A APOSTASIA E O ARREPENDIMENTO DE MANASSÉS

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Tema: Arrependimento

TEXTO DO SERMÃO: 2Crônicas 33:12-13
Introdução
A história de Manassés, rei de Judá, é uma das narrativas mais surpreendentes e redentoras das Escrituras. Ela revela a profundidade da depravação humana, mas também a altura infinita da misericórdia e graça de Deus. Manassés, filho de Ezequias, começou seu reinado mergulhado em idolatria e práticas abomináveis, conduzindo Judá para longe de Yahweh. No entanto, sua vida demonstra que ninguém está além do alcance do perdão de Deus.
A história de Manassés é um poderoso lembrete de que a misericórdia divina pode alcançar até mesmo os mais endurecidos pecadores, e que o arrependimento genuíno traz restauração e transformação. Neste sermão, exploraremos três aspectos principais da vida de Manassés: sua apostasia, seu arrependimento e a misericórdia de Deus, extraindo lições valiosas para nossa caminhada espiritual.

I. A Apostasia de Manassés: O Peso do Pecado (2 Crônicas 33:9-11)

A. Um Rei Ímpio e Rebelde
Manassés, ao contrário de seu pai Ezequias, abandonou o caminho da retidão e mergulhou Judá em idolatria. Ele "induziu Judá e os habitantes de Jerusalém a errarem" (2 Crônicas 33:9). A palavra hebraica para "errar" aqui é שָׁגָה (shagah), que significa "desviar, tropeçar ou vagar", indicando que ele levou o povo a um caminho de confusão espiritual e afastamento de Deus. Ele reconstruiu os altares pagãos (בָּמָה - bamah, que eram locais elevados usados para adoração idólatra) que seu pai havia destruído, além de erigir altares para os בַּעַלִים (baalim, plural de Baal, uma divindade cananeia). Manassés chegou ao extremo de sacrificar seus próprios filhos no fogo (2 Reis 21:6; 2 Crônicas 33:6), uma prática abominável mencionada em Levítico 18:21, onde Deus proíbe entregar crianças a מוֹלֶךְ (Molech), o deus da morte.
B. A Ira de Deus
A apostasia de Manassés provocou a ira de Deus. A palavra hebraica para "ira" é אַף (aph), que literalmente significa "nariz ou face" e, figurativamente, representa a indignação divina. Deus permitiu que os comandantes do exército assírio capturassem Manassés e o levassem cativo a Babilônia (2 Crônicas 33:11). Aqui vemos a justiça divina em ação. A palavra usada para "cativo" é אָסַר (asar), que significa "amarrar, prender". Manassés foi literalmente amarrado com ganchos (חֹחַ - choch, um gancho de ferro usado para humilhar prisioneiros) e levado como prisioneiro, simbolizando o peso das consequências do pecado.

II. O Arrependimento de Manassés: O Poder da Humilhação (2 Crônicas 33:12-13)

A. A Humilhação Diante de Deus
Na sua aflição, Manassés se humilhou profundamente diante de Deus (2 Crônicas 33:12). A palavra hebraica para "humilhou" é כָּנַע (kanah), que significa "submeter-se, abaixar-se". Esse termo expressa uma rendição completa e voluntária à autoridade de Deus. O sofrimento que Manassés experimentou foi usado como um instrumento de disciplina divina. Como Hebreus 12:6 nos lembra: "O Senhor corrige a quem ama".
B. A Oração Fervorosa
Manassés clamou ao Senhor em oração. A palavra hebraica para "clamar" é עָתַר (atar), que significa "implorar ou suplicar com persistência". Sua oração foi marcada por profundo arrependimento. Este foi um verdadeiro תְּשׁוּבָה (teshuvah), que significa "retorno" ou "arrependimento" em hebraico. Teshuvah implica não apenas remorso, mas uma mudança de direção, um retorno para Deus com todo o coração.
C. A Mudança de Coração
O arrependimento de Manassés foi genuíno, demonstrado por suas ações subsequentes. Ele abandonou seus caminhos ímpios e começou a restaurar a adoração a Yahweh. A palavra grega correspondente no Novo Testamento seria μετάνοια (metanoia), que significa "mudança de mente", indicando uma transformação completa.
AP. A Importância do Arrependimento
Romanos 2:4 nos lembra que "a bondade de Deus leva ao arrependimento". A palavra grega para arrependimento aqui é μετάνοια (metanoia), que implica não apenas um reconhecimento do pecado, mas uma mudança de direção espiritual. Assim como Manassés, devemos nos humilhar diante de Deus, reconhecer nossos pecados e clamar por Sua misericórdia.
AP.A Necessidade de Mudança
O arrependimento genuíno deve resultar em uma transformação visível. Assim como Manassés abandonou a idolatria e voltou-se para Deus, também somos chamados a viver uma vida que reflita nosso compromisso com o Senhor.

III. A Misericórdia de Deus: A Resposta ao Arrependimento (2 Crônicas 33:13)

A. O Perdão Divino
Deus ouviu a oração de Manassés e o restaurou ao trono de Judá. A palavra hebraica para "ouvir" é שָׁמַע (shama), que significa "escutar com atenção e responder". Isso demonstra que Deus não apenas ouviu, mas respondeu à súplica de Manassés. O perdão de Deus é um ato de חֶסֶד (hesed), que é a misericórdia leal e o amor inabalável de Deus para com Seu povo.
B. A Restauração
Deus não apenas perdoou Manassés, mas também restaurou sua posição como rei (2 Crônicas 33:13). Isso reflete o caráter de Deus como גּוֹאֵל (goel), o "Redentor", aquele que restaura e redime. Após sua restauração, Manassés removeu os ídolos (פֶּסֶל - pesel, que significa "imagem esculpida") e reconstruiu o altar do Senhor, conduzindo Judá de volta à adoração verdadeira.
C. Um Testemunho de Graça
A história de Manassés é uma evidência clara de que Deus é רַחוּם (rachum), "misericordioso", e חַנּוּן (channun), "gracioso". Como Isaías 1:18 declara: "Ainda que os seus pecados sejam como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve".
AP. A Misericórdia de Deus
Deus está sempre disposto a perdoar aqueles que verdadeiramente se arrependem. Ele é o Deus de אֱמוּנָה (emunah), fidelidade, que nunca abandona os que O buscam.

Conclusão

A história de Manassés é um testemunho poderoso do alcance ilimitado da graça de Deus. Mesmo o pecado mais profundo pode ser perdoado quando há arrependimento genuíno. Manassés ensina nos que o arrependimento verdadeiro não é apenas emocional, mas resulta em mudanças tangíveis.
Por mais longe que possamos ter nos desviado, Deus chama nos de volta para Si. Ele é um Deus de חֶסֶד (hesed), misericórdia, e אֱמוּנָה (emunah), fidelidade, que nunca desiste de nós. Que possamos clamar ao Senhor com um coração contrito e experimentar Sua restauração e paz.
Como diz o salmista em Salmos 51:17: "O sacrifício aceitável para Deus é um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás". Amém.
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