A SALVAÇÃO VEM DA ELEIÇÃO

A JUSTIÇA DE DEUS EM CRISTO JESUS  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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O sermão aborda a realidade de que nem todos os que se identificam como crentes realmente são, utilizando a passagem de Romanos 9.6-13 para ilustrar que a salvação não se baseia em descendência, obras ou vontade humana, mas na escolha soberana e incondicional de Deus. Assim como nem todos os israelitas eram realmente israelitas espiritualmente, nem todos os crentes são, de fato, crentes. Paulo explica que a eleição divina, exemplificada nas histórias de Isaque e Jacó, é um chamado incondicional de Deus, não determinado pelas ações ou linhagem humana. O sermão também enfatiza que, apesar de não saberemos quem são os eleitos, a verdadeira fé é evidenciada pela transformação de vida através do Espírito Santo, e todos são responsáveis pelas decisões que tomam diante do evangelho. Ao final, o apelo é para que os ouvintes não endureçam seus corações e aceitem o chamado de Deus para a salvação.

Notes
Transcript

A SALVAÇÃO VEM DA ELEÇÃO

Introdução: Creio que todos conhecem o ditado popular que diz: "Nem tudo que reluz é ouro". Esse é um ditado clássico que expressa a ideia de que algo pode parecer valioso ou perfeito à primeira vista, mas, na verdade, não é. Ele alerta para as aparências enganosas. Esse ditado reflete muito bem o que Paulo diz em Romanos 9.6-13 a respeito de todos os israelitas: “Nem todos os de Israel são, de fato, israelitas” (v. 6b). Essa verdade pode ser aplicada também aos crentes em geral: nem todos os crentes são, de fato, crentes. Muitos parecem ser crentes, filhos de Deus, salvos, eleitos pela vontade divina, mas, na realidade, apenas parecem ser; na verdade, não são. E por que não são? Porque está escrito: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.12-13). A salvação não é da descendência sanguínea, não é da vontade da carne e nem é da vontade do homem, mas da vontade de Deus. A salvação é pela eleição divina.
Lição: A Salvação É Pela Eleição Divina.
Texto: Romanos 9.6-13.
Paulo não quer que seus leitores tenham a impressão errada quanto ao que está acontecendo com Israel. O fato de muitos israelitas estarem rejeitando o Evangelho não significa uma falha nas promessas de Deus a Israel no Antigo Testamento. Ele chama a atenção deles rapidamente a respeito disso: “E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado”. O verbo “falhar” significa literalmente “cair”, mas o seu sentido aqui é sofrer derrota, ou seja, falhar. É importantíssimo que Paulo esclareça isso, porque nisso está em jogo a fidelidade de Deus e Sua imutabilidade. Isso poderia afetar a confiança dos crentes em Deus, pois, se Deus não cumpriu Suas promessas a Seu povo Israel no passado, quem garantiria que Ele cumpriria agora?
Paulo começa afirmando uma grande verdade: “Porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas”. A falha está no homem, não em Deus. A palavra de Deus não falhou, porque há uma grande diferença entre o Israel étnico e o Israel espiritual. Há o israelita que é descendente sanguíneo de Abraão, mas não é eleito de Deus; e há o israelita que é descendente sanguíneo de Abraão e é eleito de Deus. Paulo deseja que seus ouvintes entendam que a origem da salvação não são laços sanguíneos, nem a vontade do homem, nem as obras práticas dele (cf. Jo 1.13). A origem da salvação é a escolha soberana de Deus. Paulo desenvolve isso nos versos 7 a 13. Ele argumenta com o Antigo Testamento, exemplificando com a escolha divina de Isaque em vez de Ismael e de Jacó em vez de Esaú. Através desses dois exemplos, o apóstolo esclarece a incredulidade dos judeus de sua época. Os judeus que estão recebendo o Evangelho com fé são o Israel étnico e espiritual, ou seja, os verdadeiros filhos de Deus. Esses demonstram, por meio de sua fé, que são eleitos de Deus. Por outro lado, aqueles que estão rejeitando mostram que são apenas o Israel étnico e não são eleitos de Deus. Assim, pertencer ao povo de Deus não é um direito de nascimento, mas sim uma escolha livre de Deus.
O argumento de Paulo pode ser dividido em duas partes. A primeira parte vai do verso 7 ao 9, e a segunda vai do verso 10 ao 13. Esses versículos apresentam a origem da salvação como sendo a escolha soberana de Deus, ilustrada com Isaque e Jacó. Nessa primeira parte, vemos que a eleição divina não é por descendência.
A eleição divina não é por descendência, mas pela promessa divina (7-9).
Paulo diz, no verso 7, “nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência”. Abraão teve Isaque com Agar, serva de Sara (Gn 16.16), Ismael com Sara, sua esposa (Gn 21.3), e seis filhos com Quetura (Gn 25.1-2). Todos esses são filhos de Abraão, mas filhos de sangue, não filhos da fé. Só existe um que realmente é descendente de Abraão, e é Isaque. Essa descendência não está fundamentada no sangue, mas na escolha divina. Paulo cita Gênesis 21.12 como base do seu argumento de que há uma descendência de Abraão física e outra espiritual. Em Gênesis 21.8-12, Abraão relutou em ouvir Sara, sua esposa, para que rejeitasse a escrava e seu filho; no verso 12, “Disse, porém, Deus a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência”. A descendência de Abraão não seria chamada por Ismael nem pelos filhos de Quetura, mas por Isaque. Os judeus da época de Paulo viam a paternidade abraâmica como base para sua salvação; nada mais distante da verdade bíblica.
Paulo, então, liga a filiação espiritual de Abraão à filiação divina; ou seja, ser filho espiritual de Abraão é ser filho de Deus, pois ele diz, no verso 8: “Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa”. “Estes” filhos de Deus, a quem ele se refere, são “todos os filhos de Abraão” do verso 7a. Os filhos de Deus não são todos os filhos de sangue de Abraão, “mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa”. A palavra “considerados” significa aqui “reconhecidos”; ou seja, apenas os filhos da promessa são reconhecidos por Deus. Deus reconhecia Isaque como filho, não Ismael nem os filhos de Quetura. Os filhos da promessa são todos aqueles que creem em Jesus Cristo “nós” (Gl 4.28). Deus “nos” reconhece como descendentes de Abraão e como Seus filhos.
Deus havia prometido uma descendência a Abraão (Gn 12.7; 13.15; 15.4). Vendo que não gerava filhos para seu esposo, Sara decide ajudar Deus a cumprir Sua promessa a Abraão e entrega sua serva Agar, para que, por meio dela, tivesse filhos, e assim nasceu Ismael (Gn 16). Ismael não era o filho da promessa; ele era o filho carnal, fruto da ação humana. O filho espiritual seria fruto da promessa e da ação divina. “Porque a palavra da promessa é esta: Por esse tempo, virei, e Sara terá um filho” (v. 9). Paulo mostra que a promessa de Deus não era Ismael; ele cita Gn 17.21; 18.10, 14 — ou seja, a promessa foi Isaque. Paulo deixa claro que a escolha de Deus dentre todos os filhos de Abraão estava apenas em Isaque. Em outras palavras, nem todo filho carnal de Abraão era seu filho espiritual.
Aplicações:
Não se engane, a eleição divina não é por descendência; não confie na carne.
Aquele que crê verdadeiramente em Jesus Cristo é o filho da promessa, como Isaque.
A eleição divina não é por obras, mas pelo chamado divino (10-13).
Diante das palavras de Paulo até aqui, algum judeu poderia dizer que a razão da rejeição de Deus a Ismael e aos filhos de Quetura seria porque são filhos de outras mulheres e não da esposa legítima de Abraão. Diante desse possível argumento, Paulo refuta com Jacó e Esaú, filhos do mesmo pai e da mesma mãe.
Paulo diz, no verso 10: “E não ela somente, mas também Rebeca, ao conceber de um só, Isaque, nosso pai.” Nesse verso, Paulo já contrapõe a possível argumentação. Ele mostra que a eleição divina não tem nada a ver com os pais ou as mães. Não aconteceu unicamente com Sara, mas também com Rebeca. A ideia do verso é: “E esse não foi o único caso; pelo contrário, também houve o caso de Rebeca, que teve dois filhos de uma única gravidez, de nosso pai Isaque.” O caso de Rebeca era semelhante ao de Sara, até no ato sobrenatural de Deus sobre elas, pois ambas eram estéreis (Gn 11.30; 25.21).
Além de mostrar que tanto Jacó quanto Esaú vieram da mesma mãe, Paulo afirma que a eleição divina não é pelas obras do homem, mas pelo Seu chamado. O verso 11 diz: “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama).” É interessante como Paulo mostra que a eleição divina não depende do homem. Ele explica que Jacó e Esaú são da mesma mãe, são gêmeos, não haviam nascidos ainda e nem tinham praticado o bem ou o mal; ou seja, não havia nada que o judeu pudesse reivindicar como motivo de favoritismo por parte de algum deles — eles eram iguais em tudo. O apóstolo deixa claro que isso aconteceu para que “o propósito de Deus (o plano de Deus), quanto à eleição, prevalecesse.” O sentido de “prevalecesse” aqui é “continuar a existir”. Paulo é bem claro: “não por obras, mas por aquele que chama.” A ideia de chamado aqui é de chamar com autoridade, com propósito, chamar para si (Rm 8.30; 9.24). A eleição é um chamado incondicional de Deus, segundo Seu plano, sem obras humanas. Não havia nada que destacasse Jacó de Esaú.
Para comprovar suas palavras, Paulo cita Gn 25.23, no verso 12: “Já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço.” Isso foi dito quando ainda estavam no ventre de Rebeca (Gn 25.22). Antes de nascerem, Deus escolheu um; Ele já havia decidido que o mais velho seria servo do mais moço. Essa servidão é mencionada em 2Sm 8.14: “Pôs guarnições em Edom, e em todo o Edom pôs guarnições, e todos os edomitas ficaram por servos de Davi.” E para fortalecer ainda mais seu argumento, Paulo diz: “Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú”, citando Ml 1.2-3.
A palavra “aborreci” significa “odiar”. Alguns dizem que odiar aqui é sinônimo de rejeitar; ou seja, Deus rejeitou Esaú. Mas o sentido pode ser realmente odiar, pois em Ml 1.4 é dito: “Se Edom diz: Fomos destruídos, porém tornaremos a edificar as ruínas, então, diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre.” A palavra “irado” significa “maldizer, repreender”, e sua raiz significa indignação, ira, maldição, com o sentido aqui de estar irado, demonstrar fúria (por exemplo, Sl 7.11; Is 66.14). Deus não tinha obrigação de amar Esaú; aliás, Ele não tem obrigação de amar ninguém. Tanto Jacó quanto Esaú, por natureza, eram filhos da ira, conforme Efésios 2.3. O que aconteceu foi que Deus, por Sua graça, decidiu amar Jacó e não Esaú; ou seja, Esaú, por natureza, permaneceu sob a ira de Deus. O homem, por natureza, já está sob a ira de Deus: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). Se ele está sob a ira de Deus, também está sob o ódio d’Ele.
Paulo, assim, deixa claro que a palavra de Deus não falhou, mas a questão é que nem todos os de Israel são, de fato, israelitas. Como Paulo deixará claro no início do capítulo 11, há um remanescente escolhido por Deus (Rm 11.5). O fato é que a salvação não vem de descendência sanguínea, nem da vontade humana, nem de obras praticadas pelo homem, mas exclusivamente vem da eleição soberana e incondicional de Deus. Deus não muda, não erra, não mente; aquilo que Ele planejou se cumprirá, e aqueles que Ele elegeu serão salvos.
Aplicações:
A eleição divina é uma verdade bíblica; não há para onde correr.
Deus não elegeu com base no nascimento, na vontade humana ou nas obras praticadas pelos homens. Sua eleição foi soberana e incondicional. Nossa salvação não depende do que fazemos, mas do que Deus fez por nós. Isso não é desculpa para vivermos pecando, pois o eleito de Deus é santo e irrepreensível (Ef 1.4), é uma pessoa de fé, amor e esperança (1Ts 1.3-4), é santificado pelo Espírito Santo (2Ts 2.13) e, além de tudo isso, será conforme à imagem do Filho de Deus (Rm 8.28-29). A vida transformada pela fé em Jesus Cristo, mediante a obra santificadora do Espírito Santo, evidencia a eleição divina.
No processo de salvação, o que permanece é a eleição divina, conforme o plano de Deus; e Ele faz isso chamando os Seus, que recebem o Seu chamado, como Jesus disse: “…vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.26-27). Deus está chamando você através da pregação do Evangelho. Você é responsável diante de Deus e não terá desculpa no dia do juízo. Deus cobrará de você aquilo que ouviu a respeito da salvação. E você ouviu o Evangelho, como está ouvindo agora; ouviu que deve se arrepender de seus pecados, ouviu que precisa crer no sacrifício de Jesus Cristo, ouviu que precisa confessá-lo como seu Salvador, ouviu que precisa obedecer a Deus e viver em santidade, ouviu que deve estar unido aos irmãos na fé, que são o corpo de Cristo. Você está ouvindo neste exato momento! Agora, se você for das ovelhas de Cristo, ouvirá Sua voz e crerá n’Ele. O apelo que faço é o que está escrito em Hebreus 3.7-8 (citação do Salmo 95.7-8): “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração...”
Não sabemos quem são os eleitos de Deus; nosso papel é pregar o Evangelho para todos.
Conclusão: Assim como nem todos os de Israel eram, de fato, israelitas, semelhantemente, nem todos os crentes são, de fato, crentes; mas somente aqueles que Deus elegeu. A salvação não depende de mim, das minhas obras, da minha descendência, da minha posição, da minha popularidade, do meu esforço, da minha perfeição — não. Ela depende única e exclusivamente da eleição divina. No entanto, como não sabemos quem são os eleitos, Deus exige do homem fé, e nós temos a responsabilidade diante de Deus de receber o Seu chamado com fé. Na salvação, eu tenho a responsabilidade de dizer “sim”, mesmo que não dependa de mim, mas de Deus. Como diz o trecho da música “Escolhido fui”: “Pode um morto se levantar? Pode um escravo se libertar? Pode um cego se dar visão? Ou se escolhe a salvação?” A salvação não se escolhe; ela é uma escolha de Deus.
Tradução literal: 6 E não de que tipo que caiu a palavra de Deus. Porque nem todos os de Israel esses são israelitas. 7 Porque não são descendência de Abraão todos os filhos, mas: “Em Isaque, será chamado a tua descendência”. 8 Isto é, não são estes filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são considerados como descendência. 9 Porque a palavra da promessa é esta: “de acordo com esse tempo, virei e estará Sara com um filho”. 10 E não é o único, mas também Rebeca tem de uma concepção a Isaque o nosso pai; 11 porque ainda não foram gerados e não realizaram algo de bom ou mau para que, de acordo com a eleição, o propósito de Deus permaneça, 12 não de obras, mas daquele que está chamando, foi dito a ela que: “O maior servira ao menor”, 13 como está escrito: “Amei a Jacó, mas odiei a Esaú”.
Minha tradução interpretativa: 6 E não pensemos que a palavra de Deus falhou, porque nem todos esses de Israel são, de fato, israelitas. 7 Pois não são filhos de Abraão todos os seus descendentes, mas: “Em Isaque será chamado tua descendência”. 8 Ou seja, não são os filhos da carne que são os filhos de Deus, mas apenas os filhos da promessa é que são considerados a descendência, 9 porque a palavra da promessa é esta: “Por volta desse tempo, virei, e Sara terá um filho”. 10 E esse não foi o único caso; pelo contrário, também houve o caso de Rebeca, que teve dois filhos de uma única gravidez, de nosso pai Isaque, 11 porque eles ainda não haviam nascidos e nem haviam feito nada de bom ou mau, para que, segundo a eleição, o plano de Deus permanecesse, 12 não por obras, mas por aquele que chama, como foi dito a ela: “O mais velho servirá ao mais moço”, 13 e como está escrito: “Amei Jacó, mas odiei Esaú”.
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