sves O semeador

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O SEMEADOR 1ª SEMANA
INTRODUÇÃO
A Igreja ensina que temos a presença real de Jesus na Eucaristia e na Palavra. Quando jesus estava fisicamente entre nós, Ele semeava a Boa-Nova entre as pessoas que o se guiam. Elas iam até Ele para escutarem sua palavra, para serem curadas, para terem suas vidas transformadas com a força da palavra de Jesus.
Hoje, quando escutamos e acolhemos a Palavra de Deus e os ensinamentos de Jesus, quando os trazemos para nossa vida, podemos ser curados e transformados como as pessoas que seguiam Jesus há mais de dois mil anos.
O profeta Jeremias diz acerca da Palavra de Deus: "Quando se apresentavam palavras tuas, as devorava: tuas palavras eram para mim contentamento e alegria de meu cora ção. Pois teu nome era invocado sobre mim, Senhor, Deus dos Exércitos." (Jr 15,16).
Colocar-se diante da Palavra de Deus é ter o nome santo e poderoso do Senhor invo- cado sobre nós.
Jesus quer nos tocar com seu amor poderoso, infinito e curador e, por meio da parábola do semeador, Ele nos ensina a importância do acolhimento da Palavra de Deus em nossa vida, pois a Palavra é Ele mesmo, o Verbo Eterno que se encarnou. Acolher a Palavra é acolher Jesus.
DESENVOLVIMENTO
A parábola do semeador
Lucas 8. 4-15 4 Havia se reunido uma grande multidão: eram pessoas vindas de várias cidades para junto dele. Ele lhes disse esta parábola: 5 “Saiu o semeador a semear a sua semente. E, ao semear, parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. 6 Outra caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade. 7 Outra caiu entre os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na. 8 Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por um”. Dito isso, Jesus acrescentou alteando a voz: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”.
9 Os seus discípulos perguntaram-lhe a significação desta parábola. 10 Ele respondeu: “A vós é concedido conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala por parábolas; de forma que vendo não vejam, e ouvindo não entendam.
11 Eis o que significa esta parábola: a semente é a Palavra de Deus. 12 Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem; mas depois vem o demônio e lhes tira a palavra do coração, para que não creiam nem se salvem. 13 Aqueles que a recebem em solo pedregoso são os ouvintes da Palavra de Deus que a acolhem com alegria; mas não têm raiz, porque creem até certo tempo, e na hora da provação a abandonam. 14 A que caiu entre os espinhos, estes são os que ouvem a palavra, mas, prosseguindo o caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos não amadurecem. 15 A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança.
A SEMENTE É A PALAVRA DE DEUS
Saiu o semeador a semear a sua semente (Lc 4,5). A semente é a Palavra de Deus (Lc4,11)
O Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus afirma, de uma forma que fala ao nosso coração, que a Palavra é a própria Pessoa de Jesus: "O Verbo abreviou-se. Em Jesus Cristo a Palavra eterna fez-Se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-Se criança, para que a palavra possa ser compreendida por nós. Desde então a Palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz. Agora a Palavra tem um rosto que podemos ver. Jesus de Nazaré". (BENTO XVI, Verbum Domini, 12.)
Jesus é a própria Palavra; por isso, a Palavra carrega em si a mesma missão de Jesus: salvar e fazer de nós filhos e filhas de Deus. Ao acolhermos a Palavra, acolhemos Jesus e, dessa forma, nossa vida muda, ela recebe a luz que vem de Jesus, recebe a vida plena que Ele vem dar a cada um de nós.
(João 1,1-4.9.12.14). 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio junto de Deus. 3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. 4 Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. 9 [O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. 12 Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, 14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.
Jesus salva do pecado, da doença, da morte, de tudo aquilo que nos escraviza. Assim também é a Palavra. Ela tem um caráter infalível, seguro e não volta para Deus sem ter cumprido com sua missão; dessa forma, nossa vida muda, não continuamos mais os mesmos depois de nos encontrarmos com Jesus na Palavra.
"Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca pro fere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão." (Isaias 55,10-11).
NÃO ACOLHER A PALAVRA DE DEUS É FICAR À MARGEM DA VIDA
"Parte da semente caiu à beira do caminho" (Lc 8,5). "Os que estão à beira do caminho são aqueles que a ouvem; mas depois vem o demônio e lhes tira a palavra do coração, para que não creiam nem se salvem." (Lc 8,12).
A pessoa que ouve a Palavra de Deus, mas não a coloca no centro de sua existência, que não acredita que pela Palavra o próprio Jesus está querendo entrar em sua vida para salvar, abre, pela falta de fé, uma porta para a ação do demônio, e ele arrebata a Palavra do coração para que a pessoa não possa ser salva. Por isso, é importante, ao ler e escutar a Palavra, dizer: "É para mim hoje. E jesus querendo entrar em minha vida para me salvar!". A Palavra não é para os outros, é para cada um de nós colocála no coração, no centro de sua vida e de suas ações. Não podemos permitir que a dúvida e a falta de fé a roubem de nós.
A PALAVRA NÃO GERMINA NO CORAÇÃO DE PEDRA
"Outra caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade." (Lc 8,6). "Aqueles que a recebem em solo pedregoso são os ouvintes da Palavra de Deus que a acolhem com alegria; mas não têm raiz, porque creem até certo tempo, e na hora da provação a abandonam." (Lc 8,13).
Coração de pedra é um coração no qual falta a perseverança, a fidelidade a Deus, um coração que permanece fiel só nas alegrias, mas não nas tristezas. Quando acolhemos o Senhor em nossa vida, nós firmamos com Ele uma aliança. A partir daí, Ele sempre será fiel conosco, mas devemos corresponder com fidelidade, sob o risco de ficar com o coração endurecido, como um terreno pedregoso no qual a semente da Palavra não pode germinar. Se a tribulação, a dificuldade, o sofrimento baterem à nossa porta, devemos guardar a certeza de que Deus está conosco e sua graça há de nos sustentar e confortar. Devemos olhar para a cruz, onde Jesus tomou sobre si nossos sofrimentos (cf. Is 53,4), porque cada vez que olhamos para Ele no meio de nossas dores e perdas. Ele preenche o sofrimento com sua presença, coloca-se bem dentro de cada sofrimento humano e pode atuar no interior de cada um de nós pelo poder de seu Espírito para nos consolar, nos fortalecer para supor tar os tempos dificeis e nos capacitar para li dar com as dificuldades.
OS CUIDADOS E OS PRAZERES DA VIDA PODEM SUFOCAR-NOS
"Outra caiu entre os espinhos, cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na." (Lc 8,7). "A que caiu entre os espinhos, estes são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos não amadurecem." (Lc 8,14).
O que podemos fazer para que os cuidados e as preocupações não nos sufoquem? O segredo é substituir a preocupação por oração, por confiança em Deus, por fé. São Paulo nos ensina: "Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus." (Fl 4,4-7).
O que podemos fazer para que os prazeres da vida não sufoquem nosso coração? O segredo é não atribuir importância demasiada às riquezas do mundo, ao que passa, Jesus nos adverte: "Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corro- em, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu cora- ção". (Mt 6,19-21).
Jesus disse ainda: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza. Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas os serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado." (Mt 6,24-25.31-34)
CORAÇÃO DE TERRA FÉRTIL
"Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por um." (Lc 8,8). "A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança." (Lc 8,15)
Sobre o coração reto e bom, eis o que nos explica o Catecismo da Igreja Católica:
"A purificação do coração. O coração é a sede da personalidade moral: 'É do coração que procedem más intenções, assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações (Mt 15,19). A luta contra a concupiscência da carne passa pela purificação do coração e a prática da temperança: 'Conserva-te na simplicidade, na inocência, e serás como as criancinhas, que ignoram o mal destruidor da vida dos homens'." (ClC, 2517)
"A sexta bem-aventurança proclama: 'Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus' (Mt 5,8). A expressão puro de coração designa aqueles que entregaram o coração e a Inteligência às exigências da santidade de Deus, principalmente em três campos: a caridade, a castidade ou a retidão sexual, o amor à verdade e à ortodoxia da fé. Existe um laço de união entre a pureza do coração, do corpo e da fé." (CIC, 2518).
Guardar o coração e o corpo de impurezas e perseverar na fé, buscando a santidade, farão de nós um terreno fértil para acolher e fazer frutificar a Palavra de Deus.
CONCLUSÃO
Sempre que ouvimos a proclamação da Palavra de Deus, sempre que a lemos, que rezamos com ela, nossa vida é colocada diante do próprio Jesus, a Palavra eterna do Pai, a revelação plena de Deus e de seu amor por nós Tudo já foi dito em Jesus, nEle todas as situações e realidades de nossa vida estão contempladas. Ele entrou em nossa história, a Palavra se fez carne e toca em nossa humanidade, toca em tudo que em nós é carne, a alegria, a dor, o que em nós é bom e o que precisa ser converti do, as labutas diárias, nossos esforços, nossos fracassos, tudo!
A Palavra de Deus é o caminho seguro para seguir na vida porque se a guardarmos no coração ela estará lá para nos conduzir quando precisarmos, e o próprio Senhor andará conosco por qualquer parte por onde formos.
"Todo aquele que vem a mim ouve as minhas palavras e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha. As águas transbordaram, precipitaram-se al torrentes contra aquela casa e não a puderam abalar, porque ela estava bem construí- da." (Lc 6,47-48).
Para edificar a própria vida, temos necessidade de alicerces sólidos, que permaneçam mesmo quando falham as certezas humanas. Na realidade, levando em consideração que para sempre, Senhor, como os céus, subsiste a vossa palavra e a fidelidade do Senhor atravessa as gerações (Sl 118,89-90), quem constrói sobre esta palavra, edifica a casa da própria vida sobre a rocha. Que o nosso coração possa dizer a Deus cada dia: "Sois o meu abrigo, o meu escudo, na vossa palavra pus a minha esperança" (Sl 118, 114), e possamos agir cada dia confiando no Senhor Jesus como São Pedro: "Porque Tu o dizes, lançarei as redes." (Lc 5,5).
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