O DOLOROSO PREÇO DA DESOBEDIÊNCIA (Parte 3) 1 Samuel 15

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Quem ouve a voz de Deus e a obedece mantém seu coração afinado com o coração de Deus.

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Grande ideia: Quem ouve a voz de Deus e a obedece mantém seu coração afinado com o coração de Deus.
Estrutura: relativização de uma ordem clara de Deus (vv. 1-9), insensibilização em uma repreensão direta de Deus (vv. 10-21) e rejeição divina por uma desobediência deliberada (vv. 22-35).
Dillard e Longmam III:
Um dos temas recorrentes em Samuel é a referência ao “ungido de Deus” (1 Sm 16.3.6.12; 24.6; 26.9,11,16,23; 2 Sm 1.14,16; 3.39; 19.21). O termo hebraico de onde vem “messias” significa “o ungido”, e a ideia de um Messias para Israel se desenvolveu a partir de sua ideologia sobre um rei íntegro, alguém que seria como Davi. O Messias como personagem está integralmente envolvido na exclusiva compreensão de Israel sobre o seu lugar na história: a sua consciência de que Deus desde o princípio havia lhe tornado o povo escolhido para abençoar as nações.
Os capítulos 13-15 dizem respeito às falhas de Saul. É importante destacar que, embora os capítulos 19-28 pareçam conter informações bastante comprometedoras sobre Saul para convencer os leitores de que ele não era habilitado para o trono, há o cuidado em mostrar as falhas de Saul como independentes e anteriores ao seu relacionamento com Davi. A ideia é que Davi não causou o fracasso de Saul; foi ele quem se desqualificou antes mesmo de Davi entrar em cena.
Os capítulos 14 e 15 continuam a expor como a falta de sabedoria de Saul veio à tona em uma série de más decisões. Sua capacidade de liderança se deteriorou gradativamente a ponto de ele se render com muita facilidade às exigências do povo (14.45; 15.15,24). Esse foi o legado que levou o Senhor a enviar Samuel para ungir o sucessor.
1. Relativização. (vv. 1-9)
Samuel faz um “mea culpa”: lembrando que ele havia ungido a Saul.
1Samuel 10.1 NAA
Samuel pegou um vaso de azeite e o derramou sobre a cabeça de Saul. Então ele o beijou e disse: — O Senhor está ungindo você como príncipe sobre a sua herança, o povo de Israel.
Saul é chamado a “ouvir as palavras do Senhor”: em relação a Amaleque.
Deuteronômio 25.17–19 NAA
— Lembrem-se do que os amalequitas fizeram no caminho, quando vocês estavam saindo do Egito. Eles saíram ao encontro de vocês no caminho e, quando vocês estavam abatidos e cansados, atacaram na retaguarda todos os desfalecidos que vinham atrás; e não temeram a Deus. Portanto, quando o Senhor, seu Deus, lhes houver dado sossego de todos os seus inimigos ao redor, na terra que o Senhor, seu Deus, lhes dá por herança, para que dela tomem posse, apaguem a memória dos amalequitas da face da terra; não se esqueçam disto.
Como era uma “guerra santa” e não uma de agressão ou auto defesa, todos os despojos de guerra (pessoas e bens) eram interditados, pertenciam exclusivamente ao Senhor. O padrão aqui é o mesmo das batalhas de Jericó e Ai (Js 6-8). Não era uma “limpeza étnica, mas uma limpeza ética”.
Ênfase aqui: “Não poupe ninguém. Mate homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos”.
“destruir”: 1 Sm 15.1, 8, 9, 15, 18, 20. (7 vezes)
Tim Chester:
O destino dos amalequitas não é uma exceção de uma era passada. Ele aponta para o dia do juízo vindouro. Se tendemos a minimizar o juízo divino, talvez seja porque tendemos a minimizar o pecado humano. E esse era o problema de Saul.
Um destaque aqui aos “queneus”.

QUENEUS (no hebraico, “ferreiro”, “trabalhador em metais”) – nome de uma tribo que se dividiu em dois ramos, um deles habitou em Canaã no tempo de Abraão, cf.

Saul inflige uma derrota amarga aos amalequitas, mas poupa Agague.

AGAGUE [Violento]

Rei amalequita derrotado por Saul (

NBD:
AGAGITA. Um adjetivo aplicado a Hamã em Est. 3:1, 10; 8:3, 5; 9:24. Josefo (Ant. 11.209) o considera um amalequita, presumivelmente descendente de *AGAG, a quem Saul poupou (1 Sm. 15). Mardoqueu, que provocou a queda de Hamã, era, assim como Saul, descendente de Quis (Est. 2:5; 1 Sm. 9:1). A LXX tem Bougaios (que significa obscuro) em Est. 3:1, e Makedōn (macedônio) em 9:24; em outros lugares, omite o adjetivo.
Além de Agague, Saul e o povo guardaram para si “o melhor das ovelhas e dos bois, os animais gordos, os cordeiros e tudo o mais que era bom”.
Warren Wiersbe:
O autor enumera alguns “substitutos evangélicos” que tem roubado a integridade da igreja: O desejo de que a igreja receba a aprovação do mundo em geral e de “pessoas importantes”, em particular, e de que elas sejam aceitas, os políticos, a televisão, estatísticas, culto da personalidade. O autor diz que erramos e foi uma questão de integridade; substituímos a produção de frutos para a glória de Deus por “resultados obtidos”, e cita Robert Murray Mc Cheyne que disse: “Deus abençoa muito mais a grande semelhança com Jesus do que os grandes talentos”. O autor diz que separamos o ministério da adoração, o testemunho do caráter e o dever da doutrina. Tudo fizemos para conquistar popularidade e conseguir resultados em vez de produzir frutos para a gloria de Deus. E ele diz ainda que mesmo com todas as nossas magníficas estatísticas, não chegamos a dar um passo sequer para ajudar a sociedade com os seus problemas de abuso de narcóticos, crime, questões familiares e imoralidade sexual.
Segundo ele, devemos enfrentar a situação honestamente e pedir perdão a Deus, e cita Vance Havner que disse: “A Grande Comissão é, na verdade, nosso programa até os fins dos tempos, mas a maior ordem do nosso Senhor à igreja é ‘Arrependi-vos’”. É preciso envergonhar-nos, é preciso arrepender-nos, e diz que a oração de Esdras nos ajude a começar. “Meu Deus! estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus; porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa cresceu até aos céus” (Ed 9:6).
2. Insensibilização. (vv. 10-21)
Ato contínuo: Deus disse a Samuel: “Lamento haver constituído Saul como rei, porque deixou de me seguir e não executou as minhas palavras”.
Samuel se apegou a Saul, mas não poderia ir contra o Senhor, e ao próprio futuro previsto de Saul.
1Samuel 16.1 NAA
O Senhor disse a Samuel: — Até quando você terá pena de Saul, se eu o rejeitei como rei de Israel? Encha um chifre de azeite e ponha-se a caminho; vou enviar você a Jessé, o belemita, porque escolhi um dos filhos dele para ser rei.
1Samuel 16.14 NAA
Depois que o Espírito do Senhor se retirou de Saul, um espírito mau, vindo da parte do Senhor, o atormentava.
Que monumento é esse que Saul foi erguer no Carmelo?

MONUMENTO

Pedra ou construção que tem com objetivo manter a lembrança de uma pessoa ou acontecimento (2 Rs 23:17).

Saul toma a iniciativa (e mente): “Executei as palavras do Senhor”.
Saul é denunciado pelo “balido de ovelhas” e “mugido de bois”.
Gênesis 4.10 NAA
E o Senhor disse: — O que foi que você fez? A voz do sangue do seu irmão clama da terra a mim.
Êxodo 2.14 NAA
O homem respondeu: — Quem pôs você por príncipe e juiz sobre nós? Está querendo me matar, como matou aquele egípcio? Moisés ficou com medo e pensou: “Com certeza já descobriram o que eu fiz.”
Saul agora culpa o povo (se isenta de responsabilidade, bem “adâmico”):
1Samuel 15.15 NAA
Saul respondeu: — Trouxeram isso dos amalequitas. Porque o povo guardou o melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao Senhor, o seu Deus. O resto nós destruímos totalmente.
Mas já era tarde: Samuel relembra o ocorrido a Saul, que mais uma vez tenta culpar o povo e usando o argumento de que era para “oferecer ao Senhor”. Mas ele está tão distante que ele não tem mais Deus como seu.
1Samuel 15.21 NAA
Mas o povo pegou do despojo ovelhas e bois, o melhor do que estava destinado à destruição para oferecer ao Senhor, o seu Deus, em Gilgal.
3. Rejeição. (vv. 22-35)
Samuel confirma que para Deus não dá mais: ele era agora um rejeitado (“desprezado, refugado, repudiado”).
Joyce Baldwin:
Nenhum cerimonial poderá compensar uma atitude rebelde contra Deus e Seus mandamentos, porque a resistência obstinada a Deus exalta a vontade própria e coloca-a no lugar de autoridade, que pertence unicamente a Deus.
Deus tem compromisso com o obediente, e não se satisfaz com oferta de gente que não ouve a voz dEle.
Salmo 51.16–17 NAA
Pois não te agradas de sacrifícios; do contrário, eu os ofereceria; e não tens prazer em holocaustos. Sacrifício agradável a Deus é o espírito quebrantado; coração quebrantado e contrito, não o desprezarás, ó Deus.
Isaías 1.11 NAA
O Senhor diz: “De que me serve a multidão dos sacrifícios que vocês oferecem? Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados. Não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.

A primeira coisa que Deus exige de você, como Seu amado, é a obediência; e, ainda que pregue com a língua dos homens e dos anjos, se der o seu corpo para ser queimado e os seus bens para alimentar os pobres, se não ouvir o seu Senhor e não obedecer à Sua vontade, tudo isso não lhe será de nada. É abençoado ser ensinável como uma criancinha, e estar disposto a aprender com Deus; mas é ainda mais abençoado quando alguém é ensinado a ir imediatamente e pratica a lição que o Mestre sussurrou em seu ouvido. Quantos cristãos excelentes existem que sacrificam um rebanho de ovelhas para reabastecer o altar do nosso Deus, que, no entanto, são falhos porque não obedecem à Palavra do Senhor?

Saul tenta um arrependimento tardio, alegando que ele havia feito o que fez, por temer o povo.
Provérbios 29.25 NAA
Quem tem medo dos outros cai numa armadilha, mas o que confia no Senhor está seguro.
Nicholas T. Batzig:
O temor dos homens não é simplesmente o temor do mal que homens podem causar a nós. Certamente o temor do mal induz, em parte, o nosso desejo de ser aprovado pelos homens. Contudo, mais apropriadamente, o temor dos homens é, como Bunyan disse: “o temor de perder dos homens o favor, o amor, a boa vontade, a ajuda e a amizade”. Em outras palavras, é “um ídolo da aprovação”. Nós buscamos evitar perseguição por causa dos ídolos da aprovação, do conforto ou do prazer. Tais ídolos nos levam a comprometer nossa posição a fim de ganhar aprovação — deixar ser levado pela perversidade a fim de ganhar aceitação e paz. Eles nos colocam em um ciclo vicioso de idolatria. Por mais miserável que seja, o temor dos homens é a configuração padrão da alma.
Agora o simbolismo mais forte: o manto rasgado de Samuel.
Joyce Baldwin:
A veste rasgada de Samuel proporcionou uma ilustração vívida do reino rasgado e arrancado de Saul, o qual seria entregue a outro mais digno do que ele.
Comentário Histórico-Cultural da Bíblia: Antigo Testamento 15.1–35: A Derrota de Saul Diante dos Amalequitas

“Segurar na barra do manto” era uma expressão usada tanto na língua hebraica como em ugarítico, aramaico e acadiano (línguas aparentadas com o hebr. bíblico). Em acadiano, a expressão era “agarrar a barra”. Segurar na barra do manto de alguém simbolizava uma atitude de súplica e submissão, tanto em Israel como na Mesopotâmia. Ao agarrar-se à barra do manto de Samuel, Saul implorou por misericórdia uma última vez. Um fato semelhante também é narrado na Epopeia ugarítica de Baal, em que Anate agarra a barra da veste de Mot para implorar por seu irmão, Baal. Textos da antiga Babilônia indicam que essa atitude era uma forma de forçar a pessoa a um confronto legal. Quando a barra de Samuel se rasgou, o profeta interpretou aquilo como um ato simbólico, representando que o reino de Saul seria arrancado de suas mãos.

Saul ainda ousa um apelo final: “honra-me, agora, diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel”.
Tim Chester:
A evidência final de que nem o arrependimento de Saul nem sua obediência são verdadeiros é que não geram ação, não resultam em mudança de vida. Esse é o verdadeiro teste. Você pode proferir palavras certas. Mas o arrependimento sincero produz mudança de vida- não uma vida perfeita, mas uma vida de luta contra o pecado, uma vida de mudança.
Mas depois deste tempo de adoração performática (sem coração), Samuel faz o que Saul deveria ter feito.
Gênesis 9.6 NAA
Se alguém derramar o sangue de uma pessoa, o sangue dele será derramado por outra pessoa; porque Deus fez o ser humano segundo a sua imagem.
Mas o capítulo termina laconicamente afirmando que o Senhor “lamentou haver constituído Saul como rei sobre Israel”.

Os versículos 29 e 35 parecem contraditórios. O primeiro diz que Deus não muda de ideia nem se arrepende, enquanto o segundo diz que ele se arrependeu de haver constituído Saul rei. O versículo 29 descreve Deus em seu caráter essencial. Ele é imutável e inalterável. No versículo 35, a mudança na conduta de Saul exigiu uma mudança correspondente nos planos e propósitos de Deus para ele. Para se manter coerente com seus atributos, o Senhor deve abençoar a obediência e castigar a desobediência.

4. Outras aplicações:
(a) Temos de evitar nos apegarmos ao que Deus considera desprezível. O que Deus pede para abrirmos mão deve ser renunciado, mesmo que isso nos custe a própria vida.
Tim Chester:
Quando não nos arrependemos, nossa voz controla nossa vida ou somos controlados pela voz de outras pessoas. Mas, quando nos arrependemos, é a voz de Deus que molda nossa vida. Esse é o teste: estamos dando ouvidos à voz de Deus? Estamos nos submetendo à sua palavra? Estamos deixando a palavra de Deus governar nossa vida? Uma pessoa arrependida é uma pessoa que ouve- uma pessoa que ouve a voz de Deus.
(b) Não podemos podemos manipular a Deus com nossas orações chorosas ou com expressões fingidas de arrependimento. Deus não é sugestionável.
Hebreus 3.12–19 NAA
Tenham cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha um coração mau e descrente, que se afaste do Deus vivo. Pelo contrário, animem uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, a fim de que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado. Porque temos nos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até o fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos. Como se diz: “Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como foi na rebelião.” E quem foram os que ouviram e, mesmo assim, se rebelaram? Não foram todos os que saíram do Egito por meio de Moisés? E contra quem Deus se indignou durante quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão aos que foram desobedientes? Assim, vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade.
Importante:
Tim Chester:
A rejeição de Saul não significa a rejeição do plano de Deus ou do povo de Deus. Deus será fiel às suas promessas. No capítulo seguinte, veremos que Deus orienta Samuel a ungir um novo rei- o rei Davi. E um dia, o Filho de Davi, Jesus, resgatará seu povo dos pecados. A coerência de Deus significa a condenação para os que não se arrependem, pois ele sempre julga justamente. Mas sua coerência é a esperança- a única esperança- dos que se arrependem, pois ele é fiel à sua promessa de salvar por meio da morte de Jesus aqueles que se arrependem.
Ilustr.:
Um pastor estava pregando sobre arrependimento e usou o exemplo de um gato. Ele contou como seu gato, ao descer de uma árvore, teve que passar pelo mesmo lugar onde tinha se machucado antes. O gato hesitou, mas depois foi em frente. O pastor comparou isso ao nosso arrependimento: às vezes precisamos enfrentar nossas falhas e medos de maneira leve. O arrependimento é o caminho para voltarmos a ter comunhão com Deus.
Lucas 23.39–43 NAA
Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra Jesus, dizendo: — Você não é o Cristo? Salve a si mesmo e a nós também. Porém o outro malfeitor o repreendeu, dizendo: — Você nem ao menos teme a Deus, estando sob igual sentença? A nossa punição é justa, porque estamos recebendo o castigo que os nossos atos merecem; mas este não fez mal nenhum. E acrescentou: — Jesus, lembre-se de mim quando você vier no seu Reino. Jesus lhe respondeu: — Em verdade lhe digo que hoje você estará comigo no paraíso.
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