Renova as minhas vestes (IB Plenitude - 29/09/24)
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Lucas 15.20–32 (NVI)
20 A seguir, levantou-se e foi para seu pai.
“Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou.
21 “O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’.
22 “Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. 23 Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. 24 Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar o seu regresso.
25 “Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. 26 Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. 27 Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’.
28 “O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. 29 Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. 30 Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!’
31 “Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. 32 Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’ ”.
Pensar em vestes é algo interessante. Enquanto eu estava meditando nessa ministração me veio à mente algumas ocasiões onde a vestimenta é algo importante. Em casamento, por exemplo, a vestimenta é importante para distinguir quem é a noiva, o noivo (talvez), os padrinhos. Em uma empresa, a farda é importante para identificar os funcionários. Em uma escola, identifica os alunos. Geralmente existe roupas adequadas para determinadas situações.
E a gente vai encontrar isso na Bíblia. Quando o homem peca, ele entende que não pode se apresentar sem vestimenta diante de Deus e coloca umas folhas ali sobre as partes íntimas. Só que para Deus não era suficiente, então o próprio Deus preparou uma vestimenta mais adequada e colocou sobre o primeiro casal e, a partir dali, a nudes agora é algo impróprio. O homem agora precisa se vestir adequadamente.
E essa ideia de vestimenta adequada vai seguindo durante o relato bíblico. Ao estabelecer as questões relacionadas ao culto do tabernáculo, Deus fala a cerca de como os sacerdotes deveriam se vestir. Cria-se uma mentalidade através dessas instituições no AT, do exemplo dos sacerdotes (lembre que os sacerdotes representam o povo diante de Deus) de que o homem não poderia se apresentar de qualquer forma diante de Deus, e a linguagem usada para representar isso era a linguagem das vestes.
Deus mostra através dessa linguagem no decorrer da história bíblica que o homem não consegue por si mesmo vestir-se de fora adequada diante Dele. Em Is 64.6 vemos uma declaração de que a incapacidade do homem de ser justo diante de Deus é como uma veste inapropriada, como trapo imundo.
Os fariseus que estavam ali ouvindo e questionando Jesus tinham consciência da necessidade de se apresentar apropriadamente diante de Deus. Entretanto, eles acreditavam que haviam descoberto uma forma de fazer isso através de suas práticas religiosas (rituais de purificação, etc), e que aqueles que não seguiam suas práticas eram considerados pecadores. Eles eram dignos de salvação, os outros não - eram pecadores que precisavam converter-se ao farisaísmo.
No início do capítulo 15 vemos os fariseus criticando Jesus porque Jesus sentava para comer com pecadores. Jesus então conta três parábolas em sequência.
Na primeira, a parábola da ovelha perdida, Jesus usa o exemplo da ovelha para ensinar que Deus valoriza o pecador que se arrepende. Na verdade, Jesus é irônico quando diz que o pecador arrependido tem mais valor que o justo que não precisa de arrependimento. Porque na verdade niguém é justo para não precisar de arrependimento, nem mesmo o fariseu é justo.
Jesus então conta uma segunda parábola, a da dracma perdida, contendo a mesma mensagem da anterior. Jesus usa outro exemplo pra reforçar a mesma ideia - para Deus, tem muito valor um pecador que se arrepende.
Por fim, Jesus conta uma terceira parábola, que vai esclarecer ainda mais o que ele quer dizer - a parábola do Filho Perdido. E qual é o cenário aqui? Um filho que se rebela para longe do pai, demonstrando toda a miséria que é estar longe do Pai, resolve retornar. Em sua mente, ele não tem mais o direito de ser reconhecido como filho e não há nenhuma possibilidade para isso. O Pai vai então ao seu encontro de braços abertos e oferece aquilo que hoje a gente entende como graça. Esse filho, mesmo recebendo o abraço do Pai, não tem noção da graça que estava recebendo e pede para ser apenas um empregado (Lc 15.21). Mas o Pai tem um perdão pleno para oferecer e não só isso, tem um lugar para restituir - o lugar de filho! Então o Pai diz: Lucas 15.22 “22 “Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés.”. OPA! aqui tem uma linguagem conhecida - vestes diante de Deus! O que Jesus está dizendo? Ele está dizendo que o Pai veste a quem ele quer! Aquele filho perdido não merecia ter uma vestimenta, pois havia abandonado e desprezado seu pai. Entretanto, uma primeira coisa aprendemos aqui sobre a renovação das nossas vestes: O Pai veste a quem Ele quer, isso é uma obra da graça! Não é por mérito.
Mas temos ainda algo a observar no filho mais velho. Vejamos o que diz o texto: Lc 15.23-32. Está acontecendo uma festa ali. Que festa é essa? A festa da graça, a festa da salvação, a festa onde o pecador imerecedor recebe vestes novas, onde o ofensor, sem compreender exatamente como, recebe o perdão de sua ofensa. Esse barulho incomoda o filho mais velho! Porque? Porque para o filho mais velho ele merece a festa! Mas como assim? Como é que merece se é pela graça? Ah! Mas o filho mais velho não é pecador! Será? Quando aquele filho mais velho indaga o pai sobre seus “direitos” a resposta do Pai é: “filho, o que é MEU é seu”. Em outras palavras o Pai está dizendo, o que você tem só tem por causa de mim! você só está vestido por minha causa. Mas esse filho mais velho não entende e não aceita isso. Para ele o que importa é o mérito. Na cabeça dele ele tem direito à roupa que veste. Ele tem o direito pelos próprios méritos de ter comunhão com o Pai. Para ele, suas vestes não são vestes recebidas, são vestes conquistadas. O filho mais velho não conhece a graça, acha que tem comunhão com o Pai, mas no final das contas fica fora da festa da salvação.
Essa parábola nos ensina que:
Ter vestes renovadas não é uma realização humana, não depende dos esforços humanos, não é uma conquista humana!
Essa parábola nos mostra que o legalismo é muito mais perigoso que a promiscuidade e a libertinagem. Vemos aqui de um lado um homem promíscuo, prostituto, libertino, que ao encontrar-se com a graça, certo de que é imerecedor, mesmo confuso, recebe a graça e entra na festa da salvação. Do outro lado um homem aparentemente dedicado a Deus, que não é dado aos prazeres do mundo, mas que está infectado pelo pecado mais grave: o legalismo - o orgulho, o sentimento de merecimento diante de Deus, o sentimento de que eu faço por onde e já alcancei o favor de Deus. Ele não sabe o que é misericórdia, desconhece a graça, e ficou de fora da festa da salvação.
Quem pensa que merece e se acha mais justo que os outros, se não se converter a tempo vai ficar de fora da festa.
Que Deus nos livre de uma vida longe de Deus e escrava do pecado como a do filho mais novo. Mas que Deus também nos livre de uma vida sem misericórdia, cheia de orgulho, e que resiste à graça como a do filho mais velho!
O Espírito da graça está aqui! Está entre nós! Quem nos veste é Ele! Independentemente de qual seja sua história passada. Independente das misérias que você possa ter construído sobre a sua própria vida, ou das misérias que construíram sobre você, o Espírito da graça está aqui para te vestir como filho, como quem não merece mas é amado! Nós não merecemos, mas somos mui amados! A graça nos alcançou! Aleluia!