1João 1.1-4 | A NATUREZA ESSENCIAL DE DEUS
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O Conhecimento de Deus
O Conhecimento de Deus
O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.
Introdução:
Muitos são os que criticam o cristianismo, muitos dizem que Jesus foi apenas um bom homem, um guia, um homem comum, cheio de sabedoria; muitos são os que dizem que existem vários caminhos para o céu, ou que existem vários deuses e várias verdades sobre a salvação. Será que é assim mesmo?
Alguém vai dizer: O índio adora aos deuses deles na tribo deles, e você adora ao seu Deus e os dois vão para o céu. É verdade? Alguém vai dizer “não, eu realmente acredito em Deus, sei que Deus existe, mas não podemos dizer qual Deus é, não podemos conhecer a Deus”.
Pessoas assim, são chamadas de AGNÓSTICOS. Agnósticos são aqueles que não negam que Deus existe, mas também não afirma que Deus existe. São aqueles que, quando dizem “talvez Deus exista”, afirmam que não se pode conhecer a Deus. Para eles, se realmente existir Deus, é somente um ser distante, que não se comunica e que é impossível de conhecer.
Sim, eu sei, nós não podemos conhecer totalmente a Deus. Deus é muito grande para que nós possamos conhecer completamente as características e a grandeza que fazem ser o que é. Mas não é verdade, de maneira nenhuma, a ideia de que não podemos conhecer a Deus.
Explicar brevemente o contexto, cenário e situação de 1João.
Podemos conhecer e nos aproximar de Deus.
Desenvolvimento:
1. Como podemos conhecer a Deus?
Deus se revelou a nós. Sozinho o homem não poderia encontrar Deus.
Jó 11.7 “Porventura, desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do Todo-Poderoso?”
Jó 26.14 “Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos! Que leve sussurro temos ouvido dele! Mas o trovão do seu poder, quem o entenderá?”
Jó 36.26 “Eis que Deus é grande, e não o podemos compreender; o número dos seus anos não se pode calcular.”
Vocês lembram do nosso estudo sobre revelação? Ali falamos sobre como Deus deixa claro, em toda a terra, e para toda criatura, a verdade de que Ele existe. A “natureza” aponta para Deus, o sol, a luz, as estrelas, as estações, o mar, tudo revela que há um grande artista que planejou todas as coisas. Mas há um problema, não é? A criação não é suficiente para nos dizer que foi o Deus da Bíblia que nos criou e nos salvou.
Se não for Deus que se revela aos homens, os homens vão continuar vagando no escuro, perdidos, como quem anda vendado, sem direção, sem salvação e esperança.
Nosso conhecimento de Deus é duplo:
(1) Todo homem, no fundo do seu coração, sabe que há algo maior, sabe que há algo além, nós somos imagem e semelhança de Deus, e fazemos coisas que apontam para alguém maior. Quer um exemplo?
Não é lindo quando vemos pessoas se ajudando naqueles tempos de calamidade? Quando vemos nos jornais e noticiários as enchentes destruindo cidades inteiras, e ouvimos falar sobre pessoas que foram lá, se molharam, se arriscaram, contribuíram e ajudaram a salvar outras pessoas que nem mesmo conheciam? Não é bonito? Qual o nome disso? Bondade? Compaixão? Altruísmo?
Se você conhece uma pessoa bondosa, o que foi que ela fez pra você considerar ela tão bondosa assim? Agora pense em uma bondade maior, pense em algo melhor que isso, depois pense novamente em algo ainda maior e mais bondoso… se nós fizermos isso, não vai demorar muito, vamos chegar até o fim da linha, e lá está alguém perfeitamente bondoso. Perfeitamente bondoso porque não se contamina com o pecado, perfeitamente bondoso porque só consegue fazer o bem e não o mal. Lá no fim da linha, está Deus.
Entende? Se um homem fizer isso, mesmo que ele não seja um cristão, ele vai saber: tudo que é bom, tem algo maior, tem algo perfeito que veio antes, e esse é Deus.
Mas, cuidado, não estou dizendo que esse caminho é o caminho da Bíblia não. Cuidado! O que eu estou dizendo é que nenhum homem pode negar a existência de Deus. E que esse caminho, do pensamento, da razão, vai apontar para Deus, mas ele também não aponta para a obra de Deus de nos salvar do pecado, não aponta para Cristo, não aponta para a Bíblia, é somente um conhecimento superficial de Deus, e todo homem pode ter esse conhecimento, naturalmente.
(2) Mas, existe um outro conhecimento de Deus, um conhecimento que é mais profundo, um conhecimento que é para aqueles que já perceberam algo mais. Não simplesmente perceberam a bondade, ou a beleza da criação, mas perceberam o pecado, perceberam seu próprio coração pecaminoso, esse conhecimento de Deus é diferente. É um conhecimento que nunca para, é uma sede infinita, que faz com que verdadeiramente, conheçamos ao verdadeiro Deus. Esse conhecimento vem pela revelação especial de Deus.
1João 5.20 “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.”
João 17.3 “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”
2. Como podemos conhecer a Deus?
Mesmo que nenhum homem, nem o mais estudioso, nem o melhor pastor, possa definir Deus e descrever completamente quem Deus é em todos os detalhes, nós podemos conhecer o que precisamos saber sobre Deus.
A Bíblia revela verdadeiramente quem Deus é. A Bíblia, como nós vimos no nosso último estudos juntos, é a revelação especial de Deus, que mostra muito mais do que a criação e do que a filosofia, ciências e pensamentos do homem juntos.
A Bíblia fala sobre Deus e dá muitas respostas ao nosso coração. Se você já perguntou “Quem é Deus?”, vamos passear por algumas verdades da Escritura:
A. Deus é Espírito:
A Bíblia não resume em poucas palavras quem Deus é. Ela inteira nos conta sobre quem Ele é, e quais são as suas características e atributos.
Mas, há alguns textos que são mais específicos do que outros, e falam exatamente sobre verdades da natureza de Deus, como por exemplo: João 4 e 1Timóteo 6:
João 4.24 “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.”
1Timóteo 6.16 “o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!”
Jesus, que é Deus, o Filho de Deus que se fez homem e andou entre os homens, encontra com uma mulher samaritana, e no andar da conversa ele afirma: DEUS É ESPÍRITO. Isso já nos ensina muito, já que Deus é espírito, ele não tem um corpo físico, como o meu o seu, Deus não tem braços e pernas como os meus e os seus, com carne, ossos, cor de pele, cabelos e tudo mais. Deus é espírito, e não pode ser visto pelos olhos humanos, nem tocado pelas nossas mãos.
Mas, se Deus é Espírito, como a gente explica textos como esses:
Salmo 4.6 “Há muitos que dizem: Quem nos dará a conhecer o bem? Senhor, levanta sobre nós a luz do teu rosto.”
Salmo 17.2 “Baixe de tua presença o julgamento a meu respeito; os teus olhos veem com equidade.”
Salmo 18.6–9 “Na minha angústia, invoquei o Senhor, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos. Então, a terra se abalou e tremeu, vacilaram também os fundamentos dos montes e se estremeceram, porque ele se indignou. Das suas narinas subiu fumaça, e fogo devorador, da sua boca; dele saíram brasas ardentes. Baixou ele os céus, e desceu, e teve sob os pés densa escuridão.”
Salmo 31.5 “Nas tuas mãos, entrego o meu espírito; tu me remiste, Senhor, Deus da verdade.”
Salmo 44.3 “Pois não foi por sua espada que possuíram a terra, nem foi o seu braço que lhes deu vitória, e sim a tua destra, e o teu braço, e o fulgor do teu rosto, porque te agradaste deles.”
Salmo 47.8 “Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono.”
Salmo 48.10 “Como o teu nome, ó Deus, assim o teu louvor se estende até aos confins da terra; a tua destra está cheia de justiça.”
Queridos, sei que parece uma contradição. Mas, não é, tenha calma. A Bíblia não tem erro nenhum. Na verdade, quando a Bíblia fala de “partes do corpo” relacionado a Deus, ou fala de sentimentos relacionados a Deus, são dois fenômenos, conhecidos como ANTROPOPATIA E ANTROPOMORFISMO.
A antropopatia é quando a Bíblia fala de sentimentos relacionados a Deus, por exemplo “Deus de arrependeu de ter feito o homem”. E Deus se arrepende? Deus erra é? Deus faz uma coisa e depois desiste? É claro que não. Deus não é como o homem. Da mesma maneira quando a Bíblia fala “Deus se aborreceu”, será que é como quando eu e você ficamos vermelhos de raiva de alguém? É claro que não. A Bíblia usa essas palavras, esses sentimentos para que nós possamos entender, ou pelo menos imaginar, como foi que Deus estava. Quando fala que Deus se arrependeu, Deus estava profundamente triste com a situação. Quando fala que Deus se aborreceu, Deus estava profundamente irado, por causa do pecado, da imoralidade, de algo errado, que foi feito pelos homens, que feriu a santidade de Deus.
O antropomorfismo é quando a Bíblia apresenta partes do corpo humano, relacionados a Deus. Braços, pernas, olhos, mãos, ouvidos, boca… Deus não tem um corpo gigante no espaço, não é assim que funciona. Quando a Bíblia destaca essas partes do corpo, está ajustando em uma linguagem que nós conseguimos entender ou pelo menos imaginar como Deus age. Os braços de Deus apontam para o seu poder, os olhos apontam para que ele vê tudo e todas as coisas, a boca aponta para o poder da sua Palavra… São adequações para o nosso entendimento apenas.
Mas, mesmo que Deus seja espírito, ele não é um fantasminha por aí, muito pelo contrário, é um Deus completamente pessoal:
B. Deus é Pessoal:
Gênesis 1.1 “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”
Deuteronômio 1.34–35 “Tendo, pois, ouvido o Senhor as vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: Certamente, nenhum dos homens desta maligna geração verá a boa terra que jurei dar a vossos pais,”
1Reis 8.23–26 “e disse: Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem embaixo na terra, como tu que guardas a aliança e a misericórdia a teus servos que de todo o coração andam diante de ti; que cumpriste para com teu servo Davi, meu pai, o que lhe prometeste; pessoalmente o disseste e pelo teu poder o cumpriste, como hoje se vê. Agora, pois, ó Senhor, Deus de Israel, faze a teu servo Davi, meu pai, o que lhe declaraste, dizendo: Não te faltará sucessor diante de mim, que se assente no trono de Israel, contanto que teus filhos guardem o seu caminho, para andarem diante de mim como tu andaste. Agora também, ó Deus de Israel, cumpra-se a tua palavra que disseste a teu servo Davi, meu pai.”
Jó 38.1 “Depois disto, o Senhor, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó:”
Salmo 21.7 “O rei confia no Senhor e pela misericórdia do Altíssimo jamais vacilará.”
Salmo 50.6 “Os céus anunciam a sua justiça, porque é o próprio Deus que julga.”
Salmo 103.3–5 “Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades; quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia; quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.”
Mateus 5.9 “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.”
Romanos 12.1 “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
Malaquias 2.10 “Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais?”
João 14.9b “Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”
Deus é espírito, mas é pessoal, é uma pessoa, inteligente, com valores, com princípios, com personalidade. Ele faz, ele cria, ele pensa, ele determina, ele cuida, ele se comunica, ele protege, ele ama… Deus se relaciona!
Muitos tentam negar essa verdade, de que Deus se relaciona com pessoas, mas o Deus da Bíblia está tão perto de nós, o nosso Deus se relaciona de tal maneira, que escolheu vir aqui, viver como um de nós, sofrer, morrer… Jesus Cristo é a prova de que Deus é completamente pessoal e relacional.
Diferente de outras religiões e formas de fé, o nosso Deus é alguém em que nós podemos confiar, é alguém com quem podemos conversar, é alguém que está perto de cada fase de nossa vida, nos momentos bons e nos momentos ruins, é o Deus que nos enche de alegria e está conosco, como o próprio Senhor Jesus Cristo prometeu em Mateus 28.20 “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”
C. Deus é Infinito:
Êxodo 15.11 “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?”
Salmo 147.5 “Grande é o Senhor nosso e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir.”
Nosso Deus, o Deus da Bíblia, é completamente diferente de qualquer outro deus que os homens possam apontar. Ele não tem limites e não tem erros.
Os deuses da mitologia grega eram limitados, um era o deus da sabedoria, o outro o deus da força, o outro o deus das tempestades, outro o deus da guerra… Todos limitados, e que precisavam de adoração para se fortalecerem. Se os homens parassem de adorar, ficavam fracos. Não funciona assim com o nosso Deus, ele é infinito, não tem limites, não teve um começo e nunca terá fim.
Nosso Deus é glorioso, é o Rei dos Reis. Imagine só? A Bíblia fala que o nosso Deus, pelas suas palavras criou todas as coisas, o céu, a terra, os mares, os animais, as estrelas, as pessoas, os ventos, o calor, o frio… e a Palavra de Deus fala que esse Deus abriu o mar vermelho para que o seu povo amado passasse pelo meio do mar, sem se molhar, e depois fechou o mar sobre os seus inimigos para que morressem.
Que outro Deus tem tanta glória? Que outro Deus tem tanto poder? Que outro Deus pode fazer tantas maravilhas?
E mesmo sendo infinito e sem limites, ele escolhe vir pra pertinho, cuidar de perto, sofrer, morrer… nosso Deus é impressionante!
D. Deus é Perfeito:
Encerraremos com esse último ponto, falando sobre a perfeição de Deus. Nosso Deus é muito grande, muito cheio de características, seus atributos. Você pode ver, todo ano são lançados livros e mais livros falando sobre Deus. E nunca conseguirão esgotar todo o ser de Deus, nunca, aliás, só na eternidade poderemos conhecer perfeitamente o nosso Deus.
Mas, mesmo sendo tão grande, tão complexo, tão perfeito, ele é ao mesmo tempo simples; como assim? Deus é simples porque não fica mudando, ele é perfeito, e por ser perfeito não precisa mudar.
Assim, quando nós falamos:
Deus é amor: Sim, ele é amor, um amor perfeito, amor santo, amor justo.
Deus é verdade: Sim, Deus é a verdade, nele não há mentira nenhuma, não há pecado, não há engano, não há nada que seja falso.
Deus é luz: Sim, Deus é luz, ele não tem trevas, ele odeia o pecado, ele ama santidade, ele ilumina a escuridão dos nossos corações.
Deus é vida: Sim, Deus é o autor da vida, Deus é quem nos dá vida espiritual, quem salva pessoas que estavam mortas em seus delitos e pecados e nos chama para viver uma vida eterna com ele.
Deus é justiça: Sim, Deus é completamente justo, justo para punir os que são maus, justo para punir o pecado, justo para bater o martelo e dizer que Jesus Cristo pagou o preço pela nossa salvação.
Conclusão:
Entende? Deus é perfeito, e cada uma das suas características é perfeita, como ele é. Não adoramos a um Deus distante, não servimos a um Deus que foi feito por mãos humanas, nosso Deus é Espírito, é Pessoal, é Infinito e é Perfeito. E esse Deus tão grande, com amor tão grande nos amou que entregou o seu próprio filho, o seu único verdadeiro filho, para morrer em nosso lugar, Jesus Cristo é a prova de que Deus se relaciona, que nós podemos conhecer verdadeiramente a Deus.