A EDUCAÇÃO INTENCIONAL
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Mateus 28.18–20 “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: — Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.”
Recentemente vi um conteúdo nas redes sociais que apontava uma circunstância engraçada:
Um jovem imagina-se voltando no tempo, para um momento indeterminado antes da cruz. Ele se encontra com Jesus e diz:
‘- Jesus, Jesus, vim do futuro para te avisar que Judas vai te trair!’
(uma observação importante, o rapaz fala com Jesus em português)
Jesus então responde:‘- meh ameret’
(uma resposta em aramaico que aparentemente significa “o que você disse?”)
O rapaz responde com um palavrão de indignação ao perceber o problema e a história acaba aqui.
A circunstância cômica é o fato de que o rapaz voltou no tempo para avisar a Jesus sobre Judas, mas ele só sabia falar em português e Jesus falava aramaico.
É interessante como as pessoas tem criatividade para produzir conteúdos utilizando de circunstâncias obvias, mas que exploram uma realidade atual e evidente. Mas podemos facilmente apontar quatro problemas explícitos nessa narrativa, o primeiro é que Jesus sempre soube que Judas o trairia, contar a Ele sobre esse fato não muda nada. O segundo é que Jesus sendo Deus certamente compreenderia o rapaz independentemente do idioma que eles falassem.
O terceiro é o fato do rapaz achar que o problema de tudo foi a traição de Judas e a solução seria avisar a Jesus para que Ele fizesse algo. E por último é perceber que a compreensão de fé e de esperança do rapaz esta firmada em uma possibilidade de ação humana, que no seu entendimento impediria a cruz. Mas ele não parece que sem a cruz estaríamos todos perdidos.
Contei essa história para reforçar o objetivo dessa mensagem que é apontar a necessidade de uma EDUCAÇÃO INTENCIONAL na nossa vida cristã, seja no discipulado familiar ou nos relacionamentos dicipuladores que desenvolvemos com os que conhecemos. Para que não vejamos a próxima geração abandonar a verdadeira fé, por não compreender a profundidade da Verdade e viverem agarrados a esperanças vazias e sem sentido.-
O texto de Mateus 28.18-20 é um bom caminho para compreendermos esse tema, e ao nos aprofundarmos nele veremos quatro pontos que apontam a intencionalidade da educação na missão da igreja.
O primeiro deles é que a prerrogativa do ensino vem de uma ordem missionária dada por aquele que diz: ‘Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra’.
Ao contrário do que parece ser a realidade atual, o ensino não é uma ação humana isolada, mas um mandato divino sustentado pelo poder de Jesus. E por isso não podemos delegar ao espectro “secular” a responsabilidade dessa missão, sem que haja uma conexão do saber comum com o saber divino, as escrituras.
Quando deixamos que essa situação se perpetue, estamos sendo negligentes com aquele que é a autoridade sobre nossas vidas, lembrem-se das palavras de Pedro quando foi impedido de pregar o evangelho: Atos dos Apóstolos 5.29 “Então Pedro e os demais apóstolos afirmaram: — É mais importante obedecer a Deus do que aos homens.”
Mesmo que o saber comum seja a maior parte das informações que nos rodeiam, temos a responsabilidade de agir de forma intencional para conectar o conhecimento sobre a criação com seu criador. E isso nos lembra da importância de compreendermos esse mundo com os óculos das escrituras, ou seja a cosmovisão cristã. Sobre o fato de que a Palavra de Deus é a verdade absoluta sobre o todo da realidade.
A Palavra de Deus tem sido muito atacada por liberais que afirmam ser ela apenas uma forma de conhecer sobre Deus, por católicos que a colocam abaixo da autoridade papal e por novos profetas que falam como se a revelação viesse por eles.
A autoridade que legitima nosso ensino não pode ser delegada ao mundo caído e nem confiada as obras dos homens, mas deve estar arraigada em Jesus Cristo por meio das escrituras sagradas.
O segundo é que o ensino tem um objetivo claro ‘façam discípulos’.
A educação é intencional, pois ela tem uma intenção óbvia, a transformação de vidas. Fazer discípulos implica que nossa missão é apresentar a verdade de Deus para todos afim de que possam crer e nascer de novo como filho de Deus.
Não ensinamos pelo desejo do conhecimento em si, nem pelo orgulho da conquista, ensinamos pois uma autoridade que esta acima de tudo nos deu essa missão. Quando compartilhamos o que conhecemos estamos apenas agindo em obediência. Isso não parece óbvio? Claro! Porque é óbvio mesmo, fazer discípulos não deveria ser um assunto do qual precisamos convencer cristãos a viver. Todos deveriam estar discipulando intencionalmente, simplesmente por que Jesus mandou.
Nesse sentido educar é cumprir a missão, seja dentro de casa, do outro lado da rua ou do outro lado do mundo. A educação faz tão parte da missão que não há nenhuma técnica de evangelismo que fuja do fato de que é uma maneira de ensinar sobre Jesus. Mas ela não para na conversão, fazer discípulos implica um profundo ensino dos ensinamentos de Jesus. Isso envolve a exposição da Bíblia, a doutrina cristã e a aplicação desses princípios à vida diária.
O terceiro é que esse objetivo só pode ser alcançado por meio de uma ação sobrenatural que é o novo nascimento, o qual é testemunhado de forma pública no ‘Batismo’.
Tenho dito que a palavra da vez no momento dos Batistas Brasileiros é “intencionalidade”, mas sei que para o cristão a palavra que deveria ser nossa marca é “testemunho”. O ensino que nos apresenta a verdade nos coloca diante de uma realidade inegável, sem Cristo estamos mortos, mas se crermos nascemos de novo em Cristo e vivemos por meio dEle e para Ele.
Sem esse momento, o ensino vai ficar apenas como instrução de conteúdo e se perderá na história quando uma geração deixar de crer. Por isso o batismo é o testemunho prático de um acontecimento sobrenatural, não é nele que está o milagre, mas no que aconteceu antes dele. O cristão deve começar sua jornada aprendendo, comprova-la por meio do testemunho público de conexão com Cristo, o batismo, e viver aprendendo mais e compartilhando em obediência, através do testemunho vivo.
A intencionalidade se prova no agir, a resposta ao que aprendemos é compartilhar com palavras e com a vida. Então através disso não só entramos na jornada, mas provamos nosso comprometimento caminhando com outros.
O quarto e último ponto nos mostra que o ensino tem uma mensagem específica, e essa mensagem não é apenas um conteúdo racional, mas uma Pessoa, Uma Verdade. Além de ser revelada para que nós a compartilhássemos, essa Verdade promete: ‘E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.’
É difícil quando temos que fazer algo sozinhos, o bom mesmo é quando tem gente para ir com a gente. Claro não nego que vivemos uma época onde as pessoas gostam individualidade acima de tudo. Mas não é essa uma marca da vida cristã, até porque quem crê em Cristo tem uma presença viva e permanente ao seu lado.
Sim, mesmo que você queira, você nunca está sozinho. Ter essa presença nos ajuda e nos desafia, primeiramente nos ajuda, pois pela fé podemos agir sabendo que tem alguém de vai nos socorrer bem aqui do lado.
E segundo, nos desafia, pois agir confiante dessa realidade não é fácil. Estamos tão rodeados da falta de fé genuína que isso parece nos sufocar e perdemos a visão do Deus Todo Poderoso que está do nosso lado. E nem é porque Ele perde a força, é simplesmente pelo fato de não sermos intencionais e focados no que realmente importa.
Os ídolos diários vão consumindo nossas forças e competem com a ação sobrenatural, e acabamos vivendo por satisfaze-los, e nem percebemos que estamos vivendo ao lado do Rei e adorando falsos reis.
Por isso precisamos entender que para que as próximas gerações conheçam a Verdade precisamos ser intencionais na educação hoje. Precisamos viver focados em objetivos claros e motivados pelo evangelho de Jesus Cristo.
A luz desses pontos quero sugerir algumas questões para nossa reflexão e aplicação na vida:
Estamos realmente comprometidos com a educação da próxima geração?
Vivemos convictos do Poder, Autoridade e Presença de Jesus?
Sabemos que ser intencional significa agir com objetivos claros em nosso coração. Qual é o objetivo da nossa intencionalidade diária?