros o esbofeteavam, dizendo: — Profetize para nós, ó Cristo! Quem foi que bateu em você?”
E também dos versos iniciais de Mateus 27.1–2 “Ao romper o dia, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem; e, amarrando-o, levaram-no e o entregaram ao governador Pilatos.”
Vamos ao texto: Mt 27.11-26 A vida do Rei nas mãos de ímpios
Pelo verso 1 lemos o detalhe sobre a posição de cada um. Diz que Jesus está em pé ante o governador, mas quem é Pilatos?
Temos algumas informaç!ões extra-bíblicas, especialmente de Flávio Josefo, dizendo que Pilatos foi uma autoridade romana de menor importância porque estava muito longe da capital Roma, de modo que com frequência fosse acusado de exercer julgamentos impróprios e rigidez contra seus comandados. Tendo governado a Judeia por cerca de 10 anos, de 26 a 36, Pilatos teria permitido que civis inocentes e desarmados fossem mortos por tropas romans e teria usado dinheiro do Templo para questões seculares.
O Rei dos reis será interrogado por este tipo de gente. Ao longo de seu Evangelho, Mateus apresentou Jesus como aquele que domina tudo e todos; a natureza e os seres humanos; mas que nestes capítulos finais está se sujeitando como não fez nem contra Sanatás no deserto.
No verso 12 diz que Jesus segue sendo acusado pelos principais sacerdotes e anciõas sem nada responder. De modo que Pilatos o questione sobre seu silêncio diante das acusações e o silêncio de Jesus diante de Pilatos agora cause grande admiração. Ao lermos isso podemos pensar algumas coisas, como, por exemplo: Que tipo de admiração Jesus causa em você?
Será que Jesus causa um tipo de admiração em você semelhante ao que causou em Pilatos? A ponto de você trocá-lo por algo qualquer à semelhança de Barrabás?
O verso 15 diz que havia uma forma de agradar ao povo perto da Páscoa, uma grande festividade que movimentava Jerusalém como nenhuma outra data, e isso era a liberdade de um dos prisioneiros escolhidos pelo povo. O verso 16 diz que Barrabás era muito conhecido, de modo que Pilatos questione o povo no verso 17 sobre quem seria solto conforme a preferência deles: Jesus ou Barrabás. O motivo que faz com que Pilatos faça assim é buscando encontrar uma possibilidade de soltar Jesus, pois entende que não há motivos para condená-lo. No relato de João isso fica explícito, mas aqui o evangelista Mateus usa apenas o verso 18 para explicar: Mateus 27.18 “Porque sabia que era por inveja que eles tinham entregado Jesus.”
Mas cuidado, Pilatos não é bonzinho, como vimos, Josefo registrou muitos problemas causados pelo seu governo, tanto que nem o apelo místico da esposa (19) o fez se posicionar como alguém que tem autoridade e liberdade na decisão de libertar o inocente. Por isso, a parte final se torna a mais importante para nós, hoje, quando a partir do verso 20 o relato volta a evidenciar os acusadores, sacerdotes e anciãos persudindo o povo a pedir por Barrabás para concluir o desejo antigo de eliminar Jesus.
Mas quem é este que Pilatos sugere que possa servir como bom opositor diante de Jesus? Don Carson argumenta que Barrabás era um ladrão, mas não no sentido de alguém que furta, mas que usurpa, ou seja, era um contravensor. O melhos termo seria a insurreição, que é o ato ou comportamento daquele que se rebela contra as autoridades instituídas. Por exemplo, o grupo dos zelotes, que era um grupo daquilo que chamaríamos de guerrilha hoje. Então, ao mover muitas revoltas contra o império romano, Barrabás foi preso. Por isso, ao que parece, para o povo ele não seria um cruel que ao ser liberto causaria males na Judeia, mas um heroi que ao ser liberto tornaria a causar movimentos contra o império dominante naqueles dias. Por isso Barrabás era conhecido de todos naqueles dias (21-22).
Isso significa dizer, irmãos, que entre o silêncio do Messias contra o império e o barulho do pecador contra o império, o povo escolhe o pecador. Isso acaba tendo muita relação com o que vemos hoje, quando líderes ímpios se levantam e conquistam o povo pela sua insurreição contra as autoridades, mas não com sua decência e ordem apta para assumir posição de governo. Tome muito cuidado com os candidatos que irá escolher nas próximas eleições. As vezes o mais barulhento não é o melhor, mas cativa mais o coração inclinado a impiedade (23).
Para os sacerdotes e anciãos, se Jesus fosse o Messias, agiria como Barrabás e dedicaria sua vida contra o Império Romano. Mas diante deles e do próprio representante do império, Jesus permanece calado.
Então, nos versos finais, recebemos a conclusão. Pilatos, por causa do sonho místico da esposa, decide não participar da condenação de Jesus e faz o que mais o preocupou até aqui: declara ser inocente daquele sangue (24). Isso move o povo a declarar algo terrível: Mateus 27.25 “E o povo todo respondeu: — Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos!”
Mas evitemos de atrelar isso ao jugo humano e temporário, porque certamente serve como algo muito maior do que isso. Com certeza, irmãos, não é essa declaração que causa a queda de Jerusalém e tantos outros sofrimentos contra os judeus, mas causa àqueles e a cada um que assim fizer por toda eternidade um sofrimento eterno sem comparações. Além disso, gera aqui uma substituição do povo hebreu que até então era o povo de Deus, de modo que seja substituído pela Igreja, composta de pessoas de variadas nações, que assume o lugar de povo de Deus qualificado pelo sangue de Jesus.
Por fim, o verso 26 descreve Jesus sendo açoitado conforme prescrevia o ato prévio de todos os condenados à crucificação. O açoite para os judeus era de 40, como o apóstolo Paulo sofreu certa vez, mas aos romanos não havia metodologia. Quanto maior fosse o espetáculo, maior seria o sofrimento. É possível encontrar detalhes sobre esse flagelo romano para conhecimento dos irmãos na internet.
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Concluindo, aprendemos hoje sobre A vida do Rei nas mãos de ímpios, sendo exposto em silêncio, servindo essa entregue para nossa salvação.
Diante disso, façamos agora o que nos compete para que a exposição bíblica encontre lugar em nosso coração: aplicação contra nós. E o principal meio de fazermos isso é pensando em quem foi substituido por Jesus naquela condenação: Barrabás. Seu nome significa filho do Pai. Embora isso seja curioso e possa servir de modo metafórico para pensarmos em como a substituição de Jesus nos torna filhos de Deus, o ponto principal não é este, mas vermos como Barrabás representa cada um de nós.
Assim, lembremos sempre, que quando Jesus morre, os pecadores ficam livres, todos que merecemos condenação ficamos livres. Não existem mais ou menos culpados pela morte de Jesus, pois todos os pecadores são os culpados. Sacerdotes, anciãos, Pilatos, eu e você. Por isso, não podemos privar quem quer que seja da mensagem de salvação. Ela deve ser oferecida a todos igualmente, pois o único modo de sermos libertos da culpa deste sangue é pela compreensão trazida pela fé que é dom de Deus: Jesus morreu em meu lugar. Ele é o cordeiro que ao ser imolado na Páscoa me substitui e livra da morte.
Em resposta, cantemos o hino 205 - O amor que chama
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO
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