(Lv 14)
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Versos 1-32 tratam do ritual de purificação pela doença de pele; e os versos 33-57 tratam da purificação para casas.
A purificação aqui era uma purificação cerimonial, que restaurava a pessoa ou um item seu à sua normalidade cerimonial. Isso quer dizer que essa purificação não curava nenhuma doença. Na verdade era vinha após a cura. O Sacerdote não era um médico. A cura era feita por Deus. O ritual apenas habilitava a pessoa ou o item que estava imundo pra que pudesse entrar novamente no santuário, ou que a peça da roupa ou a casa pudesse ser novamente usada.
No caso de uma pessoa doente, o sacerdote saía do arraial para examinar a doença. Se a pessoa estivesse curada, o sacerdote iniciava um dos rituais mais elaborados de toda lei. Eram três círculos em que a pessoa infectada anda até sua restauração: primeiro, a pessoa infectada estava fora do arraial (v.3-9), depois a pessoa obtinha permissão para entrar no arraial (v.8-9), e finalmente ela recebia permissão para entrar no santuário (v.10-20).
O processo era gradual e envolvia três cerimônias diferentes que correspondiam a três graus diferentes de pureza. Após a primeira cerimônia, os que estavam sendo purificados estavam suficientemente puros para entrar novamente no acampamento (vv. 2-8); após a segunda, estavam suficientemente puros para ir ao tabernáculo (v. 9); e após a terceira, estavam suficientemente puros para reingressar totalmente na sociedade (vv. 10-20).
1-8
A pessoa que havia sido curada fisicamente estava agora pronta para iniciar o processo de "purificação ritual" (NVI: limpeza cerimonial, v. 2a). Primeiro, o sacerdote iria para fora do acampamento - onde a pessoa estava morando (13:46) - para examinar e confirmar que a cura havia de fato ocorrido (v. 3). Em caso afirmativo, o sacerdote daria uma ordem para que os materiais do ritual fossem recolhidos: duas aves puras, madeira de cedro, fio de escarlata e hissopo (v. 4). O fio vermelho era usado pra amarrar o hissopo no pau de cedro. Formaria um instrumento pra aspergir o sangue.
Uma das aves deveria ser morta sobre um pote de barro contendo água "de nascente" (v. 5; NVI: água fresca). O pote recolheria o sangue da ave, de modo que a água e o sangue - dois dos principais agentes de purificação em Israel - pudessem ser usados juntos no ritual (vv. 6-7). O sacerdote então mergulhava o hissopo nessa mistura purificadora e aspergia a pessoa a ser purificada sete vezes (vv. 6-7a).
A pessoa era declarada pura pelo sacerdote (v. 7a), que então soltava a ave viva em campo aberto (v. 7b). Esse ato é paralelo à soltura do bode vivo em 16:21-22, sugerindo que, assim como o bode vivo levava os pecados do povo, a ave viva levava a impureza da pessoa.
Talvez a ideia seja que, simbolicamente, a ave que sai viva, seria a mesma ave que havia morrido, e que agora ressuscitou.
A pessoa que estava sendo purificada deveria então realizar três ritos finais de limpeza: lavar suas roupas, tomar banho e fazer a barba (v. 8a)
Aqueles que haviam completado esses ritos alcançaram um nível inicial de pureza ritual e eram autorizados a voltar ao acampamento (v. 8b), mas não podiam ainda ficar entrar em sua casa - por sete dias (v. 8b). Isso mostrava que a impureza remanescente da pessoa era forte o suficiente para poluir qualquer coisa dentro da tenda (cf. Núm. 19:14). Os ritos seguintes, portanto, proporcionavam maior purificação.
9
O verso 9 então enfatiza a aparência da pessoa purificada, que deve todo seu pelo raspado, e de corpo e vestes lavados.
Calvino: o curado raspou os cabelos e lavou-os com água. No entanto, ele não voltou para casa no primeiro dia, mas no oitavo. Enquanto isso, no sétimo dia, ele raspou a barba, as sobrancelhas e todos os cabelos da cabeça; ele lavou a si mesmo e suas vestes, e então procedeu ao sacrifício. [...] Quando crianças, no oitavo dia depois de serem purificados da impureza que trouxeram do útero, foram enxertados na Igreja e feitos membros dela; então agora o oitavo dia é prescrito para a restauração daqueles que, na cura que receberam, são como se tivessem nascido de novo; pois eles são considerados mortos a quem a lepra havia banido da congregação. Um sacrifício é, portanto, designado que pode renovar a circuncisão que tinha sido em alguma medida apagada.
2Reis 5.1 “Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor e de muito conceito, porque por ele o Senhor dera vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso.” 2Reis 5.10 “Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo.” 2Reis 5.14 “Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, consoante a palavra do homem de Deus; e a sua carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo.”
Calvino aplica essa restauração à disciplina e ao arrependimento.
Calvino: Deus é o único autor de nossa pureza... E isso é apropriadamente referido à disciplina, que todo aquele que uma vez foi expulso da santa congregação pela autoridade pública, não deve ser recebido novamente, exceto depois de professar penitência e uma nova vida.
10-20
Os ritos finais do oitavo dia retornam a pessoa a um estado regular de pureza ritual e permitem que ela se reintegre totalmente à comunidade da aliança. Significativamente, esses ritos exigem os três principais sacrifícios: oferta pela culpa (reparação, vv. 12-18), oferta pelo pecado (purificação, v. 19a) e holocausto (vv. 19b-20). A presença de todos os três assegurava à pessoa que sua impureza havia sido totalmente tratada.
O primeiro sacrifício é a oferta de reparação. Em outros lugares, essa oferta expiava os pecados contra a propriedade sagrada do Senhor (veja o contexto em 5:14-6:7), e poderia ter a mesma função aqui (cf. Lv 5:17-19), porque a nossa impureza prejudica as coisas de Deus, o santuário, a igreja. Mas há duas modificações aqui nessa oferta.
Primeiro, o sacerdote pega um pouco do sangue do sacrifício e o coloca nas extremidades da pessoa: da orelha direita, no polegar direito e no dedão do pé direito (v. 14). Essas extremidades representavam o corpo inteiro (cf. 4:5-7), de modo que, ao colocar o sangue ali, o sacerdote levava a pessoa inteira a um estado mais elevado de pureza (como na ordenação dos sacerdotes; cf. 8:23-24).
Em segundo lugar, junto com a oferta de reparação, o sacerdote traz óleo. Ele asperge um pouco do óleo diante do Senhor sete vezes (v. 16), um ato destinado a consagrar o santuário por causa da contaminação causada pela impureza da pessoa (cf. At 8:10-12). Ele também coloca um pouco do óleo nas extremidades da pessoa, em cima do sangue (v. 17). Em seguida, o sacerdote ressalta essa purificação colocando o restante do óleo em sua palma na cabeça do indivíduo (v. 18a).
Isso deve nos lembrar da ação purificadora do sangue de Cristo e do óleo e da água do Espírito na Nova Aliança.
MH: Onde quer que o sangue de Cristo seja aplicado para a justificação, o óleo do Espírito é aplicado para a santificação; esses dois não podem ser separados.
O segundo sacrifício é a oferta de purificação (tradicionalmente oferta pelo pecado; veja em 4:3), e o terceiro é o holocausto, juntamente com sua oferta de cereal (vv. 19-20a).
É significativo o fato de que, quando essas duas ofertas ocorrem juntas em outros lugares, um dos animais geralmente é uma ave. A exigência aqui de dois animais de rebanho torna essa oferta muito mais cara, o que implica que a impureza que está sendo purificada é muito mais grave.
21-32
Então, como antes, abre-se uma seção pensando nos mais pobres. Isso garantiria que todos os israelitas pudessem se apresentar diante do Senhor, independentemente de sua situação financeira. Isso é muito importante, porque deve nos lembrar que o que nos separa de Deus não é o dinheiro ou a ausência dele. O que nos separa de Deus é o pecado.
Isaías 59.2 “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.”
Não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Vocês percebem, como esse mundo resume toda nossa intriga e guerras à isso? Não ter dinheiro é o problema diz uma parte, a outra diz que o problema é o acúmulo de dinheiro… Todos da única realidade, do que realmente nos separa de Deus, e que só pode ser corrigido pelo sacrífico de Cristo.
33-53.
As leis que tratam desse ṣāra'at se dividem em quatro partes: o que fazer quando o ṣāra'at é descoberto pela primeira vez (14:33-42); o que fazer se ele retornar (14:43-45); maneiras pelas quais uma casa com ṣāra'at contamina as pessoas (14:46-47); e o que fazer se o ṣāra'at não se espalhar (14:48-53).
Aqui nós aprendemos que aquela praga seria enviada pelo próprio Deus (v.34). Isso pode nos fazer pensar primeiro que Deus pode punir com essas pragas, como fez com Miriã, irmã de Moisés em Número 12. Mas aprendemos também que Deus tem o controle dessas coisas, na foge do seu controle.
Habacuque 3.5 “Adiante dele vai a peste, e a pestilência segue os seus passos.”
2Crônicas 7.13–14 “Se eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.”
Como era a purificação da casa? O sacerdote empregava o mesmo critério para determinar a gravidade da doença de pele – descoloração das pedras e a profundidade das manchas, mais profundas que o restante da superfície da parede (v. 35–38). Como no caso da doença de pele, os exames realizados a intervalos de sete dias revelavam a extensão com que aquele mal havia se espalhado pelas paredes da casa. Nos casos mais graves, toda a estrutura deveria ser desmontada e levada para fora do arraial. Os moradores deveriam lavar-se e lavar suas roupas (v. 39–47). O melhor resultado era o término do surto, cujos reparos envolviam a substituição das pedras e da argamassa. Depois da reparação da estrutura, o sacerdote realizava o mesmo ritual elaborado dos dois pássaros, como no caso de uma pessoa curada de doença de pele (v. 48–53). O mesmo resultado também ocorria; o sacerdote havia feito a “expiação” pela casa (v. 53), significando que a impureza ritual havia sido removida, e a casa restaurada para sua plena aceitação na comunidade. O ritual para a casa diferia daquele para uma pessoa doente num ponto significativo – a ausência de sacrifícios de animais no altar do santuário.
Devemos refletir em como o pecado prejudica todas as nossas coisas, tudo o que construímos, tudo o que nos envolve, tudo o que tocamos. Como o pecado tem prejudicado a sua casa? Como tem derrubado suas paredes, danificado seu telhado, quebrado suas janelas? Como o pecado tem dividido o seu lar? Cristo pode purificar, ele pode reconstruir. Caso isso não seja feito, você deve permanecer arrependido, servindo ao Senhor. Talvez sua casa esteja impura, mas você não precisa estar.
MH: Os chefes de família devem estar atentos e temerosos ao primeiro aparecimento de pecado em sua família e eliminá-lo, seja ele qual for.
Veja como o pecado destrói, como ele significa a separação e a morte. Mh: “o pecado está tão entrelaçado com o corpo humano que precisa ser removido pela morte.”
Por isso a disciplina é importante e inevitável pra saúde da igreja. E eu devo frisar porque é um implicação natural do texto. Na verdade é sobre isso que o texto fala.
E é assim que Deus purifica sua igreja, de dois modos: pela Pregação e pela disciplina.
MH: Se aplicarmos isso à lepra espiritual do pecado, isso indica que, quando nos afastamos daqueles que andam desordenadamente, não devemos considerá-los inimigos, mas admoestá-los como irmãos. E também que, quando Deus, por meio de sua graça, os trouxe ao arrependimento, eles devem ser recebidos novamente com ternura, alegria e afeição sincera. Deve-se sempre tomar cuidado para que os pecadores não sejam encorajados [em seus pecados], nem os penitentes desencorajados [em seu arrependimento].
Assim...
MH: Tendo o sacerdote declarado o leproso limpo da doença, ele deve se purificar de todos os vestígios dela. Assim, aqueles que têm a consolação da remissão de seus pecados devem, com cuidado e cautela, purificar-se dos pecados; pois todo aquele que tem essa esperança em si mesmo se preocupará em purificar-se.
Fugir do pecado, abandonar o erro. Baseado em que? No sangue de Cristo derramado por nós, aspergido sabre nós, misturado com a água e com o óleo Espírito.
1João 1.7 “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”
1João 3.3 “E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro.”
E é assim, irmãos, que não seremos separados de Deus pelo pecado, antes, Deus separará o pecado de nós.
Salmo 103.3 “Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades;” Salmo 103.12 “Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.”
Lucas 17.11–19 “De caminho para Jerusalém, passava Jesus pelo meio de Samaria e da Galileia. Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós! Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados. Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz, e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe; e este era samaritano. Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.”