A Torre de Babel

Gênesis 11.1-32.

V.1-4: “Ora, em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar. Sucedeu que, partindo eles do Oriente, deram com uma planície na terra de Sinar; e habitaram ali. E disseram uns aos outros: Vinde, façamos tijolos e queimemo-los bem. Os tijolos serviram-lhes de pedra, e o betume, de argamassa. Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.”

Após o dilúvio, a população de toda raça humana eram apenas oito pessoas, Nóe, sua esposa, seus três filhos e as suas respectivas esposas.

Naquela época/tempo em toda terra se falava apenas uma língua.Alguns dizem que essa língua era o hebraico. Mas é bem difícil sabermos com exatidão. Porém, está claro que essas oito pessoas falavam essa única língua, e os seus descendentes também. O capítulo 10 de Gênesis cronologicamente está após o capítulo 11. No capítulo 10 temos a consequência do que aconteceu no capítulo 11. é como se fosse semelhante aos capítulos 1 e 2 de Gênesis, onde os dois falam sobre a criação, aqui, o capítulo 10 e 11 falam sobre essa nova humanidade.

Os homens então partindo ele do Oriente para o Ocidente (direita para a esquerda do mapa) chegaram em uma planície na terra de Sinar; e ali habitaram. Chegaram em um lugar muito fértil e bem regado de águas onde estava localizado o rio Tigre e Eufrates, e que depois ficou conhecido como Mesopotâmia.

Os nômades começam aqui, onde eles saem vagueando ao longo das montanhas do Ararate, que foi onde ficou a arca, e eles chegam na planície de uma terra chamada Sinar ou Sinear (que faz referência as planícies da Babilônia).

Agora, os descendentes de Noé chegaram neste local que pensaram que poderiam ali ficar para sempre, eles decidem construir uma cidade e uma torre, mas não apenas nisso, mas fazer isso em rebelião contra Deus.

Ali onde eles estavam não tinha pedras para construção, mas é uma região com muito barro, argila. E assim, eles fizeram tijolos de barro que serviram de pedra. Descobriram que se colocassem os tijolos no fogo e queimassem bem, eles poderiam assim queimá-los para ficar duros como pedra e construir a cidade e sua torre que chegasse até o céu. Mas, lhe faltaria o cimento, e então, eles fizeram a argamassa de betume (uma especie de ”asfalto” que brotava da terra) Assim, eles usaram os recursos naturais para construir sua cidade e a torre.

Eles então estavam ali tomando as suas próprias decisões segundo bem lhes parecia. E o objetivo de construir a cidade e a torre a mais alta possível, e essa expressão de ser cujo tope alcance os céus, a ideia é de que ela chegue mais alta ao ponto de todos poderem ver ela e assim, eles seriam conhecidos por isso. Queriam celebrar o nome deles, literalmente era refazer um nome, ou nos organizar ao ponto de termos uma nova civilização, de sermos um povo fundado por nós mesmos e não por Deus, um povo independente e engradecer o nome deles, sem Deus envolvido com isto.

E ainda mais, não queriam se espalhar por toda a terra. Vamos assim criar um único governo, um único estado,uma única nação.

E o cabeça desse movimento é Ninrode. Temos aqui o pensamento de orgulho e de rebeldia contra Deus liderado por ele, segundo nos relatou Moisés no capítulo anterior.

Gênesis 10.6–14: “Os filhos de Cam: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã. Os filhos de Cuxe: Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e os filhos de Raamá: Sabá e Dedã. Cuxe gerou a Ninrode, o qual começou a ser poderoso na terra. Foi valente caçador diante do Senhor; daí dizer-se: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar. Daquela terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir e Calá. E, entre Nínive e Calá, a grande cidade de Resém. Mizraim gerou a Ludim, a Anamim, a Leabim, a Naftuim, a Patrusim, a Casluim (donde saíram os filisteus) e a Caftorim.”

Ele criou esse império para reinar. Algo muito importante e que deve ser notado é que os homens de Babel tinham dois objetivos claros em mente quando resolveram construir a torre: criar fama e prover segurança para si. Eles fizeram uso do mandado cultural e desenvolveram tecnologia suficiente para a construção de uma altíssima torre, mas não utilizaram seus dons e talentos para glorificar a Deus e sim para alcançar status para si mesmos e garantir sua sobrevivência por si mesmos. Eles estavam querendo “abençoar” a si mesmos. Van Groningen diz que eles não aceitaram a garantia que Yahweh havia oferecido, quando confirmou seu pacto dizendo: “nem mais haverá dilúvio para destruir a terra” (Gn 9.11), antes disseram que iriam prover sua própria segurança e futuro (Ver p. 180).

Talvez estivessem estes homens pensando que, se a torre alcançasse os céus, um novo dilúvio não os abateria.

E tudo o que eles fizeram foi contra a vontade de Deus.

Os historiadores acreditam que a Torre de Babel foi um zigurate, construção muito comum na Mesopotâmia. O nome torre de Babel é porque significa confusão, mas, originalmente . E é exatamente isso que Deus faz a partir do versículo 5.

V.5-9: “Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens edificavam; e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro. Destarte, o Senhor os dispersou dali pela superfície da terra; e cessaram de edificar a cidade. Chamou-se-lhe, por isso, o nome de Babel, porque ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela.”

Babel pecou em centrar no homem e fazer uma nação segundo seu coração, onde o homem seria o seu próprio deus, e eles seriam submissos as suas próprias vontades. E iriam adorar a criatura em lugar do Criador.

Então Deus desceu para ver a cidade e a torre e resolveu frustrar aquela tentativa humana de independência e de ser igual a deus.

Sim, Deus não desceu literalmente e visivelmente (antropomorfismo). Mas, Deus investiga a situação antes de puni-los. Deus desceu de lá porque a torre não parecia tão grande quanto eles queriam que fosse. Deus desceu para ver o que os “filhos do homens” estavam construindo.

Enquanto que os homens tentavam subir até os céus com sua torre, eles se deparam com Deus descendo até eles, para demostrar que eles não podem ir até Ele, mas, apenas Ele pode vir até nós.

Deus analisou e viu que o povo era apenas um, descendentes de Noé, e de seus filhos, assim eles centraram no homem e se rebelaram contra Deus.

Deus então agiu para limitar o crescimento da maldade do ser humano, antes que alcançasse o patamar dos dias de Noé. Deus fala como disseram os homens e disse: venham, vamos e desçamos e então a trindade vem, e Deus confundiu as línguas deles e os dispersou pela face da terra.

Aqui mostra que Deus é três em um, onde o Pai, o Filho e o Espírito Santo ão três pessoas que subsiste no ser de Deus. E assim, mesmo que eles não soubessem sobre a trindade como nós sabemos, já temos aqui mais uma revelação de Deus sobre Ele ser triuno.

O que antes babel era, agora não é mais. Antes de ser chamada de confusão, era chamada de o portal dos deuses, agora é chamado de portal da confusão.

E aqui temos o principio das línguas que temos no mundo e dos povos com uma maior diversidade também.

Eles queriam ser conhecidos, ter um nome célebre, e assim serem importais e não se dispersar pelo mundo. O juízo de Deus é justamente aquilo que eles não queriam. (v.7-8)

Agora, sem comunicação era impossível continuar a construção. Deus confundiu a língua do povo, e cada um foi disperso, e agora, isso mostra o juízo e o amor de Deus, em livrar que eles continuassem em rebelião.

E Deus mesmo dá nome a essa torre. (v.9)

V.10–25 - Esses versículos traçam a linhagem de Sem e Abrão. A narrativa começa a estreitar o registro histórico da raça humana para focalizar uma única descendência racial (os semitas) e, a partir dela, um único homem (Abrão), que se tornou pai do povo hebreu. O restante do AT narra, de maneira geral, a história desse povo.

V.26–32 - Abrão tinha uma fé notável e foi um dos homens mais importantes da história. É bem visto por três religiões mundiais (judaísmo, cristianismo e islamismo), é mencionado em dezesseis livros do AT e em onze do NT. Seu nome significa “pai exaltado” ou, após a alteração para Abraão, “pai de uma multidão”.

Aplicações:

Todos somos rebeldes

Moisés nos lembra que a rebelião começou com nossos pais, e foram assim passando,e até hoje, nós somos rebeldes, pecadores que buscam para si outros deuses, e que nos afastamos de Deus. Tentando fazer aquilo que bem entendemos ser correto.

As duas linhagens continuam até hoje

Deus tem os seus descendentes, esses homens que construíram essa torre, são notoriamente um espelho da linhagem de Caim, que se rebelaram contra Deus e sua vontade.

Deus marcou o seu povo, a descendência da mulher como sendo aqueles que adoravam a Deus, casavam somente com uma mulher, heterossexuais, que guardavam o dia do descanso, cresciam e se multiplicavam, valorizando a vida. Sete, Noé e Sem foram os que preservaram essa descendência.

Já essa cidade e torre, mostraram que distorciam o casamento, sendo violentos, culto a outros deuses, e buscando ser independentes de Deus. Foi assim com a Serpente, Caim, Lameque.

Deus veio até nós

Deus veio até nós, Ele se fez carne e habitou entre nós. Ele veio morar entre nós, se fez homem como nós, e assim veio trazer salvação, e assim como veio, Ele pode nos levar, e por isso disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai a não ser por meio de mim. Alcançar os céus sem Jesus não dá.

Deus tem um propósito, e sempre cumpre esse propósito, agindo para sua glória e louvor. Cumprindo a sua aliança, e renovando essa aliança com os descendentes da mulher.