O Testemunho entre os gentios
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Texto Mt 2.1-12
Texto Mt 2.1-12
O Contexto Histórico dos Magos do Oriente
O Contexto Histórico dos Magos do Oriente
“Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém…” (v. 1)
A chegada dos magos em Jerusalém marca um dos momentos mais emblemáticos do Evangelho de Mateus. Quem eram esses homens? O que os trouxe até Jerusalém? E por que sua presença causou tanto alvoroço?
Para entendermos a profundidade deste relato, precisamos examinar o contexto histórico.
1. Quem eram os magos?
1. Quem eram os magos?
Os magos eram sábios provenientes do Oriente, provavelmente da região da Babilônia ou Pérsia. Eram estudiosos da astronomia, religião e filosofia, e desempenhavam papéis de conselheiros em suas terras.
Embora gentios, foram atraídos pelo nascimento do Messias, possivelmente devido à influência de profetas como Daniel, que havia vivido na Babilônia séculos antes.
Aqueles que tinham ouvido sobre o Messias através dos judeus que possuíam a palavra profética sobre sua vinda, tiveram que contar a Israel que a palavra tinha se cumprido.
Ainda que a tradição sugere três magos, cada um de uma nação, Mateus não enfatiza isso. Seu foco está na missão deles: adorar o Messias. Representações e nomes dos magos baseiam-se em especulações sem amparo bíblico.
2. O contexto político e religioso
2. O contexto político e religioso
A narrativa menciona que esses eventos ocorreram nos dias de Herodes, o Grande. Um rei truculento, egoísta, assassino e tirano. Governou com mão de ferro e esmagou impiedosamente todos aqueles que julgava serem uma ameaça ao seu governo. Assassinou seus rivais um após outro, inclusive seus próprios familiares.
Financiou a expansão e o embelezamento do templo em Jerusalém, construiu o porto de Cesareia, a fortaleza de Massada às margens do mar Morto e outras fortalezas como Herdem. Essas fortalezas foram construídas como refúgio para o caso de ser deposto. Foi ele quem construiu também a fortaleza Antônia, em Jerusalém, onde mais tarde Jesus foi julgado por Pilatos.
A chegada dos magos causou alarme, não apenas em Herodes, e alvoroço em toda a cidade. A notícia do nascimento de um “Rei dos judeus” representava uma ameaça à estabilidade política e religiosa. A vinda do Rei Messiânico não foi apenas uma ameaça para Roma, mas é uma ameaça a todos os impérios humanos, quer sejam políticos, econômicos, sociais, tecnológicos…
Em Jerusalém estão o palácio, o templo e o sinédrio, mas não a estrela. Fora dela, a estrela ressurge, guiando para uma casa onde está o menino-Rei.
Assim como Ele chamou os magos, Ele continua a atrair pessoas de todas as nações para Cristo.
Deus Fala e Se Move no Tempo
Deus Fala e Se Move no Tempo
“Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.” (v. 2)
A estrela que os magos viram no Oriente foi o meio pelo qual Deus os guiou até Jesus. Este sinal celestial nos ensina verdades profundas sobre como Deus fala e age na história.
1. Deus se revela no tempo e na história
1. Deus se revela no tempo e na história
E você, Belém, terra de Judá, de modo nenhum é a menor entre as principais de Judá; porque de você sairá o Guia que apascentará o meu povo, Israel.” (v.6)
Desde o princípio, Deus tem usado a criação para revelar Sua glória e propósito. Assim como a estrela guiou os magos, o céu continua a declarar a glória de Deus (Salmo 19:1-2). A estrela foi o instrumento divino para comunicar que algo extraordinário havia acontecido: o nascimento do Messias.
• A profecia de Balaão: A menção de uma “estrela procederá de Jacó, de Israel levantará um cetro’ em Números 24:17 pode ter inspirado os magos a verem a estrela como um sinal profético.
• Sinais no céu: Deus frequentemente usa eventos cósmicos para anunciar Suas ações. A estrela foi mais do que um fenômeno astronômico; foi um testemunho da soberania de Deus sobre a história.
2. Discernindo o movimento de Deus
2. Discernindo o movimento de Deus
Enquanto os magos reconheceram o movimento de Deus através da estrela, os líderes religiosos em Jerusalém permaneceram cegos ao que Deus estava realizando.
Embora possuíssem o conhecimento das Escrituras, não discerniram os sinais dos tempos, pois estavam mais preocupados com seus próprios interesses do que em conduzir o povo ao Messias.
Assim, Jesus foi honrado por aqueles que vieram de longe, mas enfrentou rejeição e hostilidade dos que estavam perto: os gentios o acolheram, enquanto os judeus o rejeitaram. Os magos simbolizam uma busca espiritual genuína, enquanto os líderes religiosos estavam presos à preservação de suas tradições e poder.
Estamos atentos ao que Deus está fazendo em nosso tempo? Ou estamos distraídos com nossas rotinas e prioridades?
O Que Deus Realiza no Tempo, Desafia o que Queremos Preservar em nosso Tempo
O Que Deus Realiza no Tempo, Desafia o que Queremos Preservar em nosso Tempo
“Ao ouvir isso, o rei Herodes ficou alarmado, e, com ele, toda a Jerusalém, (v. 3)
A mensagem trazida pelos magos não apenas perturbou Herodes, mas também revelou a resistência humana ao que Deus está fazendo.
1. Herodes: o símbolo da resistência
1. Herodes: o símbolo da resistência
Herodes representa aqueles que resistem ao movimento de Deus porque temem perder o controle. Sua paranoia e desejo de autopreservação o levaram a manipular os magos e, mais tarde, a ordenar a morte de meninos inocentes.
O controle é um ídolo profundo do coração humano, é o desejo de ser o senhor da sua história, o grande protagonista da sua própria vida. Torna-te quem tu és.- Friedrich Nietzsche
Para Herodes, Jesus era uma ameaça, mas para nós, é a nossa esperança.
2. Os líderes religiosos: símbolo da indiferença
2. Os líderes religiosos: símbolo da indiferença
Os principais sacerdotes e escribas tinham acesso à verdade das Escrituras. Eles sabiam que o Messias nasceria em Belém, conforme a profecia de Miqueias 5:2. No entanto, sua indiferença os impediu de buscar o Messias.
O contraste entre os magos e os líderes religiosos, pois enquanto os magos viajaram longas distâncias (1200 Km aproximadamente) para adorar Jesus, os líderes religiosos não se moveram, mesmo estando tão perto.
O que Deus está falando e movendo em nosso tempo pode desafiar nosso senso de segurança e controle. Estamos dispostos a nos submeter ao que Ele está fazendo, ou resistimos como Herodes e os líderes religiosos?
A Adoração Como Resposta ao Deus que Se Revela ao Homem
A Adoração Como Resposta ao Deus que Se Revela ao Homem
“Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.” (v. 11)
A reação dos magos ao encontrarem Jesus é um exemplo poderoso de adoração genuína.
1. A adoração é uma resposta à revelação divina
1. A adoração é uma resposta à revelação divina
Os magos não apenas reconheceram a divindade de Jesus; eles responderam a essa revelação com profunda reverência e humildade. Sua adoração expressou um entendimento claro de quem Jesus era.
Prostraram-se em humildade e submissão porque reconheceram que estavam diante daquele que era digno de toda honra.
2. Os presentes dos magos: uma postura de coração
2. Os presentes dos magos: uma postura de coração
Os magos viram um menino ainda pequeno, no colo de uma mulher pobre; mas, não obstante, o adoraram, confessando ser ele o Cristo. Verdadeiramente bem-aventurados são aqueles que podem confiar dessa maneira! J.C Ryle
Os presentes carregavam o significado da sua visão sobre Cristo. Saíram com o propósito de adorá-lo, não a partir do que achavam que deveriam dar, mas diante do que Ele era digno de receber. Cada presente oferecido pelos magos tem um significado profundo de reafirmação da natureza, identidade e missão de Cristo
“Aqueles que buscam por Jesus o verão. Aqueles que realmente o veem o adorarão. Aqueles que o adoram consagrarão seus bens a ele” - Charles Spurgeon
• Ouro: Representa a realeza de Cristo, o verdadeiro Rei dos reis.
• Incenso: Simboliza a divindade de Cristo e Seu papel como o perfeito sumo-sacerdote, mediador entre Deus e os homens.
• Mirra: Aponta para o caráter do perfeito homem profético e supremo Salvador.
“Sendo avisados em sonho para não voltar a Herodes, regressaram para sua terra por outro caminho.” (v. 12)
Após adorarem Jesus, obedeceram à direção divina e seguiram “por outro caminho”. Esse novo caminho simboliza a transformação espiritual que ocorre na vida de quem tem um encontro genuíno com Deus.
Nossa adoração a Deus deve ser uma resposta ao que Ele revelou de Si mesmo. Como estamos respondendo à revelação de Cristo em nossas vidas? Estamos oferecendo o que temos de melhor a Ele?
Deus continua se movendo em nosso tempo!
Deus continua se movendo em nosso tempo!
Na pessoa de Jesus, Deus entrou fisicamente em nosso mundo — um Deus infinito veio viver num mundo finito. Aquele que conhecia exatamente como as coisas deveriam ser, chegou a lugares onde as coisas obviamente não eram. Em Jesus, Deus e o homem tornaram-se uma pessoa, um ser diferente de qualquer outro que o mundo já viu ou jamais verá. Jesus Cristo era, e para sempre será, totalmente Deus e totalmente homem numa só pessoa, e essa pessoa mudou o curso da história para sempre. - Wayne Grudem.
A presença de Cristo é transformadora, pois ela não apenas muda circunstâncias e cenários, mas levanta um testemunho eterno no tempo cronológico da história humana.
A estrela que conduziu os magos até a presença de Jesus, representa o testemunho da criação a respeito do Filho de Deus.
Os magos representavam as primícias dos gentios que creram em Cristo. Sua jornada e adoração foram um testemunho para todos que ouviram sua história.
Como gentios, somos chamados a testemunhar sobre Cristo em nosso tempo. Conduzidos por Deus por um novo caminho, manifestamos o poder transformador da Palavra, através da qual glorificamos a Deus.
Estamos vivendo como testemunhas de Cristo em nosso tempo? Nosso testemunho reflete a mudança que ocorre em nossa vida após um encontro com Jesus?
Conclusão
Conclusão
A história dos magos nos desafia a refletir sobre nossa resposta a Cristo:
1. Deus se revela a todos os povos. Ele continua chamando pessoas improváveis para conhecê-Lo.
2. Deus desafia nossas prioridades. Sua obra em nosso tempo pode ameaçar o que queremos preservar.
3. A adoração é uma resposta à revelação divina. Devemos oferecer a Ele o que Ele é digno de receber.
4. Um encontro com Cristo nos transforma. Como os magos, somos chamados a seguir “por outro caminho” e viver como testemunhas do Rei.
Que possamos buscar a Cristo com a mesma dedicação dos magos, adorá-Lo com a mesma reverência, dedicar todos recursos a ele com a mesma disposição de coração e viver como testemunhas de Sua glória.