A IGREJA VIVA NO PODER DO ESPÍRITO

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Atos dos Apóstolos 2.42–47 BSAS21
E eles perseveravam no ensino dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada um havia temor, e muitos sinais e feitos extraordinários eram realizados pelos apóstolos. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens, e os repartiam com todos, segundo a necessidade de cada um. E perseverando de comum acordo todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e contando com o favor de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava a cada dia os que iam sendo salvos.
A IGREJA VIVA NO PODER DO ESPÍRITO
A IGREJA VIVA NO PODER DO ESPÍRITO
O texto que iremos meditar nesta manhã está entre os mais poderosos e formativos de todo o Novo Testamento, especialmente no que diz respeito à identidade, missão e prática da igreja de Cristo. Estamos falando de Atos dos Apóstolos, capítulo 2, mais precisamente dos versículos 42 a 47, que registram como era a vida da primeira comunidade cristã logo após o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes.
O contexto imediato desse trecho é profundamente marcante. Após a ascensão de Jesus, os discípulos obedeceram Sua ordem e permaneceram em Jerusalém, aguardando a promessa do Pai: o batismo com o Espírito Santo (Atos 1:4-5). No capítulo 2, essa promessa se cumpre com poder: o Espírito é derramado sobre cerca de 120 discípulos reunidos em oração, e todos são cheios, capacitados e transformados. Pedro, agora cheio de ousadia e clareza espiritual, prega à multidão, e cerca de três mil pessoas se convertem e são batizadas (At 2:41). E então, a igreja nasce.
A partir desse ponto, Atos 2:42-47 nos revela como vivia essa comunidade recém-nascida. O texto não apresenta apenas uma descrição histórica, mas uma revelação inspirada do modelo de uma igreja saudável, cheia do Espírito e centrada em Cristo. Uma igreja viva. Vemos ali quatro marcas fundamentais: doutrina sólida, comunhão profunda, vida de oração constante e manifestação do poder de Deus, tanto em sinais e maravilhas quanto em generosidade e crescimento.
Esse modelo nos convida a refletir sobre o que significa, de fato, ser Igreja, não apenas frequentar cultos ou pertencer a uma denominação, mas viver como Corpo de Cristo, cheio de vida, relevância e impacto no mundo.
Vivemos hoje em um cenário onde muitos enxergam a igreja como ultrapassada, irrelevante ou meramente institucional. Alguns a tratam como um clube religioso, outros como uma ONG, e muitos, infelizmente, como algo descartável. Contudo, precisamos lembrar: a Igreja não nasceu da vontade humana, mas do coração eterno de Deus. Ela foi comprada pelo sangue de Cristo, edificada sobre Ele como fundamento, e é sustentada e impulsionada pelo Espírito Santo.
A verdadeira Igreja é espiritual, mas visível; é celestial em sua origem, mas terrena em sua missão. É santa em essência, mas composta por pessoas em transformação. Ela é o instrumento de Deus para proclamar o evangelho, manifestar Seu Reino e discipular nações.
Diante disso, o texto de Atos 2 é como um espelho: ele nos chama a voltar ao início, às raízes, ao modelo de uma igreja viva — não apenas funcional, mas cheia de fervor, de propósito, de amor e do poder do Espírito.
Por isso, nesta manhã, quero convidar você a mergulhar comigo nesse retrato da Igreja primitiva e refletir sobre quatro pilares que sustentam a vida de uma igreja verdadeiramente viva no poder do Espírito Santo. Que ao estudarmos essas marcas, sejamos desafiados a sermos mais do que frequentadores — sejamos parte de um corpo vivo, cheio de fé, de ação e de glória.
Vamos juntos descobrir esses pilares.

1. FUNDADA POR CRISTO

“A Igreja não é invenção humana, é obra do Cordeiro!”

Mateus 16.18 BSAS21
E digo-te ainda que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
A fundação da Igreja é uma verdade central que permeia todo o Novo Testamento, e ela começa com a declaração ousada e poderosa de Jesus em Mateus 16:18: “E digo-te ainda que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (BSAS21)
Esse momento ocorre em Cesareia de Filipe, um local significativo, pois ali estavam em profusão diversos cultos pagãos, incluindo um dedicado a Pã, o deus da natureza. O contraste de Jesus, naquele ambiente, afirmando ser Ele o Cristo, o Filho do Deus vivo, é marcante. A resposta de Pedro “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16) — revela a profundidade espiritual da revelação divina que se dá ao apóstolo. E é com base nessa revelação que Jesus afirma: “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Não sobre Pedro, mas sobre a confissão de Pedro, a revelação de que Jesus é o Messias prometido, o Salvador.
Jesus, ao falar de "edificar a minha igreja", está fazendo uma afirmação radicalmente clara: Ele é o único Fundador da Igreja, e esta Igreja será Sua, de modo pessoal e eterno. Não será uma criação humana, nem uma invenção de qualquer movimento religioso ou político. A Igreja é, antes de tudo, uma obra direta de Cristo, e Ele é a pedra angular sobre a qual todo o edifício da fé é erguido (Efésios 2:20). Ao afirmar que as “portas do inferno não prevalecerão contra ela”, Jesus assegura que, embora a Igreja passe por provações, ela jamais será destruída, pois está firmada em Sua força, poder e autoridade.
Aqui, encontramos uma das verdades mais profundas e consoladoras: a Igreja é indestrutível, pois seu alicerce é Cristo, a Rocha eterna. Ela pode ser perseguida, mal interpretada e até falhar em muitas de suas manifestações ao longo da história, mas nunca será vencida, pois está firmada na Rocha sólida que é Cristo (Mateus 7:24-25).
A Igreja não é uma instituição criada por interesses humanos, e muito menos uma invenção cultural ou sociológica. A Igreja nasceu do coração de Deus, e sua fundação é tão sólida quanto a própria pessoa de Jesus Cristo. Ele é a pedra angular (1 Pedro 2:6), e a Igreja é edificada sobre Ele, não sobre lideranças temporárias ou ideologias humanas.
Em termos práticos, isso significa que qualquer "igreja" ou comunidade cristã que não tenha Cristo como seu centro e fundamento não pode ser considerada uma igreja verdadeira. A centralidade de Cristo é a garantia de que a Igreja é viva, fiel e fielmente representativa do Reino de Deus. A verdadeira Igreja, segundo o padrão de Cristo, não segue modismos, não se deixa arrastar por ideologias passageiras nem se submete ao controle de governos terrenos. Ela vive sob a soberania do Senhor e em Sua missão eterna.

“A Igreja nasceu no coração de Deus e resiste porque está firmada na Rocha que é Cristo!”

Isso nos chama a uma reflexão profunda: se a Igreja é construída sobre Cristo, então ela deve refletir Seu caráter, Sua missão e Sua autoridade. Cada cristão, cada congregação, cada líder, deve ser um reflexo de Cristo, não de interesses pessoais ou de agendas externas. A Igreja não deve se moldar aos padrões deste mundo, mas à imagem do Cristo que a fundou.
Portanto, quando falamos sobre a Igreja de Cristo, precisamos entender que ela é inseparável d'Ele. Não existe Igreja sem Cristo, assim como não existe Cristo sem a Igreja. Ele a fundou, Ele a guia, Ele a mantém viva, e Ele a levará à perfeição no fim dos tempos.

2. HABITADA PELO ESPÍRITO SANTO

“Sem o Espírito, a igreja é apenas estrutura; com o Espírito, ela é poder!”

Atos dos Apóstolos 2.4 BSAS21
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.
O dia de Pentecostes, relatado em Atos 2, é um dos marcos mais poderosos da história da Igreja. Ali, não só a Igreja de Cristo nasce em termos de estrutura visível, mas ela é batizada com poder do alto — o Espírito Santo desce sobre os discípulos e os capacita a viver e proclamar o evangelho com uma ousadia e eficácia que antes não possuíam. O Pentecostes não é apenas um evento histórico isolado; ele é um modelo do que significa ser a Igreja cheia do Espírito.
O Espírito Santo não é apenas uma presença passageira ou um "acréscimo" à vida cristã. No Pentecostes, Ele vem para habitar permanentemente no coração dos crentes. A Igreja não apenas recebe o Espírito, mas o Espírito se torna a essência da Igreja. Ele é aquele que dá vida à Igreja, alimenta sua fé, distribui dons, gera unidade entre os membros e capacita para a missão de anunciar o Reino de Deus.
É importante compreender que o Espírito não é um detalhe da Igreja — Ele é sua essência! Ele não apenas "toca" a vida dos cristãos de maneira superficial, mas habita neles (1 Coríntios 6:19). Ele é a força vital que move a Igreja, e sem Ele, a Igreja é apenas uma estrutura sem alma, sem propósito, sem poder. Como um corpo sem espírito, a Igreja se torna apenas uma organização religiosa, sem vida, sem direção, e sem a capacidade de cumprir sua missão. Sem o Espírito, a Igreja é apenas um aglomerado de pessoas; com o Espírito, ela é uma comunidade vibrante, poderosa e transformadora.
Em Atos 2, a manifestação do Espírito foi visível e poderosa: “todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas”. Isso não foi um fenômeno isolado ou apenas para aquele momento. As línguas, os dons espirituais e a ousadia em proclamar o evangelho são características permanentes da vida cristã movida pelo Espírito. É o Espírito quem capacita os crentes para a missão (Atos 1:8), quem os une em um só corpo (1 Coríntios 12:13) e quem os faz viver em santidade e poder (Romanos 8:13).
O Espírito Santo não apenas dá vida à Igreja, mas também a torna um agente de transformação no mundo. Onde o Espírito se move, há fogo, fogo que purifica, que arde no coração dos crentes, que traz ardor na proclamação do evangelho. Onde o Espírito se move, há revelação, o Espírito ilumina a mente para que compreendamos as verdades de Deus e vivamos conforme Sua vontade. Onde o Espírito se move, há cura, conversões e transformação social. O Espírito Santo não é apenas uma experiência interior; Ele gera uma manifestação visível e tangível do poder de Deus no mundo.
A Igreja cheia do Espírito Santo é uma Igreja missionária, que avança em fé, em poder e em graça. Ela não se contenta em viver dentro de seus muros, mas sai em missão, tocando os corações, transformando as vidas e impactando a sociedade ao seu redor. Como vimos em Atos 2, os discípulos não ficaram em Jerusalém, mas saíram para as nações, anunciando as boas novas de Jesus. A presença do Espírito Santo é sempre acompanhada pelo movimento da Igreja para fora de si mesma, para cumprir sua missão no mundo.

“O Espírito não é um detalhe da Igreja. Ele é sua essência!”

Portanto, a Igreja precisa urgentemente voltar a se encher do Espírito Santo. Não podemos depender apenas de estratégias humanas, de programas ou de métodos. A verdadeira vitalidade da Igreja vem somente do Espírito Santo. Ele é quem dá direção, poder e eficácia ao nosso testemunho, e é através Dele que a Igreja continua sendo a luz do mundo (Mateus 5:14).
Aplicação prática: A pergunta que devemos nos fazer é: A Igreja em que fazemos parte é uma Igreja cheia do Espírito Santo? Estamos permitindo que o Espírito nos guie, nos capacite e nos mova para a missão, ou estamos apenas repetindo rituais sem vida? Quando o Espírito Santo está ativo, as coisas acontecem: vidas são transformadas, comunidades são impactadas, e a glória de Deus se manifesta de maneira poderosa.

3. COMPROMETIDA COM A PALAVRA, COMUNHÃO E ORAÇÃO

“A chama do Espírito se mantém acesa no altar da fidelidade!”

Atos dos Apóstolos 2.42 BSAS21
E eles perseveravam no ensino dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
Logo após o Pentecostes, a vida da Igreja primitiva se caracteriza por práticas espirituais profundas e consistentes, que não se baseavam em eventos temporários ou modismos passageiros, mas em práticas espirituais que nutriam a vida comunitária e a conexão com Deus. O versículo em Atos 2:42 nos revela que os cristãos da época perseveravam nessas quatro práticas essenciais: o ensino dos apóstolos, a comunhão fraternal, o partir do pão (ou seja, a ceia do Senhor) e as orações. Essas práticas formavam a espinha dorsal da vida da igreja, sustentando-a espiritualmente em todas as suas ações e decisões.
O termo "perseverar" aqui é crucial, pois denota mais do que apenas uma ação pontual ou ocasional. Perseverar é manter uma constância, um zelo diário e contínuo na busca por Deus e na edificação da comunidade. A verdadeira saúde espiritual da Igreja não vem da diversidade de atividades externas ou da agenda de eventos, mas da constância nas disciplinas espirituais que mantêm o coração da igreja centrado em Cristo e no Seu Reino.
A tríade fundamental formada pela Palavra, comunhão e oração é, portanto, o alicerce da vida da Igreja. Vamos refletir um pouco mais sobre cada um desses aspectos:
A Palavra de Deus (Ensino dos Apóstolos): A Bíblia é a base de toda a vida cristã e da vida da igreja. Para os primeiros cristãos, o ensino dos apóstolos não era uma escolha opcional; era fundamental. Era por meio das Escrituras que os discípulos aprendiam quem era Cristo, o que Ele fez por nós e como viver de maneira digna do evangelho. A Palavra molda a mente, renova a nossa visão do mundo e nos ensina os caminhos de Deus. Sem o ensino da Palavra, a Igreja perde sua direção, seu fundamento e sua razão de ser. O Espírito Santo, ao habitar na Igreja, ilumina as Escrituras, tornando-as vivas e aplicáveis ao cotidiano dos crentes. Assim, uma igreja saudável é uma igreja centrada na Palavra, que se reúne para ouvir, estudar, meditar e aplicar os ensinamentos das Escrituras.
A Comunhão Fraternal: A comunhão é mais do que uma simples convivência social ou um espaço para amizades. Comunhão é a expressão do Corpo de Cristo em ação — um vínculo espiritual profundo que une os crentes em Cristo e os capacita a se edificar mutuamente. Em Atos 2:42, a comunhão não se refere apenas a estar juntos, mas ao compartilhar vida, oração, fé, desafios e bênçãos de forma verdadeira e genuína. A comunhão aquece o coração, fortalece a fé e mantém a Igreja unida. Não é apenas uma união de corpos, mas uma união de espíritos, onde cada membro carrega o fardo do outro, e todos vivem em harmonia e em amor fraternal. A Igreja que persevera na comunhão reflete o amor de Cristo de maneira visível para o mundo.
A Oração: A oração, como expressa Atos 2:42, é o canal direto de comunicação com Deus. É o momento onde a Igreja, como Corpo de Cristo, se conecta ao céu, buscando orientação, graça, sabedoria e poder para cumprir sua missão. A oração não é apenas uma atividade individual, mas um ato coletivo de dependência e rendição a Deus. Uma igreja que ora é uma igreja que depende do Espírito Santo para cada passo que dá. O poder da oração é indescritível — ela nos sustenta, nos transforma e nos mantém alinhados com a vontade de Deus. Como vimos no exemplo de Atos 2, a oração é também o meio de invocar o poder do Espírito Santo e de pedir pela expansão do Reino de Deus na terra.
Juntas, essas três práticas — Palavra, comunhão e oraçãomantêm acesa a chama do Espírito na Igreja. Quando uma dessas áreas é negligenciada, a vida da Igreja começa a se esfriar, a perder o fervor e a direção. Por outro lado, quando essas práticas são mantidas com constância e fidelidade, a Igreja se torna uma chama viva e ardente, pronta para cumprir sua missão de anunciar o evangelho e impactar o mundo com a mensagem de Cristo.

“Igreja cheia do Espírito não vive de emoção, mas de devoção!”

Este é um chamado à Igreja hoje: não somos chamados a viver de sentimentos passageiros, mas de uma devoção profunda e diária a Cristo. A verdadeira vitalidade espiritual da Igreja não vem de emoção momentânea, mas de um compromisso constante com as disciplinas espirituais que, ao longo do tempo, nos formam à imagem de Cristo.

4. MISSIONAL E RELEVANTE PARA O MUNDO

“A igreja que brilha no Espírito atrai multidões para Cristo!”

Atos dos Apóstolos 2.47 BSAS21
louvando a Deus e contando com o favor de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava a cada dia os que iam sendo salvos.
A igreja cheia do Espírito Santo não se limita a uma vida interna de comunhão e crescimento. Ela transborda para fora, alcançando os perdidos e trazendo-os para o Reino de Deus. Em Atos 2:47, vemos o resultado claro de uma Igreja cheia do Espírito: todos os dias, o Senhor acrescentava à Igreja aqueles que seriam salvos. Este versículo não descreve um evento ocasional ou um período de crescimento limitado, mas um crescimento contínuo e vibrante, fruto da ação do Espírito que impulsionava os discípulos a espalharem o evangelho com fervor e poder.
Esse crescimento não é uma estratégia humana ou um esforço forçado, mas um crescimento natural de um organismo vivo — a Igreja é viva, cheia de vida, e por isso ela não pode permanecer fechada em si mesma. Assim como uma árvore frutífera não guarda seus frutos para si, mas os espalha ao redor, a Igreja cheia do Espírito é uma comunidade missionária que irradia vida e luz para o mundo ao seu redor.
A Igreja não é um fim em si mesma, mas um canal da graça de Deus para o mundo. Ela é um reflexo do Reino de Deus, e sua presença na terra deve ser uma manifestação visível da glória de Deus. Em Atos 2, a Igreja primitiva demonstrou isso de maneira clara: sua vida em comunidade, sua unidade, seu amor fraternal, sua fidelidade à Palavra e a oração constante não apenas eram características que os tornavam uma comunidade saudável, mas elas eram visíveis e atraíam aqueles que estavam à procura de respostas para suas vidas. A vida da Igreja primitiva se tornava uma luz que atraía os corações sedentos de Deus.
Quando a Igreja é cheia do Espírito, ela se torna irresistível. Não pela sua força humana ou por métodos carismáticos, mas pelo poder e pela presença de Deus. A Igreja cheia do Espírito é irresistível aos que têm sede de Deus! A verdade que ela carrega, o amor que ela demonstra e o poder do Espírito que a move são fatores tão profundos e autênticos que aqueles que buscam por respostas verdadeiras não podem evitar ser atraídos. O Espírito Santo torna a Igreja uma força transformadora, uma luz no meio das trevas.
Missional por Natureza
A Igreja é missionária por natureza. Desde o momento de sua fundação, com a vinda do Espírito Santo, ela foi comissionada a ir para os confins da terra e pregar o evangelho a toda criatura (Atos 1:8). Ela não foi chamada para se isolar ou se acomodar, mas para ser um canal de bênção, um agente de transformação no mundo. Como corpo de Cristo, a Igreja tem uma missão clara e divina: proclamar as boas novas de salvação em Jesus Cristo e ser um reflexo do Seu amor e poder.
Isso implica que a Igreja não pode ser irrelevante para o mundo ao seu redor. Sua presença deve ser percebida: as pessoas devem ver algo diferente na Igreja. Não se trata apenas de ter boas intenções ou belos cultos, mas de viver de maneira que o mundo perceba que algo extraordinário está acontecendo, algo que não é gerado pelos recursos humanos, mas pela graça divina e pelo poder do Espírito.
Uma igreja viva é também uma igreja visível. Ela não se esconde em suas paredes ou em sua tradição, mas está presente no dia a dia da sociedade, influenciando, amando, servindo e proclamando a verdade de Cristo. Ela deve ser relevante em todas as áreas da vida humana: espiritual, social, política e econômica. Não é uma igreja que se afasta das questões do mundo, mas que se coloca como um sal da terra e luz do mundo, com a missão de trazer a transformação de Deus para cada área da sociedade.
A Igreja Irresistível
Quando o Espírito Santo age, Ele transforma a Igreja em um lugar onde as pessoas podem sentir a presença de Deus, experimentar a cura, encontrar acolhimento e descobrir a verdade que liberta. A Igreja não é apenas um edifício, mas um povo transformado e em constante movimento, indo ao encontro dos necessitados, levando o evangelho até os confins da terra.
Esse tipo de Igreja é irresistível, pois tem algo que o mundo não pode oferecer: a presença viva e ativa de Deus. Onde a Igreja é cheia do Espírito, há sempre algo que atrai os corações sedentos — seja através da pregação do evangelho, do testemunho de vidas transformadas, ou da prática de amor e serviço. O mundo está sedento de algo real, autêntico e transformador, e a Igreja cheia do Espírito é a resposta a essa sede.

“A igreja cheia do Espírito é irresistível aos que têm sede de Deus!”

CONCLUSÃO

Uma Igreja viva, porque está cheia do Espírito e firme em Cristo!
A Igreja descrita em Atos 2:42-47 não é um modelo ultrapassado, mas um espelho profético para o nosso tempo. Ela foi fundada pelo próprio Cristo, sustentada pelo Espírito, comprometida com a Palavra, fervorosa na oração, unida em comunhão e irresistivelmente missionária. Tudo isso forma a estrutura da verdadeira Igreja, não de pedras, mas de corações vivos e submissos à vontade de Deus. A Igreja que vemos em Atos é a expressão de uma vida espiritual vibrante, que não se limita ao passado, mas é um padrão eterno para todas as gerações. Uma Igreja que não só sobrevive, mas transborda vida, impactando profundamente a sociedade ao seu redor.
Uma igreja viva não é medida por tamanho, estética ou estrutura física, mas por sua conexão com o céu e seu impacto na terra. A verdadeira vitalidade da Igreja não se encontra em sua aparência externa, mas em sua profundidade espiritual. Quando a presença do Espírito é real, não há frieza, divisão, apatia ou rotina religiosa que resista. Em lugar disso, há renovo, vida, poder, amor e salvação. Onde o Espírito de Deus está presente, todas as áreas da vida da Igreja são renovadas e transformadas. O Evangelho é proclamado com poder, as vidas são tocadas e os corações são inflamados.
A Igreja dos últimos dias precisa urgentemente voltar às suas raízes. Precisamos de um retorno genuíno à essência do que significa ser o Corpo de Cristo. Mais do que eventos e programações, precisamos de presença. Mais do que técnicas e estratégias, precisamos da unção do Espírito. Mais do que acumular conteúdo, precisamos de fogo espiritual que consome e purifica. A Igreja que permanecerá firme até a volta gloriosa de Cristo é aquela que não só começou no Espírito, mas que continua sendo conduzida por Ele todos os dias, até a manifestação final do Reino de Deus. Como Paulo disse aos Gálatas: “Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou, a vós, antes cujos olhos Jesus Cristo foi claramente exposto como crucificado?… Começastes no Espírito, agora acabareis na carne?” (Gl 3:3). A verdadeira Igreja não abandona suas raízes no Espírito, mas continua sendo conduzida por Ele em cada passo.
Aplicação prática – Vivendo hoje como Igreja viva
Em meio a um tempo de hiperconectividade digital e frieza espiritual, há um chamado do céu para que a Igreja se reavive. Vivemos em uma era em que muitos cristãos estão sobrecarregados por atividades, mas vazios de presença. A sociedade moderna oferece distração, entretenimento e promessas de prazer imediato, mas, no fundo, deixa as pessoas com crises de identidade, solidão e vazio existencial. A Igreja, portanto, precisa ser um oásis espiritual, onde a sede da alma é saciada pela água viva de Cristo (João 7:37-39). Não podemos ser uma Igreja apenas de aparências, mas de substância profunda, onde o Espírito Santo atua e toca os corações.
Qual é a resposta? Retorno à essência da vida cristã: Palavra, oração, comunhão e o poder do Espírito. A vida cristã não se sustenta em eventos efêmeros ou na superficialidade, mas na verdade da Palavra de Deus, no poder da oração, na profundidade da comunhão entre os crentes e no impacto do Espírito Santo. Quando essas áreas são restauradas, a Igreja se torna uma força missionária vibrante, atraindo vidas para Cristo e se tornando a expressão do Reino de Deus na Terra.
A Igreja viva é a que revela ao mundo a beleza do Evangelho encarnado: vivido e proclamado. Ela é relevante para o mundo não porque se adapta às tendências, mas porque mantém-se fiel à missão que Jesus deu à Sua Igreja: ir ao mundo e fazer discípulos. Cada crente é chamado a ser parte ativa dessa Igreja viva. Não como espectador, mas como participante ativo, orando com fervor, estudando a Palavra com zelo, mantendo comunhão com sinceridade e anunciando Cristo com ousadia.
Só assim seremos relevantes, irresistíveis e vitoriosos, mesmo em meio a um mundo cada vez mais hostil à fé. A Igreja não pode se esconder ou se adaptar ao ambiente de medo e apatia, mas deve brilhar com o poder do Espírito, sendo uma luz que ilumina as trevas e atrai as almas sedentas por uma esperança verdadeira.
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