AMILENISMO

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Leitura Cronologica ou Sequencial:

Então, nós entendemos que o Apocalipse faz isso, mas quem não percebe isso, quando chega no capítulo 20 de Apocalipse, ele pensa assim: a sequência do 19, essa sequência cronológica do 19… E o que narra o capítulo 19? A segunda vinda de Jesus. Veja, capítulo 19, versículo 11. Aliás, começa no 11, mas conclui-se aí. Depois, no versículo 19, fala assim: "Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; o seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro, e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são como chama de fogo, e na sua cabeça, muitos diademas." Enfim, Jesus do céu para fazer o quê? Lá, no versículo 19, envia a besta e os reis da Terra, com seus exércitos congregados para pelejar contra aquele que estava montado no cavalo, contra o seu exército. E qual o final da história? O massacre. O Senhor volta e destrói todos os seus inimigos.
Então, se você está achando que tudo é linear e cronológico, ok. Você vai para o capítulo 20 e diz: “Então, o anjo desceu do céu, prendeu o diabo.” Então, o diabo vai ser preso depois da segunda vinda de Jesus. Já que ele volta no 19, depois, no 20, é a sua prisão. Ah, então agora, no 20, depois da vinda de Jesus, é que começa o milênio. Então, ele vai reinar sobre as nações. Então, vai acontecer a prisão de Satanás. Seria assim se o texto fosse linear e cronológico.

O grande Problema da Leitura Sequencial:

1- Todos Morrem:

Mas isso causaria um problema. Qual o probleminha? Aqui, no versículo 21 do capítulo 19, o que diz o capítulo? O versículo 21 do capítulo 19 diz: “Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.” Morreu todo mundo! Todos foram mortos. Quem não pertencia a Cristo foi exterminado aqui.
Então, quem são essas nações que reaparecem no capítulo 20? Onde é que elas brotam? De onde é que elas surgem do nada? Se o capítulo 19 já levou ao fim da história. Já disse: “Olha, estava todo mundo reunido ali.” Veja quem estava lá reunido: a besta, os reis da Terra, com os seus exércitos congregados, todo mundo lá para enfrentar o Cordeiro. Está acontecendo! Jesus veio e acabou com tudo. Todos foram mortos. Se todos foram mortos, quem é a galera que o diabo volta para enganar? Aí, depois de mil anos, ele volta e engana as nações outra vez. Recapitulação.
O capítulo 20 não é uma sequência cronológica do capítulo 19. O capítulo 20 é a sétima e última vez em que Apocalipse conta a mesma velha história, mesmo a grande história. Ele volta ao começo de tudo outra vez para narrar, pela sétima e última vez, o grande assunto, que é a vitória do Evangelho e a destruição dos ímpios. Do mesmo modo que os ímpios acabam destruídos aqui no capítulo 19, eles ficam de novo destruídos.

2- O mundo se acaba 7 vezes:

E se você interpretar literal e cronológico o Apocalipse, então, os ímpios são igual a gato; eles têm sete vidas, porque eles são destruídos sete vezes em Apocalipse. Então, o mundo não vai acabar sete vezes, porque todas as vezes que tem essas seções paralelas em Apocalipse, a gente vê o fim de tudo acontecer. Veja a primeira — não a primeira, porque já tem uma anterior, mas essa é a mais clara: veja o capítulo 6 de Apocalipse 6.12-17:
Apocalipse 6.12–17 ARA
Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes, e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar. Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?
Irmãos, no capítulo 6 de Apocalipse, já tem um fim do mundo! Olha o requinte aqui do sexto selo: seis flagelos atingem seis classes de homens. Tudo é simbólico, obviamente, mas a força da descrição quer dizer: acabou, chegou o grande dia da ira deles! E quem é que pode sustentar-se depois? Você já entra na visão dos glorificados, os 144 mil, a grande multidão, no capítulo 7. Ou seja, você pode entender que o capítulo 6 narra o fim do mundo, e o capítulo 7 já narra o mundo vindouro.
E depois ele volta tudo outra vez e começa a recontar a história dos sete selos através das sete trombetas, e começa tudo de novo, do comecinho, até que acaba tudo de novo. Na sétima trombeta, acaba tudo outra vez! Aí, ele começa a contar tudo de novo nos capítulos 12 a 14; e, no final, morre todo mundo de novo na vindima do capítulo 15. Ou melhor, no capítulo 14, versículo 14 a 20, quando o Senhor vem e pisa o lagar do vinho do furor da ira de Deus, esmagando todo mundo. Mas aí ele começa a contar tudo de novo quando ele passa na história das sete taças, e haja flagelo de novo! As sete taças fazem todo mundo morrer de novo.
Quando ele conta a sexta e a sétima taça, ou os ímpios são igual a gato que tem sete vidas, ou não. Não leia Apocalipse literalmente! Não leia Apocalipse de maneira linear e cronológica, porque você vai confundir tudo. Entenda que ele está contando e recontando, contando e recontando a mesma história. E por isso, no capítulo 19, acabamos de ler que os reis da Terra, os grandes e poderosos, foram todos mortos. No sexto selo, matam tudo de volta aqui no capítulo 19, congregados com seus exércitos para pelejar. O que acontece? A mesma coisa! De sempre, Jesus volta. Aí, acabou para eles: tudo morto, tudo pisado. Vêm as aves. Venham comer carne de Reis, carne de Comandante, carne de primeira, carne de segunda, carne de terceira, até de cavalo. Seus cavaleiros, sobrou carne para todo mundo, para as aves dos céus. E então, adivinha? Capítulo 20: ele começa a recontar a mesma história, até que leve todo mundo à destruição de novo. No final, não é que o mundo acaba sete vezes; é que o Apocalipse tem sete sessões paralelas e recapitulativas. Ele conta e reconta a mesma história sete vezes, até contar pela última vez.

Qual História Apocalipse reconta 7 vezes:

Começo: A coroação do cordeiro:

Com base nisso, o amilenismo entende que essa história que o Apocalipse está sempre contando e contando não começa na segunda vinda de Jesus, mesmo termina nela. Onde começa essa história que o Apocalipse está sempre contando e contando? Começa no triunfo do Cordeiro. A história que está sempre sendo recolhida, o início dessa história é o triunfo do Cordeiro; é quando o Cordeiro morreu, ressuscitou e subiu aos céus.
Você vê isso bem claramente na segunda sessão paralela de Apocalipse, que começa no capítulo 4 e vai até o final do capítulo 6, ou melhor, capítulo 7, verso primeiro. Você vê bem claramente, porque quando João sobe aos céus, então começa a visão. O que ele vê primeiro? O trono do Deus Criador, rodeado por centenas, milhares e milhões de criaturas. Esse Deus é o Criador. Ele é santo, santo, todo mundo canta. Mas aí João vê, na mão direita do Deus Criador, um livro selado, fechado com sete selos. E ele disse: "Ninguém podia pegar o livro, nem chegar perto dele, nem olhar para ele." João, então, percebe que se aquele livro não for aberto de alguma maneira, o grande plano de Deus para o mundo não vai acontecer, não vai se cumprir. Por isso, ele desespera com essa possibilidade. Então, vem um anjo, toca nas costas dele e fala: "Tá chorando? Por que calma! Olha aí, veja quem tá chegando, veja quem tá chegando! Ele pode pegar o livro, ele pode abrir os selos." João olha e vê um Cordeiro se aproximando, um Cordeiro chegando, se aproximando do Trono. E esse Cordeiro tem as marcas da morte, as marcas do sacrifício. Ele diz: "Um Cordeiro, como tendo sido morto", ou seja, o Cordeiro que foi sacrificado. Mas não se engane, esse Cordeiro não é fraco. Não, ele diz que esse Cordeiro tem sete chifres, que esse Cordeiro tem sete olhos e que esse Cordeiro tem sete espíritos de Deus. Sabe o que significa isso? Para você entender Apocalipse, interpretar Apocalipse, você sempre tem que ir para o símbolo da passagem. Sete... Opa! É um número interessante: tudo que é bom, tudo que é pleno. Apocalipse é sempre sete. O Cordeiro tem sete chifres. Qual o significado bíblico? Não saia por aí procurando o que significa chifre em cabeça de cavalo. Não é isso, não! Na Bíblia, chifre, o que significa? Significa poder, significa força. A própria palavra chifre, no hebraico, é força, poder. Se ele tem sete chifres... que ele é Todo-Poderoso, onipotente. O Cordeiro onipotente tá chegando, mas ele não tem só sete chifres; ele também tem sete olhos. Para que servem os olhos? Para enxergar. Para ver. Se ele tem sete, quer dizer que ele é feio? Tem um monte de olho? Não significa que ele é, o quê? Onisciente, aquele que tudo vê, tudo enxerga, tudo perscruta. Mas ele diz que ele tem os sete Espíritos de Deus, que são enviados por toda a terra. Toda a terra, sete Espíritos em toda a terra. O que ele é? Onipresente, onipotente, onisciente, onipresente, mas é um Cordeiro sacrificado por isso.
Porque nessas duas coisas, ao mesmo tempo, o Todo-Poderoso, o Todo-Sábio, o Todo-Presente, mas que morreu pelos pecados. Agora ele pode se aproximar do trono e pegar o livro da mão direita do que tá sentado no trono. Quando ele pega um livro, o que acontece? Dominó no céu. Sabe, as pecinhas vão caindo, mas depois as outras celestes começam a se prostrar diante dele. Ao começarmos mais próximos, os 24 anciãos, os quatro seres viventes se prostram e adoram, e proclamam os anjos, milhões, milhões, milhões, infinitamente. Todo o céu prostrado diante do Cordeiro. Porque? Porque esse é o momento da coroação. É nesse momento em que os céus coroam o Cordeiro, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores. E isso aconteceu exatamente depois que ele morreu, não antes. Quando ele morreu pelos pecados, ressuscitou e subiu aos céus e pegou o livro da mão direita do Pai, desde desse momento em diante, ele diz: "Agora quem manda nos céus e na terra sou eu. Tenho toda autoridade nos céus e na terra, portanto vão e façam discípulos de todas as nações, porque sou eu quem mando nos céus e na terra."

A inauguração do Reino de Davi:

Aí está a coroação. Aí está o início do reino milenar. Não é algo que vai começar lá no fim dos tempos, é algo que começou no exato momento em que Jesus subiu aos céus e se assentou à direita de Deus. É nesse momento, tecnicamente, em que o reino de Davi prometido está inaugurado. Ou seja, o reino de Davi não vai começar depois da segunda vinda de Jesus. O reino prometido a Davi começa exatamente quando Jesus sobe aos céus e se assenta à destra de Deus.
Quer prova? Abra lá em Atos 2.22-29. Atos 2, a parte depois do Pentecostes, tem o primeiro sermão de Pedro. É o primeiro sermão pregado pela igreja, né? Sermão de Pedro. Pedro aqui diz o seguinte:

22 Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; 23 sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; 24 ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela. 25 Porque a respeito dele diz Davi:

Diante de mim via sempre o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja abalado.

26 Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; além disto, também a minha própria carne repousará em esperança,

27 porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.

28 Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-me-ás de alegria na tua presença.

29 Irmãos, seja-me permitido dizer-vos claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós até hoje. 30 Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono, 31 prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo.

Tecnicamente falando, o reino de Davi, quando o descendente se assenta no trono, é na hora da ressurreição de Cristo. Por isso o reino davídico, o reino messiânico já começou, e começou no primeiro dia da semana, quando Jesus ressuscitou e, depois, algum tempo, subiu aos céus e está lá até agora, reinando soberano sobre os céus e sobre a terra. Porque foi Jesus, diz aqui Pedro, que não foi deixado na morte nem o seu corpo experimentou corrupção. A esse Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. "Exaltado, pois, à destra de Deus." Aí está o ponto: veja. Quando é que o reino começa? Com esses dois eventos: ressuscitou e subiu aos céus e se assentou à destra. Porque nesse momento, diz Filipenses 2, acima de todo principado e potestade e poder e domínio, para que o nome de Jesus, ao nome dele, se dobre todo o joelho no céu, na terra, debaixo da terra. Aqui começou o reino de Davi. Aqui começou, portanto, o único reino intermediário que pode existir antes do novo céu e da nova terra.
Ou então haveria um outro ainda que não é mencionado na Bíblia, que não é mencionado em lugar algum, até que cheguemos ao capítulo 20 de Apocalipse. É por isso que o amilenismo interpreta, dizendo que esse reino do capítulo 20, na verdade, é o mesmo que vem sendo descrito desde o começo; apenas, por ser Apocalipse, se utilizou uma fraseologia, uma terminologia apocalíptica. Mas não é outro reino, é o mesmo desde sempre. Até porque já disse: se você interpreta literalmente, então destrua o mundo sete vezes.

Porque a prisão do diabo ?:

Mas por que o diabo é preso no começo desse reino? Faz sentido pensar nisso: diabo preso com tudo que a gente vê de mal acontecendo com... Tudo que vê de ruim acontecendo estaria o diabo preso. Qual o problema aqui? Entender mais uma vez erroneamente o texto: volte ao capítulo 20 de Apocalipse e veja exatamente o que é que o texto está dizendo. E não coloque nada mais aí, porque você tem toda uma descrição apocalíptica dessa prisão, e nada disso aqui é literal, né? Porque, se você pensar em literal, então tem que existir um abismo literal, com uma chave literal, uma chave enorme desse tamanho assim, que o anjo desceu lá do céu segurando. Aliás, ele desceu com a chave e uma grande corrente, mas o tamanho da corrente… ele pegou essa corrente e foi lá no Dragão. Aliás, o diabo não é mais só um anjo; agora ele virou um monstro, mas ele é um dragão. E pegou uma corrente, enrolou essa corrente, botou um cadeado, olha, fechou e pôs um selo sobre ele, de modo que ele é um cadeado gigante em cima dele. Aí pegou o dragão e jogou lá no fundo do abismo, disse: “Fica aí por mil anos”, né? Se você quer interpretar o texto literalmente, seja literal, mas ninguém faz isso. Nem os que se dizem literalistas conseguem fazer isso. A corrente não é exatamente uma corrente, e o abismo também não é exatamente... Então, nada mais é exatamente.
Sabe, foi por isso que Agostinho mudou de opinião. Agostinho de Hipona, aquele lá, o primeiro que eu disse que ele deu uma guinada nas interpretações do Apocalipse, ele era pré-mielnista; ele entendia literalmente. Ele via os sermões de Irineu, os sermões de Justiça. Faz sentido, é isso mesmo, é um reino milenar aqui nesse mundo, vai ser tudo literal. Mas ele começou a estudar o Apocalipse e disse: “Espera aí, não dá”, né? Porque quando é que eu sei que uma coisa é literal em Apocalipse e quando é que eu não sei? Aí ele vai dizer: “Bom, aqui é literal, não, aqui não é, aqui não é.” Mas qual é o critério? Sabe, qual é o critério? Você mesmo diz: “Isso aqui eu quero que seja literal, isso aqui eu não quero que seja literal.” Vira gosto pessoal, porque não tem critério. Ah, então disse Agostinho: “Espera aí, não dá! Ou é tudo ou é nada.” Então ele disse: “Nada, tudo aqui é Apocalipse, tudo aqui é simbólico.” E, nesse sentido, ele foi coerente, foi consistente, porque senão você mesmo não consegue interpretar isso aqui 100% literal. Até porque, se você interpretar assim, contradiz o resto da Bíblia. Não dá,.
Mas leia com mais cuidado, porque o texto fala apenas uma coisa: só tem intenção de mostrar uma coisa que o inimigo não pode mais fazer, porque para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois ele é solto da ideia que ele volta a enganar essas mesmas nações. Ok, essa é a frase chave. O resto é tudo enfeite: corrente, abismo, você… é tudo enfeite, mas só tem uma frase chave aqui, decisiva, que é o que mostra a restrição. E só tem uma restrição: por exemplo, o texto diz que ele não pode mais tentar os crentes. O texto diz que ele não pode mais lançar seus dardos inflamados, como diz Paulo em Efésios 6. Não, não diz. O texto só diz que ele não pode fazer uma coisa, e essa coisa é o assunto que Apocalipse e todo o Novo Testamento vêm tratando desde o começo.
Um dia, Jesus apareceu aqui e foi batizado, e quando ele foi batizado, o Pai disse lá de cima: “Eis o meu Filho amado.” Naquele momento, Jesus iniciou o seu ministério público. Qual foi a primeira apontamento da agenda de Cristo? Qual foi a primeira coisa que Jesus fez, depois de ter começado tudo com o batismo de João? Ele foi levado ao deserto para ser tentado por quem? No meio da tentação, Satanás fez uma proposta indecente. O que foi que ele disse para ele? É o seguinte: “Jesus, tá vendo?” Ele levou ele a um monte muito alto e mostrou todos os reinos do mundo e disse o quê para Jesus: “Tá vendo toda essa glória? Eu tenho autoridade sobre tudo isso. Toda essa autoridade,” palavra que o diabo usou, “me foi dada.” Tá lá em Lucas 4, e eu a dou a quem eu quiser. Portanto, se você, Jesus, prostrado, me adorar, eu te dou. “Não é isso que você quer? Você não veio para tentar conquistar autoridade sobre o mundo? Eu te dou, basta você se prostrar diante de mim.” Aquela palavra que Satanás usou: autoridade sobre as nações. Ele não disse literalmente que as nações eram dele, que a Terra é dele; é de Deus ou é dele. Ele disse apenas: “Eu recebi autoridade sobre tudo isso.” Por quê? Porque Jesus o chama, em João, o evangelho de João, de “príncipe deste mundo.” Sabe que príncipe? Não é tipo os príncipes lá da Inglaterra, aquele pessoal que é pomposo, que é filho do Reino. É esse sentido de príncipe; a palavra príncipe, no grego, quer dizer o principal, o cabeça, o chefe. Jesus o chama de 'ARCHON” deste mundo, o cabeça, o chefe, o príncipe. Mas em João 12, Jesus disse que chegaria o momento em que esse príncipe ia perder o trono e ia ser expulso. Em João 12:30-31, Jesus diz assim: “Chegou o momento deste mundo ser julgado e o seu príncipe será expulso.” Porque eu, quando for levantado da terra, vou fazer tudo isso de uma vez só. Na cruz, Jesus despojou os príncipes deste mundo, os principais, as potestades. Colossenses 2:15, né? Despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles na cruz.
Porque na cruz aconteceu o cumprimento da primeira e maior profecia bíblica. Qual foi a primeira e a maior profecia bíblica? Aqui o Senhor proferiu para… O próprio Satanás, em Gênesis 3:14-15, quando ele disse: "Por que você fez isso? Maldito! Maldita é!" Mas saiba que vem aí o Filho dela, a mulher que você enganou, um descendente dela, e este é tu, lhe ferirás o calcanhar. Essa é a maior e mais antiga profecia bíblica, cumprida na cruz, quando Satanás feriu o calcanhar do descendente, mas foi ao mesmo tempo ferido em sua cabeça pelo sacrifício de Cristo. E por que, irmãos? Por motivo muito simples: a cruz foi o pagamento dos nossos pecados, o pagamento das nossas dívidas diante de Deus; o fato de que ele tinha o direito de nos acusar perante Deus por causa dos nossos pecados e que agora não tem mais, e que desde o momento em que Jesus disse: "Está pago! Está consumado!" — que é a Sua sexta palavra, eu acho, lá na cruz, ou a quinta — "Está pago! Está consumado!" Não tem mais dívida, não há mais condenação para os que estão em Cristo Jesus. Então, também não há mais acusador nos céus; agora, pois já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Como começa Romanos 8:1: e lá no meio, ele diz: "Quem tentará a acusação contra os eleitos de Deus? Se Cristo morreu, ressuscitou e subiu aos céus, e está à direita de Deus e intercede por nós."
Tudo tem a ver com a morte, a ressurreição e a ascensão de Jesus. Ao morrer pelos nossos pecados, ao ressuscitar e ao se assentar à direita de Deus, Jesus tirou do diabo seus dois grandes trunfos, esses que ele exerceu durante todo o Antigo Testamento, e os dois aparecem em Apocalipse 12. Agora, você vai ver recapitulação: outra vez, vá para o capítulo 12 de Apocalipse. Olha a sequência simbólica; não é sequência literal, é sequência simbólica. Olha a sequência do simbolismo de Apocalipse: o que os versículos 1 a 5 de Apocalipse 12 descrevem? O nascimento, a morte e a ascensão de Jesus. Tudo de forma apocalíptica. Uma mulher grávida no céu, um dragão grande vermelho querendo devorar o filho; não consegue! O filho nasce, ele tenta matá-lo de novo, não consegue! O filho é levado até o trono de Deus. É assim que o texto é concluído no versículo 5, né? E o seu filho foi arrebatado para Deus até o seu trono. O capítulo 5 descreveu o filho chegando até o trono como um cordeiro onisciente, onipotente, onipresente. Isso é Apocalipse, está sempre retomando os assuntos, retomando as histórias. Ele chega ao céu, se assenta no trono. O que acontece? O texto descreve uma batalha celestial. O verso 7 fala: "Anjos guerreiam; dois terços ficam, um terço cai." Esse um terço das estrelas é liderado pelo próprio Satanás, então ele é expulso do céu. Olha que interessante, né? O verso 10 fala assim: perdão, o verso 9 fala assim: "E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente" — olha os mesmos termos do capítulo 20: "O grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, sedutor de todo o mundo." Sim, foi atirado para a terra e com ele os seus anjos. Eis a expulsão!
Olha a frase aqui que descreve a primeira função dele: sedutor de todo o mundo. Mundo aqui é nações, todas as nações, toda a terra. Sedutor é a palavra que é a mesma do capítulo 20, quando fala para não mais enganar — enganador. Por que ele tem esse título de enganador? O que ele fez com Eva, e que Paulo diz que ele fez com Eva? Enganou! Desde então, ele é o enganador do mundo inteiro, o enganador das nações. E por isso ele pode dizer a Jesus: "Eu tenho essa autoridade e posso te dar." Jesus disse: "O quê? Para trás! Está escrito: 'Só o Senhor, teu Deus, adorarás e a ele darás culto!'" E com isso, Jesus disse: "A nossa guerra, a nossa batalha, não termina aqui. Nós ainda vamos ter o nosso duelo mais para frente." O duelo é na cruz; é ali que os dois morrem: o calcanhar e uma cabeça. A diferença está: três dias depois, o da cabeça não se recupera, o do calcanhar sim. Jesus ressuscita, sobe aos céus e diz: "Agora, toda autoridade me foi dada." Não é interessante que Jesus repita praticamente literalmente o que o diabo disse? Compare Lucas 4 com Mateus 28:18. Cada palavra que o diabo disse assim: "Tá vendo? Toda esta glória e essa autoridade, toda ela me foi dada." E eu a dou a quem eu quiser! "O que eu te dou?" Para trás! Jesus ressuscita, aparece aos apóstolos e diz o quê? "Toda a autoridade me foi dada." As mesmas expressões, inclusive. Disse-se: "O que lá no começo foi dado a ele porque ele enganou, acabou de ser tirado dele, e agora é todo meu." Mas não apenas da terra; Jesus acrescenta um termo: "Toda autoridade me foi dada também nos céus." E é por isso que, apesar de ter trilhado o caminho mais longo do sofrimento, da morte, em última instância ele conquistou aquilo que o diabo sempre quis. Só nos melhores sonhos do diabo ele poderia ter os dois lugares: o que ele sempre quis foi mandar nos céus e mandar na terra. Ele sempre quis se assentar nos altos céus, acima do trono de Deus; ele sempre quis isso porque ele conseguiu provisoriamente e temporariamente ser o enganador das nações, até que Jesus veio e caçou isso dele, tirou isso dele e conquistou o que ele só nos seus maiores sonhos podia pensar: autoridade sobre céus e terra. E por isso ele sabe: aos céus e de Satanás, seu lugar aqui não existe mais. Fora, agora não é mais para trás; agora é para baixo! Ele é lançado para a terra com todos os seus demônios por pouco tempo
. O pouco tempo é o tempo entre a primeira e a segunda vinda de Jesus; é pouco, porque para Deus, um dia com mil… Anos, mil anos, é como um dia para nós; é bastante, mas no plano de Deus, é pouco. Então, para resumir, quando o Apocalipse 20 diz que o Diabo foi preso, jogado no abismo e acorrentado, só está recontando a mesma história desde o começo que, agora, desde a ressurreição de Jesus, quando Ele foi coroado, se acertou no trono de Davi, que está nos céus, toda a autoridade dos céus e na terra. O Diabo não engana mais as nações. Não engana. Para quê? Em que sentido não engana mais? É até fácil de ver! Quantas nações foram evangelizadas antes da Cruz? Quantas nações receberam a pregação do evangelho da Aliança do Antigo Testamento antes da Cruz? Dá para contar nos dedos, né? Aliás, dá para contar porque foi só uma única cidade do Antigo Testamento que foi alvo de uma evangelização direta: qual? Nínive. Através de quem? Do profeta Jonas. Só porque é que os profetas não iam evangelizar as nações? Porque não podiam! Porque não havia legalidade, legitimidade para isso; porque um certo Satanás tinha domínio sobre elas, autoridade sobre elas.
Vocês percebem que o próprio Cristo vem a Israel e diz: “Não, por enquanto só Israel”. Ele mesmo não vai, fora exceto em dois momentos emblemáticos; três na verdade. Por que Ele não vai? Por que, quando Ele chama os apóstolos, discípulos, e fala para eles o seguinte: “Vamos lá, os setenta agora expressam para eles, vocês não vão; não entrem em aldeias de samaritanos, vocês não vão para os gentios. Vocês fiquem exclusivamente aqui entre as ovelhas perdidas da casa de Israel”. Por que Jesus não já chegou dizendo assim: “Vamos pregar para os samaritanos, vamos pregar para os canaanitas, vamos pregar para os gregos, vamos pregar para os romanos”? Zero! Qual o motivo? Não pode! Não havia legitimidade para isso porque o príncipe do mundo não tinha ainda sido destronado, o príncipe do mundo não tinha ainda sido expulso. Aliás, sabe por que é que Jesus fala aquela expressão em João 12:30-31: “Chegou a hora de ser julgado esse mundo e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado, vou atrair todos a mim”? A história começa alguns versículos antes, quando uma comitiva de estrangeiros, sempre estrangeiros, vem para falar com Cristo. Eles são gregos, e chegam ali onde Jesus está, sabendo que não podem falar direto com Jesus porque tem aquela separação de judeu com estrangeiro. Eles procuram dois discípulos de Jesus para fazer a mediação, né? Buscam Felipe e André; procuram Felipe, na verdade, que quem fala grego, ele é da Galileia. A gente queria conversar com Jesus, dá para marcar uma reunião? Um encontro? Aí Felipe diz: “Sei não, hein, deixa eu falar aqui com o André, o irmão de Pedro, para ver o que ele acha. Sei lá, vamos falar com Jesus.”
Os dois vão até Jesus e dizem: “É que tem uns gregos aí que vieram falar com a gente e eles queriam conversar com o Senhor. Pode?” Aí você fica esperando a resposta de Jesus, e começa a ler os versículos seguintes. E cadê? Cadê? Cadê a resposta? Sim, era só sim ou não! E Ele começa a falar: “Agora chegou a hora, agora eu tenho que morrer. Agora eu tenho que ser aquela semente que cai na terra, tem que morrer porque depois que morre produz fruto.” E termina com essa frase: “Agora, o príncipe desse mundo vai ser expulso e eu, quando for levantado, à terra, seja crucificado, eu vou trazê-los a mim.” Você acha que os gregos falaram com Cristo naquele momento ou não? Ele disse: “Chegaram muito cedo! Vocês chegaram muito cedo para o nosso encontro.” Chegar antes da Cruz é só depois da Cruz. Depois da Cruz a gente tem um encontro, põe na agenda, a gente vai se encontrar, eu vou trazer vocês para mim. Depois da Cruz, não! Porque antes da Cruz tem um príncipe ainda nesse mundo. Depois, não para, não mais enganar as nações. É isso que ele não pode fazer; impedir que o evangelho vá por todo mundo e alcance os eleitos de Deus em toda e qualquer nação deste mundo. Satanás simplesmente não pode. Não pode! Tenta, não pode!
E por isso vocês estão aqui ou nós somos uma nação lá do ladinho de Israel por acaso. Como é que chegou aqui um lugar cheio de ídolos, um lugar cheio de demônios? Como é que chegou aqui? Porque Jesus disse: “Agora eu tenho toda autoridade nos céus e na terra, portanto vão e façam discípulos de todas as nações.” Essas que não podem mais ser aprisionadas, essas que não podem mais ser enganadas. E eu estou com vocês todos os dias até acabar isso, até completar essa missão. E por isso, desde a ressurreição de Jesus até um pouquinho de tempo antes da volta de Cristo, o evangelho tem toda a legitimidade para ser pregado em toda e qualquer nação do mundo.
Sabem? Eles podem até deter os pregadores, mas não podem deter a pregação! Paulo disse isso naqueles dias; ele falou: “Eu sou o embaixador em cadeias, atual gemado aqui da cadeia, mas não colocam algemas na palavra.” Eles não podem algemar a palavra, eles podem algemar o pregador, não podem algemar a pregação. Eu estou algemado à palavra. Tanto é que até os guardas tinham que ouvir Paulo pregando o evangelho lá na prisão. Os da guarda pretoriana, que era a guarda de elite do imperador, ouvindo Paulo pregar dentro da prisão. Não tem mais restrição, não tem mais barreira! Ninguém pode deter o avanço do evangelho em todas as nações. Podem deter o avanço dos missionários, mas não podem deter o avanço da missão. Ela vai, de um jeito ou de outro, ela chega onde Deus quer, porque Satanás está amarrado. Nesse sentido, não pode mexer um dedo. Nesse sentido, ele não pode mais acusar o povo de Deus. Impedir o evangelho de ser pregado na terra.
Esses dois grandes feitos ou trunfos, ele tinha durante toda a velha aliança; tanto é que ele podia chegar lá diante de Deus no céu e dizer: “Ó, o Jó, lá, o pecador! O Senhor não pode dar essas coisas para ele, não, porque ele é falso.” E Deus diz: “Então, vamos fazer um teste.” E Satanás vai para a Terra, faz a tentação, já volta outra vez para o céu e Deus pergunta: “E aí, tá satisfeito? Viu que não adiantou nada você tirar as coisas dele?” Aí ele diz: “Mas é porque eu só tirei coisas, né? Eu não toquei nele; o Senhor não deixou. Deixa eu tocar nele, e o Senhor vai ver que ele vai negar na sua cara.” Sempre Deus está, de alguma maneira, restringindo ao diabo, mas ele está fazendo concessões também, porque essas concessões são juridicamente legais. Porque havia um escrito de dívida contra nós; o escrito de dívida contra nós, Paulo fala em Colossenses 2:14. Nossa dívida com Deus é óbvia: nossos pecados, até que não fossem pagos, até que não fossem totalmente justificados, o acusador podia levantar acusação contra os eleitos de Deus. Depois disso, acabou; por isso o capítulo 12 diz: “Festa no céu que começa a festa porque foi expulso do céu o enganador e o acusador.” Mas ai da Terra e do mar, porque ele não pode mais fazer essas duas coisas. Não, mas pode fazer outras. Ele vai descer para perseguir, ele vai descer para bater, para matar, com toda a sua ira, com toda a sua cólera, porque isso, infelizmente, ele ainda pode fazer até que acabe. Porque ainda tem que ter mártires. Não foi dito no capítulo 6 para as almas: “Olha só, quando se completar o número dos mártires, isso não vai mais acontecer.” Ainda tem que ter mártires. Psiu! Ainda pode roubar, matar, destruir. Pode! Ele ainda é um leão que ruge, andando ao derredor, querendo alguém para devorar. Mas, por outro lado, todas as vezes que ele é mencionado no Novo Testamento, é dito que também ao povo de Deus: “Resistam, resistam, resistam.” Que, quando vocês resistem, o que acontece? Ele não tem opção, ele não tem como vencer. Quando vocês resistem, ele foge. Só não foge porque o seu poder principal já foi quebrado. Resta o momento final em que ele será lançado no Lago de Fogo; isso acontecerá na segunda vinda de Jesus. Nesse momento, não vai iniciar um reino aqui nesse mundo; vai terminar o reino. O que vai começar nesse mundo é o Novo Céu e Nova Terra. Quando você lê Pedro, ele diz: “Esse mundo vai ser destruído pelo fogo na volta de Jesus.” E então a gente vai direto para o Novo Céu e Nova Terra; não fala que vai para o milênio, a gente vai para o Novo Céu e Nova Terra. Espero que os irmãos possam compreender.
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