A Esperança Transformadora no Evangelho
Ação de Deus em tempos de necessidade humana • Sermon • Submitted • Presented
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· 6 viewsTexto: Lucas 4:18-19 Tema: Jesus, o Mensageiro da Liberdade e Renovação Proposta: Mostrar como o anúncio de Jesus do "ano aceitável do Senhor" transforma realidades de sofrimento.
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Você já esteve em uma grande necessidade? Falta de dinheiro, uma injustiça, passou por um grande perigo ou sofrer alguma doença grave, são coisas que costumam tirar a nossa paz, mas são experiências comuns a todos. Imagino que se eu perguntar aqui quantas pessoas já passaram por essas coisas, precisaríamos de muitas horas para ouvir as histórias.
Todos nós passamos por necessidades e, muitas vezes, podemos perder as esperanças de que haverá uma solução para nossos problemas, como se Deus houvesse nos esquecido em meio a estas lutas.
Contudo, Ele não se esquece de nós, especialmente nos tempos de necessidade, e é através da pregação do Evangelho que Deus nos enche de esperança, uma esperança que transforma nossas vidas, como vemos no texto de Lc 4.18-19. Então, peço que, aqueles que podem, fiquem de pé em sinal de reverência à Palavra de Deus.
Lucas 4.18–19 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e proclamar o ano aceitável do Senhor.”
Então vamos entender esse texto.
Reconhecendo o Contexto da Promessa
Reconhecendo o Contexto da Promessa
Jesus havia acabado de começar seu ministério. Foi batizado por João, o batista, tentado no deserto por Satanás e havia feito seu primeiro sinal ou milagre no casamento em Caná da Galileia.
Mas agora ele foi para a pequena Nazaré, aldeia onde Jesus cresceu e que tinha aproximadamente 500 moradores. Ali todos o conheciam. Jesus foi à sinagoga, como de costume (v.16), e foi lhe dada a oportunidade da leitura do texto bíblico, que Ele leu de pé (veja que o costume de ler a Bíblia em pé, como sinal de reverência, não é apenas uma tradição, mas um exemplo do próprio Senhor).
Pelo texto, não é possível saber se Ele escolheu a passagem de Isaías 61.1-2 ou se foi dito para ler esse texto. A Bíblia diz apenas que Ele “achou o lugar onde está escrito” aquela passagem (v.17).
Isaías 61.1–2 “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos pobres, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados, a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus, a consolar todos os que choram”
Essa é uma passagem onde o profeta Isaías anunciava ao povo de Israel que o Senhor Deus iria socorrê-los em um tempo futuro, após o período do exílio na Babilônia. Por causa dos pecados do povo de Israel, eles seriam tirados da terra deles, sofreriam nas mãos dos babilônios. Alguns se tornariam escravos, outros empobreceriam muito, outros sofreriam males físicos, mas, a boa notícia, é que Deus mesmo libertaria seu povo no final.
Contudo, quando Jesus lê esse trecho das Escrituras, Ele diz que isso tudo se refere ao que ele, Jesus, faria. Ele diz “hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir.” (v.21).
Tanto nos tempos de Isaías, quanto nos tempos de Jesus, havia pobres, escravos, oprimidos e excluídos da sociedade. Mas não sofriam somente com os males sociais e físicos, pois também eram escravos de seus próprios pecados, de vícios e oprimidos por Satanás.
O que Jesus está dizendo é que a boa notícia e a esperança para os que sofrem é Ele. É Jesus a presença de Jesus que transforma o desânimo em esperança.
Mais tarde, João Batista, perto de ser morto por Herodes, talvez com sua fé abalada pelas circunstâncias, perguntaria para Jesus se ele que é o Messias prometido e a resposta de Jesus mostra que, de fato Jesus é o cumprimento dessa profecia de Isaías, como vemos em Mateus 11.5
Mt 11.5 “os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho.”
Ou seja, a partir de Jesus, as promessas de Deus de socorrer aos necessitados começa a ser cumprida.
No Antigo Testamento, era comum ver que a pobreza e a doença eram sinais da maldição de Deus. Por exemplo, se alguém ficasse com uma doença contagiosa como a lepra, essa pessoa devia ser excluída do convívio das demais, e era tratada como “imunda”, ou seja, alguém que não podia participar do culto (Lv 13 - 14).
“Contexto: Jesus proclama o início de Seu ministério em Nazaré. Ele lê Isaías 61, anunciando libertação e esperança. Jesus como Aquele que proclama esperança e revela a provisão divina.Problema Identificado: A opressão, pobreza e exclusão eram realidades espirituais e sociais naquele tempo.Referências Cruzadas: Isaías 61:1-2, Mateus 11:5, João 8:36.”
Enfrentando os Desafios do Presente
Enfrentando os Desafios do Presente
E isso não é diferente hoje. O sofrimento ainda faz suas vítimas e é fácil perder as esperanças. Você planta, mas não sabe se colherá. “Será que o inverno será bom?”, “Será que as chuvas serão suficientes?”. “Será que o preço das coisas vai aumentar?”, “Será que vou conseguir um emprego, ou um emprego melhor?”, “Será que vou conseguir um tratamento de saúde a tempo?”, Será... será...
Meu sogro, quando foi diagnosticado com um câncer, não conseguiu o tratamento a tempo e faleceu.
Um homem, pedreiro, que durante anos trabalhou para pagar a faculdade da esposa, mas quando ela terminou o curso, abandonou ele por que ele não era mais do “mesmo nível que ela”.
Uma mulher tinha acabado de comprar um carro, mas uma chuva muito forte inundou a garagem de onde ela mora. O carro ficou debaixo d’água e só sobrou as prestações do carro para pagar.
Uma mãe que morreu desgostosa da vida, vendo o filho mais velho vendendo as coisas da casa para sustentar o vício em drogas.
Injustiças, incertezas, sofrimentos... Às vezes a vida pode ser muito dura conosco. Às vezes somos tentados a duvidar se Deus se importa conosco, se Ele ouve nossas orações.
O que fazer para recuperar a esperança diante de tantas lutas e dificuldades?
Problema Atual: Sofrimento causado por seca, pobreza e isolamento social em contextos locais.Exemplo: Relate histórias de comunidades enfrentando essas dificuldades, evidenciando a necessidade de esperança e renovação.
Descobrindo a Graça em Jesus Cristo
Descobrindo a Graça em Jesus Cristo
Mas Isaías profetizou que haveria um tempo que os excluídos seriam trazidos para perto de Deus e Jesus disse que esse tempo chegou!
Deus nunca se esqueceu dos que sofrem. O pobre, o oprimido e o excluído podem ter esperança em Cristo Jesus. Jesus anunciou que, a partir daquele momento, estaria inaugurado o tempo de libertação e Ele, Jesus é esse libertador.
É Ele quem tem o “poder do Espírito” e é Ele que é o “ungido” (v.18), que é o significado das palavras “Cristo” e “Messias”. Apenas três tipos de pessoas poderiam ser ungidas no Antigo Testamento:
Reis (1Sm 16.12-13; 1Rs 1.39 )
Sacerdotes (Êx 28.41; Lv 8.12; 16.32)
Profetas (1Rs 19.16)
Mas Jesus acumula estas três funções, sendo o Profeta (mensageiro de Deus) que anuncia as boas novas aos pobres, o Sacerdote que cuida das feridas e o Rei que liberta os oprimidos.
O final da citação que Jesus faz de Isaías tem duas partes interessantes.
Na primeira, ele menciona que a vinda dele é a mesma coisa que “apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.19). Aparentemente, esse “ano aceitável” mencionado por Isaías e citado por Jesus é o “ano do jubileu”, que deveria ocorrer a cada cinquenta anos na terra de Israel (Lv 25.10).
Se alguém tivesse se tornado escravo para pagar uma dívida, ou vendido as terras da família, no ano do Jubileu esta pessoa devia ser libertada e as terras devolvidas para seus donos originais.
Essa lei impedia que uma família rica acumulasse muitas terras e que uma família pobre permanecesse pobre por muitas décadas. Essa lei também impedia que alguém fosse sempre tratado como um escravo. Ninguém dentro do povo de Deus poderia ser tratado como se fosse uma pessoa inferior, pois, de tempos em tempos, todos voltavam às mesmas condições originais, como livres e tendo terras buscar seu próprio sustento, porque, na verdade, só Deus é nosso dono e só Deus é dono da terra.
Então, Jesus estava dizendo que Ele veio trazer justiça ao mundo. Ele também estava dizendo que ele libertaria os escravos do pecado. Ricos e pobres, todos poderiam ser libertos daquilo que os escravizavam, mas Deus cuidaria especialmente dos mais fracos.
Outro ponto importante da citação que Jesus faz de Isaías é que Ele não cita “o dia da vingança do nosso Deus”, mostrando que, nessa primeira vinda de Jesus, ele está oferecendo a graça de Deus as pessoas.
Jesus veio como libertador do escravo, como médico dos doentes, como protetor dos pobres, como o perdoador dos pecadores. Haverá um dia que Ele virá como juiz, trazendo condenação aos maus que rejeitam o Evangelho, mas, por enquanto, a presença de Jesus é uma presença graciosa, que socorre, liberta e perdoa.
Em Jesus, inicia-se uma nova era, uma nova aliança. A antiga aliança dizia ser necessário obedecer a Lei para obter a benção de Deus, mas os israelitas falharam em cumprir essa aliança. Eles feriram a santidade de Deus desobedecendo-o ano após ano, dia após dia.
A Lei de Deus serviu para mostrar como o povo de Deus era fraco e estava com o coração preso ao pecado, a consequência é que eles foram dominados por diversos povos e, agora, estavam sendo dominados pelos romanos. Eles falharam em obedecer e estavam sofrendo por isso, aguardando pelo Messias prometido.
Mas, agora, Jesus oferece perdão e libertação justamente para os que eram fracos e presos.
Por um lado, a Lei de Deus dava aos israelitas consciência de que mereciam a punição de Deus. Por outro, Jesus veio anunciar libertação, não punição. Como nas palavras do apóstolo Paulo em Romanos 8.1–2
Rm 8.1-2 “Agora, pois, já não existe nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, livrou você da lei do pecado e da morte.”
Que grande notícia!
Vivendo a Transformação do Evangelho
Vivendo a Transformação do Evangelho
Mas aí você pode pensar:
“- Mas, nos tempos de Jesus, ele fazia muitos milagres, chegava a ressuscitar mortos, e hoje a gente não vê as coisas acontecendo do mesmo jeito.”
Ou você pode dizer:
“- Mas as opressões e injustiças ainda ocorrem. Me parece que Jesus não tem mudado o mundo tanto assim.”
Nesse eu diria que você não tem enxergado direito, nem a promessa de Deus, nem o mundo à sua volta.
Porque o Evangelho de Jesus traz dois tipos de transformação: uma espiritual e uma material.
Antes de qualquer coisa, o Evangelho de Jesus é para libertar escravos do pecado. Jesus veio para nos livrar:
da morte espiritual
João 5.24 - “— Em verdade, em verdade lhes digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.”
do inferno
Mateus 10.28 - “Não temam os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; pelo contrário, temam aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”
da condenação eterna
João 3.17–18 - “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”
da ira de Deus
Romanos 5.9 - “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.”
A salvação é o primeiro e mais importante efeito que devemos esperar do Evangelho em nossas vidas e é justamente a salvação que começa a nos fazer provar alguns efeitos do céu hoje.
Eu fui convertido a Cristo há 25 anos. Ao longo desse tempo, ouvi muitas histórias de pessoas que também foram transformadas pelo evangelho. Pessoas que, antes de atender o chamado de Cristo:
Pessoas que gastavam dinheiro com bebida, drogas ou jogos, mas foram transformadas pelo Evangelho:
Liberdade da escravidão do pecado: Em Cristo, essas pessoas encontram libertação dos vícios que as aprisionavam (Rm 6.6-7). Ao experimentar o poder restaurador do Espírito Santo, elas passam a ver que esses comportamentos não satisfazem e buscam refúgio em Deus, que é a verdadeira fonte de alegria.
Reorientação do uso dos recursos: O dinheiro, antes desperdiçado, é agora visto como uma bênção para sustentar a família, investir no Reino e ajudar os necessitados (Ef 4.28).
Testemunho de transformação: Muitos que abandonaram vícios se tornam testemunhas poderosas do poder de Cristo, ajudando outros a encontrar a mesma libertação (2Co 5.17).
Exemplo bíblico: O endemoninhado gadareno (Mc 5.1-20): Antes cativo e descontrolado, após o encontro com Jesus, ele foi restaurado à sanidade, tornando-se um mensageiro do Evangelho.
Pessoas que se envolviam com más companhias, mas foram transformadas pelo Evangelho:
Nova família em Cristo: O Evangelho introduz essas pessoas à comunhão com irmãos na fé, que as ajudam a crescer espiritualmente (Hb 10.24-25). Isso substitui as influências negativas por relacionamentos saudáveis e edificantes.
Sabedoria para discernir amizades: Por causa do Evangelho, elas aprendem a discernir companhias que edificam daquelas que levam à destruição (1Co 15.33; Sl 1.1).
Testemunho entre os antigos amigos: Embora possam se afastar de más influências, muitas vezes Deus as usa para alcançar aqueles com quem antes andavam, agora como luz e sal no mundo (Mt 5.13-16).
Exemplo bíblico: Zaqueu (Lc 19.1-10): Um cobrador de impostos desprezado, ao conhecer Jesus, teve sua vida transformada e demonstrou arrependimento público.
Pessoas que viviam para si mesmas, mas foram transformadas pelo Evangelho:
Chamado para viver para Cristo: Ao crerem no Evangelho, entendem que suas vidas não são mais delas, mas pertencem a Deus (Gl 2.20). Isso traz um novo foco em servir a Deus e ao próximo.
Do egoísmo ao altruísmo: O Evangelho muda o coração, tornando-o compassivo e generoso (Fp 2.3-4). Essas pessoas começam a buscar o bem dos outros em vez de somente seus próprios interesses.
Propósito eterno: O Evangelho dá um propósito que vai além a busca egoísta por prazer ou realização pessoal (Ef 2.10).
Exemplo bíblico: Paulo (At 9.1-22): De perseguidor da igreja, ele passou a viver inteiramente para Cristo, tornando-se um dos maiores missionários da história.
Pessoas que acreditavam que a vida era só "viver" ou "trabalhar", mas foram transformadas pelo Evangelho:
Ganham perspectiva eterna: O Evangelho revela que a vida vai além do aqui e agora, oferecendo esperança de vida eterna e uma missão significativa na terra (Jo 10.10; Cl 3.23-24).
Aprende o valor do trabalho: Em Cristo, o trabalho não é mais apenas uma obrigação, mas uma maneira de glorificar a Deus e servir à sociedade (1Co 10.31).
Têm um novo propósito: Eles passam a viver para glorificar a Deus e anunciar o Evangelho, entendendo que suas vidas têm um impacto eterno (2Co 5.20).
Exemplo bíblico: Os discípulos de Jesus (Mc 1.16-20): Pescadores comuns que abandonaram tudo para seguir Jesus e se tornaram agentes de transformação global.
O Evangelho transforma nossas vidas hoje!
O Evangelho transforma nossas vidas hoje!
Quantos já deixaram de ser mentirosos, preguiçosos, fúteis, irados, sempre tristes, sempre reclamando, sempre sem esperança?
Você consegue ver essa transformação na sua vida ou ainda o pecado te domina? Você vive essa com esperança nas promessas de Cristo ou ainda vive temendo o futuro?
Em que áreas da suas vidas ou da sua comunidades é necessária a renovação e a busca de Cristo como resposta?
Jesus é a única esperança de transformação verdadeira de vida, de libertação verdadeira, de cura verdadeira. Confie nele.
Conexão com o Segundo Domingo:
Explique que Jesus não apenas proclama esperança, mas Deus também age como Pastor fiel para cumprir essas promessas.