Uma vida perdida
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Atos dos Apóstolos 9.1-31
Atos dos Apóstolos 9.1-31
Introdução
Introdução
O nome do livro Atos dos Apóstolos é autoexplicativo. Significa o livro que contém as obras realizadas pelos apóstolos. Há, contudo, aqueles que defendem o nome Atos do Espírito Santo, porque Ele era o verdadeiro autor por trás dos apóstolos.
Lucas, contudo, ao escrevê-lo, parece ter o objetivo de destacar as obras daqueles que receberam uma missão direta de Jesus antes de sua ascensão registrada em Atos dos Apóstolos 1.8 “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.”
Todo o livro foi escrito para mostrar como essa ordem foi cumprida pelos apóstolos e pela igreja primitiva.
Apesar do nome Atos dos Apóstolos, Lucas estrutura seu livro sobre dois personagens, apenas: Pedro e Paulo. A divisão é a seguinte: Atos 1 a 12 - personagem principal Pedro. Atos 13 a 28 - personagem principal Paulo.
O capítulo 9 de Atos narra a conversão de Paulo. A intenção de Lucas é preparar o caminho para mudança do personagem principal. Contudo, Lucas, como um excelente escritor, não faz essa introdução de forma abrupta, repentina. Ele o vai fazendo paulatinamente.
A primeira referência feita a Paulo está em Atos dos Apóstolos 7.58 “E, lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo.”
A segundo vez que Paulo aparece é em Atos dos Apóstolos 8.1 “E Saulo consentia na sua morte. Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria.”
A terceira referência a Paulo está em Atos dos Apóstolos 8.3 “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere.”
O impacto da perseguição que se desencadeou a partir da morte de Estevão, primeira testemunha do Senhor Jesus morta, foi avassalador em Jerusalém (At 8.1). Em Atos 8.3, Lucas nos diz que TODOS, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria.
Parece que a igreja estava fadada a perecer no seu nascedouro. Lucas, contudo, registra em At 8.4 que os que foram dispersos iam por toda a parte pregando a palavra. O número de conversões em Samaria foi tão grande, que os apóstolos Pedro e João precisaram dirigir-se à Samaria para orar com os novos convertidos para que recebessem o Espírito Santo (At 8.14).
Revoltado pelo crescimento da igreja nas regiões fora de Jerusalém, Paulo resolve estender a perseguição contra os judeus convertidos também Damasco. Estima-se que, há época, havia cerca de 16 mil judeus vivendo em Damasco. Para realizar essa missão, Paulo precisa de autorização expressão do Sinédrio. As autoridades religiosas dos judeus tinha poderes delegados por Roma para extraditar judeus de outras regiões de volta a Jerusalém para responderem por questões religiosas. Paulo recebe, por delegação expressa, esses poderes civis para extraditar todo judeus que houvesse abandonado o judaísmo para seguir a Cristo. Isso está narrado em Atos dos Apóstolos 9.1–2 “Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém.”
O que aconteceu quando Paulo estava a caminho de Damasco para executar sua missão é o objeto de nossa mensagem de hoje.
I - A conversão do Perseguidor Implacável
Vamos ler a narração desse que pode ser considerado um dos momentos mais importantes da história da igreja.
Atos dos Apóstolos 9.3–9 “Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer. Os seus companheiros de viagem pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém. Então, se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram-no para Damasco. Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu.”
Quero destacar algumas expressões importantes da narrativa:
subitamente
A conversão é uma intervenção divina sem prévio aviso. Nada foi planejado. Não se esperava que acontecesse o que aconteceu com Paulo. Simplesmente, Deus interveio subitamente.
A conversão pode está ocorrendo agora, aqui, nesse momento. Deus, à medida que a palavra está sendo explanada, pode, por meio do Seu Espirito Santo, está realizando essa obra transformadora na vida de algumas pessoas a qui.
Quero contar o que aconteceu comigo.
uma luz do céu brilhou ao seu redor;
Essa luz não era comum. Não provinha do Sol. Em Atos 22.6, Paulo informa que o horário no qual tudo aconteceu foi por volta de meio-dia. Era a luz que amanava de Jesus, da sua glória, do seu resplendor. No mesmo texto de Atos 22.6, o próprio Paulo descreve a cena da seguinte forma: “grande luz do céu brilhou ao redor de mim”. A luz não apenas não tinha origem natural como tinha direção certa.
Em Atos 26.13, Paulo acrescenta outro detalhe à narrativa: Atos dos Apóstolos 26.13 “Ao meio-dia, ó rei, indo eu caminho fora, vi uma luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos que iam comigo.”
ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo (Atos dos Apóstolos 9.4 “e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?”
Compare com o dito sobre os companheiros de Paulo: Atos dos Apóstolos 9.7 “Os seus companheiros de viagem pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém.”
Compare com Atos dos Apóstolos 22.9 “Os que estavam comigo viram a luz, sem, contudo, perceberem o sentido da voz de quem falava comigo.”
Compare, ainda, com Atos dos Apóstolos 26.14 “E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões.”
Feitas as observações sobre o texto, vamos voltar sobre Paulo, o grande perseguidor da igreja.
Atos dos Apóstolos 9.1 “Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote”
Atos dos Apóstolos 9.2 “e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém.”
Gálatas 1.13 “Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava.”
Atos dos Apóstolos 22.4–5 “Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres, de que são testemunhas o sumo sacerdote e todos os anciãos. Destes, recebi cartas para os irmãos; e ia para Damasco, no propósito de trazer manietados para Jerusalém os que também lá estivessem, para serem punidos.”
Atos dos Apóstolos 26.9–12 “Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas devia eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno; e assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam. Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar. E, demasiadamente enfurecido contra eles, mesmo por cidades estranhas os perseguia. Com estes intuitos, parti para Damasco, levando autorização dos principais sacerdotes e por eles comissionado.”
Mas, por trás deste homem enfurecido de raiva e ódio, violento ao extremo, com mortes várias sobre seus ombros e muito sofrimento imposto sobre servos de Deus cheios do Espírito Santo, havia um homem com lutas na alma. Vemos isso com uma das frases proferidos por Jesus a Paulo:
Atos dos Apóstolos 26.14 “E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões.”
A referência é a um carro de boi. Na frente da carroça havia uma chapa de metal com pontas agudas voltadas para fora. Quando o boi recusava-se a mover-se, o condutor o cutucava com uma espécie de arpão. Enfurecido, o boi dava coices, atingindo a chapa de metal com pontas afiadas, que feriam o animal. A revolta do animal provocava-lhe feridas e dores.
Paulo estava lutando para se livre dos aguilhões de Jesus e estava se ferindo.
Quando Paulo aparece pela primeira vez, ele está ouvindo a mensagem pregada por Estevão. Concorda com a morte daquele servo de Deus. No momento em que a vida de Estevão estava quase esvaindo-se de seu corpo, Paulo o escute orando. A oração tinha o seguinte teor: Atos dos Apóstolos 7.60 “60 Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu.”
O que ele não sabia é que Deus ouviu a oração de Estevão e não imputou esse pecado a Paulo, mas a Jesus Cristo, que carregou aquele pecado na cruz.
II - O que esta história de Paulo nos ensina sobre nós e a salvação que nos é oferecida em Jesus Cristo?
Cristo identifica-se com a sua igreja. Atos 9.4-5
4 e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5 Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues;
2. A Salvação é pura graça de Deus em Cristo Jesus
Cristo Salva o seu maior perseguidor - graça imerecida
8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
3. A soberania de Deus na salvação do homem.
Lembrem-se, a luz que brilhou e a voz falou diante de um grupo de homens, mas apenas um viu a Jesus e entendeu a sua voz. Apenas um foi chamado pelo nome: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões.
III - Quero encerrar esta mensagem com Atos 9.17-18
17 Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo.
18 Imediatamente, lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e tornou a ver. A seguir, levantou-se e foi batizado.
Paulo, João, Maria, Joana, o Senhor me enviou para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo, amém.