Olhos cheios de orgulho
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Introdução:
Introdução:
Vivemos em uma era de constante busca pela saúde e bem-estar. O conceito de "detox" — desintoxicar o corpo de substâncias prejudiciais — ganhou popularidade nos últimos anos. Muitas pessoas acreditam que, ao limpar o corpo de toxinas, alcançarão uma saúde melhor e um bem-estar mais completo. No entanto, a Bíblia nos mostra que o problema mais grave não está no corpo, mas no coração. O verdadeiro veneno que enfrentamos não é físico, mas espiritual.
Assim como o corpo pode ser intoxicado por substâncias prejudiciais, o coração também de alguma forma é corrompido por toxinas espirituais, e uma das mais perigosas é o orgulho. Ele não apenas nos afasta de Deus, mas também distorce nossa visão de nós mesmos, dos outros e da vida que Deus planejou para nós.
Hoje, iniciamos uma nova série de mensagens intitulada "Detox", onde falaremos sobre como desintoxicar nossos corações de sete pecados mencionados em Provérbios 6:16-19.
16 Seis coisas o Senhor Deus odeia,
e uma sétima a sua alma detesta:
17 olhos cheios de orgulho,
língua mentirosa,
mãos que derramam sangue inocente,
18 coração que faz planos perversos,
pés que se apressam a fazer o mal,
19 testemunha falsa que profere mentiras
e o que semeia discórdia entre irmãos.
Estes pecados são descritos como sendo detestáveis aos olhos de Deus, e o primeiro que vamos abordar é o orgulho — ou, como diz o texto, olhos cheios de orgulho.
Para isso, vamos estudar a vida do Rei Uzias, descrita em 2 Crônicas 26:3-5 e 16-20, e veremos como o orgulho contaminou seu coração, distorcendo sua percepção e levando-o à queda. Ao examinarmos a história de Uzias, seremos alertados sobre como o orgulho pode intoxicar nossos corações e como podemos nos purificar dessa toxina ao olhar para Cristo.
Primeiro Ponto: Um Começo Promissor
Primeiro Ponto: Um Começo Promissor
3 Uzias tinha dezesseis anos de idade quando começou a reinar e reinou cinquenta e dois anos em Jerusalém. A mãe dele se chamava Jecolias e era de Jerusalém. 4 Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, segundo tudo o que Amazias, seu pai, havia feito. 5 Propôs-se buscar a Deus nos dias de Zacarias, que era sábio nas visões de Deus. Enquanto Uzias buscou o Senhor, Deus o fez prosperar.
A história de Uzias começa de maneira impressionante. Ele se tornou rei de Judá aos 16 anos e, ao longo de seu reinado, experimentou grande sucesso. O texto nos diz que "ele fez o que era reto aos olhos do Senhor" (v.4) e que "enquanto buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar" (v.5). Esses versículos destacam algo fundamental: o sucesso de Uzias estava diretamente ligado à sua dependência de Deus.
Uzias foi um líder forte, visionário e bem-sucedido. Sob sua liderança, Judá prosperou em vários aspectos: ele construiu cidades, fortaleceu o exército, trouxe paz e desenvolvimento para o reino. Seu reinado, até aquele ponto, foi caracterizado por realizações notáveis.
Observação Adicional:
O reinado de Uzias coincidiu com o início do ministério profético de Isaías, como vemos em Isaías 6. Isso nos mostra que, em seus primeiros anos de reinado, Uzias estava rodeado de bons conselheiros espirituais, como Zacarias, que o ajudaram a seguir os caminhos de Deus. Vale mencionar que este Zacarias não é o mesmo do livro de Zacarias, mas um conselheiro espiritual que desempenhou um papel importante na vida de Uzias. Embora saibamos pouco sobre ele, é evidente que enquanto Zacarias estava presente, Uzias manteve o coração inclinado a Deus.
No entanto, havia algo mais profundo e escondido no coração de Uzias — uma semente de orgulho que, se não tratada, acabaria por trazer grandes consequências. À medida que Uzias crescia em poder, sua dependência de Deus começou a diminuir, e o veneno do orgulho começou a agir.
Aplicação: Assim como Uzias, muitos de nós começamos bem em nossa caminhada com Deus. Nos primeiros passos da nossa vida cristã ou em nossos projetos, dependemos totalmente do Senhor. Reconhecemos que nosso sucesso, nosso crescimento e nossas realizações vêm de Deus. No entanto, o sucesso pode facilmente se transformar em um veneno, se começarmos a acreditar que somos os responsáveis por ele. Quando esquecemos que tudo o que temos vem de Deus e começamos a depender de nós mesmos, o orgulho se infiltra sorrateiramente em nossos corações.
Pense por um momento: onde você tem confiado mais em suas próprias habilidades do que na graça de Deus? Talvez, como Uzias, você tenha começado bem, mas, ao longo do caminho, o orgulho tenha se infiltrado em áreas da sua vida. O sucesso em si não é o problema, mas quando começamos a ver o sucesso como fruto do nosso esforço, esquecendo que tudo provém de Deus, somos contaminados por esse veneno invisível.
Segundo Ponto: O Veneno do Orgulho
Segundo Ponto: O Veneno do Orgulho
2Crônicas 26.16-20
16 Mas, depois que Uzias se tornou poderoso, o coração dele se exaltou para a sua própria ruína. Ele cometeu uma transgressão contra o Senhor, seu Deus, pois entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso. 17 Porém o sacerdote Azarias entrou atrás dele, acompanhado de oitenta sacerdotes do Senhor, homens da maior firmeza. 18 Eles enfrentaram o rei Uzias e lhe disseram:
— Não compete a você, Uzias, queimar incenso diante do Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que são consagrados para esse serviço. Saia do santuário, porque você cometeu uma transgressão e isso não lhe trará honra da parte do Senhor Deus.
19 Então Uzias se indignou. Ele tinha o incensário na mão para queimar incenso. No momento em que ele se indignou contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu na testa, ali mesmo, na presença dos sacerdotes, na Casa do Senhor, junto ao altar do incenso. 20 Quando o sumo sacerdote Azarias e todos os sacerdotes se voltaram para ele, eis que ele estava leproso na testa. Então apressadamente o tiraram dali, e até ele mesmo se apressou em sair, visto que o Senhor o havia ferido.
O orgulho de Uzias, que começou como uma semente invisível, cresceu e se manifestou de forma destrutiva. O versículo 16 nos revela que "depois que Uzias se tornou poderoso, o seu orgulho provocou a sua queda". Quando Uzias alcançou o auge de seu poder, ele deixou de reconhecer que tudo vinha de Deus e passou a confiar em sua própria força. O poder e o sucesso subiram à sua cabeça.
O texto nos conta que Uzias se tornou tão autossuficiente que tentou assumir o papel dos sacerdotes, entrando no Templo para queimar incenso, algo que era estritamente proibido para ele. Esse era um ato reservado apenas aos sacerdotes, descendentes de Arão. Uzias, porém, achou que poderia fazer o que quisesse, mesmo em se tratando das coisas sagradas de Deus. Ele estava tão cego pelo orgulho que acreditou estar acima das leis divinas.
Observação Adicional:
No hebraico, a palavra usada para "transgressão" significa ofender a santidade de Deus, como violar um juramento sagrado. Uzias cometeu essa transgressão ao invadir o Templo e tentar oficiar uma função que não era sua. Esse ato presunçoso de Uzias nos lembra a rebelião de Corá (Números 16:1-40), quando um grupo de homens tentou usurpar a autoridade sacerdotal. Assim como Corá, Uzias ofendeu a santidade de Deus ao tentar assumir um papel que não lhe pertencia.
Uzias não apenas queria ser o rei, mas também queria ser sacerdote. Ele buscava uma autoridade espiritual para complementar sua autoridade política. No entanto, essa atitude provocou a ira de Deus, pois o orgulho de Uzias o levou a ultrapassar os limites estabelecidos pelo próprio Senhor.
Aplicação: O orgulho tem a capacidade de nos cegar completamente. Quando estamos cheios de orgulho, começamos a acreditar que estamos acima das regras, acima dos outros e, eventualmente, até acima de Deus. Isso pode acontecer em várias áreas da nossa vida — seja em nossa carreira, no ministério, ou mesmo em nossos relacionamentos. O orgulho cria uma barreira entre nós e Deus, nos fazendo esquecer que tudo o que temos e somos depende Dele.
Como no caso de Uzias, o orgulho pode nos levar a tentar fazer as coisas para Deus, mas de acordo com os nossos termos e não com os Dele. Uzias queria servir a Deus, mas do seu próprio jeito, ignorando as instruções divinas. Isso nos faz refletir: quantas vezes tentamos moldar nossa vida espiritual de acordo com o que achamos melhor, em vez de seguir a Palavra de Deus?
Observação Adicional:
Nos dias de hoje, vemos um movimento contrário em líderes religiosos que buscam autoridade política para além de sua autoridade espiritual. Esse desejo por poder, como no caso de Uzias, pode ser um reflexo do orgulho. Quando pastores e líderes colocam sua confiança na política, buscando reconhecimento e influência, eles caem na mesma armadilha do orgulho que cegou Uzias.
Pergunta Reflexiva: Onde o orgulho tem se infiltrado na sua vida? Você tem confiado mais em suas habilidades e em seu próprio entendimento do que na orientação e na graça de Deus? Onde você tem tentado moldar sua vida espiritual conforme seus próprios termos?
Terceiro Ponto: O Antídoto para o Orgulho — Olhando para Cristo
Terceiro Ponto: O Antídoto para o Orgulho — Olhando para Cristo
5 Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, 6 que, mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo. 7 Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, 8 ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9 Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
Se o orgulho é uma toxina perigosa que pode envenenar o coração, qual é o antídoto? A resposta está em olhar para Cristo. Em Filipenses 2, o apóstolo Paulo nos apresenta Jesus como o exemplo perfeito de humildade. Embora Ele fosse Deus, "esvaziou-se a si mesmo" e tomou a forma de servo. Jesus, que tinha toda a glória e autoridade, escolheu o caminho da humilhação, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Essa passagem nos mostra um contraste claro com a vida de Uzias. Enquanto Uzias, em seu orgulho, se exaltou e buscou glória para si, Jesus, em sua humildade, abriu mão de sua glória e se humilhou para nos salvar. Uzias tentou assumir um papel que não era seu, mas Jesus, sendo Deus, assumiu a posição de servo. O que Uzias procurou à força, Jesus abriu mão voluntariamente.
Observação Adicional:
Em Cristo, vemos que a verdadeira grandeza não está em exaltar a si mesmo, mas em seguir o caminho da humildade. O caminho de Jesus é oposto ao de Uzias. Uzias se exalta e é humilhado por Deus; Jesus se humilha e é exaltado por Deus (v.9-11). Paulo nos chama a ter a mesma atitude que houve em Cristo Jesus, o que significa rejeitar o orgulho e abraçar a humildade.
A grande lição aqui é que a verdadeira glória não vem por meio da autopromoção ou do esforço próprio, mas pela submissão à vontade de Deus. Uzias queria fazer as coisas nos seus próprios termos, mas Jesus se submeteu completamente ao plano do Pai, mesmo que isso significasse a cruz. Ao seguir o exemplo de Cristo, aprendemos que a humildade nos aproxima de Deus, enquanto o orgulho nos afasta.
Aplicação: Assim como uma dieta detox visa purificar o corpo, precisamos purificar nosso coração das toxinas do orgulho. O primeiro passo para isso é olhar para Jesus e aprender com o Seu exemplo. Ele nos mostra que a verdadeira grandeza não está em nos exaltar, mas em nos humilhar, servindo aos outros e submetendo-nos à vontade de Deus. Mas Jesus é muito mais do que um bom exemplo, precisamos nos lembrar do Evangelho, daquilo que Deus fez por nós em Jesus Cristo.
Mas além de ser nosso exemplo, Jesus é também a fonte da nossa força. Nós não somos capazes de vencer o orgulho por conta própria. É somente pela graça de Cristo que podemos ser purificados. Quando olhamos para Cristo e somos transformados por Ele, somos capacitados a viver uma vida que glorifique a Deus e reconheça que tudo o que temos vem Dele.
Pergunta Reflexiva: Onde você precisa se humilhar diante de Deus? Em que áreas da sua vida você precisa deixar de lado o orgulho e seguir o exemplo de Cristo, submetendo-se à vontade de Deus, mesmo que isso signifique abrir mão de algo que você deseja?
Algumas lições:
Algumas lições:
Uzias mesmo jovem era maduro, fez o que era certo e prosperou. A prosperidade de Uzias foi a prosperidade do povo. Isso nos dá uma primeira lição, é que o sucesso aos olhos de Deus é quando esse sucesso afeta a vida dos outros. A pessoa próspera aos olhos de Deus não é sobre o quantro ela ganha, mas o quanto o seu sucesso traz prosperidade ao outros. Isso deve moldar a forma como nós devemos trabalhar para a glória de Deus. Qual o benefício do seu trabalho para as pessoas que são seus clientes, colaboradores ou até mesmo para a comunidade a sua volta?
Segunda lição, a verdadeira maturidade não tem a ver com idade, mas com dependência, obediência e fidelidade a Deus. Uzias foi maduro enquanto jovem, mas imaturo depois de velho justamente quando se encheu de orgulho e começou a se relacionar com Deus do seu próprio jeito.
Terceira lição, Deus quer ser adorado em seus termos. Os fins não justificam os meios. Muitos trazem elementos estranhos para o culto a Deus com a descupla de ser para Deus (culto pet), outros relativizam os papéis que o próprio Deus estabeleceu para cada um no serviço a Ele, as qualificações bíblicas para o ministério da Palavra, a fidelidade no ensino… As vezes as pessoas erradas fazem coisas boas, mas não são elas que devem determinar isso, mas a Palavra de Deus. As vezes pessoas que estão inaptas e insistem em fazer o que querem para Deus, mas Deus quer ser adorado, cultuado dentro dos seus próprios termos, e não no nossos. Tudo bem que o culto da Antiga Aliança existiam muitas regras específicas, e na Nova Aliança Deus dá uma certa liberdade, porém, há princípios e até ordenanças claras também na Niva Aliança que sustentam esse prinípio: Devemos adorar a Deus, mas nos termos Dele, e não nos nossos.
Conclusão
Conclusão
Hoje, vimos como o orgulho é uma toxina perigosa que pode envenenar nossos corações e nos afastar de Deus. A história de Uzias nos alerta sobre o perigo de deixar o sucesso e o poder nos cegarem. Começando bem, ele prosperou enquanto buscava ao Senhor, mas à medida que crescia em poder, seu orgulho o afastou de Deus e o levou à queda. Ele tentou fazer as coisas para Deus, mas nos seus próprios termos, esquecendo-se de que é Deus quem determina como devemos adorá-Lo e servi-Lo.
Esse orgulho destrutivo, presente em Uzias, também pode se infiltrar nas nossas vidas. Muitas vezes, como Uzias, começamos bem, dependentes de Deus, mas à medida que alcançamos sucesso e conquistas, o orgulho começa a nos dominar, nos fazendo pensar que somos autossuficientes. O orgulho nos cega, nos afastando de Deus e nos levando a crer que podemos fazer as coisas à nossa maneira, sem considerar a vontade e a Palavra de Deus.
Mas o evangelho nos oferece um caminho melhor. Ao contrário de Uzias, que se exaltou e foi humilhado, Cristo se humilhou e foi exaltado. Jesus nos dá o exemplo perfeito de humildade e submissão à vontade de Deus. Ele, que tinha toda a glória, abriu mão dela para nos salvar, e é através de Seu sacrifício que podemos encontrar o antídoto para o orgulho.
Aplicação Final: Assim como buscamos purificar nossos corpos com uma dieta detox, devemos buscar uma desintoxicação espiritual, purificando nossos corações do orgulho e das outras toxinas que nos afastam de Deus. E essa purificação só é possível ao olharmos para Cristo. É Nele que encontramos o exemplo e a força para viver uma vida que glorifique a Deus e que nos mantenha dependentes da Sua graça.
Então, que possamos hoje examinar nossas vidas e perguntar: Onde o orgulho tem se infiltrado em nossos corações? Onde temos confiado em nós mesmos, em vez de depender da graça de Deus? Que possamos seguir o exemplo de Jesus, humilhando-nos diante de Deus e permitindo que Ele nos purifique de todo orgulho.
Desafio Final: Hoje, desafio você a orar e pedir a Deus que revele as áreas em sua vida onde o orgulho tem se instalado. E mais do que isso, peça a Ele a graça para seguir o exemplo de Cristo, submetendo-se à vontade de Deus e permitindo que o Espírito Santo transforme seu coração.
Que possamos, juntos, buscar essa desintoxicação espiritual, vivendo com humildade e dependência de Deus, para a Sua glória e nosso bem.