A ÉTICA DA MISSÃO

UMA IGREJA PARA O MUNDO  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Importa quem está por trás da mensagem? O que interessa a Deus ao escolher Abraão como aquele de quem descenderia as gerações da aliança? Vamos caminhar agora buscando entender os valores éticos da missão, o que se espera do povo de Deus ao colaborar com a sua missão.

Notes
Transcript

Introdução

Pense comigo em algo, imagine um carteiro indo deixar uma correspondência muito importante em sua residência, é uma notícia que a muito tempo você estava aguardando. Finalmente ele chega com a sua correspondência, então você pede ao carteiro que lhe entregue além da sua correspondência todas as suas credenciais e história de vida. Você pergunta ao carteiro: Você é casado? já traiu sua esposa? Você é honesto no trabalho? Qual sua religião? Você é obediente as suas crenças?
Isso faria algum sentido? Eu suponho que não, não é verdade? Pois bem, se isto não faz sentindo para um carteiro, lamento dizer que isso faz todo o sentido quando o assunto é: Somos nós os portadores das boas novas do evangelho.
O tema que vamos abordar hoje é uma continuidade das reflexões que temos feito de uma igreja para o mundo.
No entanto, quero enfatizar a importância dentro desse tema de algo fundamental para a consolidação da missão de Deus, o desenvolvimento de uma ética missional.
Em outras palavras, que tipo de luz é vista em nós ao anunciarmos as pessoas as boas novas do evangelho. Como existe uma relação tênue entre a mensagem que portamos e a vida que vivemos e como Deus elaborou um plano em que estas duas realidades caminhassem juntas?
Neste sentido, aquilo que falamos deve ser respaldado por uma vivência coerente com os valores do reino de Cristo.
Ex. 19.18-19 é portanto um ponto de partida para que possamos apreender o modo como Deus pensou a sua missão.
Chris Wright diz o seguinte em seu livro A Missão de Deus: Em ambos os Testamento, o povo de Deus é chamado a ser luz para as nações. Mas não é possível haver luz para as nações se esta luz não estiver brilhando nas vidas transformadas de um povo santo.

Obediência é a Razão do Cumprimento da Promessa de Deus a Abraão de Abençoar Todas as Nações.

Todo texto precisa ser situado ao seu contexto e Gn. 18.18-19 tem como pano de fundo juízo de Deus sobre Sodoma. De alguma forma Sodoma é o modelo do nosso mundo, segundo Chris Wright.
A palavra hebraica zeaqa é usada para descrever o clamor do povo. Se levarmos em conta as outras vezes em que esta palavra aparece no AT e com o contexto de Sodoma chegamos a conclusão que o clamor que temos aqui é aquele dos povos oprimido pela iniquidade da cidade.
Mais que uma acusação temos aqui um pedido de socorro. Seja em Sodoma ou em seus arredores, haviam pessoas sofrendo por causa da opressão imposta pela iniquidade da cidade. Não são poucos os textos que fazem de Sodoma e Gomorra o paradigma de opressão, iniquidade e injustiça.
Abraão é portanto o modelo da missão de Deus, afirma Chris Wright. Vejam o que ele diz: É um pouco irônico, no relato bíblico, que Abraão seja chamado a sair de Babel não para ir a algum paraíso celestial, mas à terra de Sodoma. A história da redenção divina definitivamente não é uma história de escapismo.
Vejam que temos em Abraão o papel de intercessor, Deus está pronto para executar o seu juízo, mas antes permite a Abraão argumentar sobre a possibilidade de Deus adiar seu juízo caso encontrasse algum justo.

A Lógica Missional

É muito importante aqui lembrarmos que o caminho do Senhor é o modelo para o povo de Deus.
Qualquer outro caminho seria o mesmo que o caminho de Sodoma. Nossa vocação é seguir os passos do nosso Senhor, Deus é o padrão que devemos transmitir. Este era o papel de Abraão como mestre, ele deveria passar às futuras gerações o que era andar nos caminhos de YHWH.
Desta forma as nações saberiam qual é o caráter do Deus de Israel.
Israel deveria além de seguir nos caminhos do Senhor, nutrir um padrão de retidão e justiça. Não vamos ter tempo de nos aprofundarmos nestes dois termos, mas eles são fundamentais para explicar o tipo de vida que se espera do povo de Deus.
Retidão é o padrão que se espera do povo, é aquilo que deve ser. Justiça é aquilo que é necessário fazer em determinada situação para restaurar as circunstâncias ou as pessoas à conformidade com a retidão. Justiça é aquilo que fazemos.
Então qual o valor teológico de Gn. 18.18,19? Nesse pequeno texto nós temos unidos como diz Chris Wright, a eleição, ética e missão.
Vejam que a ética está em posição intermediaria entre eleição e missão, a ética é o propósito da eleição e base da missão.
Na prática o que isso significa? Não é possível que cumpramos os planos de Deus como seu povo sem que tenhamos um papel ético no mundo, isso é, andarmos em seus caminhos, fugirmos da corrupção do mundo, promovermos a justiça, abandonarmos a iniquidade.
Chris Wright diz: Não podemos falar biblicamente da doutrina da eleição sem insistir em que ela nunca foi um fim em si mesmo, mas um meio para o fim maior: o ajuntamento das nações. A eleição precisa ser considerada de uma perspectiva missiológica, não meramente soteriológica. Ele continua: De acordo com Gn. 18.19, a qualidade ética do povo de Deus é conexão vital entre o seu chamado e sua missão.

Conclusão

Podemos concluir esta reflexão de hoje assumindo que viver a fé e fazer parte do projeto de Deus em restaurar todas as coisas passa por desenvolver um papel ético no mundo.
Continuamos como povo de Deus à refletir a sua imagem e caráter junto com nossa mensagem.
Num mundo viu e cruel onde impera a iniquidade, a violência, a corrupção, a mentira, engano, a perversão sexual e a injustiça somos eleitos não para fugir e escapar do mundo.
Somos enviados a Sodoma, pois Deus continua com os ouvidos abertos ouvindo o clamor dos que sofrem. Deus continua atento as injustiças cometidas contra os oprimidos.
Somos os portadores das boas novas do evangelho, mas entre o nosso chamado (eleição) e a missão, existe um padrão ético que é nossa imitação de Cristo. Que o Senhor nos ajude.
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