Luz, alegria e reinado

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Isaías 9.1–7 ARA
1 Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios. 2 O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. 3 Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando repartem os despojos. 4 Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas; 5 porque toda bota com que anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo. 6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; 7 para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.
Meus irmãos, é dezembro e já podemos ouvir por aí as músicas de Natal. Tem Papai Noel lá na praça e no shopping também. E muitas propagandas querem convencer você a comprar presentes. É uma época em que tudo parece apontar para a felicidade: luzes, música, festa.
Só que a verdade é que nem sempre a gente está no clima, não é? Talvez você tenha percebido que a situação não está fácil. A economia está em crise, as contas estão pesando, e o futuro parece incerto. Os produtos no mercado estão cada vez mais caros. Talvez a ceia seja mais simples do que gostaríamos, e o presente, nem se fala. E diante dessa situação, talvez a gente se pergunte: será que tem clima para celebrar o Natal?
Ou então, pense naqueles que estão passando por luto neste fim de ano, ou nos que estão enfrentando batalhas na saúde, onde cada dia é uma luta. Talvez tenha aqueles que estão lidando com problemas familiares ou dificuldades espirituais. E, nesse cenário, ao ver as luzes e ouvir as músicas alegres, podem pensar: “isso não é pra mim”.
Mas, meus irmãos, a questão é que o Natal não é sobre luzes ou músicas. A boa notícia do Evangelho transcende qualquer situação econômica, política ou pessoal. E, mesmo nos momentos mais difíceis, ela pode nos dar esperança. O Natal é sobre o que Deus fez para nos salvar, é sobre Cristo e a sua obra redentora.
O povo de Israel também viveu tempos caóticos. Havia um reino estrangeiro, a Assíria, uma ameaça crescente para as nações da região. Eles eram terríveis, destruíam tudo o que encontravam pela frente. E, mais tarde, as tribos do Norte de Israel seriam invadidas por eles (Is 8.1-8). O pecado e a falta de arrependimento trariam juízo sobre o povo de Israel.
O reino do Sul, Judá, também não estava em uma situação melhor. O rei Acaz temia as nações estrangeiras, incluindo a Assíria, e fez um acordo com elas. Isso não passou despercebido por Deus. Afinal, o rei de Judá, descendente de Davi, deveria confiar no Deus de seus pais e não nas suas próprias estratégias. Isaías foi até Acaz para avisar que isso acabaria mal (Is 7).
O futuro parecia sombrio. Mas, no meio dessa escuridão, Isaías traz uma mensagem de esperança: Deus iria revelar a sua luz. Ele traria salvação por meio de um rei melhor que Acaz. É sobre isso que eu quero refletir com você hoje: o Messias e sua obra redentora. Quem é o Cristo? O que ele veio fazer, como foi predito por Isaías? E como isso fala aos corações aflitos de hoje? Há três coisas que podemos observar.

Cristo é a Luz que rompe as trevas (v. 1-2)

Em primeiro lugar, Cristo é a luz que rompe as trevas, trazendo restauração àqueles que sofrem por causa do pecado e suas consequências. Isaías nos apresenta essa verdade em meio ao caos que Israel enfrentava.
Isaías inicia o capítulo 9 com uma promessa de alívio. Ele diz que a terra aflita não permanecerá na escuridão. Essa mensagem contrasta fortemente com o cenário descrito no capítulo anterior, em Isaías 8.22, onde o povo olha para a terra e vê apenas angústia, escuridão e densas trevas.
O contexto histórico é marcado pela invasão assíria. Zebulom e Naftali, mencionadas no texto, foram as primeiras regiões a serem atingidas pelo ataque do império. Essas terras simbolizavam a humilhação de Israel, causada pelo seu afastamento de Deus e pelo pecado. Mas Isaías anuncia que essa escuridão não durará para sempre. Deus transformará a vergonha em glória, trazendo restauração.
Isso se torna mais evidente quando Isaías fala do "caminho do mar" e a "Galileia dos gentios”. Trata-se da uma região entre o mar da Galileia e o vale de Jesreel. Essa região ficava na fronteira entre vários povos, uma região onde havia muita mistura. E essa área, após a invasão dos assírios sob Tiglate-Pileser III, foi a primeira a ser devastada e depois ocupada por colonos estrangeiros. Isso é bem doloroso para Israel. Porque aquela era a terra da promessa, que Deus lhes deu. E agora Deus tirou, por causa do pecado. Eles foram expulsos e pagãos tomaram seu lugar. Mas aquela mesma terra ainda presenciaria a glória de Deus.
Isaías descreve a chegada de uma luz que resplandece sobre o povo que andava em densas trevas. Na linguagem bíblica, “trevas” simbolizam o juízo de Deus e a ausência da sua presença bondosa. Era isso que o povo estava experimentando: viviam sem esperança, afastados de Deus, colhendo as consequências dos seus pecados. Já a “luz” representa a intervenção divina, o ato de Deus de se revelar e salvar o seu povo.
Essa luz não surge por iniciativa humana. Lembra de como a terra era sem forma e vazia e Deus então disse: “Haja luz!”? Deus interviu e então o lugar ficou iluminado. Lembra de como o povo de Israel, no Êxodo, foi guiado pela coluna de fogo, para os alumiar (Êx 13.21-22)? A luz vem de Deus. Isaías mostra que Deus agirá novamente para trazer vida e esperança. A luz aqui é uma promessa de restauração, e isso encontra seu cumprimento pleno em Cristo.
No Novo Testamento, Mateus conecta essa profecia ao início do ministério de Jesus na Galileia. Mateus 4.13-16 cita diretamente Isaías 9, mostrando que o povo que jazia em trevas viu uma grande luz. É significativo que o ministério de Jesus tenha começado exatamente nas regiões antes devastadas pela invasão assíria. Jesus veio primeiro para os desprezados. Ele veio para os que viviam em escuridão espiritual. E ele veio para interromper o ciclo de julgamento. Ele veio para nos livrar do pecado e suas consequências. Ele veio para acabar com a distância que nos separa de Deus e mostrar-nos a plenitude da divindade. Ele veio trazer luz àqueles que vivem em trevas.
Assim como Israel vivia sob o peso do pecado e da disciplina de Deus, nós também enfrentamos "trevas". Essas trevas podem se manifestar de várias formas:
Trevas causadas pelo pecado pessoal: Decisões erradas, escolhas egoístas ou desobediência a Deus que resultam em culpa, vergonha ou rupturas.
Trevas causadas pelo pecado no mundo: Doenças, luto, injustiças, crises e conflitos que nos fazem sentir impotentes.
Trevas espirituais: Momentos em que nos sentimos distantes de Deus, sem direção ou esperança.
Nenhuma solução humana pode dissipar essas trevas. Assim como Israel tentou confiar em alianças políticas e ídolos, muitas vezes buscamos respostas em coisas que não podem nos salvar: dinheiro, status, relacionamentos ou até mesmo a busca de prazer imediato. Mas essas coisas só agravam a situação. Cristo, porém, é a luz que nos liberta. Ele nos salva das consequências do pecado, porque ele tomou sobre si o juízo que merecíamos. Ele sofreu o abandono de Deus na cruz para que nunca mais precisássemos viver separados dele.
Como aplicar isso à nossa vida? Primeiro, identifique as áreas da sua vida onde você tem vivido em trevas. Pode ser um pecado específico que você tem ignorado ou subestimado. Pode ser uma situação que você tenta resolver sozinho, sem confiar em Deus. Ou pode ser um momento de desânimo espiritual, onde você sente que a luz de Cristo está distante.
Segundo, lembre-se de que a luz de Cristo é real e eficaz. Ela não é uma promessa abstrata. Assim como Deus interveio na história de Israel, ele também age na nossa história. Ele nos restaura de forma concreta, nos conduzindo à reconciliação com ele e nos dando forças para enfrentar as dificuldades.
Por fim, confie na luz de Cristo. Entregue a ele aquilo que você não consegue carregar sozinho. Reconheça que sua restauração depende totalmente da obra dele. Assim como a luz brilhou na Galileia, rompendo séculos de humilhação e escuridão, Cristo pode trazer luz à sua vida, mesmo nas situações mais sombrias.

Cristo traz alegria e salvação ao Seu povo (v. 3-5)

Mas como Jesus faz isso? De que maneira ele dissipa as trevas? Ele faz isso trazendo libertação. Esse é o segundo ponto: Cristo traz alegria e salvação ao seu povo. Ele nos salva. E como resultado, agora temos acesso à mais plena alegria na presença de Deus.
Isaías começa mostrando a consequência da operação divina: o povo se alegra (v. 3). A alegria é aumentada, multiplicada. E o profeta utiliza imagens familiares aos seus leitores para descrever essa alegria: a satisfação de uma colheita abundante e a celebração de uma vitória militar.
Talvez hoje não tenhamos a dimensão real do que significa a alegria da colheita. Contamos com tecnologias que superam muitas barreiras naturais: plantamos em terras difíceis, irrigamos regiões secas, usamos sementes que resistem a condições adversas — tudo isso fruto do avanço da ciência. Na época de Isaías, porém, plantar era uma atividade incerta. Dependia exclusivamente do clima, do vento e das estações. Quando a colheita era bem-sucedida, a alegria era imensa.
Também podemos ter dificuldade para compreender o alívio e a alegria do fim de uma guerra, pois muitos de nós nunca enfrentamos um conflito direto. Naquele tempo, perder uma guerra frequentemente significava escravidão, separação familiar e perdas irreparáveis. Quando uma vitória acontecia, era celebrada com grande entusiasmo, e os despojos eram repartidos entre os vencedores.
Essas duas imagens — colheita e vitória militar — se referem a dois dos maiores temores do povo: fome e guerra. A superação desses medos trazia alegria, expansão e abundância para a nação.
No entanto, é crucial perceber que tais imagens são apenas representações da alegria descrita por Isaías. A fonte real dessa alegria não é a colheita ou a vitória. Observe o verso 3: “alegram-se eles diante de ti”. A verdadeira alegria vem do Senhor. O sofrimento do povo era resultado do afastamento de Deus. A restauração da comunhão com Ele é o que gera verdadeira alegria.
E por que o povo se alegra tanto? Porque Deus os liberta da opressão (v. 4). Ele quebra o jugo, a vara e o cetro — símbolos da carga, do castigo e do domínio que os opressores exercem sobre o povo. Isaías relembra que Deus já deu vitória a seu povo no passado. Ele lembra a vitória de Gideão sobre os midianitas (v. 4; Jz 7). E por quê? Para destacar que a libertação não vem da força humana, mas da intervenção divina.
Além disso, Isaías anuncia o fim das guerras: “toda bota de guerreiro” e “veste revolvida em sangue” serão queimadas (v. 5). Essa imagem aponta para um tempo em que Deus abolirá os conflitos (Sl 46.9-10). John Oswalt comenta que se até as botas e vestes são destruídas, isso simboliza a total deposição das armas e o fim definitivo das guerras.
A libertação descrita por Isaías tem um cumprimento imediato em sua época, com a restauração política de Israel. Mas tipologicamente, ela aponta para uma libertação muito maior: a obra redentora de Cristo. Assim como Deus derrotou os opressores de Israel, Jesus derrotou o maior inimigo do homem — o pecado. A alegria de Isaías é, em última análise, a alegria da salvação, experimentada por aqueles que são reconciliados com Deus em Cristo (Rm 5.1-2).
Meus irmãos, ao enfrentarmos os desafios do nosso tempo — má liderança, corrupção e opressão — podemos ser tentados a buscar soluções meramente políticas. No entanto, a profecia de Isaías nos lembra que o problema raiz é espiritual. Assim como Israel sofria os efeitos do pecado, nossa sociedade enfrenta as consequências do afastamento de Deus. A paz completa, ou *shalom*, só é possível quando o pecado é resolvido.
É claro que pecado manifesta-se em sistemas injustos e relações sociais quebradas, e as Escrituras nos mostram que Deus também usa autoridades humanas para restringir o mal e promover o bem (Romanos 13:1-4). Assim, até podemos buscar soluções políticas como forma de mitigar os efeitos do pecado na sociedade. Contudo, embora tais ações sejam legítimas, elas são sempre limitadas. Por mais que as políticas sejam boas, o coração humano continua caído, e sistemas criados por homens falhos nunca trarão justiça. Precisamos de uma solução que vá além das circunstâncias terrenas.
Além disso, muitas vezes buscamos outras soluções para o problema do pecado. Ha quem busque a terapia para resolver seus problemas emocionais ou relacionais. Ou mesmo quem tente fazer uma reforma pessoal: “Vou melhorar! Terei força de vontade e largarei o vício!”. Ou mesmo quem se envolva pessoalmente em obras sociais e tente ajudar as pessoas de modo direto. Por mais úteis que essas soluções sejam, elas tratam apenas os sintomas, não a causa. O pecado — o real opressor da humanidade — permanece intocado.
Isaías 9 aponta para uma solução que vai à raiz do problema: Cristo, o Príncipe da Paz. Ele não apenas resolve o pecado individual, mas também inaugura um reino que trará a restauração completa de todas as coisas. A verdadeira paz começa quando somos reconciliados com Deus por meio de Jesus Cristo. Isso é mais profundo do que qualquer política ou solução humana, pois resolve o problema central do pecado (2Coríntios 5:18-19). Essa paz é oferecida hoje, a todos os que crerem, e será plenamente consumada quando Ele retornar.

Cristo estabelece um governo de paz e justiça (v. 6-7)

Nós vimos que Cristo traz luz para os que estão em trevas, isto é, restauração para quem vive sob os efeitos do pecado. Vimos que Cristo traz salvação, nos livra da opressão do pecado e da morte trazendo alegria. Agora, em terceiro lugar, Cristo estabelece um governo de paz e justiça. Como Cristo fará todas essas coisas? Ele o fará como o filho de Davi que vem inaugurar o Reino de Deus.
Quem estabelece a paz? Em que termos ela é garantida? Veja, para que uma guerra tenha fim, algo tem de acontecer. Temos visto o conflito na Palestina e olhamos, atentos, pra ver se um cessar-fogo ocorrerá. Mas isso somente ocorrerá se os reféns forem soltos, ou se houver uma mudança na mente daqueles que exercem a liderança.
Aqui em Isaías, qual o evento que muda tudo, que é um divisor de águas, que garante a paz? Será pela vinda de uma pessoa. Por meio do nascimento de um menino. Um filho. Aquele que terá o governo sobre os seus ombros. Ou seja, trata-se do nascimento de um novo rei.
Veja, Judá tinha um rei. Contudo, era um rei mal, fraco, que falhava em confiar em Deus. Por isso a solução está na vinda de um rei melhor. E na Escritura, um rei melhor foi prometido. 2Samuel 7 fala da vinda de um rei, um filho de Davi, que reinará para sempre. Ou seja, aqui temos claramente uma descrição da figura do Messias.
E veja como ele é descrito. Primeiro, como um “menino”. Embora depois ele venha a ser descrito com títulos divinos (Deus Forte, Pai da Eternidade), primeiro é descrito como um humano no seu momento mais frágil: como um bebê. Esse é o paradoxo da encarnação. Deus irá resolver o problema da humanidade. Ele irá derrotar todos o exército do mal. Ele irá destronar reis poderosos. E talvez alguém pergunte a Isaías: “Ok, Isaías, mas como Deus fará isso?”. Aí Isaías descreve um bebê. Um menino. Não será pela força, mas pela glória exibida na fraqueza.
Eu gosto do hino que cantamos no começo do culto, “Louvor Angelical”. A sua letra original foi escrita por Charles Wesley. E tem uma frase na letra original que diz assim: “Veiled in flesh the godhead see”. Isto é, “veja, velada em carne a divindade”. Ou, como ainda iremos cantar, em Cristo se encarnou o “poder de Deus num frágil ser”. É isto que vemos aqui. Aquele que vem como um menino, exibindo os atributos da natureza humana, mas que também é Deus, governará o mundo.
Então Isaías descreve essa pessoa, esse menino-libertador, dando-lhes alguns títulos extraordinários. Cada título revelando aspectos de Sua identidade e missão:
Ele é o Conselheiro Maravilhoso, pois ele possui sabedoria para governar. Para nós, isso significa também que ele é o nosso melhor conselheiro, que nos dirige e guia em momentos difíceis.
Ele é o Deus Poderoso, o próprio Deus que age com força para salvar. Para nós, significa que ele tem poder para nos livrar do pecado e nos sustentar em meio às tribulações.
Ele é o Pai da Eternidade, ele é eterno e governa com amor paternal. Cristo nos ama, e assim como um Pai, se sacrificou para nos salvar e para que fôssemos adotados.
Ele é o Príncipe da Paz, isto é, com seu governo ele estabelecerá uma paz que abrange tudo. Ele é capaz de restaurar nossa comunhão com Deus e nos dar uma paz que excede todo o entendimento.
E o seu governo não terá fim (v. 7). Ele não será mais um rei de Israel, que nasce, governa, peca e morre. Ele será o rei final, o último, o que porá fim a todos os reis. Deus cumprirá suas promessas para com Israel, apesar do pecado daquele povo. Ele operará na história, de modo a preservar a justiça e retidão, a um povo em que tais coisas estão em falta. Porque esse rei, o Cristo, estabelecerá a justiça e a retidão. Bem sabemos que Cristo cumpriu a justiça. Ele mesmo é o justo que por sua retidão, por seus méritos, conquistou a salvação para nós.
Mas por que Deus fará isto? O que nos dá tanta certeza de tais promessa? Isaías encerra, dizendo que o zelo do SENHOR fará isso. Zelo, aqui, traz a ideia de paixão, de um envolvimento amoroso e caloroso. Deus ama o seu povo. Deus se desejava o bem do seu povo. Deus se importa com a situação de injustiça e opressão que o seu povo sofre e não descansará até salvá-lo. Ele não abandona a aliança que fez com Davi. Pelo contrário, ele ainda cumprirá seu plano de redenção.
Veja, para os israelitas, para os judeus, Isaías está apontando para um futuro rei davídico que cumprirá as promessas de Deus a Israel. Nós sabemos que esse rei já veio. É Cristo, cuja obra redentora inaugura um reino de justiça e paz. Cristo já inaugurou o seu Reino. Ele já conquistou a paz por meio do seu sangue, que nos livra do juízo de Deus. Ele já venceu os inimigos, na cruz, tirando deles todo o poder de nos oprimir. E embora o reino ainda não esteja consumado, já experimentamos os seus benefícios. Jesus reina soberanamente agora. E quando ele voltar, trará o cumprimento pleno dessa promessa (Ap 21.1-4).
Irmãos, assim como Isaías profetizou, um menino nasceu, e Ele é o Rei que governa com justiça e paz. Esse Reino já foi inaugurado, vivemos agora sob o seu cuidado, com esperança na consumação futura. A paz e a justiça não vêm pelos esforços humanos, mas por meio da obra redentora de Cristo. Essa é, em suma, a mensagem do Natal: não podemos salvar a nós mesmos. Natal não é sobre festas, luzes e Papai Noel. Natal é para nos lembrar de que a salvação vem de fora; ela vem de Cristo. Ele venceu o pecado, destronou os poderes malignos e garantiu n ossa paz com Deus.
Essa mensagem nos consola mesmo nos tempos difíceis. Não importa o tamanho das trevas que enfrentamos, Cristo é suficiente. Ele veio para nos resgatar do pecado, para nos dar uma alegria que não depende das circunstâncias. A paz verdadeira não virá de soluções políticas, mudanças culturais ou esforços humanos, mas somente daquele que é o Príncipe da Paz. Olhe para Ele, confie em Sua obra e viva sob Seu governo. E quando Ele voltar, a promessa de Apocalipse 21 será finalmente cumprida: “Eis que faço novas todas as coisas!”. Amém.
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