Viver pela Fé
Introdução
O que é fé?
A tradução grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) emprega o termo πίστις (pistis) para traduzir várias palavras hebraicas:
1. אמן ('mn), "confiança" ou "confiabilidade".
2. אֱמוּנָה (emunah), "confiança" ou "confiabilidade". Em contextos relacionados às relações humanas, esse termo "frequentemente se refere àqueles que têm a capacidade de permanecer estáveis (isto é, fiéis) em meio às circunstâncias perturbadoras da vida, percebendo que a verdade de Deus as estabeleceu" (Wilson, 183). Por exemplo, o termo é usado sobre as mãos de Moisés, pois Arão e Hur o apoiaram na colina de Refidim (Êx 17:12). Assim, suas mãos eram firmes, estáveis e confiáveis.
3. אֱמֶת (emeth), "fidelidade" ou "verdade". Sakenfeld classifica esse termo como "lealdade" quando se refere ao relacionamento de aliança e o define como lealdade demonstrada ou "fidelidade em ação". O termo frequentemente aparece ao lado do termo hebraico de "benignidade" (חֶ֫סֶד, chesed) na descrição do Deus de Israel (por exemplo, Gn 32:10; Ne 9:17; Sl 25:10; 86:15; 98: 3).
Brueggemann enfatiza que a linguagem da "fé" no Antigo Testamento está em toda parte associada à aliança. Dentro dessa construção teológica, "fé" tem menos a ver com idéias particulares do que com a integridade de um relacionamento. Ele afirma: " A 'fé' diz respeito ao envolvimento atento em um relacionamento promissório. Raramente o Antigo Testamento sugere que 'fé' é um corpo de ensino em que Israel deve 'acreditar'. A fé de Israel não carece necessariamente de substância normativa nem é vazia, mas o relacionamento é mais elementar do que o ensino substantivo que reflete sobre esse relacionamento. Que, no Antigo Testamento, a fé é considerada como 'confiança' é mais elementar do que 'consentimento' é uma questão frequentemente desconsiderada em articulações teológicas formais, mas 'confiança' não deve ser entendida principalmente em termos emotivos. Confiança é uma prática que implica obediência à Torá [a lei] e seus requisitos específicos. A fidelidade de Israel ao Senhor, não muito diferente da fidelidade no casamento, consiste em atos concretos que levam a outra parte com seriedade definidora” (Brueggemann, Reverberations of Faith, 78).
Tópico 1
Tópico 2
Tópico 3
Tópico 4
Jesus continua, dizendo: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará ao outro local. Nada vos será impossível. Essa comparação, no primeiro momento, causa estranheza, pois para um milagre desse porte é certamente necessária não uma fé pequena, tão pequena como um grão de mostarda, e sim uma fé gigantesca. No entanto, Jesus não está se referindo à fé comum que cada cristão precisa ter para ser salvo, mas uma espécie muito singular de fé, que Paulo arrola entre os dons especiais da graça, os carismas (1 Co 12:9; 13:2). Essa fé realizadora de milagres, na verdade, é bem singela enquanto permanece oculta no coração de quem a possui. Se, porém, começa a atuar, seu efeito é imensuravelmente grande, pois há poder de Deus dentro dela. É por isso que Jesus diz: Nada será impossível para vocês. Essa fé é como uma participação na onipotência de Deus (Lauck, p. 259).
Quem tem essa fé, não calcula nem a força dos demônios nem o próprio poder. Ele conta unicamente com o Senhor.
A expressão transportar montanhas é uma forma proverbial da época, que significava tanto quanto “tornar possível o que parece ser impossível”. Os rabinos chamavam um sábio, que na discussão levava a sua opinião à vitória contra todas as objeções, de “arrancador de montanhas”.