Protegendo a Fé
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Ideia central
Ideia central
A postura do cristão diante dos falsos ensinos da contemporaneidade
Introdução
Introdução
Ao olharmos a nossa volta conseguimos perceber a numerosa quantidade de locais de culto, seja do espectro do cristianismo, como por exemplo igrejas católicas, adventistas, testemunhas de jeová ou mesmo de outras religiões como espiritismo e a umbanda. Perto da minha conheço uma igreja adventista, uma pentecostal, dois centros espiritas, uma igreja católica, na vinda para cá as vezes passamos próximo de um templo dos testemunhas de Jeová, na minha volta do seminário passo por um centro de umbanda e um centro de espiritismo, e uma igreja neo pentecostal. Isso só nos revela a quantidade de ensinos diferentes que temos no mundo contemporâneo.
Pergunta de transição
Pergunta de transição
A pergunta que se coloca diante de nós é: Estamos preparados para proteger a nossa fé? Ou melhor, estamos preparados, para defender o verdadeiro ensino?
Contexto
Contexto
É importante que tenhamos uma relembremos o contexto em que foi escrita esta carta para que possamos, dessa forma melhor compreendê-la. Paulo escreve para Tito auxiliando a organizar a igreja relativamente nova de Creta. Mas o que é mais útil lembrar é que Paulo alerta a Tito sobre falsos mestres que estavam tentando disseminar o falso ensino judaico na igreja v 10,14 e 16.
PROTEGENDO A FÉ: Características dos falsos mestres (v.10-13a)
PROTEGENDO A FÉ: Características dos falsos mestres (v.10-13a)
Paulo inicia apresentando a Tito os falsos mestres e mostrando algumas características deles, bem como suas atitudes: o fato de haverem falsos mestres. Mas quem eram esses falsos mestres? RELEMBRAR O CONTEXTO.
Quais eram as características que Paulo dá a eles? Paulo diz o que eles são e o que eles fazem. Primeiro Paulo diz que eles são insubordinados. A ideia é que eles são rebeldes, é a mesma palavra usada no versículo 6, ou seja, são homens que não obedecem a lei de Deus. A característica definidora destes homens é o fato deles não obedecerem a lei de Deus, Paulo ao invés de elencar várias, aponta a principal, rebeldia quanto a lei do Senhor.
Paulo também fala do que eles faziam. Esses homens falam coisas sem sentido e eles também engam as pessoas e o resultado de tudo isso é a perversão de casas, famílias inteiras, e a ideia que a palavra no grego carrega é a de arruinar, esses homens estão arruinando famílias inteiras ensinando o que não devem, falsos ensinamentos, falsas doutrinas. Esses homens faz 3 coisas: Falam, Enganam e Ensinam.
Mas Paulo não para por aí, ele expõem a razão pela qual eles fazem essas coisas. Será que eles são coitadinhos e ensinam falsas doutrinas porque são ignorantes quanto as verdadeiras? Fazem isso por não terem entendimento?
A resposta é um sonoro NÃO, eles fazem o que fazem com vistas ao ganho financeiro, eles fazem isso com o torpe objetivo de terem lucro, pouco se importando com a vida espiritual ou mesmo com a vida como um todo do outro. O mais interessante é o contraste destes falsos mestres com o presbítero, pois o pastor não deve ser ganancioso, ou seja, ele não deve fazer o que faz com o objetivo meramente de obter dinheiro, o que é característica de um falso mestre, fazer o que faz por dinheiro.
Algo muito interessante e semelhante ocorreu na Grécia, no período socrático da história da filosofia. Onde existam um classe de pessoas que eram chamados de sofistas, eram basicamente professores itinerantes inicialmente.
Mas qual seria a semelhança? Com o tempo esses homens ensinavam principalmente a arte da retórica ou seja, do discurso, ensinavam a vencer um debate, sem necessariamente ter razão ou estar certo, esses homens faziam isso por causa unicamente do dinheiro e por essa razão foram duramente criticados pelos filósofos Sócrates e Platão, pois os sofistas pouco se importavam com a verdade, mas apenas em vencer o debate e ensinar a como se fazer por dinheiro. O que era basicamente feito pelos falsos mestres, ensinavam suas doutrinas, por dinheiro, pouco se importando com a verdade, pouco se importando se estariam ou não destruindo a fé, a vida espiritual de pessoas.
Quanto a citação do Apóstolo de um poeta cretense é interessante notar o que William Hendriksen diz a respeito:
1 e 2 Timóteo e Tito 1.10–16
a reputação dos cretenses de serem mentirosos a fim de lograr fins egoístas (note o contexto, v. 11) era tão amplamente difundida que deu origem ao substantivo “cretismo”, que quer dizer “conduta cretense”, ou seja, “mentir” (Plutarco, Aemilius 26); e ao verbo “cretensiar” ou “falar como cretense”, que significa “dizer mentira”, “enganar” (exemplo, Políbio VIII. 19). Cf. “corintianizar”, que significa “viver de forma devassa como um coríntio”.
E após isso na parte A do versículo seguinte ele endossa essa afirmação do poeta Epimênides.
Aplicação
Trazendo para nós, no nosso contexto é mais fácil discernir quando algo não tem nada a ver com o evangelho, como os testemunhas de Jeová, catolicismo, umbanda, entre outros do que quando existem falsos mestres que se intitulam pastores sendo motivo de engano e erro de crentes sinceros, que acabam sendo induzidos, pelo pouco conhecimento da palavra de Deus.
Temos aqui algumas características que nos ajudam a identificar um falso mestre. Mas como identificar falsos mestres que se intitulam pastores?
Um ponto é olhar o seu ensino, será que em comparação ao ensino bíblico o ensino deste suposto pastor tem sentido ou ele não tem nada parecido com o evangelho?
Outro ponto é a sua conduta, será que ele leva uma vida condizente com a palavra de Deus?
Por fim, esse suposto pastor faz o que faz por dinheiro ou por amor ao povo de Deus? Será que ele leva uma vida luxuosa?
A ideia aqui não é dizer que um pastor não possa ter um bom carro, fazer uma viagem, ter uma casa própria, mas que ele não deve usar o dinheiro do Senhor com leviandade, ostentando luxos desnecessários. Conseguimos ver claramente isso na figura de muitos pastores do meio gospel, não preciso citar nomes, com certeza rostos vem na mente de vocês. Esses homens não se importam com o povo de Deus, eles só querem saber daquilo que podem ganhar com os fiéis.
Outro ponto importante que pode ser esquecido ou mesmo despercebido é o fato de que Paulo utiliza uma literatura secular para rebater falso ensino, ou melhor dizendo, apresentar a realidade de um fato, que os cretenses são enganadores.
A verdade é que as vezes nós evitamos consumir literatura secular com um preconceito de que não presta ou que vai me fazer desviar ou algo nesse sentido, mas a verdade é que existem bons livros não cristãos que podem nos auxiliar a rebater pensamento errados, conceitos equivocados e entender melhor questões para que dessa forma conseguimos criticá-las, desenvolve-las e porque não reinterpretá-las com uma visão bíblica? Desse modo, devemos, portanto buscar sim um conhecimento secular, mas com sabedoria e cuidado para não nos prejudicarmos, para isso Deus instituiu homens mais sábios que podem nos ajudar nessas questões.
PROTEGENDO A FÉ: Como lidar com falsos ensinamentos (v.13b-14)
PROTEGENDO A FÉ: Como lidar com falsos ensinamentos (v.13b-14)
Paulo então mostra a Tito como ele deve proceder com os falsos mestres de maneira muito clara e direta. Paulo diz que Tito deve repreendê-los severamente e a ideia aqui é que devem ser repreendidos severamente tanto os falsos mestres quanto os cristãos que dão ouvidos a eles, pois Paulo diz no verso 14 para não darem mais ouvido a mitos e fábulas judaizantes.
O sentido da palavra é repreender de maneira dura, e a ideia é a de ganhar a pessoa, pois a ideia imediatamente posterior é de que esses falsos mestres possam ser ganhos pela doutrina e os crentes mais fracos serem, portanto, sadios.
Mas podemos nos perguntar: porque devem os crentes que ouvem serem repreendidos?
Pelo fato de estarem se prejudicando e estarem se relacionando com outros cristãos e podendo disseminar esses falsos ensinos, causando um grande prejuízo na igreja, desse modo eles devem também serem repreendidos com vistas ao crescimento e amadurecimento espiritual. Algo que Paulo também diz no verso 11 é a necessidade de silenciar esses falsos mestres para que não mais disseminem mentiras e enganos.
Aplicação
Trazendo para nós, como eu e você podemos lidar com falsos mestres? Paulo nos ensina de maneira extremamente clara, podemos lidar com os mestres confrontando-os, devemos confrontá-los de maneira incisiva e não somente a eles, mas aqueles irmãos que conseguimos ver que estão dando ouvidos a falsos ensinos, falsas doutrinas, de maneira a ganha-los, a ajudá-los a crescerem em semelhança de Cristo, a serem maduros na fé.
Devemos confrontá-los com dureza e amor com o fim de ganhá-los, mas se persistirem no erro devemos então sermos duros e exigir que se calem, podendo até excluir essas pessoas da comunhão, pois não se arrependem daquilo que tem crido que está contra o evangelho do nosso Senhor, devemos fazer isso para não perdermos toda ou grande da igreja.
PROTEGENDO A FÉ: Entendendo melhor a situação (v.15-16)
PROTEGENDO A FÉ: Entendendo melhor a situação (v.15-16)
Paulo então vai explicar a Tito toda a situação, mostrando-lhe a razão pela qual se estavam disseminando esses ensinamentos. Aqui nós conseguimos ver a natureza do ensino, entendendo como Paulo rebate teremos noção do conteúdo dele. Podemos perceber que aqui existia um ascetismo, com a ideia de que existiam coisas puras e impuras e que deveriam ser seguidas certas prescrições para eles não se tornarem impuros e novamente nós vemos claramente como a ideia aqui é o falso ensino judaico.
Paulo então rebate, para os puros, tudo é puro, mas para os impuros e descrentes tudo é impuro e Paulo mostra onde está o problema, não está nas coisas em si mesmas, mas na consciência deles de acharem, pensarem que certas coisas são intrinsecamente puras e impuras. A ideia aqui é alimentação, tudo o que foi criado por Deus é puro e bom para o consumo, nada é inerentemente impuro, a questão é a disposição de coração, isso já foi trabalhado por Paulo em outras cartas 1Timóteo 4.4 “Pois tudo o que Deus criou é bom, e, se recebido com gratidão, nada é recusável,”
Donald Guthrie diz o seguinte
Na prática, Paulo está repetindo o ensino de nosso Senhor de que é aquilo que sai do homem que o contamina, não a impureza cerimonial. O verdadeiro centro da impureza é a consciência, e, se a contaminação entrou ali, a mente e as ações são igualmente afetadas.
Paulo então finaliza dizendo que eles afirmam conhecer a Deus, afinal, são judeus, mas quando Paulo olha para as obras deles, percebe novamente uma incongruência, eles dizem uma coisa, mas fazem outra e por essa razão eles são abomináveis e reprovados para toda boa obra. Lembra do verso 10, eles não obedecem a lei de Deus, são rebeldes, insubordinados, de modo que isso fica cristalino, eles são falsos mestres as suas ações não batem com o a Palavra de Deus.
Aplicação
Trazendo para nós, devemos ter em mente que a salvação em Cristo Jesus é somente pela graça mediante a fé! Não é a graça mais o cumprimento de regras, a graça mais determinada coisa, nós somos salvos somente pela graça, e é isso que Paulo diz, não é porque comemos determinados alimentos que agora somos impuros e não somos salvos ou perderemos a salvação, NÃO! A salvação não está atrelada ao que comemos, mas a obra de Cristo na cruz, tudo o que Deus criou é bom para o consumo, o problema não é intrínseco aos alimentos, mas está propriamente na disposição do nosso coração, afinal Mateus 15.11 “o que contamina a pessoa não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca; isto, sim, contamina a pessoa.” Pois é do nosso coração que procedem os maus desígnios.
Outra coisa ainda mais importante é o fato de: Nós temos vivido o que professamos? Nós temos vivido o evangelho ou apenas pregado ele, nós temos amado a Cristo de fato ou temos apenas dito que amamos? Quando alguém pergunta se cremos em Cristo nós prontamente dizemos, sim, eu creio, no entanto quando olhamos atentamente para o que temos feito, nossas atitudes testemunham contra nós. “Afirmam que conhecem a Deus, mas o negam por meio do que fazem...” Nossas palavras não podem ser desvinculadas das nossas atitudes.
Meus irmãos o amor a Deus e ao seu Filho Jesus, pode ser mensurado por nossa obediência aos seus mandamentos. João 14.15 “— Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos.” Meus irmãos, nós temos amado a Cristo de fato e de verdade, provando que o conhecemos ou temos negado o nosso amor a ele por meio de nossas atitudes? Temos vivido um dualismo, uma espécie de esquizofrenia cristã, falamos uma coisa e vivemos outra ou temos servido a Deus com inteireza de coração?