(Êx39:32-43) Como Deus ordenou
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O Material
Esses versículos resumem todo material que foi usado na construção do Tabernáculo.
Segue uma ordem, de dentro pra fora: Do santíssimo lugar (35), para o santo lugar (36-38), para o átrio (39), para as cortinhas (40), para as vestes sacerdotais (41).
A linguagem
Várias frases nesses últimos dois capítulos de Êxodo lembram frases parecidas nos dois primeiros capítulos de Gênesis. Esses paralelos sugerem uma conexão entre Deus construindo o mundo e Moisés e os israelitas construindo o tabernáculo. Aqui estão quatro: (1) “E Deus viu tudo o que havia feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31) e “Moisés viu toda a obra, e eis que haviam feito tudo exatamente como o SENHOR havia ordenado” (Êx 39.43); (2) “Assim os céus e a terra foram terminados” (Gn 2.1) e “Toda a obra da tenda da congregação do lugar da habitação foi terminada” (Êx 39.32); (3) “Assim Deus abençoou o sétimo dia” (Gn 2.3) e “Moisés os abençoou” (Êx 39.43).
Os simbolismos
Ryken: Para lembrar: o tabernáculo era a morada de Deus na terra. Deus o chamou de “meu tabernáculo no meio de vós” (Lv 26.11). Como réplica do céu, ele ensinava aos israelitas que seu Deus não era alguma divindade tribal, mas o Senhor Deus do universo, que “estende o céu como uma cortina” (Sl 104.2); ensinava também sobre o caráter de Deus; ensinava que ele é um Deus poderoso, que recebe a assistência de anjos. Ele é um Deus santo, envolto em mistério. Ele é um Deus amoroso, que deseja ter um relacionamento com seu povo. O tabernáculo mostrava ao povo que Deus era aquele que dá vida e luz, que providencia o pão de cada dia, que responde as suas orações e que revela sua lei para sua vida. Acima de tudo, ensinava o povo a olhar para Deus para o perdão de seus pecados.
Cristo
Trimp: O mesmo Deus que se revelou em Cristo deixou rastros na história de seu povo do Antigo Testamento. [...] Podemos ver como, no Antigo Testamento, uma dinâmica histórica começa a se formar e avança em direção a Cristo. Existe uma analogia estrutural entre a obra inicial e a obra posterior de Deus, baseadas no único plano do único Deus.
Fairbairn: encontramos em Cristo o centro do plano do céu, e o fundamento da confiança e esperança humanas. Assim, antes mesmo de ele vir ao mundo, todas as coisas necessariamente apontavam para ele; tipos e profecias davam testemunho das coisas que diziam respeito à sua obra e ao seu reino; os filhos da bênção foram abençoados na expectativa de sua redenção prometida; e, com a sua vinda, veio também a grande realidade, e os propósitos sublimes do céu entraram em seu cumprimento.
Ryken: No caso do tabernáculo, praticamente tudo era simbólico. A construção representava claramente a casa de Deus e quase todas as suas partes simbolizavam algo sobre seu relacionamento com seu povo. É por isso que o tabernáculo continua sendo uma revelação tão rica sobre a pessoa e a obra de Jesus Cristo.
Vern Poythress oito lições importantes que podemos extrair do simbolismo do tabernáculo: Primeiro, por causa de seu vínculo simbólico com o céu, o tabernáculo lembrava aos israelitas que Deus era o Deus verdadeiro, o Senhor exaltado de todo o universo, não apenas um deus confinado a um ponto local. [...] Semelhantemente, devemos reconhecer agora que Deus, nosso Pai, e Cristo, nosso Redentor, é o Senhor celestial, o Senhor de tudo. [...] Em segundo lugar, visto que todo o universo era a casa de Deus, o tabernáculo representava para os israelitas a maneira como o cuidado de Deus se manifestava em suas circunstâncias diárias. Comida, vida e luz provinham de Deus, que havia feito todo o universo como sua morada e seu lar. Semelhantemente, hoje, devemos ver nossas circunstâncias e nossas bênçãos diárias [...] como provisão do nosso Deus e nosso Salvador Jesus Cristo. [...] Em terceiro lugar, o tabernáculo como estrutura única lembrava aos israelitas que eles tinham privilégios únicos. Deus os escolhera dentre todas as nações para serem seu povo e decidiu viver entre eles de modo especial. Similarmente, nos tempos do Novo Testamento, Deus habita de modo singular na igreja e nos cristãos individuais. [...] Em quarto lugar, o tabernáculo simbolizava o Éden e, assim, lembrava aos israelitas sua condição pecaminosa, perdida e separada como descendentes de Adão. A entrada para o Éden estava barrada. Mesmo assim, os israelitas podiam, em certo sentido, entrar quando o sacerdote entrava como seu representante. Portanto, o tabernáculo falava de seu estado perdido e também da promessa da superação do pecado por meio de um homem representante, finalmente por meio de Jesus Cristo como nosso Sumo Sacerdote final. [...] Em quinto lugar, o tabernáculo simbolizava o povo de Deus como um todo. Israel como corpo coletivo foi chamado para imitar a beleza, a ordem, a santidade e a pureza do próprio tabernáculo. Deveria encarnar a beleza, a ordem, a santidade e a pureza em sua própria vida comunitária. [...] Semelhantemente, a igreja de hoje deve ser santa. A igreja não é uma associação voluntária a ser governada segundo a vontade de seus membros, mas uma morada de Deus. [...] Nossas famílias e nossos lares devem refletir a pureza, beleza e ordem espiritual que eram temporariamente representadas pelo tabernáculo e agora são supremamente manifestas em Jesus Cristo. [...] Em sexto lugar, o tabernáculo simbolizava o povo de Deus individualmente. Os israelitas receberam a ordem de manter seu corpo puro, puro acima de todo pecado, mas também de impurezas cerimoniais que simbolizavam o pecado. No Novo Testamento, o corpo dos cristãos é templo do Espírito Santo. Devemos “purificar-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2Co 7.1). [...] Em sétimo lugar, o tabernáculo apontava para a nova Jerusalém, a morada final de Deus com os seres humanos. [...] Em oitavo lugar, o tabernáculo simbolizava o próprio Deus. [...] Os israelitas eram instruídos a perceber, pelos véus e símbolos não totalmente analisáveis, que o caráter de Deus e seus propósitos são insondavelmente profundos e que sua salvação se fundamentava no caráter e na sabedoria de Deus. Agora sabemos, à luz da revelação mais plena, que o Deus de Israel é nosso Deus trino, o Deus revelado por meio da obra de Cristo e sua obediência ao Pai por meio do poder do Espírito Santo. O tabernáculo nos aponta para Cristo, a morada final de Deus com os seres humanos, mas também para o Pai e o Espírito, que, em Cristo, revelam a plenitude da Divindade.
“Como o SENHOR havia ordenado”
Como vimos na relação entre o que é bom e a obediência, pra que o Tabernáculo fosse bom, como a Criação, ele precisava ser feito exatamente como Deus disse. O que significa “pra que fosse bom”? Quer dizer, pra que ele apontasse pra Cristo, pra Deus, pra que ele cumprisse o seu propósito, tinha que seguir o que Deus falou.
A expressão “como o Senhor ordenara a Moisés” se repete nos versículos 1, 5, 7, 21, 26, 29 e 31, e por fim nos versos 32 e 42.
Tudo é trazido a Moisés para supervisão. Ele veria se de fato tudo estava de acordo com a Palavra de Deus. Podemos dizer isso sobre nossa igreja? Podemos dizer isso sobre nossa vida?
A Bênção
43: “… assim a fizeram, e Moisés os abençoou”.
Gênesis 1.31 “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom...”
Uma nova criação, porque aqui nasce a adoração de Israel.
Essa bênção provavelmente eram palavras proferidas sobre o povo pra que Deus trouxesse paz a prosperidade. É única vez que Moisés faz isso em direção ao povo. E antes, com o bezerro de ouro, Moisés repreende o povo, mas aqui ele os abençoa. Um culto que não acontece de acordo com a Palavra de Deus, não pode ter sua bênção. Arão, quando se torna Sumo Sacerdote passa a cumprir este ofício. A bênção araônica, é a bênção proferida em consequência da obediência. O que o ministro faz ao final do culto, ao proferir sobre o povo a bênção apostólica ou araônica, comunica o fato de que tudo foi feito de acordo com a Palavra de Deus.
A bênção está em harmonia com a obediência. Somos abençoados quando fazemos a vontade de Deus.
O Verdadeiro Tabernáculo
Jesus Tabernaculou entre nós
João 1.14 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.”
Colossenses 2.9 “porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.”
Jesus, como o Tabernáculo, passou por inspeção.
Mateus 3.16–17 “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”
Mas no final de toda sua obra, sua tentação, sua obediência, seu serviço, sua cruz, então foi aprovado. A ressuscitar do mortos, Cristo fora aprovado, e sua vitória manifesta.
Romanos 1.4 “e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor,”
Foi aí que ele viu o penoso trabalho de sua alma e ficou satisfeito. Ele viu que era bom. Ele viu e aprovou, no primeiro dia semana ele ressuscitou, e no primeiro dia da semana ele proferiu sua bênção: “paz seja convosco”.
A Igreja
Somos “a casa de Deus” (1Tm 3.15; cf. 1Co 3.9), “casa espiritual” (1Pe 2.5), “santuário dedicado ao Senhor” (Ef 2.21). Jesus disse: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). I
Somos a casa do Deus vivo, sua habitação, como comunidade e como indivíduos. O que significa isso? Devemos fazer tudo o que Deus ordena, para desfrutarmos de sua bênção.