A CONDENAÇÃO CIVIL DE JESUS

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Texto base:

28 Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã. Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa. 29 Então, Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse: Que acusação trazeis contra este homem? 30 Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. 31 Replicou-lhes, pois, Pilatos: Tomai-o vós outros e julgai-o segundo a vossa lei. Responderam-lhe os judeus: A nós não nos é lícito matar ninguém; 32 para que se cumprisse a palavra de Jesus, significando o modo por que havia de morrer

1. Jesus é levado para Pilatos (João 18:28-32)

1.1 - Preparação

Verso 28: Jesus é levado da casa de Caifás para o pretório, onde será julgado por Pilatos. Os judeus, buscando manter-se puros para a Páscoa, evitam entrar no pretório, mas sua intenção de condenar Jesus à morte é evidente.
Pôncio Pilatos foi o governador romano (ou procurador) da província da Judeia entre os anos 26 e 36 d.C. Ele é mais conhecido por seu papel nos eventos que levaram à crucificação de Jesus, conforme relatado nos evangelhos do Novo Testamento.
Queda de Pilatos:Pilatos foi eventualmente removido do cargo em 36 d.C. após um incidente em que reprimiu brutalmente uma revolta dos samaritanos no Monte Gerizim. Os líderes samaritanos fizeram queixa a Vitélio, o governador da Síria, que o chamou de volta a Roma para ser julgado por sua administração. Após esse momento, pouco se sabe sobre o destino final de Pilatos.
Verso 29: Pilatos pergunta: "Que acusação trazeis contra este homem?" – tentando compreender a acusação formal dos judeus contra Jesus.
Verso 30: Os judeus respondem de forma vaga: "Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos", sugerindo que já estavam determinados a condenar Jesus, mesmo sem provas claras.
Verso 31: Pilatos, percebendo a ausência de uma acusação concreta, sugere que os judeus julguem Jesus de acordo com sua própria lei. Eles respondem: "Não nos é lícito matar ninguém", deixando claro que seu objetivo é a execução de Jesus, algo que apenas os romanos poderiam autorizar.
Historicamente, os judeus sob domínio romano não tinham o poder legal de executar alguém sem a permissão de Roma. A Palestina, na época de Jesus, fazia parte do Império Romano, e os romanos mantinham controle sobre os aspectos principais do governo, especialmente em relação à pena de morte.
A autoridade para aplicar a pena capital era uma prerrogativa exclusiva do governo romano. Embora os judeus tivessem uma certa autonomia em assuntos religiosos e pudessem julgar de acordo com suas leis no Sinédrio (a suprema corte judaica), eles não podiam legalmente executar alguém
Verso 32: João destaca que isso aconteceu para que se cumprisse a palavra de Jesus sobre o tipo de morte que Ele sofreria, revelando que a crucificação, uma forma de execução romana, já estava prefigurada.
João 3.14 “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,”
João 12.31–33 “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo. Isto dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer.”

2. A Defesa de Jesus diante de Pilatos (João 18:33-40)

2.1 - A Acusação de ser Rei

Verso 33: Pilatos retorna ao pretório e faz uma pergunta direta a Jesus: "És tu o rei dos judeus?" – essa questão centraliza a acusação principal dos judeus: que Jesus se autodenomina rei, algo que poderia ser interpretado como uma ameaça ao domínio de César.
João 1.49 “Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!”
Verso 34: Jesus responde de forma investigativa: "Dizes isso de ti mesmo ou outros disseram isso de mim?" – sugerindo que Jesus quer saber se a acusação provém da observação de Pilatos ou dos líderes religiosos.
Verso 35: Pilatos deixa claro que não é judeu e que os líderes religiosos foram os responsáveis por entregar Jesus a ele.

2.2 - A Verdade sobre o Reino de Jesus

Verso 36: Jesus faz uma afirmação sobre o seu reino: "O meu reino não é deste mundo". Ele explica que, se fosse um reino terreno, seus seguidores lutariam para impedir sua captura. Jesus deixa claro que seu reino não é uma ameaça política ao Império Romano, pois é de natureza espiritual.
João 6.38 “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.”
João 8.23 “E prosseguiu: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou.”
João 17.14 “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.”
Verso 37: Pilatos insiste: "Logo, tu és rei?"Jesus confirma sua missão: "Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade". Aqui, Jesus destaca que sua vinda ao mundo está diretamente ligada à revelação da verdade divina, e que sua realeza está intrinsecamente ligada à verdade de Deus, não a um poder político. Ele ainda acrescenta: "Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz", sugerindo que aqueles que buscam a verdade divina reconheceriam sua autoridade espiritual.
Verso 38: Em resposta, Pilatos pergunta: "Que é a verdade?" – essa pergunta revela o ceticismo de Pilatos em relação às alegações de Jesus e ao conceito de verdade.

2.2.1 - A verdade

Jesus revela a verdade por meio de sua encarnação
João 1.14 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.”
João 1.17 “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.”
A verdade liberta
João 8.31–32 “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
Jesus é a própria verdade
João 14.6 “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”
O Espírito da Verdade guiará à plena verdade
João 16.13 “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.”
A Palavra de Deus é a verdade
João 17.17 “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”
João 17.19 “E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade.”

2.3 - A Questão de Pilatos e a Rejeição dos Judeus

Verso 38: Após essa pergunta, ele vai até os judeus e declara: "Eu não acho nele crime algum", sugerindo que não vê nenhuma razão para condenar Jesus à morte.
Versos 39-40: Tentando encontrar uma saída para a situação, Pilatos relembra a tradição de soltar um prisioneiro durante a Páscoa e oferece libertar Jesus, referindo-se a ele como "o rei dos judeus". No entanto, os judeus clamam pela libertação de Barrabás, um criminoso, rejeitando Jesus completamente.

3. A Condenação de Jesus (João 19:1-16)

3.1 A Humilhação de Jesus

Verso 1: Pilatos, ainda sem achar crime em Jesus, tenta apaziguar os judeus e manda açoitar Jesus.
Verso 2: Os soldados, em uma ação de zombaria, colocam uma coroa de espinhos sobre a cabeça de Jesus e o vestem com um manto de púrpura, ridicularizando-o como "rei dos judeus".
A coroa de espinhos representa o sofrimento e a dor, enquanto o manto de púrpura simboliza o poder real. Os soldados estão subvertendo a ideia de realeza de Jesus, transformando-o em um objeto de escárnio. Essa ação não só causa dor física a Jesus, mas também o humilha publicamente, demonstrando o desprezo dos romanos por sua reivindicação de realeza
Verso 3: Eles esbofeteiam Jesus e gritam sarcasticamente: "Salve, rei dos judeus", completando sua humilhação pública.

3.2 - A Acusação de ser Filho de Deus

Verso 7: Insatisfeitos com a punição de Jesus, os judeus exigem sua morte, afirmando que Jesus merece morrer "porque a si mesmo se fez Filho de Deus". Eles apelam à sua lei, que estipula a pena de morte para alguém que faça tal declaração.
João 8.57–59 “Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu Sou. Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo.”
João 10.29–31 “Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar.”
2Samuel 7.12–14a “Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho...

3.3 - O Medo de Pilatos

Verso 8: Ao ouvir que Jesus se declarou Filho de Deus, Pilatos fica ainda mais atemorizado, sugerindo que ele começa a temer que Jesus seja mais do que um simples homem.
Verso 9: Pilatos retorna ao pretório e pergunta a Jesus: "Donde és tu?", tentando entender melhor sua verdadeira origem e natureza. No entanto, Jesus não responde diretamente.
A interação de Pilatos com Jesus também pode ser vista como um reflexo de sua insegurança espiritual. O Evangelho de João sugere que Pilatos estava lidando com questões mais profundas do que apenas a condenação de um prisioneiro. A presença de Jesus e suas declarações sobre verdade e realeza poderiam ter confrontado Pilatos com sua própria falta de fé ou compreensão espiritual.

3.4 - A Autoridade de Deus sobre Pilatos

Verso 10-11: Pilatos lembra Jesus de que ele tem autoridade para libertá-lo ou crucificá-lo. No entanto, Jesus responde que Pilatos só tem autoridade sobre Ele porque essa autoridade lhe foi dada "de cima". Ele também diz que "quem me entregou a ti maior pecado tem", referindo-se à responsabilidade dos líderes judeus.

3.5 - A Perversidade Final dos Judeus

Verso 12: Pilatos tenta novamente libertar Jesus, mas os judeus gritam: "Se soltas a este, não és amigo de César!", pressionando Pilatos a escolher entre sua posição política e a justiça.
Versos 13-14: Pilatos, pressionado, traz Jesus para fora e se senta no tribunal, apresentando Jesus aos judeus: "Eis aqui o vosso rei!".
Verso 15: Os judeus gritam: "Fora! Fora! Crucifica-o!". Quando Pilatos pergunta: "Hei de crucificar o vosso rei?", os principais sacerdotes respondem: "Não temos rei, senão César!", uma declaração de lealdade completa ao poder romano, em vez de ao próprio Deus.
Verso 16: Finalmente, Pilatos cede à pressão e entrega Jesus para ser crucificado.

4. APLICAÇÕES FINAIS

A perversidade dos homens
Salmo 76.10 “Certamente a cólera do homem redundará em teu louvor; o restante da cólera tu o restringirás.
A soberania de Deus mesmo diante da perversidade dos homens
Salmo 103.19 “Nos céus, estabeleceu o Senhor o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo.”
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