AS ÁGUAS NÃO O VENCERAM
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O Evangelho de João apresenta sete milagres de Jesus. Vimos quatro no mês de fevereiro (TRANSFORMAÇÃO DA ÁGUA EM VINHO, CURA DO FILHO DO OFICIAL, O COXO NO TANQUE DE BETESDA E A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES E PEIXES). Faltam três, e hoje veremos um milagre efetuado em um cenário de grande aflição.
Quando morávamos em Mantena, me lembro de uma viagem para lá que aconteceu uma sonora tempestade no caminho. Muita água, um breu terrível, trovões fortes e relâmpagos assustadores que caíam nos pastos próximos à estrada. Paramos em uma espécie de acostamento, e ali ficamos, cheios de medo. Só depois de um longo tempo é que seguimos viagem, ainda debaixo de chuva, mas em um estado que parecia mais seguro até o destino.
O texto de João 6, versículos 16 até 21 nos conta um pouco sobre uma viagem cheia de medo e aflição, mas que, pela graça de Deus, teve um desfecho tranquilo. Leiamos o texto de forma alternada.
Esse evento se passa depois do milagre da multiplicação dos pães. João omitiu alguns detalhes importantes para compreensão do contexto daquele momento, por isso, vamos pedir ajuda aos evangelistas Mateus e Marcos, pois eles não economizaram informações sobre essa narrativa.
João 6, no versículo 16, diz que os discípulos desceram para o mar no fim do dia.
“Ao descambar o dia, os Seus discípulos desceram para o mar”. João6.16
Mas porque Jesus não estava com eles? Mateus pode explicar.
Logo em seguida, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem adiante Dele para o outro lado, enquanto Ele despedia a multidão. Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar. Ao anoitecer, Ele estava ali sozinho,
No nosso texto em João, o versículo 17 diz os discípulos tomaram o barco e passaram para o outro lado, rumo a Cafarnaum.
João 6.17 “E, tomando um barco, passaram para o outro lado, rumo a Cafarnaum. Já se fazia escuro, e Jesus ainda não viera ter com eles.”
Estava escuro e Jesus ainda não havia chegado. Marcos traz uma visão melhor sobre o cenário.
Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e Ele, sozinho em terra.
A viagem já estava na metade, e eles seguiam sem Jesus com eles.
No verso 18 de João, vemos que começa uma agitação nas águas, gerada pelos ventos.
Soprava um vento forte, e as águas estavam agitadas.
No verso 19, João narra como quem está dentro do barco, dizendo que “VIRAM JESUS ANDANDO POR SOBRE O MAR”.
Depois de terem remado cerca de cinco ou seis quilômetros, viram Jesus aproximando-se do barco, andando sobre o mar, e ficaram aterrorizados.
Marcos narra a cena na perpectiva de Jesus, dizendo que Ele viu os Seus em dificuldade e foi ao encontro deles.
E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, andando por sobre o mar; e queria tomar-lhes a dianteira. Eles, porém, vendo-o andar sobre o mar, pensaram tratar-se de um fantasma e gritaram.
Agora temos uma visão mais ampla da situação. Jesus, atarefado com a multidão, e priorizando a oração, ficou na praia e insistiu para que os discípulos fossem para o outro lado do mar. Quando a noite chegou, eles embarcaram para Cafarnaum, deixando Jesus orando. Remaram por aproximadamente 6 kilômetros e um vento contrário começou a agitar as águas, levando pavor a seus corações. Esse vento contrário, propagador de aflição e medo, não deixa de soprar em nossas vidas. Na embarcação de nossas vidas, muitas agitações surgem quando menos esperamos, mas Jesus está intercedendo por nós, e pronto a vir ao nosso encontro. Tenha bom ânimo!
Dia 30 de janeiro eu recebi um convite para pregar no aniversário de uma Igreja próxima aqui de Valadares. Agradeci demais o convite, mas disse que não conseguiria responder naquele momento, pois o aniversário seria em 12 de outubro, onze meses para frente. Eu perguntei ao Pastor se eu poderia responder bem depois, pois eu não havia voltado das férias da Igreja e não havia recebido o calendário do Colégio. Ele entendeu e disse que iria aguardar. Dentro da agenda dele estava essa e outras atividades para sua Igreja, mas, mês passado, uma rotina nova foi imposta à sua família. A esposa foi diagnosticada com um câncer agressivo de mama. A tranquilidade que havia no calendário humano, foi interrompida por uma RAJADA FORTE DE VENTOS CONTRÁRIOS.
Não é assim comigo e com você? Não sabemos o que acontecerá em onze meses, ou em três, ou em 30 dias.
Por mais que o homem tenha avançado na tecnologia, na engenharia, na medicina, ELE NÃO CONSEGUIU E NEM CONSEGUIRÁ AVANÇAR EM TER O CONTROLE DA VIDA EM SUAS MÃOS. NÃO SABEMOS O QUE ACONTECERÁ DAQUI A 1 SEGUNDO. O CONTROLE DE TUDO CONTINUA NAS MÃOS DE DEUS. O pior é que vivemos como se controlássemos nossas embarcações com os nossos remos, acionados pela nossa força e competência. Quanto engano! Só nos damos conta desse engano quando os ventos sopram forte, tiram de nossas mãos os remos, e lançam nosso barco para o meio de uma terrível tempestade, sem termos em que nos apegar. Somente Aquele que se aproxima do barco, andando sobre as águas, vencendo a fúria dos ventos, pode nos ajudar nas tempestades da nossa vida. Somente no Senhor da terra, céu e mar devemos confiar.
João relata que Jesus chegou perto deles, e se revelou de uma maneira singela mas poderosa, expondo o que eles precisavam saber: “SOU EU”.
Mas Jesus lhes disse: Sou eu. Não temais!
Não há notícia mais importante para nós do que sabermos que É JESUS QUEM ESTÁ CONOSCO EM NOSSAS TEMPESTADES. A expressão “SOU EU”, usada por Jesus com os discípulos em meio à tempestade prova que Ele é o Eterno “EU SOU”. Aquilo que parecia um fantasma, chega e diz simplesmente: “Sou Eu!” JESUS NÃO PRECISA JUSTIFICATIVAS, ELE É, E ISSO BASTA. Se o grande EU SOU está no barco, não há motivos para temor! “NÃO TEMAIS!”
Mateus, narrando o mesmo evento, insere uma passagem muito interessante no que diz respeito à fé. Ele fala de um discípulo que quis provar se realmente era Jesus que estava andando sobre as águas. Mateus relata assim esse cenário:
Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.
Na narrativa de Mateus, a declaração de Jesus afirmando que era Ele ali não foi suficiente para Pedro, pois pediu para ir até Jesus andando sobre as águas, se era de fato Jesus quem estava ali. E Jesus permitiu. Pedro andou sobre as águas, mas não se sustentou naquele estado. Pedro começou a olhar para a força do vento, e esqueceu da força de quem comanda os ventos.
Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? Subindo ambos para o barco, cessou o vento. E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!
Quão difícil para nós é mantermos os olhos em Jesus! Suaves brisas já nos distraem, quanto mais os ventos violentos das tribulações. A ausência de uma fé que firme nossos olhos Naquele que governa céus e terra tem nos feito afundar nos mares revoltos da vida. Por que duvidas? O verdadeiro Filho de Deus está conosco. Tenha bom ânimo! Mantenha a fé!
E com Cristo no barco, é certo que chegaremos ao destino determinado por Ele.
Então, eles, de bom grado, o receberam, e logo o barco chegou ao seu destino.
Vivemos em um mundo cheio de tormentas e aflições. Tempestades repentinas fazem parte de nossa vida. “No mundo tereis aflições, mas tende bom Ânimo, Eu venci o mundo”, e os que creem em Jesus são mais que vencedores pelos méritos Dele, de Cristo Jesus. Mantenha sua fé firmada em Jesus, e trilhe cada etapa glorificando Àquele que é verdadeiramente o Filho de Deus. Ele tem um destino certo para os que são Deles.
Mas, agora, desejam uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porque lhes preparou uma cidade.
Existe uma cidade preparada para os que são de Jesus, para os Seus eleitos antes da fundação do mundo. Prossiga com o alvo em Cristo, você terá um destino certo, prazeroso, eterno, no céu.
Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com Ele.
