Gloria in Excelsis Deo - O Cântico dos Anjos
TEXTO BASE
INTRODUÇÃO
O pregador pode começar com uma pergunta que provoque reflexão, uma história, uma citação, uma declaração engraçada ou uma variedade de outros recursos, sob a condição de que, ao chegar ao fim da introdução, o pensamento central da mente dos ouvintes seja o tema do sermão.
SOBRE O CONTEXTO GERAL DE LUCAS
Robert Gundry diz que o Evangelho de Lucas não é apenas o mais volumoso dos evangelhos sinóticos, mas também o livro mais volumoso de todo o Novo Testamento. Anthony Lee Ash tem razão ao dizer que Lucas é geralmente encarado como uma obra-prima literária entre os livros do Novo Testamento. Aqui encontramos a língua grega mais refinada do Novo Testamento.2 Lucas é o melhor relato que temos sobre a vida de Jesus registrado nas Escrituras. Charles Childers acrescenta que o Evangelho de Lucas tem sido chamado de “o mais belo livro do mundo” e, juntamente com Atos dos Apóstolos, é considerado “o mais ambicioso empreendimento literário da igreja na antiguidade”. Van Oosterzee chega a dizer que Lucas, o terceiro Evangelho, é a coroa dos Evangelhos sinóticos.4
Lucas é singular quanto ao seu conteúdo e estilo. Mateus apresenta Jesus como Rei; Marcos apresenta-o como Servo; Lucas apresenta Jesus como Homem perfeito; e João apresenta-o como Filho de Deus.
SOBRE O CONTEXTO IMEDIATO DE LUCAS 2
SOBRE A CIDADE DE BELÉM
SOBRE ANJOS
Anjos são seres inteligentes, morais e espirituais criados por Deus que o adoram e realizam sua vontade.
As Escrituras indicam que, como outras criaturas, anjos foram criados por Deus. Todavia, não explica quando esta criação ocorreu. A Bíblia se refere a anjos por um número de termos, tais como “hostes,” “filhos de Deus,” “santos” e “espíritos”. Anjos são seres inteligentes que possuem grande poder. Suas funções principais, conforme reveladas nas Escrituras, são se envolver na adoração de Deus no céu e realizar seus propósitos na terra. Deus comissiona anjos para proteger seu povo, livrá-los do perigo, transmitir mensagens divinas e encorajar os crentes.
O número exato de anjos é desconhecido, mas João no Apocalipse fala de ver um vasto número: “miríades de miríades, e milhares de milhares” (Apoc 5:11). O número de anjos está também fixado já que (aparentemente) eles não procriam. Além disso, as Escrituras indicam que os anjos são organizados de acordo com uma hierarquia, com Miguel nomeado como o “arcanjo” e, portanto, aparentemente, o principal líder dos anjos. As Escrituras também atestam vários tipos de anjos como “querubim” e “serafim,” nenhum dos quais é explicado.
Como uma ordem diferente de seres do que a humanidade, os anjos não foram corrompidos pela queda de Adão. Em vez disso, eles são sem pecado e santos, totalmente obedientes à vontade do Senhor. Embora sejam invisíveis, os anjos às vezes se manifestam na Terra e interagem com os humanos. Os anjos desempenharam um papel importante na história da redenção, aparecendo frequentemente em momentos significativos - como o nascimento de Cristo, a ressurreição, e a ascensão.
AFIRMAÇÃO TEOLÓGICA: Glórias a Deus nas maiores alturas pois Ele se revela aos humildes.
GLÓRIA A DEUS NAS MAIORES ALTURAS
Devese tributar o mais alto grau de louvor a Deus por causa da vinda de seu Filho Jesus a este mundo. Sua vida e sua morte na cruz glorificariam os atributos de Deus (justiça, santidade, misericórdia e sabedoria) como nunca antes. A Criação glorificou a Deus, mas não tanto quanto a redenção.
PAZ NA TERRA ENTRE OS HOMENS, A QUEM ELE QUER BEM
“Paz na terra”, também diz o hino. É chegada à terra a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento; a perfeita paz estabelecida entre o Deus santo e o homem pecador; a paz que Jesus comprou com seu próprio sangue — oferecida gratuitamente a toda a humanidade; a paz que, sendo recebida no coração, leva os homens a viver em paz uns com os outros e que um dia encherá o mundo inteiro.
O hino termina falando em “paz entre os homens, a quem ele quer bem”. Esse é o tempo em que a bondade e o amor de Deus para com os homens culpados devem tornar-se totalmente conhecidos. Seu poder foi visto na Criação; e sua justiça, no Dilúvio. Mas sua misericórdia ficou para ser completamente revelada no nascimento e na expiação de Jesus Cristo.
A. O conceito grego de eirḗnē. Para os gregos eirḗnē denota, primariamente, um estado, não um relacionamento ou atitude. É o oposto de pólemos (“guerra”). Está ligado a tratados de paz ou acordos de paz. Também é o oposto de distúrbio. No negativo, pode denotar uma atitude pacífica, ou seja, a ausência de sentimentos hostis. Na era de Augusto ela transmitia o sentido de redenção, mas também implicava, na realidade cotidiana, a segurança legal da pax Romana.
Características principais da Pax Romana:
SENTENÇA DE TRANSIÇÃO:
ARGUMENTAÇÃO
PONTO 1: Deus se revela aos humildes
EXPLICA
Os pastores são os primeiros a serem informados da grande efeméride. Pastores não desfrutavam de boa reputação naqueles dias. Não eram considerados fidedignos e não lhes era permitido dar testemunho nos tribunais. Pertenciam a uma classe desprezada. Os fariseus os caracterizavam como ladrões e enganadores, igualados aos publicanos e pecadores. Os pastores eram considerados plebe que desconhece a lei. Eram privados da honra dos direitos civis. Mas Deus vira a mesa e fere a soberba dos grandes da terra, enviando o anjo para dar a melhor e maior notícia do mundo, de primeira mão, não aos reis, nem mesmo aos escribas e sacerdotes, mas aos pastores
Os pastores “vigiando seus rebanhos à noite” é uma imagem idílica do povo de Deus vivendo suas vidas regulares. Eles se tornam o ponto focal da glória messiânica de Deus revelada à humanidade. A mensagem é que os oprimidos serão elevados (1.51–53). Os pastores precisariam se revezar para se manterem vigilantes contra ladrões e predadores, por isso essa imagem se encaixa bem na cena original. Deus escolhe os pastores humildes para serem as primeiras testemunhas não só do nascimento do Messias, mas também da celebração do mundo angelical em seu nascimento. Isso é paralelo à sua escolha de mulheres como as primeiras testemunhas da ressurreição (24.1–8).
Os pastores cumprem sua tarefa de cuidar. HUGH LATIMER: Vamos considerar o seguinte: a quem o nascimento de Cristo foi anunciado em primeiro lugar? Aos bispos ou aos grandes senhores que estavam em Belém naquele momento? Ou às moças de saias elegantes, anáguas e joias caras? Não, não. Eles tinham tantos motivos para se vestir e se enfeitar com acessórios finos que eram incapazes de encontrar tempo para ouvir sobre o nascimento de Jesus. Suas mentes estavam tão ocupadas com outras coisas que não podiam ouvir sobre o assunto. Assim, esse grande acontecimento foi revelado primeiro aos pastores durante a noite, enquanto todas as outras pessoas dormiam. Foi nesse momento que ouviram com alegria as boas notícias do Salvador do mundo, pois esses pastores estavam cuidando de suas ovelhas à noite e protegendo-as dos lobos, raposas e outros animais selvagens. As ovelhas daquela região têm filhotes duas vezes por ano, então era preciso que o pastor as protegesse. Observamos que esses homens eram muito cuidadosos e dedicados, pois não sabemos ao certo se essas ovelhas eram suas ou se eles eram apenas servos – a segunda opção é a mais provável – e seus mestres lhes confiaram o cuidado das mesmas. Se esses pastores tivessem sido desonestos, quando receberam de seus mestres a tarefa de cuidar das ovelhas, prefeririam passar a noite toda bebendo em um bar, como alguns de nossos empregados fazem nos dias atuais. Nesse caso os anjos não teriam aparecido para eles para contar com grande alegria as boas-novas. (…)
Como já afirmamos, esses pastores vigiam durante a noite inteira, pois são atentos à sua função. Agem de acordo com a sua vocação e protegem as ovelhas. Não andam sem rumo desperdiçando seu tempo em tolices ou perseguições vãs, negligenciando suas responsabilidades e seu chamado. Não, não é isso o que fazem. Todos podem aprender com esses pastores a cumprir seus deveres e atender seu chamado. Eu gostaria que todo o clero – os párocos, vigários, bispos e todas as pessoas espirituais – aprendesse essa lição com os pobres pastores: ser fiel a seus rebanhos e estar sempre presente entre suas ovelhas, cuidando profundamente das mesmas. Não podem vagar por aí em busca de seu próprio prazer, e sim permanecer em seus territórios, alimentar seus animais com a Palavra de Deus e cultivar a hospitalidade, fornecendo assim alimento para a alma e para o corpo. UM SERMÃO SOBRE O DIA DO EVANGELISTA SÃO JOÃO (1552).
As revelações de Deus na aparição de seu anjo, revelações que no geral eram dadas somente aos eleitos da velha aliança, a saber, aos profetas em si, e também apenas a alguns indivíduos, são agora concedidas a um grupo inteiro de pobres pastores que à noite cuidam dos rebanhos no campo. São pastores os que pela primeira vez ouvem acerca da encarnação de Deus da boca do anjo.
A classe dos pastores de ovelhas é muito desprezada na literatura rabínica. Os fariseus os caracterizavam como ladrões e enganadores, igualados aos publicanos e pecadores. Os pastores eram considerados plebe que desconhece a lei. Os tribunais não admitiam pastores como testemunhas. Eram privados da honra dos direitos civis.
Um ditado rabínico dizia: “Nenhuma classe no mundo é tão desprezível quanto a classe dos pastores.”
É desses pastores, que cuidavam do rebanho nas cercanias de Belém, que a história do Natal fala agora.
Sobre os mesmos campos em que no passado Davi pastoreava os rebanhos do pai, e sob o mesmo céu estrelado, sob o qual Davi se edificava (Sl 8), os pastores talvez entoassem os salmos de Davi, fortalecendo assim o seu anseio pelo filho de Davi. Deve ser plausível a suposição de que aqui em Belém aquela expectativa estava particularmente viva, pelo menos entre aqueles que esperavam pela redenção.
ILUSTRA
APLICA
Jesus é o rei humilde que vem especialmente para elevar os humildes e exaltá-los