Vida cristã à luz do retorno de Cristo
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11 E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. 12 Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. 13 Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; 14 mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências.
O que fazia com que homens como os apóstolos e grandes pregadores do passado vivessem com tamanha intensidade e urgência? Como eles transformaram o mundo em tão pouco tempo (At 16.20)
Que em poucos anos o evangelho, que foi pregado ali em Jerusalém, já tivesse chegado na capital do Império? (At 28.23-28)
Ou como é possível que Jesus, num ministério de apenas três anos, já houvesse feito tanto, pregado em tantos lugares e realizado tantos sinais?
Ou então, como é possível que um jovem chamado Ashbel Green Simonton, tendo vindo ao Brasil, tenha realizado tanto num ministério tão curto, visto que ele faleceu ainda jovem?
Ou mesmo grandes pregadores do passado, como George Whitefield, ou mesmo o José Manoel da Conceição, o primeiro pastor brasileiro, que nem é possível calcular o impacto de seu ministério visto que ele plantou tantas igrejas e viajou tanto pelo interior de SP e MG que nem se pode contar.
O que esses homens tinham? Eles tinham um senso de urgência. Eles entendiam que viver à luz do evangelho era algo para hoje. Porque eles sentiam, eles sabiam, que o retorno de Cristo era algo próximo.
Irmãos, estamos nos capítulos "práticos" da carta de Paulo. Depois de expor o seu evangelho de modo profundo, agora ele detalha como o cristão deve viver à luz do evangelho. Vimos que o cristão deve viver em comunidade, exercendo os seus dons. Vimos que o cristão deve viver em amor na igreja e no mundo. Vimos que o cristão deve sujeitar-se às autoridades e cumprir a lei através do amor.
Agora, Paulo se volta a questão do tempo. O cristão deve ter discernimento do tempo em que ele está. Ele está entre o já e o ainda não. Ele já desfruta das bênçãos da salvação, mas aguarda o próximo estágio da redenção, que é a vinda de Cristo. A próxima coisa a a contecer é a volta de Cristo.
E o cristão deve viver à luz disso. Somente assim haverá esse senso de urgência, essa expectativa. Sem essa visão do retorno próximo de Jesus, tenderemos a ser desleixados, a pensarmos que viver segundo o evangelho é algo que podemos deixar para amanhã.
Irmãos, o tema que eu quero refletir com você hoje é este: Viva à luz do retorno de Cristo. Viver à luz do retorno de Cristo implica três coisas: expectativa, conduta apropriada e revestimento de Cristo.
Viva à luz do retorno de Cristo com expectativa (v. 11-12a)
Viva à luz do retorno de Cristo com expectativa (v. 11-12a)
Em primeiro lugar, viver à luz do retorno de Cristo implica em viver com expectativa. Saiba disso, a volta de Jesus está cada dia mais próxima. Você deve ter discernimento do tempo em que está, e isso certamente o levará a viver de maneira distinta.
O cristão sabe o tempo em que está (v. 11a). Veja o que Paulo diz:
Romanos 13.11 (ARA)
11 E digo isto a vós outros que conheceis o tempo
O cristão conhece o tempo. Paulo toma isto como pressuposto. Ele sabe que vive entre o já e o ainda não. Ele desfruta das bênçãos espirituais nas regiões celestiais (Ef 1.3). Mas sabe que ainda falta o próximo estágio, o retorno de Cristo. E ele vive com expectativa de tal retorno.
Se você é um cristão, você deve ser um inconformado com este mundo (Rm 12.2). É o que Paulo já afirmou em sua carta:
Romanos 12.2 (ARA)
2 E não vos conformeis com este século […]
Ele tem em seu coração a esperança dos novos céus e terra, e por isso, ele nunca se sentirá totalmente confortável aqui. Aqui tem pecado, tem tentações, tem oposição, tem rebelião contra Deus. E até mesmo as benesses deste mundo são pálidas em comparação com o porvir. Por isso, ele sabe que esta era está se aproximando cada dia do seu fim.
E isso levará o cristão a ser espiritualmente alerta (v. 11b).
Romanos 13.11 (ARA)
11 […] já é hora de vos despertardes do sono […]
Despertar do sono traz a ideia de uma vigilância espiritual. O crente não pode ser desligado. O tempo para o crente acordar é o hoje. É o “já”, como Paulo diz aqui. Pois ainda há batalhas a serem travadas, guerras a lutar.
Por que o cristão deve acordar? É porque a salvação está cada dia mais perto (v. 11cd).
Romanos 13.11 (ARA)
11 […] porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos.
Paulo, quando fala da salvação aqui, tem em mente não apenas a eleição, a regeneração a justificação (que é no passado, fomos eleitos, regenerados e justificados), mas também a salvação futura. Ser salvo é ser livrado de algo. Fomos livrados do pecado, sua culpa e poder. E seremos livrados da ira que Deus manifestará no último dia e da presença do pecado.
Então a salvação aqui tem a ver com o Dia que virá. O dia em que seremos finalmente libertos. É salvação no sentido escatológico. E essa salvação está cada dia mais próxima. Isto é, o próximo estágio da redenção é a volta de Cristo. Não falta mais nada. Cristo já morreu, ressuscitou, reina nos céus, intercede por nós. Todas as promessas foram cumpridas, exceto esta: que ele voltará para julgar e para consumar tudo o que realizou. E isso pode ocorrer a qualquer momento.
Então Paulo usa uma imagem para retratar essa realidade. A noite está quase no fim e a luz se aproxima (v. 12ab).
Romanos 13.12 (ARA)
12 Vai alta a noite, e vem chegando o dia.
Veja, às vezes eu acordo de madrugada. Acordo às 2h, 3h da manhã. E quando olho o relógio e vejo que ainda é cedo, o que a gente faz? Dorme de novo.
Mas e quando a gente olha o relógio e vê que é 4h58, e eu tenho de acordar às 5h? Não sei você, mas eu me levanto. Só falta 10 minutos. Não faz sentido dormir só 10 minutos se eu já estou desperto. Já posso acordar e começar o meu dia.
Noite é tudo aquilo que está sob o domínio do pecado e de Satanás. A noite vai alta, quer dizer que as obras das trevas estão no seu fim. O tempo aoristo dá a ideia de que essa "morte das trevas" já é real. As trevas já têm o seu fim determinado.
O dia vem chegando quer dizer que está quase amanhecendo. A chegada da luz é iminente. Cristo está quase voltando. Novos céus e terra estão ali, despontando no horizonte. E aqui Paulo usa no grego o tempo perfeito traz a ideia de um evento passado com efeito contínuo. Cristo venceu a morte, derrotou as trevas e já garantiu a vitória. Agora é só esperar.
Meus irmãos, vocês devem ter discernimento do tempo em que estão. Vivemos entre o já e o ainda não, entre o realizado e o que está por vir. E o que está por vir é cada dia mais próximo.
Pense numa ilustração. Imagine um guarda real que aguarda na torre o retorno do rei que saiu para a guerra. Então ele recebe a notícia de que o Rei venceu a guerra e está a caminho. Ele está retornando, e retornará vitorioso.
Mas enquanto esse guarda aguarda o retorno, ele ainda precisa manter a a sua vigilância. Isso porque a torre ainda está cercada pelas tropas do mal. Ela ainda está cercada por trevas. Em algum momento o Rei virá, com reforços, para consumar a sua vitória. A vitória é garantida. Mas esse guarda ainda deve se manter vigilante.
Nós somos como esse guarda. Temos um rei que já venceu a guerra. A sua vitória é nossa. Mas ainda vivemos cercados de trevas. Mas saber da vitória do Rei e que seu retorno é cada dia mais próximo nos anima a resistir aos avanços do mal.
Devemos ter esse discernimento dos tempos. Ter a visão correta nos ajuda a viver de maneira mais apropriada. Se não tivermos esse senso da iminência, essa expectativa, facilmente nos tornamos preguiçosos, procrastinadores.
Pense, por exemplo, que aquele guarda na torre poderia pensar assim: "o rei já ganhou, então já posso relaxar". Meu trabalho acabou por aqui. Certamente, se ele pensar assim, será vencido pelos soldados das trevas ao seu redor.
Ou esse guarda poderia olhar para as trevas que o cercam temer o mal a ponto de nem ter forças para lutar. Ele poderia pensar: “eu vou morrer, eu vou sucumbir!”. Ao fazê-lo, ele se esqueceu que esse mal já não tem nenhum poder real, ele já foi vencido.
Assim como esse guarda, o cristão tende a esses dois tipos de atitude: a indolência ou o medo. O cristão pode se tornar indolente ou temeroso. As duas atitudes são sintomas de uma má compreensão do tempo.
Um outro exemplo que posso dar são os meus alunos na escola. Há momentos em que estamos no início do bimestre, e eles pensam: "a prova ainda está muito longe, é só no final de bimestre". Então eles não estudam, relaxam, tornam-se preguiçosos e desfocados.
Até que chega a semana de provas. Então eles percebem que não estudaram nada, entram em desespero e morrem de ansiedade. Já tive de lidar com aluna tendo crise de ansiedade em sala de aula.
Nenhuma das duas atitudes é apropriada. O correto é entender assim: o dia da prova está se aproximando a cada dia. Então eu preciso estar preparado. Vou começar a estudar agora, e quando o dia chegar, estarei pronto.
Jesus venceu e derrotou a morte e o pecado. E ele está voltando. Devemos viver com essa expectativa. Ele pode voltar amanhã. Ele pode chegar ainda hoje. Enquanto ele não volta, ainda vivemos neste mundo caído. O que fazemos enquanto esperamos? Lutamos. Lutamos conta o pecado e as trevas. Sabemos que ainda há uma luta espiritual. Fazemos isso com realismo, pois sabemos que o pecado ainda nos assedia. Mas fazemos isso com confiança, sabendo que Jesus já venceu e sua vitória é nossa também.
Viva à luz do retorno de Cristo com uma conduta apropriada v. 12c-13)
Viva à luz do retorno de Cristo com uma conduta apropriada v. 12c-13)
Se vivemos com expectativa, então nossa vida deve ser uma resposta a essa iminência; isso nos leva ao segundo ponto: uma conduta apropriada. Esse viver com expectativa, na iminência, nos leva a um comportamento diferente. Depois de Paulo estabelecer essa iminência da luz, ele começa a fazer uma série de exortações que são implicações dessa realidade que ele acabou de estabelecer (por isso ele usa a palavra “pois”). Se Cristo está voltando, portanto, viveremos assim.
Exortações são palavras encorajamentos. É como se ele dissesse: “Vamos, avante!”. Pois uma vez que sabemos que Cristo voltará em breve, somos motivados, encorajados a viver diferente.
E quais são as exortações?
Primeiro, deixemos as obras das trevas (v. 12c). O cristão não devem viver como aqueles que ainda vivem dominados pelo pecado. Porque ele sabe que este mundo de trevas está no seu fim. Logo, é inútil viver para as coisas deste mundo.
Segundo, revistamo-nos das armas da luz (v. 12d). O cristão deve se revestir, isto é, ele deve por uma roupa nova. Cada ocasião requer uma roupa apropriada. E a ocasião em que estamos é do fim de uma guerra. Logo, o cristão deve estar pronto para lutar. E ele deve se revestir de todas as armas, de toda a armadura que Deus lhe deu para resistir.
Lá em Efésios 6 aprendemos que a maneira pela qual o cristão se reveste da armadura de Deus é por meio da oração. São os meios de graça, a pregação, os sacramentos, a oração, as armas que Deus nos deu para lutar.
Outra exortação que Paulo faz: andemos dignamente (v. 13a). O cristão deve andar de modo apropriado. A palavra aqui significa, literalmente, algo que é de “boa aparência”. Traz a ideia de algo que é digno, decente, elegante, respeitável. O cristão deve exibir em seu modo de vida uma conduta apropriada ao seu novo status. Ainda que a sociedade se corrompa, o cristão manterá a sua postura.
Paulo explica a maneira que faremos isso por meio de uma comparação: como em pleno dia (v. 13b). Isto é, ainda que ele viva cercado de trevas, ele segura a tocha da luz. Ele ainda não está no céu, mas viverá como se lá estivesse.
Então Paulo enumera aquilo que o cristão deve rejeitar. Se ele deve andar de modo decente, isso significa rejeitar muito do que ele vê ao seu redor.
O que o cristão deve rejeitar?
Orgias, aquele tipo de festa da carne em que as pessoas cometem todo tipo de torpeza.
Bebedices, isto é, a embriaguez, o entregar-se ao uso de bebidas e substâncias de modo descontrolado.
Impudicícias, isto é, a imoralidade sexual, todo tipo de relação que é contrária a lei de Deus.
Dissoluções. O termo aqui significa literalmente um viver “sem vergonha”. Um estilo de vida desregrado.
Contendas, isto inclui brigas, conflitos, ira injusta, fofoca, difamação.
Ciúmes, traz a ideia de um zelo em favor de si mesmo, agir com partidarismo em benefício próprio.
Duas coisas você deve perceber sobre essa lista. Primeiro, com ela Paulo descreveu o comportamento das pessoas que vivem controladas pelo pecado, sem o evangelho. Segundo, todas essas coisas podem ser resumidas nisto: uma vida entregue ao descontrole das paixões. O incrédulo vive assim, buscando apenas satisfação de seus desejos. Quer beber, vai lá e bebe até encher a cara. Quer farra vai lá e faz farra até vomitar.
Meus irmãos, vocês têm expectativa do retorno de Cristo? Vocês desejam isso mais que tudo? Então isso se evidenciará em você numa conduta renovada. Essa expectativa que temos não é apenas um sentimento. Ela não nos leva a viver apenas olhando para o céu enquanto nos conformamos com este mundo. Pelo contrário, ela muda o nosso comportamento.
Pense na seguinte situação. Uma família decidiu se mudar para outro país. E eles estão se preparando. Já têm os passaportes, os vistos, puseram a casa à venda, estão fazendo planos.
Então de repente a esposa vê na internet a propaganda de um sofá novo, bonito e bem barato. Ele está na promoção, 12x sem juros. Ela irá comprar esse sofá, sabendo que irá se mudar? Certamente não.
E de repente o marido tem a ideia de uma reforma que ele poderia fazer na casa, que deixaria o quintal do jeito que ele queria, bom pra fazer churrasco e tal. Mas ele irá começar essa reforma, sabendo que dali a poucos meses irá se mudar?
Só se fosse muito necessário.]
Perceba que essa iminência, esse sentimento de que está chegando, muda as prioridades dessa família. Os leva a pensar o que é importante naquele momento.
É assim que funciona para nós que temos expectativa do retorno de Cristo. Nós almejamos o dia em que nos veremos livres do pecado. Desejamos mais do que tudo ver a luz. Por isso, lutamos contra o pecado. Porque eu tenho pressa. Porque eu desejo tanto que não deixo pra depois, quero desfrutar agora essa antecipação do que está por vir.
Pessoas que vivem nas trevas não lutam contra o pecado. Porque elas não têm outra perspectiva. Porque elas não têm outra esperança. Porque este mundo de trevas é tudo o que elas têm. Então elas se entregam a bebedeira, a sexo livre, a brigas de poder, porque isso é tudo o que elas podem obter. Mas nós não. Nós almejamos muito mais. Temos uma expectativa muito maior. Sabemos que algo muito melhor nos aguarda. Por isso lutamos. Por isso vivemos de modo apropriado. Vivemos como se já estivéssemos em pleno dia. Porque queremos antecipar, queremos viver hoje já o que viveremos plenamente amanhã.
Você tem lutado contra o pecado? Quando você percebe que há algo que você precisa vencer, tem feito algo a respeito? Quando você percebe que há uma correnteza tentando te levar a viver segundo as suas paixões, você tem resistido por saber que há algo melhor garantido a você no futuro? Ou você tem trocado a sua primogenitura por um prato de lentilhas? Você tem trocado os prazeres eternos por uma coisinha momentânea?
Se esse é o seu caso, você precisa de uma reorientação de seus desejos. Deseje Cristo. Almeje o céu. Não pode ser apenas algo teórico, mas uma esperança real.
Viva à luz do retorno de Cristo revestindo-se de Cristo (v. 14)
Viva à luz do retorno de Cristo revestindo-se de Cristo (v. 14)
Em terceiro lugar, viver à luz do retorno de Cristo implica em revestir-se de Cristo. Se não devemos andar conforme os prazeres descontrolados deste mundo, de que maneiram devemos andar? Qual o nosso alvo?
O cristão deve revestir-se do Senhor Jesus Cristo (v. 14a). O cristão tem como padrão de vida o próprio Cristo. Ele deve "vestir-se" de Cristo, isto é, exibir o seu caráter e conduzir-se de tal maneira que demonstre que agora ele pertence a Cristo.
Quando nos revestimos de Cristo, é como colocar uma nova roupa. Deus nos deu uma nova identidade em Jesus, e agora somos chamados a viver de acordo com ela – buscando, intencionalmente, refletir o caráter de Cristo em nossas atitudes. Recebemos essa identidade de Cristo, ela nos foi imputada. Mas agora, queremos refletir essa identidade. Queremos caber bem nessa roupa. Isso é revestir-se de Cristo.
E se queremos viver de um modo que reflita Cristo, não devemos dispor nada para a carne (v. 14b). Isto é, o cristão não deve premeditar satisfazer a carne. "Dispor" aqui traz a ideia de preparar de antemão maneiras de prover. Pense em “dispor a mesa”, quando você põe os pratos na mesa de jantar. Então “dispor para a carne” significa prever maneiras de satisfazer o nosso velho eu.
Pense em maneiras que as pessoas presas em pecados muitas vezes procuram o pecado. O adúltero primeiro se permitiu conversar com a sua amante, obteve alguma satisfação dessas conversas, até que um dia consumou o pecado. Aquele que é ganancioso pensa em maneiras de obter mais riquezas. Ou seja, eles mantêm seus pecados como bichinhos de estimação, sempre alimentando seus desejos.
O cristão, por sua vez, tem uma outra ambição. Ele tem uma outra preocupação: parecer-se com Cristo. Ele não vive pensando em maneiras de satisfazer seu pecado, mas em como ele pode se parecer mais com Cristo. Porque, afinal, há somente essas duas opções. Ou eu me revisto de Cristo ou vivo para mim mesmo.
Que "roupa" devemos usar como cristãos? Devemos exibir a semelhança de Cristo. Isso significa copiar as suas características, seguir o seu exemplo, obedecer a lei como ele obedeceu, resistir as tentações como ele resistiu. Ser cristão significa ser um "pequeno cristo", um imitador de Cristo.
Isso não é algo que fazemos de modo involuntário, sem nenhum esforço. Pelo contrário, é algo intencional. Assim como a roupa que você usa é algo que você escolhe usar.
Você certamente escolheu as roupas que usaria para vir ao culto. Ou talvez a sua esposa tenha escolhido por você, ok. Mas elas foram escolhidas (ou deveriam ser) com alguma intencionalidade.
Você simplesmente não sai pegando do seu guarda-roupa aquela camiseta regata furada, aquela bermuda de praia, e vem pra igreja. Não, você escolhe, você pensa, você considera o ambiente em que estará e se veste de acordo.
Assim é com a vida cristã à luz do tempo em que vivemos. Se preciso me comportar de modo apropriado, qual é o meu padrão? É Jesus. Quem eu vou copiar? Jesus. E isso requer que eu anteveja, planeje, procure maneiras de cumprir isto. Porque esta agora é a minha ambição.
E quem melhor do que Cristo? Pois se queremos aprender como viver de acordo com o tempo, devemos olhar para Cristo. Ele usou cada momento de modo intencional para servir ao Pai. Ele não perdeu tempo. Ele sabia que seu tempo aqui era curto, por isso ele ia de cidade em cidade, vila em vila, pregando e realizando sinais. E também tomou tempo para orar. Porque sabia que sua morte se aproximava, bem como a glória que depois viria. Ele não escolheu viver para a glória deste mundo, mas morrer, tendo em vista a glória futura que lhe foi prometida. E assim ele salvou todo aquele que creu nele. Jesus viveu a vida de modo intencional. Cada palavra, cada ação, visava realizar sua obra redentora. Vivamos assim também.