BEM-AVENTURANÇA QUE POUCOS DESEJAM

INTRODUÇÃO

Vocês estão prontos para serem perseguidos?

A história da humanidade narra uma constante e reiterada perseguição aos Filhos de Deus.

Sabemos que essa perseguição iniciou com a queda - o homem se torna inimigo de Deus e, com isso, se torna inimigo daqueles que são de Deus.

Precisamos analisar, à luz das Escrituras toda a perseguição que o povo de Deus sofreu no decorrer das eras e louvar a Deus pela liberdade que temos, além de orar pelos irmãos perseguidos ainda hoje.

Na sua opinião, a Igreja brasileira é perseguida?

I. COMPANHEIROS DE TRIBULAÇÃO

Além se ser companheiro no Reino (evangelho) e na perseverança em Jesus (escatológica), João se diz companheiro de tribulação (θλῖψις). Isto só reafirma algumas alegações de Jesus:

João, 16.33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.

Mateus, 24.9 Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.

Aqueles que são amigos de Deus e inimigos do mundo serão perseguidos, mas a palavra de Jesus continua a mesma: “Não temas!”

Todos os cristãos serão perseguidos, seja de forma mais branda, mais ferrenha, física, intelectual, etc. O que devemos ter em mente é que a perseguição ao povo de Deus não começou e nem terminou com a morte e ressureição Jesus; a perseguição iniciou com a queda do homem e só será encerrada quando Jesus voltar.

a) Povo de Deus perseguido no AT: Abel perseguido pelo seu próprio irmão, no período patriarcal os cananeus perseguiam Abraão e Isaque por terras e poços, em Moisés o povo é perseguido pelo Egito, os israelitas foram perseguidos e dominados pelos assírios e babilônicos e internamente profetas eram perseguidos - por reis, hereges e até por familiares quando expunham o pecado da nação.

b) A igreja perseguida no NT: Jesus é o primeiro perseguido do NT - judeus e suas castas -, a Igreja incipiente sofre perseguições, Paulo era um grande perseguidor dos cristãos, Estevão se torna o primeiro mártire e João é exilado para Patmos. Vemos em Atos 8 que a perseguição fez com que a Igreja crescesse e expandisse.

A verdade é que todo amigo de Deus sofrerá perseguição, o que nos resta é alicerçarmos nossa vida no consolo de Cristo (Não temas!), pois só nEle teremos segurança - e você deve pensar que a segurança de não ser perseguido, mas não, é a segurança que Ele estará conosco e, acaso essa perseguição resulte em morte, estaremos salvos por Ele.

II. UMA MENSAGEM DE CONSOLO

Apocalipse é um livro que acaba gerando medo nas pessoas, mas isso ocorre pelo fato de não entenderem verdadeiramente seu significado. Apocalipse é um livro de esperança.

No primeiro século, a Igreja começa a ser perseguida pelo Império Romano - alguns imperadores confundiam com judeus, outros queriam que a Igreja adorasse o imperador, outro (Nero) imputa o incêndio gigante em Roma aos cristãos, etc. A questão é que a Igreja começou a ser perseguida, os cristãos esperavam uma volta eminente de Cristo - que não ocorreu até o século XXI - e precisavam de um ânimo.

Além do teor escatológico, Apocalipse tem um teor de esperança.

A Igreja estava sendo perseguida ferrenhamente e os cristãos estavam tornando-se sem esperança. João é inspirado por Deus a escrever este livro como exortação à perseverança na fé.

A revista nos traz quatro propósitos do livro do Apocalipse:

a) Cristo conhece as dificuldade e tribulações que a Igreja enfrenta - Ele mesmo enfrentou perseguição e martírio. As cartas demonstram que Jesus está no meio da Igreja e que Jesus conhece as lutas dos crentes. É importante sabermos que Jesus, como advogado junto ao Pai, conhece muito bem a nossa causa;

b) Cristo preservará sua Igreja em meio aos ataques - Jesus possui todo o poder nos céus e na Terra, Ele é o dono da Igreja e não desamparará. Um alívio aos crentes é saber que Jesus preservará a Sua Igreja, pois o propósito dEle é que a Igreja esteja sempre viva;

c) Cristo julgará aqueles que oprimem e persegue Sua Igreja - o justo juiz julgará os atos daqueles que são inimigos de Deus;

d) Cristo restaurará todas as coisas no Reino Eterno - esperança que este mundo caído passará e viveremos a eternidade num Reino reestabelecido, perfeito e sem pecados.

Vejamos que a proposta do Apocalipse é trazer uma mensagem de esperança à Igreja perseguida do final do primeiro século e para a Igreja perseguida no século XXI.

Cristo venceu tudo e brevemente consumará todas as coisas - essa é a mensagem de esperança apocalíptica.

III. PORTA FECHADAS

Sempre tentaram fechar as portas da Igreja, mas ela sempre perseverou e manteve-se aberta, pois o dono da Igreja é Cristo - que tem todo o poder.

a) A oposição, da Igreja Primitiva à Reforma Protestante: os cristãos eram perseguidos por diversas causas. A mais aparente é a insubmissão ao imperador. Apesar de não serm sectários como os judeus - haja vista que os cristãos estavam inseridos na cultura helenística, faziam parte da sociedade civil e não vivam de forma separatista - os cristãos negavam adorar a figura do imperador, mantendo seu monoteísmo. Isso causou diversas perseguições. No final do primeiro século, com a destruição de Jerusalém. Inácio e Policarpo, Perpétua e Felicidade, dentre outros cristãos serviram de mártires aos imperadores. Diocleciano (século III) faz uma ferrenha perseguição, queimando os escritos sagrados, destruindo templos e matando os cristãos que não renunciavam a fé. Em Constantino, no século IV, o cristianismo foi legalizado, mas mesmo assim a perseguição continuava. Até a Reforma Protestante, houve muita perseguição, externa e interna.

b) Oposição islâmica: criada no século VII, o islamismo teve uma rápida ascensão no Oriente Médio e os cristãos, que viviam sob governos islâmicos, foram chamados a negar sua fé. Até hoje, vemos a perseguição do islamismo, nos países cujo governo é religioso e até mesmo em oturos países, quando o islamismo toma conta.

c) Oposição comunista: a revista faz uma confusão entre socialismo, comunismo, marxismo, etc, porém tentarei abranger esse assunto. Marx tratou sobre a religião ser o “ópio do povo” e seus adeptos não entenderam direito sua visão. Marx entendia que a religião era um anestésico ao sofrimento, oferecendo uma percepção de forças protetoras externas, oferecendo uma explicação para a origem da vida e do mundo e oferece uma obediência às regras morais da sociedade. Para ele, isso aprisionaria o homem, tornando-o alienado, pois não resolvia os problemas das desigualdades enfrentadas no mundo atual. A visão de Marx era resolver os problemas da vida de forma ativa, a fim de ter uma revolução do proletariado - povo mais sofrido e alienado - para acabar com as desigualdades. Para ele, a religião é uma das formas mais sutis para alienar, pois distorce a compreensão da realidade e desvia a energia que poderia ser utilizada para questionar e modificar as estruturas que causam opressão - ao invés de lutar contra a opressão, a religião oferece explicação e consolo e, para Marx, isso só reforça a continuidade dessas condições. Marx tece uma boa crítica, que nos faz pensar contra a instrumentalização da fé em conformismo, que vai contra a visão de transformação do mundo e de justiça, que nos faz ver que a religião ou a fé e Cristo não deve ser somente uma forma de consolo, ilusão e entorpecimento, que nos faz olhar para a responsabiliade social que ada crente tem e que nos faz diferenciar uma fé genuína de uma fé alienante - fé que busca a Deus como antídoto de uma dor. Os seguidores da visão de Marx, não entenderam sua crítica e levaram para o extremo, tendo o cristianismo como inimigo, retornando aos primeiros séculos e não deixando o evangelho ser pregado;

d) Oposição progressista: o progressismo tem acabado com muitas igrejas. E o progressismo religios é fruto direto do liberalismo. Foram as ideias liberais que trouxeram o antisobrenaturalismo, materialismo, humanismo, racionalismo, etc para o seio da Igreja. As pautas progressistas tendem a opor-se ao conservadorismo cristão, isso fazer com que sejamos oposição a eles.

2. CONCLUSÃO

Vocês estão prontos para serem perseguidos?

Os cristãos brasileiros são muito “frouxos”. Precisamos entender que a amizade com Deus é inimizade com o mundo. Não seremos amados. Se o evangelho que pregamos é amado pelos pecadores impiedosos, esse evangelho é qualquer coisa, menos o evangelho de Cristo.

Existem duas certezas: seremos perseguidos e Cristo estará conosco, pois Ele já venceu.