A Escrituras
Fundamentos da Fé • Sermon • Submitted • Presented
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2Tm 3.14-17
2Tm 3.14-17
Nova Almeida Atualizada Capítulo 3
14Quanto a você, permaneça naquilo que aprendeu e em que acredita firmemente, sabendo de quem você o aprendeu
15e que, desde a infância, você conhece as sagradas letras, que podem torná-lo sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.
16Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
17a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
A confissão de fé da MOB afirma que Deus se revelou de maneira suprema em Jesus Cristo, o Verbo encarnado, cuja mensagem foi preservada nas Escrituras. Os sessenta e seis livros da Bíblia documentam a obra salvadora de Deus e constituem a Sua Palavra inspirada, inerrante e suficiente.
Nesta perspectiva, ao abordar as palavras de Paulo a Timóteo, nossa oração é que possamos ser imergidos na realidade da Palavra Viva, a qual nos revela Jesus Cristo.
Desde Gênesis até Apocalipse, esses 66 livros, escritos por diferentes autores, foram inspirados pelo mesmo Deus Triúno e apontam para Cristo, que nos insere em uma relação de aliança e amor com o Pai.
A RELAÇÃO ENTRE PAULO E TIMÓTEO
A RELAÇÃO ENTRE PAULO E TIMÓTEO
Paulo e Timóteo compartilhavam uma relação de discipulado, amizade e parceria no ministério. Paulo foi mentor e pai espiritual de Timóteo, encorajando-o a liderar com coragem e fidelidade. Timóteo era um colaborador fiel, designado por Paulo para cuidar das igrejas e fortalecer a doutrina cristã.
Essa relação reflete o discipulado cristão: um processo de ensinar, encorajar e transmitir verdades espirituais. Paulo instruía Timóteo sobre a sã doutrina, a organização da igreja e a perseverança diante de adversidades, enfatizando a centralidade da Palavra de Deus no ministério.
O AMBIENTE FAMILIAR É FORMATIVO
O AMBIENTE FAMILIAR É FORMATIVO
“Quanto a você, permaneça naquilo que aprendeu e em que acredita firmemente, sabendo de quem você o aprendeu” (2Tm 3.14).
Desde a infância, Timóteo foi instruído nas Sagradas Letras por sua mãe, Eunice, e sua avó, Lóide (2Tm 1.5). Esse exemplo destaca o papel crucial da família na formação espiritual dos filhos. A fé sincera dessas mulheres foi transmitida a Timóteo, criando uma base sólida para seu ministério e vida espiritual.
A educação espiritual começa no lar. Deus deu aos pais a responsabilidade de ensinar e ser exemplo para os filhos. Se os pais não assumirem essa responsabilidade, o mundo influenciará seus corações e mentes. Como Mark Dever observa: “Todos somos discípulos; a questão é: de quem?”.
Timóteo, desde pequeno, foi exposto às verdades das Escrituras, um privilégio que moldou seu caráter e o capacitou para o chamado ministerial. A cultura judaica, desde cedo, ensinava as crianças a memorizar e compreender a Lei de Deus, algo que também é um exemplo para as famílias cristãs hoje. Infelizmente, muitos jovens criados em lares cristãos abandonam a fé porque não foram ensinados a desenvolver uma cosmovisão bíblica sólida.
Pais devem discipular seus filhos com intencionalidade, ensinando não apenas uma “religião do coração”, mas também uma “religião do cérebro”, equipando-os para enfrentar ideologias contrárias à Palavra de Deus.
Salmo 1:1 nos adverte a não seguirmos o conselho dos ímpios, mas a nos deleitarmos na Lei do Senhor. Por isso, o discipulado deve ser completo, envolvendo mente, coração e prática.
Jesus ensina que a realização do discípulo é tornar-se como seu mestre (Mt 10.25). Assim, os pais devem buscar ser modelos fiéis de vida cristã para seus filhos. Onde está nossa satisfação? Como temos influenciado a próxima geração? Essas são perguntas que devem guiar nossas atitudes em casa.
AS QUATRO CARACTERÍSTICAS DAS ESCRITURAS
AS QUATRO CARACTERÍSTICAS DAS ESCRITURAS
“Toda a Escritura é inspirada por Deus…” (2Tm 3.16).
Autoridade: A Escritura é a Palavra final e suprema de Deus, revelando Sua verdade e sendo o padrão pelo qual todas as coisas são julgadas. Sua autoridade deriva do fato de ser inspirada por Deus, o que significa que é a própria voz divina. Jesus reconheceu essa autoridade ao dizer: “A tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
Essa autoridade exige uma resposta de submissão e obediência. Quando lemos a Palavra, devemos reconhecê-la como um chamado direto de Deus para moldarmos nossas crenças, atitudes e comportamentos. O salmista declara: “Os teus mandamentos são verdadeiros” (Sl 119.151), reafirmando que não há autoridade maior do que a Escritura.
Clareza: Embora a Bíblia contenha passagens desafiadoras, sua mensagem central é clara e acessível a todos que a buscam com coração sincero. Deus desejou que Sua Palavra fosse compreendida, e por isso a comunicou em língua humana. O Espírito Santo é essencial nesse processo, iluminando a mente do leitor e capacitando-o a discernir a verdade.
Isso significa que mesmo as crianças podem entender os fundamentos da fé. Como diz o Salmo 19.7: “Os testemunhos do Senhor são fiéis e tornam sábios os inexperientes”. Contudo, essa clareza também exige dedicação e humildade, pois a compreensão da Palavra não é automática, mas fruto de meditação e oração.
Necessidade: A Escritura é indispensável para conhecer a Deus, Sua vontade e o caminho da salvação. Embora a natureza revele aspectos do Criador (Rm 1.20), é somente por meio da Palavra que compreendemos plenamente Seu plano redentor em Cristo.
Além disso, a Escritura é vital para a nutrição espiritual. Assim como o maná sustentava Israel no deserto, a Palavra sustenta nossas almas. Jesus afirmou: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). Sem a Palavra, a vida espiritual se torna fraca e vulnerável.
Suficiência: A Bíblia contém tudo o que precisamos para a salvação e para viver de maneira que agrada a Deus. Ela é suficiente em seu testemunho, não necessitando de acréscimos ou complementos. Esse princípio é fundamental para proteger a igreja de falsos ensinamentos que tentam equiparar outros escritos à Escritura.
A suficiência da Palavra também nos desafia a confiar nela plenamente. Quando enfrentamos dúvidas ou desafios, devemos lembrar que a Bíblia é o guia seguro e completo para nossas vidas. Como declara o salmista: “A tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Sl 119.105).
Essas quatro características — autoridade, clareza, necessidade e suficiência — demonstram a singularidade da Escritura e seu papel indispensável na vida cristã. Que possamos abraçá-la com fé, amor e obediência, permitindo que ela transforme nossas vidas.
OS QUATRO PROPÓSITOS PASTORAIS DAS ESCRITURAS“
OS QUATRO PROPÓSITOS PASTORAIS DAS ESCRITURAS“
”…e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça…” (2Tm 3.16).
A Palavra de Deus é muito mais do que um texto; ela é um instrumento ativo e vivo para a transformação espiritual. Paulo, ao escrever a Timóteo, destaca os propósitos práticos e pastorais das Escrituras, fundamentais para o crescimento e maturidade na fé cristã.
John N. D. Kelly explica que essa passagem mostra como “a Escritura é pastoralmente útil para o ensino, como fonte positiva de doutrina cristã; para a repreensão, refutando o erro e repreendendo o pecado; para a correção, convencendo os mal-orientados e colocando-os no caminho certo; e para a educação na justiça, promovendo um treinamento construtivo na vida cristã”. Esse resumo revela a amplitude da utilidade da Palavra em nossas vidas.
1. Ensinar: A Escritura é a base para o ensino cristão e para o desenvolvimento de uma vida fundamentada na verdade. Por meio dela, somos instruídos sobre o caráter de Deus, a obra de Cristo, os mandamentos divinos e o caminho da salvação. Esse ensino não apenas informa, mas transforma, capacitando-nos a viver de acordo com a vontade de Deus.
2. Repreender: A Palavra tem o poder de confrontar o erro e o pecado. A repreensão não é um ato de condenação, mas de amor e misericórdia. Assim como o profeta Natã confrontou o pecado de Davi (2Sm 12), a Escritura nos chama à reflexão, ao arrependimento e à confissão. É um convite à restauração, que reflete a paciência e a graça de Deus.
3. Corrigir: A correção bíblica vai além de apontar nossos erros; ela também nos oferece uma nova direção. A Palavra alinha nossas vidas com os padrões de Deus, ajudando-nos a abandonar práticas erradas e a seguir o caminho da santidade. É um processo contínuo que visa à restauração e ao crescimento em Cristo.
4. Educar na justiça: A educação promovida pelas Escrituras é uma formação integral que molda nosso caráter, valores e ações. Essa educação não é apenas sobre conhecimento, mas sobre aplicação prática. Ela nos treina para viver de maneira justa e piedosa, refletindo o caráter de Cristo em todas as áreas da vida. É um processo constante de discipulado e maturidade espiritual.
Esses quatro propósitos demonstram que a Escritura não é apenas um livro de regras, mas uma ferramenta viva e eficaz que Deus usa para moldar Seu povo. Ela não apenas informa, mas transforma, corrigindo nossos caminhos, instruindo nossas ações e edificando-nos para toda boa obra (2Tm 3.17). Que possamos nos submeter à Palavra, permitindo que ela cumpra plenamente seu propósito em nossas vidas.
OBJETIVOS DA PASTOREIO PELA PALAVRA
OBJETIVOS DA PASTOREIO PELA PALAVRA
"…a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2Tm 3.17).
A Palavra de Deus tem como objetivo final conduzir-nos à maturidade espiritual. Quando Paulo utiliza o termo "perfeito", ele não está se referindo a uma perfeição sem falhas, mas a uma completude e maturidade espiritual que refletem o caráter de Cristo em nós. Essa maturidade nos capacita a realizar boas obras que glorificam a Deus e impactam o mundo ao nosso redor.
John Stott afirma: "A utilidade da Escritura se manifesta em sua capacidade de moldar o homem de Deus, capacitando-o a toda boa obra".
Assim, a Palavra não apenas nos transforma interiormente, mas também nos prepara para uma vida de serviço eficaz no Reino de Deus.
Essa maturidade também envolve discernimento espiritual. Um cristão maduro sabe distinguir entre o certo e o errado, entre o que é temporal e eterno, vivendo com os olhos fixos na esperança da vida eterna. A Palavra nos guia nessa jornada, equipando-nos com sabedoria para enfrentar os desafios da vida cristã.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Como cristãos, somos chamados a nos dedicar à Escritura com reverência e submissão, reconhecendo que ela é a revelação suprema do Deus que nos ama.
Esse amor pela Palavra deve nos conduzir a um compromisso inabalável de vivê-la e anunciá-la a um mundo sedento de verdade.
Nosso desafio é viver como servos fiéis, anunciadores da mensagem de Deus. Cada um de nós foi chamado para ser uma luz, um testemunho vivo do poder transformador da Palavra. Por meio dela, somos equipados para boas obras e fortalecidos para enfrentar as pressões e desafios do mundo. Que possamos responder com obediência, confiando que a Palavra tem o poder de transformar não apenas nossas vidas, mas também a vida daqueles ao nosso redor.
Que a nossa dedicação à Palavra seja um reflexo do nosso amor por Deus e do desejo de viver segundo Sua vontade. E que essa mesma Palavra inspire em nós a coragem de compartilhar as boas novas com todos os povos, fazendo discípulos e glorificando o nome de Cristo. Amém.
