Romanos 8. 31-34: A essência da perseverança

Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 8 views
Notes
Transcript
A epístola de Paulo aos Romanos causou muito impacto em grandes homens ao longo da história da Igreja.
Ambrósio costumava lê-la em voz alta toda a semana.
Foi através da leitura dela que Agostinho se converteu.
Mas talvez Martinho Lutero, o reformador, seja um dos melhores exemplos do impacto que esta carta pode causar.
Ele estava passando por momentos de crise espiritual porque sentia que não podia se apresentar justo diante de Deus.
Ele buscou sua justificação através de todos os meios que a Igreja Católica possuía na época.
Além dos sacramentos, procurava se confessar constantemente, mas toda vez que saía do confessionário se lembrava de novos pecados cometidos.
Era um tormento. Porém, sua vida mudou quando ao ler Romanos 1.17 percebeu que sua justificação diante de Deus não ocorria por causa de suas ações, mas sim pela fé em Jesus Cristo. Eram, pois, os méritos de Cristo que o tornavam justo e não os seus. As palavras que ele falou foram as seguintes:
[...] senti que havia nascido de novo e que as portas do paraíso me haviam sido abertas. As Escrituras todas tiveram um novo sentido. E a partir de então a frase "a justiça de Deus" não me encheu mais de ódio, mas se tornou indizivelmente doce em virtude de um grande amor".[1]
Desde então, este homem foi transformado por Deus para ser usado por Ele na condução de um movimento de reforma da sua Igreja.
Logo, a carta de Paulo aos Romanos mostra-se um instrumento precioso usado por Deus para a transformação de vidas em Cristo.
Atualmente, dois acontecimentos atuais chamam a nossa atenção para a epístola de Paulo aos Romanos:
O lançamento pela Thomas Nelson Brasil do livro “No coração de Romanos” de N.T. Wright. Este autor faz uma análise do cap. 8 desta carta, em que procura desafiar uma visão tradicional do que muitos tem a respeito desta carta.
A Conferência Fiel de Pastores e Líderes - que teve como tema a carta aos Romanos. Creio que não foi intencionalmente, mas o tema da conferência foi tentar relembrar o entendimento já tão solidificado que temos acerca dessa carta.
Feitas estas considerações, considero ser importante nós meditarmos neste texto, ainda mais considerando o tema desta conferência: a perseverança dos santos.

Contexto

Temos aqui 5 perguntas retóricas. As 3 primeiras Paulo não dá uma resposta, de tão óbvia que elas são. Já as 2 últimas apresentam respostas.
Gostaria de examinar estas peguntas e, após isso, fazermos algumas considerações sobre o que este texto nos fala sobre a perseverança dos santos.
Usarei da primeira pergunta para pensarmos no contexto dessa carta.

1. Que diremos, pois, à vista destas coisas? (Que Coisas são estas?)

Do ponto de vista amplo, todo o livro até ali.
O apóstolo Paulo escreve esta carta a Igreja de Roma, a qual ele não conhecia. Isso a difere de outras cartas.
Logo, ao invés de tratar de algo relacionado a vida da igreja, o apóstolo Paulo escreve um tratado teológico sobre o evangelho, que é o poder de Deus para a salvação para todo aquele que crê (Rm 1.16)
É importante compreender que por mais amplo que seja o tema da carta, ela continua sendo uma carta. Portanto, Romanos não é um livro de teologia sistemática.
Este evangelho que fora prometido desde os tempos do AT agora é anunciado de maneira mais plena em Cristo Jesus.
Do ponto de vista imediato, os versículos 28 a 30.
O evangelho é falado durante toda esta carta.
Mas muitos consideram o cap. 8 como o coração da carta.
E, dentro do cap. 8, os v. 28 a 30 são considerados centrais para a compreensão de toda a mensagem da carta.

2. Se Deus é por nós, quem será contra nós?

Terrível coisa é quando Deus está contra nós (exemplos do Antigo Testamento.
Mas o texto diz que Deus é por nós, e sendo ele por nós, ninguém será contra nós.
Isso signfica que, mesmo passando por oposições, nós prevaleceremos porque Deus está conosco.

3. Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?

Uma menção a Gênesis 22.12 “Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.”
Ele nos dará todas as coisas! Romanos 8.21–22 “na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.”

4. Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.

Esta é a primeira pergunta na qual há uma resposta. Sendo Deus aquele que justifica os eleitos, não há então o que temer aos acusadores.
Não precisamos de uma autojustificação, até porque, ela seria ineficaz. Antes, nossa justificação é feita pelo próprio Deus.
Romanos 4.25 “o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.”

5. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.”

Não há condenação para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1)
O verso 34 dá um resumo de toda a obra de Cristo
Sua morte
Sua ressurreição
Sua ascensão
Jesus é Rei. Não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus.
A essência da Perservança:
Está nos propósitos do Pai (v. 31)
Está na obra de Cristo (v. 32-34)
Está na obra do Espírito Santo (v. 1-27)
Olhando para isso, conseguimos nos maravilhar com o paradoxo da salvação:
Já fomos salvo (a graça no passado)
Seremos salvos (a graça no futuro)
Estamos sendo salvos (a graça no presente)
A perseverança dos santos é, essencialmente, a manifestação da graça de Deus no presente.
Related Media
See more
Related Sermons
See more
Earn an accredited degree from Redemption Seminary with Logos.