Um Chamado a Santidade
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Ageu 2.10-23.
Qualquer culto/sacrifício seria rejeitado por Deus enquanto o templo estivesse inacabado.
V.10-14: “Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Pergunta, agora, aos sacerdotes a respeito da lei: Se alguém leva carne santa na orla de sua veste, e ela vier a tocar no pão, ou no cozinhado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará isto santificado? Responderam os sacerdotes: Não. Então, perguntou Ageu: Se alguém que se tinha tornado impuro pelo contato com um corpo morto tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? Responderam os sacerdotes: Ficará imunda. Então, prosseguiu Ageu: Assim é este povo, e assim esta nação perante mim, diz o Senhor; assim é toda a obra das suas mãos, e o que ali oferecem: tudo é imundo.”
Lembro que foram quatro mensagens que Deus deu ao seu povo por meio desse profeta chamado Ageu, e hoje veremos a terceira e quarta mensagens de Ageu foram comunicadas em 18 de dezembro de 520 a.C. Essa mensagem é proferida dois meses e três dias depois da segunda mensagem. (v.10)
Vimos que Deus chamou o seu povo a reflexão, e depois na segunda mensagem ao trabalho, e agora, podemos ver Deus chamando o seu povo a santidade.
O profeta sempre foi o homem que falava em nome de Deus. Ele é apenas um mensageiro de Deus, apenas entrega uma mensagem que Deus mesmo proferiu ao seu povo. (v.11a)
Deus fala por intermédio de Ageu, e Deus faz duas perguntas, e direciona essas perguntas aos sacerdotes a respeito da lei (v.11b)
Primeiramente Deus pergunta sobre a santidade: “Se alguém leva carne santa na orla de sua veste, e ela vier a tocar no pão, ou no cozinhado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará isto santificado?”
E os sacerdotes respondem dizendo: não. (v.12)
Quando um animal sem defeito era levado para o sacrifício, era considerado santo; ou seja, separado exclusivamente para Deus (Lv 6.25).
No altar ele era oferecido ao Senhor como sacrifício.
E a carne que sobrava de alguns sacrifícios podia ser usada pelos sacerdotes. Porém, eles precisavam ter cuidado com sua maneira de comer, com o lugar onde se alimentavam e com o que faziam com os restos (Lv 6.8–7.38).
Se essa veste santa (Lv 6.27) que transportava a carne tocasse em algum alimento não santificado, esse contato não tornava esse alimento puro. O significado era claro: a santidade não pode ser transmitida de um objeto para o outro nem de uma pessoa para outra.
A segunda pergunta está no versículo seguinte:
Em segundo Deus pergunta: Se alguém leva carne santa na orla de sua veste, e ela vier a tocar no pão, ou no cozinhado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará isto santificado?
E os sacerdotes respondem dizendo: ficará imunda. (v.13)
O contato com um cadáver ocasionava grave impureza que só podia ser removida mediante purificação com água depois de sete dias (Nm 19.11–13). Durante esse tempo, tudo quanto o imundo tocava tornava-se também imundo (Nm 19.22).
Qual a lição aqui?
A lição é clara: se a santidade não se transmite de uma pessoa para outra, o pecado tem o forte poder de contaminação. O pecado contamina. É contagioso. A santidade não é contagiosa, mas o pecado é.
Deus esta construindo o argumento, a sua mensagem para o povo.
“O santo não transmite sua santidade para nenhuma outra coisa, porém o impuro transmite impureza”
O pensamento é o seguinte: o trabalho, a adoração não santificam o pecado. Mas, o pecado contamina tanto o trabalho quanto contamina a nossa adoração a Deus. (v.14)
Ageu está dizendo que o povo estava imundo, contaminado pelos pecados, logo, a adoração e o trabalho não eram agradáveis a Deus, principalmente porque o templo ainda estava em ruínas.
Tem muito disso no nosso meio, onde muitos consideram atividades religiosas/cultos/eventos cristãos ou objetos como sendo “santos” como formas de magia para dar sorte ou prosperidade.
Alguns colocam a Bíblia embaixo do travesseiro imaginando que a Palavra de Deus automaticamente os protegerá ou os tornará mais santos ou até colocá-la aberta na estante da sala. Outros pensam que podem herdar benefícios espirituais de seus pais ou avós que foram ou são muito religiosos. Contudo, como aprendemos, o bem não é contagioso. Portanto, cada pessoa deve viver em santificação por meio de Jesus Cristo e demonstrar arrependimento verdadeiro e obediência sincera.
1Samuel 15.22 “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.”
Salmo 66.18: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido.”
Jeremias 7.21–23 “Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne. Porque nada falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem.”
Você pode ate passar uma doença para o outro, mas, você não consegue passar a saúde para o outro. O pecado é assim, ele contamina o outro, mas, a santidade não pode ser passada, ou contaminar o outro.
Por isso, Deus diz por meio do profeta, assim é tudo o que vocês estão me oferecendo, tudo é imundo. O povo de Israel tinha sido destinado para o Senhor como um povo santo.
Êxodo 19.6: “vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.”
Mas, perceba que não apenas parte da nação, mas a nação inteira se tornou impura, e tudo o que eles tocassem, inclusive suas ofertas, se tornaria impuro. A ruína do templo era como um cadáver no meio deles.
Deus chama o povo novamente a reflexão.
V.15-19: Agora, pois, considerai tudo o que está acontecendo desde aquele dia. Antes de pordes pedra sobre pedra no templo do SENHOR, antes daquele tempo, alguém vinha a um monte de vinte medidas, e havia somente dez; vinha ao lagar para tirar cinquenta, e havia somente vinte. Eu vos feri com queimaduras, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas mãos; e não houve, entre vós, quem voltasse para mim, diz o SENHOR.Considerai, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se fundou o templo do SENHOR, considerai nestas coisas. Já não há semente no celeiro. Além disso, a videira, a figueira, a romeira e a oliveira não têm dado os seus frutos; mas, desde este dia, vos abençoarei.
Aqui Ageu chama o povo a reflexão:
Ageu chama o povo a considerar tudo o que estava acontecendo desde aquele dia. E que dia eles deveriam lembrar?
Era exatamente sobre a negligencia do templo, onde antes da reconstrução do templo, o povo vinha sofrendo escassez de grãos e de vinho e safras atacadas por queimaduras, ferrugem e chuva de pedra e granizo, e tudo isso enviado por Deus para destruir a plantação deles. Pois, assim, o Senhor continuou castigando o povo com dificuldades e privações mesmo após o início das obras, por causa dos intermináveis adiamentos na reconstrução que eles ficaram adiando. O lucro que os judeus buscavam tão ansiosamente não veio porque o investimento que deveriam ter feito na Casa de Deus estava destinando apenas aos seus projetos pessoais
Esse povo estava esquecido, é importante relembrar que o povo retornou do cativeiro com o claro propósito de reconstruir o templo (Ed 1.5). Mas, eles fizeram promessas e votos de que se engajariam nessa obra. Porém, o tempo e as dificuldades os fizeram esquecer seus votos (Ag 1.2). Fizeram votos na doença, na dificuldade, mas, na hora da saúde, quando estavam bem, eles esqueceram dos votos feitos a Deus. Quando o povo de Deus peca, seu pecado é pior que o pecado do incrédulo. Os pecados do crente são os mestres do pecado. O pecado do crente é mais grave, mais hipócrita e mais danoso que o pecado do descrente. Mais grave, porque ele peca contra um conhecimento maior, pois conhece a Deus e sabe a sua vontade. Mais hipócrita, porque o crente denuncia o pecado em público e o pratica em segredo, achando que nem Deus está a ver o seu pecado. E é mais danoso porque quando o crente desobedece a Deus, mais pessoas são atingidas. Um dos grandes enganos de nossa geração é que o pecado compensa. Mas, isso é uma mentira do diabo. O pecado na verdade é uma fraude: promete liberdade e escraviza; promete prazer e traz desgosto, vergonha e medo; promete vida e mata a nossa vida com Deus e a vida física.
Mas, Deus diz que eles devem voltar a considerar a ordem de Deus, e assim obedecê-lo, e se assim fizessem, Deus então promete voltar a abençoá-los a partir do dia em que retomarem as obras de reconstrução do templo. (v.18-19) Enquanto que o pecado traz apenas consequências más para nós e aqueles que estão próximos de nós. O SENHOR diz que se eles obedecem, será diferente.
Enquanto que a desobediência passada havia trazido juízo e disciplina, mas a obediência presente marcaria um novo tempo de bênção, prosperidade e vitória na vida do povo. Deus quem prometeu e Ele é fiel para cumprir. Os campos voltariam a produzir com abundância. As lavouras voltariam a ficar cheias de frutos. Os celeiros voltariam a se encher, e os lagares transbordariam novamente de vinho (onde esmaga as uvas).
Mensagem de encorajamento.
V.20-23: “Veio a palavra do Senhor segunda vez a Ageu, ao vigésimo quarto dia do mês, dizendo: Fala a Zorobabel, governador de Judá: Farei abalar o céu e a terra; derribarei o trono dos reinos e destruirei a força dos reinos das nações; destruirei o carro e os que andam nele; os cavalos e os seus cavaleiros cairão, um pela espada do outro. Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, filho de Salatiel, servo meu, diz o Senhor, e te farei como um anel de selar, porque te escolhi, diz o Senhor dos Exércitos.”
Aqui está a quarta e última mensagem de Deus por meio do profeta Ageu, essa veio no mesmo dia que a terceira mensagem. Ela é dirigida a Zorobabel, governador de Judá, no mesmo dia em que a terceira mensagem foi entregue. Essa palavra trouxe encorajamento para o presente e bendita esperança para o futuro. A profecia tinha aplicação imediata e cumprimento pleno no fim dos tempos. A profecia apontava tanto para o presente como para o futuro. (v.20,21).
E qual era o encorajamento de Deus para o povo?
O povo é encorajado com a promessa de destruição das nações ímpias e do estabelecimento do reinado do Messias.
Deus diz que vai fazer abalar o céu, a terra, e vai derrubar o trono dos reinos e destruirá as forças dos reinos das nações inimigas, e vai destruir os carros, cavalos e cavaleiros serão derrubados um pela espada do outro. (v.21-22)
Isso nos lembra quando Deus destruiu o exercito de Faraó no Egito. A confusão é tamanha, pois eles vão lutar entre eles. Isso ilustra bem o pecado, como ele é autodestrutivo. Os que são contra Deus, acabam cavando a sua própria cova, e assim se autodestroem.
Naquele dia, Deus diz, com uma linguagem simboliza, e comunica a profecia a Zorobabel, que aqui representa o Messias vindouro que governará o reino de Deus. Os termos usados para descrever Zorobabel são todos termos messiânicos: “servo meu”, “anel de selar”, “te escolhi”. Jesus foi descendente de Zorobabel (Mt 1.12; Lc 3.27). O anel de selar é um símbolo muito precioso. Com ele os reis autenticavam os documentos oficiais e autorizavam todos os editos e leis que eram promulgados. Era um símbolo de poder e autoridade.
Warren Wiersbe diz que o anel de selar era usado pelos reis para colocar sua “assinatura” oficial em documentos (Et 3.10; 8.8,10), como garantia de que o rei cumpriria sua promessa e as estipulações do documento. O anel de selar era usado, portanto, para autenticar cartas e documentos reais. Sem o anel, não havia impressão no documento e, sem a impressão, o documento não tinha valor nenhum.
Desta forma a profecia de Ageu está mostrando que alguém da linhagem de Zorobabel, no futuro, autenticaria definitivamente a intervenção de Deus na história: e este é Jesus de Nazaré. (v.23)
Assim, podemos concluir que aqui podemos encontrar pelo menos dois elementos cristológicos (que apontam para Jesus Cristo) neste livro de Ageu:
O primeiro é a glória do templo, que veio de forma definitiva na pessoa de Jesus Cristo.
O segundo é a apresentação de Zorobabel como anel sinete, um símbolo da autoridade real do Messias.
E este texto se cumpre em Jesus, mas, também tem um parte que ainda está a espera: O cumprimento pleno desta profecia dar-se-á na segunda-vinda de Cristo, quando os reinos deste mundo passarão e o Reino será do Senhor e do seu Cristo.
Apocalipse 11.15: “O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.”
Aplicações:
Deus requer de nós adoração santa
Não adianta fazermos muito de forma impura e em pecado. O que Deus busca são adoradores que o adoram em espírito e em verdade. Que sejam adoradores santos, que buscam a obediência e não apenas a religiosidade. Deus busca pessoas apaixonadas que desejam viver por Ele e para glória d’Ele.
Deus nos chama a priorizá-lo
Este livro é do inicio ao fim um chamado a reflexão, onde nós devemos considerar a nossa vida, e enxergar se nós não estamos colocando Deus de lado. O povo de Judá estava deixando à obra de Deus e de lado, e sem entusiasmo em fazê-la. Eles não tinham interesse pela casa de Deus, mas corriam com todas as forças e recursos atrás de seus interesses. Estavam construindo casas apaineladas, com luxo, enquanto deixavam a casa de Deus desamparada e em ruínas. A Palavra de Deus, porém, nos ensina a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, sabendo que as demais coisas nos serão acrescentadas (Mt 6.33).
Sempre que deixamos de investir na casa de Deus, seu juízo disciplinador vem sobre nossa vida. Plantamos e não colhemos, comemos e não nos satisfazemos, bebemos e não nos saciamos, vestimo-nos, mas não nos aquecemos, e o salário que recebemos, nós o perdemos pelo caminho, pois o colocamos num saco furado. Na linguagem de Malaquias, as janelas se fecham em cima nos céus e os devoradores atacam em baixo na terra.
Jesus é o cumprimento de Ageu
A história não caminha para um fim incerto, mas para um glorioso fim já definido. Os reinos do mundo serão abalados e o trono dos reinos será destruído, mas o descendente de Zorobabel, da família de Davi, o escolhido de Deus, o Senhor Jesus Cristo, reinará vitoriosamente, e o seu reino não terá fim. Glória a Deus. Cristo voltará e com Ele reinaremos.