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Igreja Presbiteriana da Cohama
Data: 19/01/2025
O Progresso do Evangelho em meio a algemas e prisões
Filipenses 1.12–18 “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais; e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus. Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias. Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei.”
Introdução
Ao longo da história da igreja, a perseguição à igreja de Cristo sempre ocorreu. Um dos períodos mais sombrios de perseguição foi durante o reinado de Nero, imperador de Roma entre os anos 54 e 68 d.C. Em 64 d.C., um grande incêndio devastou Roma. A história nos mostra que Nero havia ordenado o incêndio para realizar seus projetos pessoais, mas, para afastar a culpa, ele encontrou nos cristãos um bode expiatório ideal. O desprezo popular por aqueles que eram chamados de seguidores de "uma superstição estrangeira e mortal" (Tácito, Annals 13.32) serviu de justificativa para que o imperador desencadeasse uma brutal onda de perseguição.
Os cristãos eram acusados de coisas como "ódio à raça humana" e negação a adoração aos deuses do império Romano, e eram submetidos às mais cruéis torturas. Tácito um historiador relata: “Eles foram cobertos com peles de feras e rasgados até a morte por cães; ou eram pregados em cruzes e, quando faltava luz do dia, eram queimados para servir de lâmpadas à noite” (Annals 15.44). A igreja de Cristo, porém, não foi silenciada. Mesmo em meio às chamas das tochas humanas e aos gritos de agonia dos cristãos sendo despedaçados nos coliseus, o evangelho continuava a avançar. Como Tertuliano, um dos pais da igreja, declarou: “O sangue dos mártires é a semente da igreja.” O testemunho de fé daqueles que preferiam morrer a negar a Cristo ecoa até hoje, revelando que nem a perseguição mais feroz pode deter o propósito de Deus.
O apóstolo Paulo, escrevendo aos filipenses da prisão, reflete sobre essa realidade. Em Filipenses 1.12-18, ele mostra que, mesmo em meio às cadeias, o evangelho não estava preso. Pelo contrário, Deus usava as adversidades para fazer o evangelho prosperar. o que nós veremos nesta exposição meus irmãos é que, mesmo sob perseguições, oposições ou dificuldades, a mensagem de Cristo segue avançando, porque não depende de circunstâncias humanas, mas do poder soberano de Deus.
Na passagem que lemos, Paulo fala sobre como seu encarceramento contribuiu para a propagação do evangelho, mostrando que mesmo as adversidades, o soberano Deus faz com que o seu nome seja conhecido em toda terra.
Nós veremos que mesmo diante de adversidades, podemos encontrar oportunidades para compartilhar o evangelho. Nós somos encorajados a perceber que as crises não são barreiras, mas sim meios que Deus usou e por vezes usa para o avanço do Evangelho.
O texto que nós lemos agora pouco destacam as prisões de Paulo e o progresso do evangelho: em vez de ver seu aprisionamento como um obstáculo, Paulo o considera uma oportunidade para que o Evangelho alcance mais corações, mostrando como o poder do evangelho rompe barreiras mesmo que em uma prisão.
A prisão de Paulo fala sobre o sofrimento de Cristo e sua missão de tornar seu nome conhecido em toda terra;
A verdadeira liberdade do Evangelho não é determinada pelas circunstâncias externas, mas por Deus que nos dá de sua graça para avançarmos as muitas adversidades que surgem com o intuito de parar a igreja.
Ademais, a carta de filipenses é conhecida como uma das cartas da prisão, mas também como uma carta de alegria, no capítulo um nós vemos alguns motivos que levaram o apóstolo Paulo a escrever a carta aos filipenses, no capítulo 1 nos versículos 1 a 11 vemos a saudação de Paulo aos filipenses, ele dá graças a Deus pela igreja de Filipos e pela cooperação deles para com ele, a igreja de Filipenses era uma das igrejas que contribuam financeiramente com o ministério de Paulo, e Paulo os considerava os seus cooperadores.
O apóstolo também tem plena certeza de que o Senhor completará a obra que Ele iniciou naquela igreja como vemos no versículo 6, Paulo também diz que ele traz a igreja de Filipos no coração seja nas suas algemas, seja na defesa do evangelho, pois eles são participantes da graça de Cristo com ele, como verdadeiros cooperadores no ministério de Paulo.
O apóstolo Paulo também deixa claro que tem saudade daquela igreja e ora para que o amor daquela igreja aumente, para que seu amor vá aumentando e eles tendo um pleno entendimento do evangelho sejam inculpáveis diante do Senhor.
1. OS SOFRIMENTOS DE PAULO E O PROGRESSO DO EVANGELHO
1. OS SOFRIMENTOS DE PAULO E O PROGRESSO DO EVANGELHO
Filipenses 1.12–13 “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais;”
No versÍculo 12 vemos o apóstolo Paulo expressando um dos seus desejos ao escrever a carta a igreja de Filipos, o apóstolo deseja que aqueles irmãos entendam tudo o que tem ocorrido e vejam a importância de como as coisas que lhe tem acontecido, tem contribuído para o progresso do evangelho. Quais coisas aconteceram com Paulo? Não vemos o apóstolo detalhar o que aconteceu, mas quando vamos para as escrituras no livro de Atos vemos alguns relatos como a falsa acusação que levou a prisão de Paulo em Jerusalém que o levou a apelar para césar, um naufrágio que ocorreu durante a viagem e aquilo que vemos no texto lido a prisão em Roma.
Paulo tinha um amor grande pela igreja filipos, é perceptível ao lermos a carta de Filipenses e este texto que era desejo de Paulo que aqueles irmãos saibam como ele está, e tenham conhecimento das coisas que tem acontecido com ele, nós vemos o tom pastoral da parte de Paulo para com aqueles irmãos, no capítulo 4 no verso 1 Paulo diz aos Filipenses que eles são a alegria e coroa do seu ministério.
É assim que a igreja de Filipenses recebeu aquela carta, mas a algo que é central e de fundamental importância que Paulo precisa que eles saibam, o apóstolo deseja que aqueles irmãos entendam que os seus sofrimentos, a sua prisão tem muito mais contribuindo para o evangelho do que eles possam pensar. Paulo quer que os irmãos de Filipos não fiquem preocupados com ele, porque suas circunstâncias, em vez de serem um “obstáculo” (proskopē) para o evangelho, como muito provavelmente eles poderiam acreditar, na verdade levaram ao seu “avanço” (prokopē). A palavra progresso tem um significado importante no texto, Paulo está dizendo que os seus sofrimentos tem feito o evangelho avançar, a mensagem do evangelho tem avançado, não por sua obra ou por causa dos seus sofrimentos mas por causa de Cristo como ele deixa claro no texto.
Paulo está dizendo que o progresso do evangelho já aconteceu, não que acontecerá, mas já aconteceu, é uma realidade concreta e os efeitos desse avanço do evangelho permanecem. Paulo diz que os frutos desse avanço do evangelho continuam visíveis e eficazes. Os resultados disso permanecem, o progresso é tão claro e são visivelmente manifestos tanto no impacto sobre a guarda pretoriana quanto no encorajamento dos irmãos.
Vemos algumas implicações disso para as nossas vidas, Paulo entendia que a sua prisão e o seu sofrimento tem contribuído para o avanço do evangelho e que tudo está acontecendo segundo a vontade de Deus, ele não espera que Deus use sua prisão no futuro, para que no futuro o evangelho avance de alguma forma, mas ele reconhece que Deus já está operando soberanamente. Meu irmão e minha irmã como você enxerga os sofrimentos que você enquanto membro desta igreja tem passado por causa do evangelho? Paulo está nos ensinando que os seus sofrimentos que ele tem passado tem contribuído para o progresso do evangelho, e isso ocorre segundo a vontade de Deus.
As lutas e desafios que Paulo enfrentava estavam diretamente ligados à sua fidelidade ao evangelho. Ele não estava preso por um crime hediondo, ele estava preso por causa de sua fé em Cristo Jesus, porque dedicou sua vida a proclamar Cristo. Embora nem todos enfrentemos prisões físicas por causa da nossa fé, a realidade de sermos fiéis ao evangelho nos coloca, cada um em seu contexto, diante de desafios únicos. Você que trabalha em um ambiente onde princípios cristãos são constantemente testados, ou você que estuda em um lugar onde a fé é ridicularizada, também experimenta pressões semelhantes. Ser fiel a Cristo com toda certeza trará dificuldades: a rejeição de colegas, a resistência de superiores ou mesmo o isolamento de amigos. Mas assim como Deus usou as circunstâncias de Paulo para o avanço do evangelho, Ele também pode usar sua vida, para que Cristo seja conhecido onde você está. Em cada situação, lembre-se: você não é mais ou menos crente se não enfrenta grandes perseguições por causa de sua fé, independente de sua realidade mantenha-se fiel a Cristo e ao claro chamado dele a todos os crentes para o anúncio do evangelho.
No versículo 13, o apóstolo Paulo afirma que o progresso do evangelho foi tão evidente que todos ao seu redor reconheceram que ele estava preso por causa de Cristo, por amor ao evangelho de Jesus. A razão de sua prisão era clara para todos que, em algum momento, conviveram com ele durante aquele período.
É importante destacar que, quando Paulo escreveu a carta aos filipenses, ele estava preso. Paulo foi preso três vezes ao longo de seu ministério: uma vez em Cesaréia de Filipos, outra em Éfeso e, por fim, em Roma. Entende-se que a carta aos filipenses foi escrita durante sua prisão em Roma, em uma condição de prisão domiciliar, onde ele permaneceu preso por dois anos até o seu martírio. Paulo estava preso em sua própria casa que foi permitido a ele alugar como é possível nós vemos no livro de Atos capítulo 28 verso 16, Todavia, ainda que preso, e sob vigilância constante, ele possuía alguns benefícios, como receber visitas, escrever cartas e proclamar o evangelho aqueles que estavam próximos a ele.
Gordon Fee em seu comentário da carta de Filipenses diz que: Os soldados responsáveis pela vigilância de Paulo trabalhavam em turnos de aproximadamente quatro horas. Isso significa que, durante o período de sua prisão, muitos soldados, possivelmente ouviram diretamente de Paulo a mensagem do evangelho. Paulo teria tido acesso a vários - ou muitos - deles, dos quais eventualmente teria sabido o motivo de suas prisões. Acredita-se que além dos soldados outras pessoas que lidavam com assuntos imperiais também sabiam o verdadeiro motivo pelo qual Paulo estava preso, se nos nossos tempos existem os presos políticos, Paulo foi preso por causa do evangelho.
O símbolo do sofrimento de Paulo é a sua prisão, mas apesar de preso Paulo é um homem livre, como ele mesmo diz está claro que ele está preso por causa de Cristo. Paulo diz que: “de maneira que as minhas cadeias, em Cristo” quando ele diz em “Cristo” ele está destacando que a sua prisão não foi consequência de circunstâncias humanas ou decisões erradas. Mas a sua prisão está ligada a Cristo e ao propósito redentor de Deus. Paulo não está preso por razões políticas ou pessoais, mas porque ele pregou o Evangelho.. As cadeias de Paulo, não são um obstáculo ao Evangelho, elas são um testemunho de sua identificação com Cristo e do poder de Deus para transformar sofrimento em glória a Deus.
As cadeias de Paulo em Cristo falam sobre quem Paulo é em Cristo, e como o texto sagrado nos diz a prisão de Paulo se tornou algo conhecido por todos, ele está dizendo que tanto a sua situação quanto a razão da sua prisão é de conhecimento de todos, ele diz que todos os da guarda pretoriana e todos os demais sabem que ele está preso e o porquê. As cadeias "visíveis" de Paulo servem como um testemunho poderoso do evangelho. Mesmo preso, a mensagem do Evangelho alcança pessoas influentes, como os soldados da guarda pretoriana, que pertenciam à elite militar romana. A Guarda Pretoriana, era a elite militar que servia diretamente ao imperador, eram cerca de 9 mil soldados a separados para proteção e a disposição do imperador, esses soldados recebiam salários dobrados para que pudessem executar suas funções sem problemas, eles eram a elite militar do exército romano. Talvez a maneira como o apóstolo imaginou que ele estaria pregando o evangelho em Roma não era essa, mas a prisão de Paulo foi o seu púlpito, o Senhor usou o sofrimento de Paulo para que o seu nome fosse conhecido entre os soldados do alto posto do império, quando o texto diz toda a guarda pretoriana não significa que toda a guarda ouviu do próprio Paulo, mas provavelmente a notícia e o porquê de sua prisão ficou conhecido entre eles por que eles iam comentando entre si sobre o preso Paulo, o final do versículo também diz que a sua situação se tornou conhecida de “de todos os demais”, esses eram provavelmente outras pessoas que também exerciam funções dentro do Império.
Por isso o apostolo não enxergava a sua prisão como algo terrivel, ele não diz algo como “Mate-me pois não aguento mais”, pelo contrário o que vemos é a satisfação de Paulo, Paulo entende que ele é um prisioneiro, um servo de Cristo e que entregou sua vida a serviço do verdadeiro imperador e rei de toda a terra, se o imperador achava que estava predendo Paulo e calando a igreja, parando o evangelho de Jesus Cristo, o verdadeiro imperador e rei de terra Jesus estava fazendo com que o evangelho avançasse, as paredes, algemas, grilhões não pararam o evangelho, se o imperador achou que calou o apóstolo, Paulo entende que a sua prisão se podemos usar como exemplo foi um cavalo de tróia, pois preso ele teve a oportunidade de proclamar o evangelho aonde estava. No capítulo 4 versículo 22 de Filipenses a palavra do Senhor diz assim: Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César. Paulo saúda a todos os da casa de César, ele não está mandando saudações aos familiares do imperador, mas sim aos servos, escravos, empregados, e provavelmente soldados da guarda pretoriana, por isso que todos os demais sabiam que Paulo estava preso por causa de Cristo.
2. O ESTÍMULO DAS ALGEMAS E A OUSADIA PARA PREGAR O EVANGELHO.
2. O ESTÍMULO DAS ALGEMAS E A OUSADIA PARA PREGAR O EVANGELHO.
Filipenses 1.14: "E a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus."
No verso 14 as escrituras nos mostram que a maioria dos irmãos foram estimulados no Senhor por causa da prisão de Paulo, de forma que eles passaram a falar da palavra de Deus sem medo.
Alguns teólogos dizem que essa maioria dos "irmãos e irmãs” refere-se à comunidade cristã presente em Roma. Um comentarista bíblico diz o seguinte: (Gordon Fee) " Paulo não está se referindo aos crentes de outras igrejas, mas sim aos crentes de Roma, em (At. 28.15). Vemos que, ao usar a expressão "a maioria", Paulo provavelmente está se referindo à igreja romana como um todo, destacando que esse encorajamento não foi algo de momento ou restrito a um pequeno grupo, mas um impacto que atingiu a toda comunidade cristã romana. Além disso, é significativo que Paulo chama esses crentes de "irmãos e irmãs", uma palavra que fala sobre a comunhão e o vínculo profundo entre aqueles que pertencem à família de Deus.
Vendo que a sua prisão trouxe progresso ao evangelho e a reação da maioria dos irmãos que sabiam da prisão de Paulo foi positiva, e isso é estranho de se pensar, Paulo está preso, mas a reação daqueles irmãos não foi de abatimento, de uma profunda tristeza ou desejo de abandonar o evangelho, muitos poderiam pensar “Olhe apóstolo Paulo foi preso, isso significa que a igreja irá parar”, ou “se Paulo foi preso certamente nós também seremos, devemos andar na surdina para que ninguém nos reconheça”, todavia não foi essas a reação daqueles irmãos, a prisão de Paulo estimulou aqueles irmãos a pregar o evangelho com ousadia, eles foram convencidos, persuadidos no Senhor, o texto mostra que a confiança daqueles irmãos estava no Senhor e não no homem Paulo, Paulo podia estar preso, mas o evangelho de Cristo Jesus não estava preso, as algemas e prisões não podiam e não podem deter o poder do evangelho.
Outra coisa importante que notamos é que Paulo não está sozinho em seu ministério; ele reconhece o impacto de seu testemunho sobre outros crentes.
O texto bíblico nos diz que aqueles irmãos foram estimulados no Senhor, a confiança gerada naqueles crentes é contínua, não passageira. Eles foram convencidos a confiar no Senhor de uma maneira duradoura.
Aqueles irmãos foram fortemente encorajados a falar do evangelho sem medo algum, mesmo em um clima de hostilidade e perseguição a fé cristã a igreja se manteve firme, ainda que diante das adversidades que envolviam dizer Cristo Jesus é o Senhor aqueles irmãos foram fortalecidos pelo Senhor e a sua confiança em Cristo os faziam falar com mais desassombro a palavra de Deus. Meus irmãos o que o texto está dizendo é que eles falavam do evangelho sem medo algum.
Em dado período da história da igreja em Roma os cristãos sofreram uma dura perseguição, eles foram considerados inimigos do imperador, os crentes presos eram levados ao coliseu Romano e ali diante do povo de roma, de soldados, do próprio imperador os crentes eram chamados a negar a Cristo e a dizer que César era o Senhor, aqueles que não negavam a Cristo eram mortos da pior forma possível, no coliseu eles eram jogados às feras, presos em cruz e queimados de baixo pra cima, muitos irmãos morreram ali.
A coragem e a confiança desses irmãos dentro do coliseu, sabendo que morreriam, estava em Cristo, em saber que Cristo é o seu Senhor, e ainda que matem os seus corpos, queimem, destruam eles sabiam que estariam vivos em Cristo.
A confiança e a coragem dos irmãos de Roma não vêm de sua própria força, mas do Senhor.
Você que está aqui hoje entenda quem você é em Cristo e quem Cristo é em você, ouse falar do evangelho sem medo.
O exemplo de Paulo e da igreja em Roma nos ensina que o avanço do evangelho não está condicionado a circunstâncias favoráveis, mas à obra do Senhor e como ele trabalha em nossas vidas. As cadeias de Paulo, em vez de silenciar a mensagem, impulsionaram os irmãos a proclamá-la com mais coragem, mostrando que o evangelho de Cristo transcende as limitações humanas. Assim, somos chamados a refletir sobre onde está fundamentada nossa confiança: no poder do Senhor ou em nossa força limitada? O testemunho de Paulo e da igreja em Roma nos convida a depender inteiramente de Cristo, a reconhecer que é Ele quem nos capacita a falar com ousadia, mesmo diante da oposição desse mundo caído.
Com isso em mente, observemos como Paulo aborda as diferentes motivações daqueles que pregam o evangelho, conforme expresso nos versos 15 a 17.
3. O contraste entre os que pregam com intenções egoístas e os que pregam por amor.
Filipenses 1.15-16: "15. Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade. 16. estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho;" 17 aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias.
Nos versos 15 ao 17 nós vemos um contraste entre dois grupos, Paulo diz que a um grupo que vendo tudo o que tem acontecido tem pregado a Cristo por inveja e porfia, mas que também a outro grupo que pregam o evangelho de boa vontade, por amor ao Senhor.
Quem são esses que proclamam o evangelho com inveja?
No versículo 14, Paulo diz que a maioria dos irmãos começaram a falar do evangelho sem medo, no versículo 15 temos o relato de que no meio desses irmãos a aqueles que falam do evangelho por inveja, e inveja apóstolo Paulo,. A parte A do versículo 15 e o versículo 17 estão falando do mesmo grupo, aqueles que falam do evangelho por inveja, e com ambição egoísta desejando piorar a situação de Paulo na prisão. Já a parte B do versículo 15 e versículo 16 falam sobre aqueles que pregam o evangelho por amor e de boa vontade.
Se a motivação do primeiro grupo ao pregar o evangelho é uma motivação impura, e muito provavelmente motivada por inveja do ministério do apóstolo Paulo.
O segundo grupo e aqueles que pregam o evangelho de boa vontade, Paulo destaca que a motivação desses irmãos do segundo grupo ao pregar o evangelho é uma motivação correta e piedosa, e isso mostra o contraste com as intenções egoístas dos irmãos do primeiro grupo.
Eles proclamam, pregam o evangelho de Cristo Jesus de maneira pública e com a autoridade de Cristo Jesus. O segundo grupo de irmãos que pregam o evangelho por amor fazem isso de forma verdadeira, genuína, esses irmãos sabem que a prisão de Paulo tem contribuído para o avanço do evangelho, eles têm certeza da boa consciência do apóstolo Paulo, eles conhecem os frutos do seu ministério, a razão para sua motivação amorosa é a consciência da missão de Paulo, o entendimento de que Paulo foi chamado pelo Senhor.
Quando o texto diz que eles sabem que Paulo está incumbido da defesa do evangelho, o que está sendo destacado é o chamado apostólico de Paulo como defensor do evangelho, sugerindo que sua prisão não é acidental, mas parte do plano do Senhor. Eles sabem que ele foi “posto aqui para a defesa do evangelho” (v. 16). Essa expressão reflete um entendimento teológico maduro: a prisão de Paulo não é meramente um evento político, mas uma oportunidade vinda da parte do Senhor para defesa e pregação do evangelho diante dos mais altos níveis de poder no Império Romano.
Gordon Fee, diz o seguinte acerca desses irmãos que pregam por uma boa motivação, lembremos do segundo grupo aqueles cujo motivo puro é a “boa vontade”. Eles veem que Paulo não pode mais se envolver na pregação de Cristo publicamente e, por isso, entraram em cena para assumir a responsabilidade. Muito provavelmente entre esses desse grupo, devemos incluir aqueles que Paulo cumprimenta em Rm 16:3-16, muitos dos quais ele aplaude por seu “trabalho árduo no Senhor”.
Todavia, Paulo continua falando daqueles que pregam a Cristo por motivações erradas, as motivações deles são egoístas e buscam causar divisões, eles pregam a Cristo por discórdia e insinceramente, esses pregadores não estão motivados por amor a Cristo ou aos perdidos, mas por interesses pessoais e divisivos. Apesar disso as escrituras afirmam para nós que eles pregam o evangelho de Cristo Jesus, não devemos pensar que eles eram falsos mestres ou que estavam deturpando o evangelho de maneira a alguma, o que torna tudo que essas pessoas faziam pior, quando o texto diz que a pregação deles é feita insinceramente, sem sinceridade, significa que a pregação desses opositores de Paulo é feita sem pureza, sem integridade, não é uma mensagem motivada pela piedade e por amor a Cristo.
As suas motivações são egoístas e buscam causar mais problemas ao apóstolo Paulo. O verdadeiro desejo deles é fazer com que os sofrimentos de Paulo sejam aumentados, eles esperam causar mais dificuldades e dores a Paulo. A palavra tribulação está ligada ao sofrimento emocional e espiritual. Esses pregadores mal-intencionados esperam aumentar o peso da prisão de Paulo e tornar sua situação ainda mais difícil.
Implicações:
Nem toda pregação vem de um coração motivado por dar glória ao Senhor. As Escrituras nos alertam que até mesmo no serviço ao reino e a igreja pode haver motivações erradas. Ainda nesses casos Deus pode usar até intenções egoístas para cumprir Seu propósito, o que demonstra sua soberania. Ex. de Balaão.
Examinem sua própria caminhada com Cristo e o motivo por trás de suas ações. Estamos servindo por amor a Deus ou por razões egoístas?
Não desanimem quando encontrarem hipocrisia dentro da igreja. A fraqueza humana não anula a obra de Deus. Tenhamos a certeza que é o Senhor quem a de julgar cada um de nós, ele sonda e conhece nossos corações, não deixe de servir dentro da igreja local por causa de maus exemplos que você presenciou, diante dessas situações busque exortar, e também guardarem os vossos corações no Senhor. Paulo não desanima diante das intenções maldosas. Ele se concentra no fato de que Cristo está sendo proclamado. Meus irmãos, mesmo diante de situações como esta a igreja deve permanecer fiel em meio a dificuldades e ataques. Quem sabe as intenções do nosso coração é o Senhor, ele é o justo juiz que a de julgar a todos.
A conclusão que Paulo chega diante dessa situação está no versículo 18.
4. O que importa? Cristo está sendo pregado!
18 Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei.
No versículo 18 vemos qual a resposta do apóstolo diante da motivação errada desses pregadores mal intencionados, Paulo inicia a sua resposta com uma pergunta Todavia, que importa?. Paulo não está preocupado com as motivações erradas deles, ele sabe que quem há de julgar a todos é o reto Juiz o nosso Deus, o Senhor sabe as intenções dos nossos corações, e Paulo sabe muito bem disso. Paulo descansa na soberania de Deus pois ele entende que Cristo está sendo pregado independente das intenções do homem.
Cristo está sendo pregado há uma pregação pública do evangelho sendo feito, e isso é central para a missão da igreja.
O texto diz: Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade.
Vemos que o evangelho está sendo pregado mesmo pelas pessoas que tem desejos egoístas, eles estão pregando o evangelho, por isso Paulo diz se alegrar afinal de qualquer modo, Cristo está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, independente do motivo desses pregadores o evangelho está sendo anunciado, e nisso no fato do evangelho está sendo anunciado Paulo se alegra, ele demonstra uma alegria inabalável, o olhar de Paulo está no ganho para o evangelho e não nas circunstâncias. E nisso ele sempre se alegrará, em saber que o evangelho está sendo pregado, o uso do verbo no futuro indica a continuidade de sua alegria em Deus.
APLICAÇÕES
1. Reconheçam as mãos do Senhor sobre as circunstâncias
1. Reconheçam as mãos do Senhor sobre as circunstâncias
Paulo, mesmo em prisão, viu suas correntes como um meio de proclamar Cristo e encorajar outros crentes. A igreja como um todo deve aprender com esse exemplo. Através das circunstâncias das nossas vidas Deus nos faz amadurecer, ele usa muitas vezes as dificuldades que a vida impõe sobre nós e elas são poderosas para revelar quão comprometidos com o Senhor estamos, Deus usa as circunstâncias da nossas vidas para que venhamos enxergar a realidade do nosso coração. Quando os problemas surgem eles ajudam a revelar o quanto de fato amamos o Senhor.
Paulo, mesmo em prisão, viu suas correntes como um meio de proclamar Cristo e encorajar outros crentes. A igreja como um todo deve aprender com esse exemplo. Através das circunstâncias das nossas vidas Deus nos faz amadurecer, ele usa muitas vezes as dificuldades que a vida impõe sobre nós e elas são poderosas para revelar quão comprometidos com o Senhor estamos, Deus usa as circunstâncias da nossas vidas para que venhamos enxergar a realidade do nosso coração. Quando os problemas surgem eles ajudam a revelar o quanto de fato amamos o Senhor.
2. Confiem na soberania de Deus
2. Confiem na soberania de Deus
Muitos crentes se intimidam ao falar de Cristo por medo de rejeição ou incapacidade. Paulo demonstra que Deus pode usar até situações adversas para alcançar pessoas:
Desafio: Encorajar os crentes a confiarem que Deus está no controle das circunstâncias e que Ele pode capacitar qualquer um que deseje compartilhar o evangelho.
Prática: Incentivar a oração para pedir ousadia (como em Atos 4:29) e mostrar que mesmo os irmãos de Roma foram encorajados a pregar por causa do exemplo de Paulo.
Base bíblica: Destacar que Paulo reconhece que sua prisão gerou coragem nos outros para anunciar Cristo destemidamente (v. 14).
3. Priorizar o avanço do evangelho acima de preferências pessoais
3. Priorizar o avanço do evangelho acima de preferências pessoais
O coração missionário de Paulo é evidente, pois ele se alegra com a proclamação de Cristo, mesmo quando feita por pessoas com motivações erradas. Isso reflete uma prioridade central: o avanço do evangelho.
Desafio: Encorajar a igreja a colocar o evangelho como prioridade, superando divisões internas ou desânimos.
Prática: Incentivar o apoio à obra missionária com orações, ofertas e disposição para enviar e ir. Exortar a igreja a reconhecer que os missionários enfrentam dificuldades semelhantes às de Paulo, mas que Deus trabalha em meio a elas.
Base bíblica: Mostrar como Paulo celebra o avanço do evangelho, independentemente das motivações pessoais de outros (v. 15-18).
4. Arrependam-se e confiem em Cristo
4. Arrependam-se e confiem em Cristo
O texto demonstra que o evangelho é proclamado em todas as circunstâncias, inclusive as mais difíceis. Paulo aponta para Cristo como a mensagem central. Assim, o sermão deve convidar os ouvintes a responderem à mensagem do evangelho:
Desafio: Confrontar os visitantes e não cristãos com a necessidade de arrependimento e fé. Mostrar que a mensagem de Cristo não é apenas teórica, mas uma questão de vida ou morte.
Prática: Explicar o evangelho claramente, destacando que Cristo veio ao mundo para salvar pecadores e que hoje é o dia aceitável para a salvação.
Base bíblica: Enfatizar que Paulo se alegra porque Cristo está sendo pregado, e o objetivo dessa pregação é chamar pecadores ao arrependimento (v. 18).
5. Liderar com amor e foco no evangelho
5. Liderar com amor e foco no evangelho
Paulo destaca que parte do avanço do evangelho ocorreu porque alguns pregam Cristo por amor (v. 15-16). A liderança da igreja deve refletir esse amor e prioridade:
Desafio: Exortar os líderes a trabalharem em unidade, focados no avanço do evangelho e servindo como exemplos para a congregação.
Prática: Avaliar como o ministério tem refletido o amor a Cristo e ao próximo. Incentivar os líderes a buscarem a centralidade do evangelho em todas as atividades da igreja.
Base bíblica: Ressaltar que os amigos de Paulo compreendiam sua missão como uma defesa do evangelho e estavam dispostos a preencher a lacuna evangelística enquanto ele estava preso (v. 16).