Uma nova roupa para um novo Homem

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Cl 3.5-11

Introdução:
Os versos um a quatro da passagem anterior devem impactar fortemente a compreensão de quem somos. Entender a nossa união com o nosso Senhor é perceber que consequências ocorrem dela. Paulo, com isso em mente, descreve, dos versos 5 a 17, sobre o que devemos abandonar e o que devemos cultivar, baseado nessa compreensão.
Pensando nisso, em duas mensagens, vamos abordar essas temáticas. Dos versos 5 a 11, notamos aquilo que deve ser deixado e, nos próximos, o que devemos cultivar. Como uma nova plantação, se faz necessário podar aquilo que prejudica o nosso crescimento e nutrir nossas raízes com o que é necessário para prevalecermos na fé.
Peço aos irmãos que abram suas Bíblias em Cl 3.5-11, e notaremos o que deve ser deixado, diante da descrição do apóstolo nos versos.
Desenvolvimento:
Pensando nesses versos, podemos gravar a seguinte ideia: nossa natureza terrena deve ser retirada!
1 - Nossas antigas ações despertam a ira de Deus (5-8)
Particularmente, é interessante observar que Paulo inicia o verso com um imperativo. Isso fortalece a relação estreita com o que foi dito anteriormente.
Ao descrever a realidade da nossa identificação com a morte do Senhor, Paulo fala, sem rodeios, o que se faz necessário agora, com isso em mente.
Vocês entenderam o que eu disse sobre a nova forma de vida? A compreensão de que devemos buscar e pensar nas coisas do alto? Se sim, então vem a conclusão: tomem essa atitude!
A vossa natureza antiga, ainda pode afetar sua nova vida, então, vai permanecer permitindo que ela dite suas ações? Não! Isso não faz sentido, vocês agora pertencem ao Cristo Glorificado!
Se não, como disse o Rev. Augustus Nicodemus: “Pois simplesmente se conscientizar dessa realidade, sem que isso gere consequências práticas em sua vida, não cumpre a vontade ou o propósito de Deus para sua igreja”. 
A lista de coisas citadas por Paulo, no verso 5, é uma enumeração de vícios que cercam pessoas que estão afastadas do Senhor.
Essas pessoas, ao seguirem suas paixões carnais, são controladas por seu coração caído e, assim como acontecia com o povo no tempo de Noé, viviam uma vida centrada no hoje, sem refletir sobre as consequências de suas ações. Sendo assim, suas atitudes é que resultam na ira de Deus.
E note que as coisas citadas são de natureza relacional, tanto no quesito com outras pessoas quanto consigo mesmas. As primeiras não citarei tanto, pois o Pr. Fagner, na sexta, já falou sobre elas.
Mas devemos lembrar que ser guiados por nossos desejos, ao procurar satisfazê-los sob qualquer circunstância, pode nos levar a tomar atitudes que quebram o nosso casamento e demais áreas da vida.
Não permita que um sentimento por outra pessoa — a você que já é casado — faça com que você esqueça sua aliança eterna com seu cônjuge.
A última coisa citada, avareza, é o desejo insaciável de ter mais. Já viu pessoas assim? Nunca é o bastante, sempre é necessário obter mais.
Bill Gates, que se enquadra nesse perfil, certa vez disse, na época em que era um dos mais ricos do mundo, que seu desejo era ter "um pouco mais". Será que isso era necessário mesmo?
A busca insaciável por riquezas se torna um ídolo para quem segue esse caminho. Ídolo não é apenas uma estátua diante da qual você se prostra, mas tudo aquilo que faz com que Deus não receba o primeiro lugar na nossa vida. Até nossa família pode se tornar isso.
É necessário ter cuidado com essas coisas, pois, infelizmente, elas são um culto a nós mesmos — nós, homens falhos, que acabamos sendo exaltados quando a sociedade valoriza essas coisas.
O resultado disso é a justa ira de Deus sobre todos que permanecem na mesma atitude de irreverência — justamente o que nos descreve o verso seis, ao destacar que as pessoas que se enquadram nesse perfil são, na verdade, filhos da desobediência.
O verso sete descreve que isso fazia parte do nosso antigo “eu”. Por isso, o verbo “andastes” indica uma atitude do passado — isso pertencia a “outro tempo”, quando vivíamos nessas atitudes.
O verso sete serve como um lembrete do que éramos, para nos lembrar do que somos agora: já não vivemos como antes; agora temos uma nova vida.
Tanto que o verso oito destaca mais algumas atitudes que poderiam fazer parte desse passado.
Ira e indignação aqui não falam de uma indignação justa contra o mal, mas de uma ação desenfreada, que passa dos limites estabelecidos por Deus. Isso se encaixa em uma explosão de raiva, em que podemos até chegar a agredir alguém.
Irmãos, podemos sim nos indignar contra o mal — isso é bíblico. O que não podemos é imitar as atitudes que condenamos. Se você fica indignado com os políticos do nosso país, isso é justo.
Mas a solução não é colocar uma bomba no congresso enquanto todos estão lá dentro. Isso é passar do ponto. Isso é comportamento mundano.
As três últimas atitudes mencionadas também estão relacionadas e têm a ver com o uso indevido das nossas palavras — quando as usamos para prejudicar alguém ou para falar coisas imundas e sujas. Nosso linguajar revela de quem somos filhos: de Deus ou da desobediência.
Ao entrar na família de Deus, nossa língua também deve ser consagrada. Ela deve ser usada para abençoar, não para derrubar ou destruir alguém.
Certa vez, vi o filme Desejo e Reparação, no qual um dos protagonistas levou a culpa por algo que não fez. Por causa da calúnia, foi preso e enviado à guerra para reduzir sua pena.
Se não fosse por essa mentira, ele talvez nunca tivesse ido ao campo de batalha, onde acabou morrendo por consequência disso.
Calúnia é algo sério. É quebrar o nono mandamento. É atrair a ira de Deus sobre nossa vida.
Por último, “linguagem obscena” não se refere apenas a palavrões. Até mesmo aquela piadinha imoral está incluída aqui. Como filhos de Deus, santos e amados, devemos deixar para trás nossa antiga vida.
Aplicação: A antiga vida é parte de um passado que deve ser abandonado. Largá-la é evitar qualquer caminho que nos leve a repetir as atitudes que a marcaram.
2 - Nosso novo Eu deve se assemelhar a Cristo! (9-11)
Dos versos 9 a 11, temos um lembrete do nosso padrão e mais uma advertência quanto ao uso da língua. Não podemos mentir — nossa relação com os outros deve ser baseada na verdade.
Não fomos chamados para usar a mentira como meio de conseguir algo ou de prejudicar alguém. Já nos despimos do “velho eu”, o velho homem que praticava as atitudes anteriormente criticadas por Paulo.
Se já não usamos aquela roupa suja, por que ainda deveríamos carregar o cheiro que ela tem? Faz sentido? Não!
Cristo nos renovou para uma nova vida, um novo “eu”, moldado segundo o novo padrão, que é Ele mesmo. Nós, como um bebê recém-formado, estamos crescendo e progredindo nessa nova vida, nesse novo homem.
Agora, em nós, há uma nova roupa — bem lavada, com o cheiro de um amaciante excelente. E o alvo dessa nova condição é crescer no conhecimento. E que conhecimento é esse? O conhecimento de Deus, que nos conduz a amadurecer na caminhada cristã.
Somos chamados a descartar o passado e abraçar, com todo o nosso ser, esse futuro marcado por nossa nova condição em Cristo.
Estamos sendo refeitos, não na mesma situação de antes, mas conforme Cristo — “segundo a imagem daquele que o criou”. Renascemos para essa nova vida por estarmos com o Senhor, o nosso amado irmão Jesus.
Fomos despidos do velho homem, que praticava as atitudes já destacadas na passagem, para uma clara renovação de nossas ações.
Nessa nova comunidade — a igreja — não pode haver distinções nem barreiras. Não há ninguém melhor do que ninguém, como o verso 11 deixa claro.
A ideia do texto não é eliminar nossa nacionalidade, mas mostrar que ela agora tem pouca importância diante da nova realidade em Cristo. Ela não deve ser razão para afastamento entre pessoas. Cristo quebra barreiras, e, desde já, deixa claro que escravos terão seu fim, agora, temos irmãos.
Esse povo violento, os Bárbaros e Citas, não precisamos ter medo deles, agora são irmãos que podemos confiar!
Nesse novo lugar, a igreja, há um só Senhor — o Senhor de todos. Ele é o padrão de todos, o centro que une, e não separa, por questões insignificantes.
Hoje, podemos chamar um judeu de irmão, e não precisamos nos afastar dele. Podemos ter comunhão com pessoas de toda parte da terra — todos aqueles que já confessaram a Cristo. Não há barreiras culturais que possam impedir nossa comunhão por causa de Cristo.
Ele elimina muros, junta inimigos e declara em alto e bom som: "Agora, vocês são irmãos!"
Temos uma grande família na terra. Um dia, a veremos em sua totalidade. Mas, desde agora, alegre-se por saber que a Palavra de Deus não faz distinção de pessoas — pois, se fizesse, o que seria de nós?
Graças a Deus por Cristo Jesus, nosso Senhor, que nos amou e morreu por nós na cruz, permitindo que entrássemos na família de Deus!
Aplicação: Na igreja, é necessário amar os membros e não permitir a exclusão de pessoas que desejam Cristo e querem abandonar seus pecados. Essas pessoas devem ser acolhidas e vistas como pecadores que querem — e precisam — de acompanhamento, não de exclusão!
Conclusão: Paulo destaca o passado nesta parte e falará do futuro nos próximos versos. Relembrar o passado não é um convite à saudade, mas um momento para considerar quão grande graça Deus demonstrou por nós ao nos alcançar e libertar de quem éramos. Devemos ser eternamente gratos por isso e cultivar aquilo que é bom. Veremos isso com mais profundidade na próxima mensagem, com a permissão de Deus!
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