A Providência de Deus na Preparação de um Libertador
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Texto Base: Êxodo 2.1–11 “Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi. E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses. Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio. A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de suceder. Desceu a filha de Faraó para se banhar no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal, enviou a sua criada e o tomou. Abrindo-o, viu a criança; e eis que o menino chorava. Teve compaixão dele e disse: Este é menino dos hebreus. Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Queres que eu vá chamar uma das hebreias que sirva de ama e te crie a criança? Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Saiu, pois, a moça e chamou a mãe do menino. Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou.”
TEMA: A Soberania e a Providência Divina na Preparação de um Líder para Libertar o Seu Povo.
INTRODUÇÃO:
O livro de Êxodo começa com a opressão dos israelitas no Egito e a promessa de libertação. No capítulo 2, vemos Deus começando a cumprir Seu plano de redenção através do nascimento de Moisés. Este trecho destaca como Deus atua soberanamente para preservar e preparar Moisés para uma grande missão, mesmo antes dele saber quem realmente é. Esta é uma das passagens bíblicas mais inpiradoras que lemos em toda a Bíblia sagrada.
I. O Nascimento de Moisés em Meio à Opressão (Êxodo 2:1-2)
Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada
2.1 Com o nascimento de Moisés, começa a história da libertação de Israel. Daqui por diante, a figura de Moisés vai dominar toda a narrativa, não só no livro de Êxodo, mas também ao longo de todo o Pentateuco, que terminará com o relato da sua morte (Dt 34)
CONTEXTO: O povo de Israel estava sendo oprimido pelo faraó, que temia o crescimento populacional dos hebreus e ordenou que todos os bebês do sexo masculino fossem mortos Êxodo 1:22 : “22 Então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem aos hebreus lançareis no Nilo, mas a todas as filhas deixareis viver.”
O NASCIMENTO DE MOISÉS:
A narrativa apresenta uma família levita que, em meio ao perigo, recebe um filho (Moisés). A mãe, Joquebede, vê que a criança é “formosa” e decide escondê-lo. Este "ver" vai além de aparência física, indicando a percepção de que havia algo especial em Moisés. Há aqueles que advogam que este casal recebera uma revelação divina a respeito do futuro de Moisés: “Portanto, tanto o pai quanto a mãe de Moisés pertenciam à tribo sacerdotal de Levi. Eles o esconderam, pela fé, durante três meses (Hb 11:23). Isso significa que receberam alguma revelação divina sobre o destino do filho, uma vez que a fé sempre se baseia em alguma palavra revelada por Deus.” (William MacDonald, Comentário Bíblico Popular: Antigo Testamento, 2a edição. (São Paulo: Mundo Cristão, 2011), 53.)
Hamilton lembra que “Este versículo não diz o nome dos pais da criança cujo nascimento é mencionado no versículo seguinte. Eles são identificados apenas pela sua origem tribal (tribo de Levi) e sua função. Uma vez casados, eles procriam. O bebê também não tem nome (até o último versículo desta perícope), assim como a irmã do bebê e a princesa egípcia”(HAMILTON, 2011,p.53) o anomimato nesta passagem aponta para a singularidade dos personagens nesta narrativa. Ênfase nesse anônimato visa centralizar-se no persagem principal da narrativa neste caso, Moisés.
II. A Proteção Sobrenatural e a Estratégia da Mãe de Moisés (Êxodo 2:3-6)
Êxodo 2.3–6 (RA)
Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio.
A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de suceder.
Desceu a filha de Faraó para se banhar no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal, enviou a sua criada e o tomou.
Abrindo-o, viu a criança; e eis que o menino chorava. Teve compaixão dele e disse: Este é menino dos hebreus.
A . Atitude da Mãe de Moisés:
Joquebede, não podendo esconder Moisés por mais tempo, coloca-o em um cesto e o lança no rio Nilo, que simbolizava tanto morte (para os bebês hebreus) quanto o poder do Egito. Nos chama atenção o que o texto diz: “Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, […]” aqui no texto original “ וְלֹא־יָכְלָ֣ה עוֹד֮ הַצְּפִינוֹ֒” [velo’ - yokeloh] o sentido é que ela não podia mais “suportar” ou ‘manter escondido’ , lembremo-nos que havia uma caça aos filhos dos hebreus que eram atirados vivos no Rio Nilo, agora vemos essa pressão sobre essa família.
O ato de Joquebede mostra fé e sabedoria, confiando que Deus, de alguma maneira, cuidaria do seu filho. Essa fé se transmuta em prática quando a mamãe do menino age de uma forma a pensar na preservação da criança em mantê-la viva. Há uma preparação para que todo o ambiente no lado interior e exterior do cesto fosse acolhedor e seguro para a criança. Há aqueles que veem no cesto uma imagem de Cristo como redentor de Moisés: “O cesto de Joquebede é um símbolo de Cristo, assim como a arca de Noé. [William MacDonald, Comentário Bíblico Popular: Antigo Testamento, 2a edição. (São Paulo: Mundo Cristão, 2011), 53.”] É curioso notar que a palavra cesto usada aqui é a mesma usada para descrever a Arca de Noé “ תֵּ֣בַת ”[thevat] o conceito deste termo é “cesta da arca s. — uma cesta que é provavelmente tecida junta, mas também à prova d’água para que possa flutuar.”
B. Intervenção Providencial:
A filha de Faraó encontra o cesto e, ao ver a criança, sente compaixão.
Esta compaixão é divina; Deus inclina o coração da princesa para cuidar de Moisés.
Notamos como Deus controla até o coração dos poderosos para cumprir Sua vontade (Provérbios 21:1). “ Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina”. Neste bloco vemos a mão da providência agindo em favor da criança. Hamilton declara: “A ocorrência dessa palavra nesses dois textos, e apenas nesses dois textos, conecta as vidas de Noé e Moisés. Dois indivíduos, ambos homens importantes no plano redentivo de Deus, são salvos da morte por afogamento encontrando salvação dentro de um têbâ.”
A Irmã de Moisés e a Sabedoria na Providência:
Miriã, a irmã de Moisés, prontamente se aproxima da filha de Faraó e sugere chamar uma ama para a criança – sua própria mãe, Joquebede. Esse detalhe mostra como Deus usa as pessoas ao redor para cumprir Seus propósitos. Miriã e Joquebede são instrumentos ativos na preservação de Moisés. Esse capítulo está repleto de aparentes coincidências. Por exemplo, por que o cesto flutuou até a filha de Faraó justamente no momento em que esta tomava banho no rio? Além disso, por que sua compaixão foi despertada enquanto o menino chorava? E por que a mãe de Moisés foi aceita para criá-lo? (William MacDonald, Comentário Bíblico Popular: Antigo Testamento, 2a edição. (São Paulo: Mundo Cristão, 2011), 53.)
Crescimento e Preparação de Moisés no Egito:
Moisés é criado no palácio do Egito, recebendo a melhor educação e aprendendo sobre a cultura, as leis e o governo do Egito, que ele enfrentará no futuro. Esse preparo é essencial para sua futura liderança; Deus trabalha na formação de Seu servo antes de usá-lo.
APLICAÇÃO: O modo como Deus faz com que Moisés retorne para os braços de sua mãe mostra como Ele cuida e protege, mesmo em circunstâncias improváveis. Muitas vezes, Deus usa as situações mais desafiadoras para nos preparar para a obra que Ele tem planejada.
IV. O Reconhecimento da Identidade Hebraica de Moisés (Êxodo 2:11)
1. Primeiro Ato Público de Moisés:
Ao crescer, Moisés sai para ver seus irmãos e vê um egípcio ferindo um hebreu. Esse ato indica que Moisés, apesar de ter sido criado como egípcio, entende e sente sua conexão com o povo hebreu.
2. Compromisso com o Povo de Deus:
Moisés toma a defesa do hebreu oprimido, revelando um senso de justiça que está em consonância com o chamado de Deus para sua vida. Este evento é o início de uma jornada de identificação com seu povo, e Deus usará isso para transformá-lo no libertador de Israel.
Aplicação:
Como Moisés, somos chamados a reconhecer nossa identidade e compromisso com o povo de Deus. Deus não só nos salva, mas nos chama para trabalhar na Sua obra e para viver de acordo com a nossa verdadeira identidade.
Conclusão: O início da vida de Moisés, descrito em Êxodo 2:1-11, mostra a soberania de Deus no cumprimento de Seu plano. Mesmo diante das dificuldades, Deus providenciou uma forma de preservar e preparar Moisés. Da mesma forma, Ele continua agindo soberanamente para guiar Seus filhos e os preparar para o propósito ao qual foram chamados.
Aplicações Finais:
Deus trabalha através de meios improváveis, usando pessoas e circunstâncias para realizar Seu propósito. Nossa identidade em Deus é fundamental, e a compreensão dela nos prepara para o nosso chamado. A fé ativa e corajosa nos permite participar na obra de Deus e experimentar Suas bênçãos providenciais.