(Lv 15)
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Levítico 12 também trata de fluídos corporais, fala especialmente do fluxo de sangue do parto da mulher. Levítico 15 vai tratar tanto da mulher quanto do homem, e vai falar não apenas de um tipo de fluído corporal, mas de 4: a) fluidos masculinos anormais (2-15); b) fluidos masculinos normais (16-18); c) fluidos femininos normais (19-24); e d) fluidos femininos anormais (25-30).
2-3. Fluidos masculinos anormais
A palavra aqui traduzida relacionada ao corpo, pode estar se referindo ao órgão genital em particular. O fluido aqui não seria uma secreção diária comum, como a urina por exemplo, nem o sêmen, que vai ser abordado depois. Mas é algo incomum, provavelmente decorrente de algum problema, alguma infecção. Alguns entendem que pode ser alguma doença relacionado ao ato sexual, ou qualquer problema relacionado à uretra.
Seis cenários
4-6. Primeiro, o homem com esse fluido que se deitasse em uma cama ou se sentasse em algum lugar, na cadeira ou no tapete, esses objetos se tornavam impuros também. E outra pessoa poderia ficar impura em contato com esses objetos, e deviam se purificar: lavar as roupas, tomar banho e esperar até à noite.
7-8. Esses mesmos procedimentos de purificação eram exigidos para a segunda e terceira situação. As pessoas se tornavam impuras ao tocar no homem que tivesse esse tipo de fluido; ou, se tornavam impuras se ele cuspisse nelas, como num ato de vergonha, de protesto.
9-10. Em quarto lugar, tudo em que o homem se sentava ao montar, como na sela do jumento, se tornava contagiosamente impuro. Quem só tocasse nesse objeto ficaria impuro até à tarde. Os que manuseassem o objeto de forma mais profunda ficariam impuros até à noite.
11. A quinta situação infere que o homem com a secreção poderia ter algum contato mínimo com as pessoas, desde que primeiro lavasse as mãos. Isso não tornava o homem puro, mas podia impedir de contaminar outros.
12. A último situação explica que certos itens, como um vaso de barro, deveria ser quebrado em contato com o homem impuro. Se fosse de madeira, bastava que fosse lavado.
13-15. O homem precisava não apenas de purificação, mas de expiação. Por quê? Porque de alguma forma indireta, a impureza era contra o santuário. A ideia de que alguém precisava de expiação, de sacrifício, por causa da impureza cerimonial, pode estar ligado à intenção de Deus de que seu povo seja a sua morada, de que Israel era na verdade uma extensão do Santuário, ou que um dia seriam.
Quando ele estivesse 'purificado' (NVI: limpo) de sua impureza - isto é, quando a impureza que a causou tivesse terminado (v. 13) - ele deveria contar os sete dias necessários para a purificação de uma impureza maior (cf. 13:6; 14:8) e então lavar suas roupas e banhar-se com água de nascente (v. 13; para água fresca na NVI, veja 14:1-8). Isso resultaria em um nível inicial de pureza que lhe permitiria ir à tenda do encontro no oitavo dia (vv. 13b-14). Os sacrifícios do oitavo dia exigiam duas aves, mas nenhum animal de rebanho (v. 14).
Percebam, irmãos, como o texto enfatiza o caráter contagioso da impureza. As coisas, as pessoas, se tornavam impuras em contato com o que o era impura. Veja como a impureza é contagiante. Veja como ela é transmissível. Você não pode perceber isso na sua própria vida? Como você tem sido contagiado por certar conversar, ou filmes, ou costumes, tradições, certos eventos, ou amizades etc. O que tem contagiado você? Você pode sentir uma mudança na sua vida? No seu jeito de ser? Na sua maneira de falar, de pensar, de andar, de se vestir? Como a moda tem influenciado você?
2Coríntios 7.1 “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.”
16-18. Impureza decorrente de um fluxo normal masculino
16-18. Três leis descrevem como se limpar ritualmente de uma emissão de sêmen. Uma emissão noturna; a purificação dos objetos que tiveram contato com o sêmen; e a emissão decorrente da relação sexual.
O que está claro é que a impureza resultava da emissão seminal, e não porque o sexo era visto como negativo ou pecaminoso. Os israelitas tinham uma visão muito positiva do sexo e, de fato, eram exortados a serem cativados pelo amor físico do cônjuge (ver Pv 5:15-19). Se parece estranho que uma visão positiva possa ser mantida de um evento ritualmente contaminado, basta considerar o parto, que também resultava em impureza ritual devido à perda de um fluido corporal, mas que, mesmo assim, era visto como uma bênção suprema (veja Comentário em 12:1-4).
Podemos pensar que mesmo as coisas boas dessa vida estão contaminadas pelo pecado. Que nós podemos transformar bênçãos de Deus em algo ruim. Ou podemos pensar também que têm certas que são boas, mas que são inapropriadas em determinado lugar. Pense por exemplo no dia do Senhor, em que muitas coisas que não pecado em si, são inadequadas pra esse dia, são erradas nesse dia. Um jogo pode nos contaminar? Sim, quando idolatramos, ou no dia do Senhor etc. Nem tudo o que é bom é sempre apropriado. Isso deve nos ensinar a fazer bom uso daquilo que Deus nos deu.
1Coríntios 15.33 “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.”
Outra coisa importante é que esse era um fluxo normal de algo ligado à vida. Nós transmitir nosso pecado por geração ordinária. Eu herdei meus pecados de meu pai, e em pecado me concebeu a minha mãe. Quem pode escapar dessa realidade? Ninguém.
Pecado original … pode ser definido como uma corrupção hereditária e uma depravação de nossa natureza, estendendo-se a todas as partes da alma, o que primeiro nos torna ofensivos à ira de Deus, e então produz em nós obras que nas Escrituras são chamadas de obras dos carne.
João Calvino
Devemos buscar santidade fora de nossa própria natureza. Devemos buscar purificação no Senhor. Ele providenciou seu sangue e a água do seu Espírito.
19-24. A impureza decorrente de fluxos femininos normais.
Essas leis tratam da impureza proveniente do fluxo regular de sangue da mulher (v. 19), ou seja, a menstruação. Os ritos de purificação são mais elaborados aqui do que nos versículos 16-18. Isso não se deve ao fato de os homens estarem sendo tratados de forma mais favorável; isso se deve ao fato de que o sangue humano perdido era uma das substâncias mais ritualmente contaminantes no antigo Israel (cf. At 12:1-4). 19-23. Uma mulher que estivesse menstruada era ritualmente impura por sete dias (v. 19).
Aqui a mesma acontecia com relação ao contato com a mulher ou os objetos tocados por ela. A ênfase sobre o contágio da impureza.
25-30. Impureza decorrente de fluxos femininos anormais.
Thomas Shreiner: O último conjunto de leis trata de uma descarga anormal de sangue de uma mulher (v. 25), ou seja, uma descarga não resultante da menstruação (cf. vv. 19-24; Mt 9:20). Esses corrimentos são geralmente chamados de sangramento uterino disfuncional e resultam de coisas como ovulação, relação sexual ou câncer cervical ou uterino.
Lucas 8.43–48 “Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres], veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia. Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]. Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder. Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada. Então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz.”
Veja como essas leis servem pra revelar a compaixão de Deus pelo pecador escravizado por sua condição. Deus pode e quer nos libertar. Ele quer nos libertar.
31-33. Conclusão e resumo.
Parece que as impurezas maiores, de alguma forma, contaminavam automaticamente o santuário (31), embora essa contaminação automática fosse considerada um pecado não intencional.
Shreiner: Porém, se as pessoas não tratassem a impureza adequadamente, ela permaneceria na casa do Senhor. Além disso, as pessoas corriam o risco de que a impureza se espalhasse pelo acampamento e viesse novamente para esse lugar santo. Como resultado, deixar de lidar adequadamente com a impureza não era simplesmente uma falha em reconhecer a realeza sagrada do Senhor, mas um repúdio direto a ela, uma declaração de que ela não tinha importância. Era nada menos do que um ato de traição e, portanto, recebia a penalidade que geralmente aguarda os traidores: a morte.
Isso nos ensina que nada, por menor que seja, nada que nos afasta do Senhor deve ser ignorado. Tudo que é grande começa pequeno. O pecado também é assim. É isso que Deus quer nos ensinar. Não saia daqui hoje sem aprender a seriedade disso: da malignidade, do desenvolvimento e do contágio do pecado.
Os pecados menores, se não forem evitados a tempo, resultarão nos maiores. … O pecado em breve cegará os olhos, endurecerá o coração, e ferirá a consciência. O pecado é uma estrada descendente, na qual, se cairmos, nossa descida logo poderá ser acelerada além da possibilidade de recuperação. Um vazamento pode aparecer, mas é uma coisa pequena; no entanto, afundará um navio se não for reparado em tempo hábil.
Charles Simeon (líder do Reavivamento Evangélico)
Quanto mais você demora, mais seu pecado ganha força e enraizamento. Se você não pode dobrar um galho, como será capaz de dobrá-lo quando for uma árvore? Se você não consegue arrancar uma planta tenra, é provável que você arranque um carvalho robusto?
Richard Baxter (Religioso Puritano)
O que pode nos lavar de algo tão enraizado em nossa natureza, de modo que nós nascemos e crescemos com ele? O que pode nos livrar de algo tão habitual? Algo que nos é comum, ordinário, que está em todas as partes da nossa alma, e que afeta cada parte do nosso corpo? O que poderá nos salvar do pecado? Somente o nosso Senhor Jesus. Apenas o sangue de Cristo, sua obra vicária, seu Espírito Consolador e purificador.
O que Deus faz em sua grande obra por nós é nos manter separados das impurezas, impurezas, irmãos, que vêm como parte normal da vida. Na nossa experiência cotidiana. Devemos estar sempre alertas, nos arrependendo sempre, orando sempre, meditando sempre na Palavra, fugindo daquilo que por si só é impuro, e usado corretamente aquilo que não é, para que não se torne.
Aprendemos ainda duas coisas importantes com essas leis de pureza:
1) A compaixão cristã. Deus se compadeceu do seu povo provendo pra eles meios de serem restaurados à comunhão. Veja como Jesus demonstrava isso em suas curas.
Mateus 8.17 “para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças.”
Kenneth Matthews: Repetidamente a Bíblia conclama o povo de Deus a visitar os doentes e ministrar a eles. A misericórdia para com os enfermos sempre caracterizou a mensagem cristã, como é evidenciado por muitos filantropos, médicos e enfermeiros cristãos, cujos empenhos fundaram hospitais e clínicas ao redor do mundo. O ministério exercido por muitos leigos – comumente trabalhando no anonimato – em favor dos doentes e seus familiares, é um importante testemunho do amor do Senhor – tanto seu amor pelos enfermos quanto o amor dos que servem por Cristo. Esses atos de misericórdia e cura declaram que o Senhor veio e superou o dilema humano que todos nós devemos admitir.
Segundo, a completa dedicação cristã. Vejam como o povo do Senhor se entregou completamente a Deus em cada área da sua vida. Não havia nada da vida diária que não estivesse sujeito à Palavra de Deus. Não devemos separar nossas vidas em sagrado e secular. Sendo uma coisa na igreja e outra no trabalho. Tudo deve ser puro e para o Senhor. Isso não quer dizer somente que você vai ser uma pessoa moralmente correta em todo lugar, ou que você vai ficar só falando de Deus e ouvindo música gospel em todo lugar. Mas, como temos aprendido com esses textos que temos estuda, a santidade da vida está fundamentada em um relacionamento com Deus. Foi isso que Jesus conquistou pra nós ao morrer na cruz. Nos tornou aptos para o reino de Deus, nos purificando dos pecados.
1João 1.7 “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”
Assim, nos dediquemos ao Senhor, vivando para ele em tudo o que fazemos, pensamos e falamos. Tudo seja para o Senhor. Amém!