A Profecia de Emanuel

Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 5 views
Notes
Transcript

TEXTO: Isaías 7.10-16

INTRODUÇÃO:

Isaías é um grande livro, de todos o do A.T. é, certamente, o mais rico de todos. Ele é grande não apenas devido à quantidade de capítulos, mas pela extensão da revelação que possui profeta. É o livro mais citado no N.T., estando ao lado de Salmos e Deuteronômio. Pelo seu uso no N.T. e pelas previsões proféticas a respeito do Messias, Jesus Cristo, Isaías tem sido chamado por muitos de o evangelista do A.T.
Outra curiosidade a respeito de Isaías é a sua capacidade de extensão profética, de modo que, entre os estudiosos da alta crítica, sugeriu-se que o livro teria mais de um autor, um provável deutero-isaías a partir do cap. 40 de seu livro. O fato é que encontraremos cenários históricos diferentes que o profeta alcança com sua profecia em nome de Deus, mas isso só signfica que Deus lhe mostrou o que estava prestes a acontecer:
Entre os caps. 1-39, compreende o próprio tempo da vida de Isaías (739 a 701 a.C.);
Entre os caps. 40-55, o período do exílio de Judá na Babilônia (605-539 a.C.), pós morte do profeta, assim como o período seguinte;
Entre os caps. 56-66, o regresso do cativeiro (539-400 a.C.).

ELUCIDAÇÃO

Em meados de 734a.C e 732 a.C., o Reino do Norte, conhecido como Israel, e a Síria estavam sendo ameaçados pelo rei da Assíria. Diante disso esses dois povos fizeram uma coalização contra o reino do Sul, conhecido como Judá.
Então, Acaz, o rei de Judá, foi esta coalizção formalizada por Peca, re de ISrael com REzim, rei da Síria, ameaçando invadir Judá, caso Acaaz não os ajudasse contra a Assíria.
Em 2 Reis 16.2-4 somos informados que Acaz reinou 16 anos e não fez o que era reto perante o SEnhor, como Davi, seu ancestral, chegou mesmo a oferecer sacrifício aos deuses dos deus de Israel e queimou seu filho em sacrifício:
2Reis 16.2–4 ARA
2 Tinha Acaz vinte anos de idade quando começou a reinar e reinou dezesseis anos em Jerusalém. Não fez o que era reto perante o Senhor, seu Deus, como Davi, seu pai. 3 Porque andou no caminho dos reis de Israel e até queimou a seu filho como sacrifício, segundo as abominações dos gentios, que o Senhor lançara de diante dos filhos de Israel. 4 Também sacrificou e queimou incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore frondosa.
Por ocasião da ameaça de Israel e da Síria, Acaz sentiu-se ameaçado.
O Senhor havia mandado o profeta Isaías ir com seu filho chamado “Um-Resto-Volverá”, ao encontro de Acaz para que não temesse as ameaças dos reis de Israel e da Síria.
Isaías 7.3–5 ARA
3 Disse o Senhor a Isaías: Agora, sai tu com teu filho, que se chama Um-Resto-Volverá, ao encontro de Acaz, que está na outra extremidade do aqueduto do açude superior, junto ao caminho do campo do lavadeiro, 4 e dize-lhe: Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem se desanime o teu coração por causa destes dois tocos de tições fumegantes; por causa do ardor da ira de Rezim, e da Síria, e do filho de Remalias. 5 Porquanto a Síria resolveu fazer-te mal, bem como Efraim e o filho de Remalias, dizendo:
A Palavra de Deus sobre esse consórcio encontra-se em:
Isaías 7.7–9 ARA
7 Assim diz o Senhor Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá. 8 Mas a capital da Síria será Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim, e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será destruído e deixará de ser povo. 9 Entretanto, a capital de Efraim será Samaria, e o cabeça de Samaria, o filho de Remalias; se o não crerdes, certamente, não permanecereis.
Não há contudo, qualquer resposta do rei, com fé no que o Senhor dissera. Então, Deus graciosamente, mesmo sabendo da maldade, incredulidade desse rei, trata-o nos termos da aliança e oferece a ele qualquer Sinal:
Isaías 7.10–11 ARA
10 E continuou o Senhor a falar com Acaz, dizendo: 11 Pede ao Senhor, teu Deus, um sinal, quer seja embaixo, nas profundezas, ou em cima, nas alturas.
O rei poderia pedir sinal do domínio do mundo inferior, tal como em Números 16.31–32 “31 E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra debaixo deles se fendeu, 32 abriu a sua boca e os tragou com as suas casas, como também todos os homens que pertenciam a Corá e todos os seus bens.”
Ele poderia pedir sinal do mundo superior, os céus, tal como nos dias de Josué e até Ezequias (Isaías 38.7–8 “7 Ser-te-á isto da parte do Senhor como sinal de que o Senhor cumprirá esta palavra que falou: 8 eis que farei retroceder dez graus a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retrocedeu o sol os dez graus que já havia declinado.”
Além disso, ele poderia solicitar qualquer outro sinal entre esses extremos.
Contudo, ao invés de buscar ao Senhor, ele pediu ajuda ao rei da Assíria, Tiglate-Pileser, mesmo contra as advertências que o profeta Isaías fizera de que o rei de Judá não deveria buscar ajuda daquele rei:
2Reis 16.7–9 ARA
7 Acaz enviou mensageiros a Tiglate-Pileser, rei da Assíria, dizendo: Eu sou teu servo e teu filho; sobe e livra-me do poder do rei da Síria e do poder do rei de Israel, que se levantam contra mim. 8 Tomou Acaz a prata e o ouro que se acharam na Casa do Senhor e nos tesouros da casa do rei e mandou de presente ao rei da Assíria. 9 O rei da Assíria lhe deu ouvidos, subiu contra Damasco, tomou-a, levou o povo para Quir e matou a Rezim.
Em vez de se voltar para Deus e buscar o socorro do Senhor, Acaz preferiu confiar nos homens , no rei da Assíria.
Normalmente, pedir um sinal pode soar como incredulidade, mas Deus ordenou que Acaz deveria pedir um sinal ao Senhor.
Contudo, o coração do Rei estava tão endurecido que preferiu responder com uma falsa piedade, dizendo: “Não o pedirei, nem tentarei ao SENHOR”. (Is. 7.12b).
Na verdade, o rei já estava decidido que contaria com aquela aliança pagã. O pior, contudo, é que o rei parecia tornar sua resistência espiritual, citando Deuteronômio 6.16: “16 Não tentarás o Senhor, teu Deus, como o tentaste em Massá.” Na realidade, ele já estava decidido por confiar nos carros e cavaleiros da Assíria.
Então, o Senhor faz uma promessa de conceder o um sinal: um filho nasceria de uma virgem e seria chamado de Emanuel.

DIVISÕES:

A presente passagem suscita algumas perguntas a qualquer leitor:
Como podemos responder ao Evangelho? - v.13
Então, o Senhor o chama pelo título que lembrava a aliança que fizera com Davi, pela expressão: “ó casa de Davi”. O rei estava cansando os homens e agora queria cansar a Deus, com sua incredulidade.
O chamado à casa de Davi aponta também uma convocação ao núcleo familiar dos descendetes de Davi que não se conduzem de forma apropriada para a condição que receberam como sucessores do trono daquele que recebeu a promessa de ter um filho governando para sempre à casa de Israel.
Os profeta acuasa que eles estavam cansando severamente a paciência de homens, o próprio profeta, que, provalvelmente não era a primeria vez que falava-lhe em nome de Deus, e até mesmo a o próprio Deus.
Então, o sinal que foi oferecido se cumprirá sobre a casa de Acaz e sua corte, a saber o dinal do Emanuel.
Por que Deus resolve dar algum sinal?
Atentemos que o rei não quiz qualquer sinal da parte de Deus, com um senso de piedade falsa, mas Deus ainda assim quis revelar-se.
É Deus quem se comdescende com a fraqueza do rei para lhe dar um sinal, mesmo diante de sua fraqueza.
Quem seria a a virgem?
A palavra hebraica ocorre sete vezes noi A.T., pode significa uma jovem em idade de casamento, sendo que na cultura daquela civilização, geralmente era uma mulher virgem: Considerem o uso da palavra em Gênesis para se referir à moça que Eliézer vai buscar para casar-se com o filho de Abraão, Isaque:
Gênesis 24.43 ARA
43 eis-me agora junto à fonte de água; a moça que sair para tirar água, a quem eu disser: dá-me um pouco de água do teu cântaro,
Êxodo 2.8 ARA
8 Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Saiu, pois, a moça e chamou a mãe do menino.
A LXX traduz a palavra pelo termo grego que significa, de fato, “virgem”. O N.T. aplica o cumprimento final à virgem Maria, que estava deposada com José, comprometida para casar-se:
Mateus 1.23 ARA
23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).
Quem seria o filho?
Como cristãos, sabemos que o N.T. aponta que isso se cumpr em Cristo e seu nascimento.
Mas, a presente passagem apota um cumprimento imediato também, acerca da iminente destruição da Síria e de Efraim, como diz o v. 16:
Isaías 7.16 ARA
16 Na verdade, antes que este menino saiba desprezar o mal e escolher o bem, será desamparada a terra ante cujos dois reis tu tremes de medo.
Jeremias 31.
As interepretações sobre o filho divergem.
Os judeus dos dois primeiros séculos achavam que a profecia se cumpriu no tempo da vida do profeta, atribuindo à esposa de Acaz e seu filho Ezequias (2Re. 18.2). Jerônimo contudo, em 400 d.C. contraargumentou dizendo que Ezerquias já era nascido, portanto, não poderia ser um sinal.
A esposa de Isaías ou uma mulher com quem ele teia desposado. A mulher de Isaías já teria tido um filho (Um-Resto-Volverá), conforme Isaías 7.3 “3 Disse o Senhor a Isaías: Agora, sai tu com teu filho, que se chama Um-Resto-Volverá, ao encontro de Acaz, que está na outra extremidade do aqueduto do açude superior, junto ao caminho do campo do lavadeiro,”. Alguns pensam que a mulher do profeta teria morrido e, portanto, o profeta estaria por casar novamente e, nesse tempo, teria um outro filho como sinal, aquele que é designado no cap. 8.3 como “Rápido-Despojo-Presa-Segura”. O problema contudo é que esta criança, quando nascre recebe outro nome, por mandado de Deus, e não “Emanuel”, conforme Isaías 8.3 “3 Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um filho. Então, me disse o Senhor: Põe-lhe o nome de Rápido-Despojo-Presa-Segura.”
A interpretação do cumprimento do N.T. de que o filho é o Messias, um personagem divino que está além de um meo =homem, designado desde seu nascimento como distinto de tudo quanto existe. Essa criança então, seria aquela, cujos atributos são detalhados em Isaías 9.6 “6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;” Por esta razão, o N.T. mostra que a virtem é Maria eo filho é Jesus Cristo. Mateus 1.22–23 “22 Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: 23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).” Isso nos permite perceber, contudo, que haja um cumprimento disso em duas etapas, como uma tipologia provisória do que seria real a longo prazo. Acaz e seus descendentes são homens falhos e pecadores, mas a casa de Davi traria um rei Eterno, como Deus dissera a Davi.
Cumprimento provisório e tipológico: Há, pelo menos, duas possibilidades: a) O filho de Isaías Rápido-Despojo-Presa-Segura de Isaías 8.1–3 “1 Disse-me também o Senhor: Toma uma ardósia grande e escreve nela de maneira inteligível: Rápido-Despojo-Presa-Segura. 2 Tomei para isto comigo testemunhas fidedignas, a Urias, sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias. 3 Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um filho. Então, me disse o Senhor: Põe-lhe o nome de Rápido-Despojo-Presa-Segura.” b) Uma mãe adolescente de nome desconhecido que concebe e dá à luz um filho chamado Emanuel, cuja fé se contrasta com a incredulidade de Acaz.
Cumprimento escatológico e futuro: Aplicado na pessoa de Cristo, que nasce de uma virgem, como objeto do poder de Deus, conforme o relato dos Evangelhos.
Isso significa que essa palavra tem um sentido inicial, que se aplica à época do rei Acaz, mas há um cumprimento final do texto. É isso que a chamamos em hermenêutica de Sensus plenior ou Referentiae plenior, para dizer que, parte do A.T. testamento tinha um sentido imediado e uma abordagem de significado mais completa posteriormente.
5. Como essa criança seria um sinal? - v.15-16
Tanto no cumprimento inicial, como no cumprimento a longo prazo, estamos diante de uma situação em que uma simples mulher - a palavra pode significa virgem ou mulher que ainda não fora mãe, consegue crer melhor que o rei. Ela é fraca por si só, mas forte pela fé e esta fé não seria envergonhada, pois antes que o menino pudesse comer comida sólida, os dois reinos seriam derotado.
Comer manteira e melAntes que a criança chegue à idade de discernir
Simeão disse acerca de Jesus, por ocasião de sua apresentação:
Lucas 2.25–35 ARA
25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26 Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, 28 Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; 30 porque os meus olhos já viram a tua salvação, 31 a qual preparaste diante de todos os povos: 32 luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel. 33 E estavam o pai e a mãe do menino admirados do que dele se dizia. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição 35 (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
De fato, quando a criança tem aproximadamente 3 anos, em 734 a.C. Tiglate-Pileser, rei da Assíria, realizou uma campanha contra Samaria e Peca foi objeto de uma conspiração, ele foi assassinado e parte da população foi deportada para a Assíra, conforme 2Reis 15.29-30
2Reis 15.29–30 ARA
29 Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria, e tomou a Ijom, a Abel-Bete-Maaca, a Janoa, a Quedes, a Hazor, a Gileade e à Galileia, a toda a terra de Naftali, e levou os seus habitantes para a Assíria. 30 Oseias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de Remalias, e o feriu, e o matou, e reinou em seu lugar, no vigésimo ano de Jotão, filho de Uzias.
Depois, os assírios marcharam contra DFamasco, invadiram-na, deportaram os seus habitantes e matram REzim: 2Reis 16.9
2Reis 16.9 ARA
9 O rei da Assíria lhe deu ouvidos, subiu contra Damasco, tomou-a, levou o povo para Quir e matou a Rezim.
Inscrições assírias achadas por arqueólogos mostram que houve um cerco de dois anos antes desses fatos

CONCLUSÃO:

O que aprendemos com essa passagem?
1 - Deus não depende dos homens para cumprir suas promessas
Acaz queria garantir seu reinado pelos caminhos mais simples; mas Deus tinha algo maior e melhor para fazer.
2 - A pregação do Evangelho envolve rejeição, endurecimento
Acaz não consegue crer no que fora predito pelo profeta e prefere seus próprios caminhos.
Quando Isaías fora chamado, o Senhor lhe disse que sua pregação também suscitaria endurecimento: Isaías 6.9–10 “9 Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. 10 Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo.”
Por vezes, pregamos a mensagem e as pessoas não creem.
2 - Será que confiamos efeticamente na promessa de Deus
Tal como a Acaz, um sinal também nos foi dado. Ele está na pessoa de Cristo.
Related Media
See more
Related Sermons
See more
Earn an accredited degree from Redemption Seminary with Logos.